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Pantera Negra: Wakanda Forever arrecada R$ 1,75 bilhões em estreia global

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Foto: Reprodução.

O aguardado Pantera Negra: Wakanda Forever chegou aos cinemas no último dia 10 e conquistou uma bilheteria impressionante na estreia. O blockbuster arrecadou U$ 330 milhões, o equivalente a R$ 1,75 bilhões, na cotação atual. A informação é do Deadline.

“Esta é uma estreia sensacional”, disse David A. Gross da Franchise Entertainment Research. “As críticas e público são excelentes. Wakanda deve dominar os cinemas até dezembro.”

O filme, que é também um tributo a Chadwick Boseman, que interpretou o herói T’Challa no primeiro volume da franquia, precisou ser inteiramente reformuilado para continuar após o falecimento do ator, que morreu de câncer em 202, aos 43 anos.

O primeiro Pantera Negra ocupou o primeiro lugar por 5 finais de semana seguidos em 2018, e o segundo parece ir pelo mesmo caminho, já que destronou Adão Negro, que figurava como campeão de bilheteria há três semanas.

“Pantera Negra” foi o primeiro grande filme sobre um super-herói negro, e teve uma estreia que rendeu US$ 202 milhões e uma indicação ao Oscar de melhor filme.

‘Por causa do estresse, meu corpo está tomado de feridas’, diz mulher vítima de racismo na Renner

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Foto: Reprodução.

Awdrey Ribeiro, de 21 anos, está lidando com as consequências físicas do estresse que passou no último sábado (12) , ao olhar roupas nas Lojas Renner do Madureira Shopping, no Rio de Janeiro. Depois de ter sido constrangida de maneira racista, Awdrey começou a ter feridas pelo corpo. A informação é do Jornal Extra.

“Cheguei ao shopping, entrei na Renner, peguei um top e estava indo até o provador para experimentar, quando, de repente, uma segurança tomou minha frente, me deu um empurrão para dentro da cabine do provador, gritou comigo, pedindo: “Me devolve tudo que você pegou” e dizendo que eu tinha roubado um casaco. Eu disse que não tinha roubado nada. Não satisfeita, ela puxou minha bolsa, mexeu e pegou um casaco verde”, contou Awdrey.

“Quando ela olhou a etiqueta, viu que era da Redley. Como vou roubar um casaco antigo e de outra marca? Quando ela viu que a peça não era da loja e que outros clientes estavam filmando o tratamento grosseiro e preconceito dela, ela mudou totalmente o tom, alegando que só tinha ido entregar a ficha com o número de roupas que eu estava levando para o provador, mas eu já tinha essa ficha, dizendo que eu só tinha uma peça”, explica.

Awdrey, que trabalha como secretária, diz que em meio à toda a situação, percebeu que estava sendo vítima de racismo, mas o caso não foi registrado assim na delegacia.

“Tinha pessoas brancas com a bolsa do mesmo tamanho da minha, mas a segurança só veio até mim. Acredito que pela cor da minha pele. Eu sou negra, assim como minha mãe e minha tia, que estavam comigo. Na delegacia, a segurança mudou o depoimento quatro vezes; cada hora, contava uma versão diferente. Infelizmente, o caso acabou sendo registrado apenas como constrangimento, não como racismo”, explica.

Foto: Reprodução.

As feridas na pele de Awdrey foram causadas pelo estresse do momento do constrangimento racista que sofreu na loja, por conta de uma condição autoimune que a moça tem. “Eu sofro de uma doença autoimune, a psoríase, que causa feridas na pele. Por conta do estresse, elas se agravaram; meu corpo está tomado por essas lesões, vermelhas e em carne viva. Eu nunca pensei que iria passar por isso. Na hora, fiquei muito nervosa e passei mal; até todo entender a situação, todos me olhavam como se eu estivesse errada. Hoje, quando relembro, sinto indignação, porque acho que nada justifica o que ela fez; foi totalmente agressiva, mal educada e preconceituosa”, diz;

Em nota, a empresa informou que a funcionária que fez a abordagem “já não faz mais parte do quadro de colaboradores da companhia”. Disse ainda que a “abordagem realizada foi totalmente inadequada e não está alinhada aos valores da Lojas Renner”.

Consciência Negra: não perca tempo com o inconformismo racista

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Foto: Júlio César Almeida.

Por Ricardo Corrêa

Se é que temos o direito de renascer. Quero um lugar, onde o preto é feliz.

   − Carolina Maria de Jesus

Lá vêm os brancos questionando a legitimidade moral e institucional que sustenta a comemoração da Consciência Negra e Zumbi dos Palmares, ocorrida anualmente no dia 20 de novembro. Desde que a celebração foi sancionada (Lei nº12.519), lidamos com eles choramingando. Acusam-nos de “racismo reverso”, reclamam que a distinção de “consciências” é absurda, porque “somos todos humanos”, além de outros argumentos repetidos em exaustão. Se considerarmos à risca as críticas, interpretaremos que as questões raciais não estão no campo político, mas dentro da área da biologia. Dessa maneira, erroneamente, ignoraremos que a dinâmica da sociedade é baseada nas relações hierarquizadas, em que o racismo define quem merece viver ou morrer. 

O mais interessante é que nenhum branco aparece perguntando o porquê de as mazelas sociais atingirem a maioria da população negra, nem “movimentos brancos” se rebelando contra o sangue jorrando dos corpos negros, violentados pela polícia e civis racistas, ou cobrando os governantes a praticarem políticas radicais que eliminem as desigualdades raciais existentes em todos os espaços da sociedade. Estou achando que nessas situações a frase “somos todos humanos” não inclui a população negra. Essa deve ser a manipulação que os brancos fazem sem expressar publicamente.

