O filme ‘Lima Barreto, ao Terceiro Dia‘ estreia nesta quinta-feira (29) nos cinemas. O longa aborda os três dias da última internação do escritor e jornalista carioca em um manicômio. Influenciado por suas obras originais e criativas, o filme traz Barreto interpretado pelos atores Luís Miranda aos 42 anos, e Sidney Santiago Kuanza, aos 30.
“Divido o papel com o grande Luís Miranda. Ele faz essa versão de Lima no momento em que está internado devido a problemas como depressão e alcoolismo, eu faço o escritor enquanto jovem, que vêm a ele em forma de delírio”, explica Sidney.
Notícias Relacionadas
Estreia do documentário Pequena África destaca o legado afro-brasileiro no Rio de Janeiro
Angela Bassett volta ao papel de diretora da CIA em 'Missão: Impossível 8' e confirma novo suspense da Netflix em 2025
No enredo, o jornalista relembra sua vida como jovem autor enquanto escrevia sua maior obra, “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, e fantasia sobre suas criações e seu passado. Personagens clássicos de seus contos ganham vida em seus delírios finais.
“Esse filme é um sonho, individual e coletivo. Há décadas nós, enquanto população negra brasileira, gostaríamos de ter uma produção que trouxesse a trajetória desse que foi um dos maiores pensadores negros da nossa história”, conta o ator.
Lima Barreto ficou famoso por sua “escrita militante”, na qual fazia duras críticas à primeira república, onde refletia sobre os problemas da sociedade de forma bem-humorada, por meio de contos e crônicas.
“Ele deixou um legado imenso sobre lutar pelo Brasil. É um homem que nunca se acovardou, pelo contrário, sempre ergueu a voz diante de injustiças, falando sobre o crime que foi a escravidão. Seus pensamentos de 100 anos atrás se mantêm cada vez mais atuais”, ressalta.
Em entrevista à coluna Splash do portal UOL, Luís Miranda, também falou sobre a realização do filme interpretando o Lima Barreto. “Foi uma delícia, mas também foi difícil fazê-lo porque a gente sabe pouco sobre o Lima Barreto e os autores negros brasileiros. O Lima Barreto era revolucionário, escrevia sobre as situações atuais do país”.
“Foi um mergulho grande e a preparação foi intensa. O filme tem um diálogo bem específico, é misturado com textos, fragmentos dramáticos e poesias do Lima Barreto. Exige um trabalho de apuração bastante cuidadoso. Para mim, foi um grande desafio e um grande orgulho”, completa.
A direção do longa é de Luiz Antonio Pilar, que compartilha o roteiro com Luis Alberto de Abreu. O elenco conta ainda com Orã Figueiredo (Policarpo Quaresma), Maurício Tizumba (Felizardo), Gisele Fróes (Adelaide), Maria Clara Vicente (Ismênia) e Camilo Bevilacqua (General Albernaz).
Veja o trailer:
Notícias Recentes
Racismo obstétrico: ativista cobra respostas sobre mortes na Maternidade Albert Sabin, em Salvador
Rotas Negras: novo programa do governo federal ganha investimento para promover o afroturismo