Ironias à parte, a real é que eles acostumaram-se tanto com o protagonismo que se incomodam quando as conquistas dos movimentos negros não esmorecem e alcançam visibilidade. Mas, independente do inconformismo deles, lutamos! Os negros devem ter a consciência de que é mais proveitoso que discutamos como enfrentar as violências racistas institucionais, como reverter os retrocessos políticos que tivemos nos últimos anos, as experiências vitoriosas, o cuidado com a saúde mental dos negros, as maneiras de difusão da história e cultura do povo negro, a manutenção do legado de Zumbi dos Palmares e as demandas das comunidades quilombolas, entre outros temas. Não podemos dar ousadia aos que só querem tumultuar a nossa celebração.

Mas, se os brancos insistirem nas críticas, priorize o “privilégio branco” como pauta. Nunca será demais colocá-los contra a parede acerca dos benefícios que gozam, e explicitar os problemas que isso acarreta ao nosso povo. E não deixe eles se esquivarem utilizando o argumento relacionado à classe econômica − sob essa ótica, somente os ricos têm privilégios. Explique com exemplos.  Diga que por causa da subjetividade moldada pelo racismo, os negros carregam a preocupação na disputa de uma vaga de emprego, pois sabem o risco de perder a disputa para um branco medíocre; nas entrevistas começamos em desvantagem independente da qualificação profissional. Conte também que os negros precisam de atenção redobrada quando entram em supermercados. As nossas vidas podem ser ceifadas com um mata-leão de algum segurança racista, ou deparar com alguém nos perseguindo pelos corredores do estabelecimento como se fôssemos praticar furtos. Portanto, não é − somente − sobre a situação econômica dos negros, estamos denunciando o privilégio branco, existente na subjetividade, que antecede  o campo concreto.

Ademais, não percamos de vista que nos conectamos pela história, desde o primeiro africano escravizado neste país. Nós somos o alicerce carregado de sofrimento e resistência. E, termino este texto com uma importante reflexão do revolucionário sul-africano Steve Biko (1946-1977), idealizador do movimento da Consciência Negra, na África do Sul: o chamado para a Consciência Negra é o apelo mais positivo que surgiu de qualquer grupo do mundo negro durante muito tempo. Esse chamado é mais que uma rejeição reacionária dos brancos pelos negros. Em última instância, constitui a compreensão dos negros de que, para se saírem bem nesse jogo de poder político, eles precisam utilizar o conceito de poder grupal e dotá-lo de um sólido fundamento. Uma vez que se trata de um grupo deserdado e empobrecido histórica, política, social e economicamente, dispõe da mais consistente fundamentação, para, a partir dela, agir. A filosofia da Consciência Negra, portanto, expressa o orgulho grupal e a determinação dos negros em se erguer e conseguir a autorrealização desejada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei 12.519 de 10 de novembro de 2011. Institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20

11-2014/2011/Lei/L12519.htm>.  Acesso em: 13 nov. 2022.

BIKO, Steve.  Escrevo o que eu quero. São Paulo. São Paulo: Ed. Ática, 1990 

COP 27: “Um grupo vai sofrer as piores consequências”, diz Amanda Costa sobre racismo ambiental e crise climática

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Foto: Johnny Miller

Diversos ativistas negros brasileiros estão na COP 27 (27ª Conferência do Clima da ONU), no Egito, para abordar o tema “racismo ambiental”. Entre eles, a Amanda Costa, fundadora do coletivo Perifa Sustentável e Marcelo Rocha, diretor executivo do Instituto AYÍKA, a convite do Greenpeace Brasil. Em 2021, foi a primeira vez que os ativistas negros puderam discutir sobre o tema.

“A pauta ambiental foi embranquecida. Mas quando a gente olha pros saberes ancestrais, a reivindicação de demarcação de terras quilombolas, a gente vê que a comunidade negra já está olhando para o território. Então, escurecer essa demanda e territorializar a pauta é essencial”, diz Amanda Costa para o Mundo Negro.  

“A crise climática vai impactar toda a população, no entanto, teremos um grupo que vai sofrer as piores consequências. Ou seja, populações pretas, indígenas, quilombolas, ribeirinhos. Essas pessoas, muitas vezes, não estão nos espaços de tomada de decisão e tem os seus presentes e futuros decididos por terceiros, que não vivem os impactos das enchentes, insegurança alimentar, entre outros”, destaca Amanda. 

Marcelo Costa, diretor executivo do Instituto AYÍKA (Foto: Divulgação)

Marcelo Costa dá mais exemplos de como o racismo ambiental afeta o nosso dia a dia. “São pautas históricas como o saneamento básico, o acesso à mobilidade urbana, questões que atingem as periferias. Não estamos falando de algo secundário, são causas que já faziam parte da pauta do movimento negro brasileiro, mas que vai se efetivar agora enquanto essa nomenclatura”. 

A COP27 iniciou no dia 6 de novembro e reunirá líderes mundiais, membros de organizações ambientais e ativistas até o próximo dia 18.

Milton Nascimento realiza último show da carreira e se emociona: “Chegamos ao fim dessa Travessia”

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Foto: Tânica Meinerz/JC

Com cerca de 60 mil pessoas no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG), Milton Nascimento se despediu dos palcos, neste domingo (13). “Esse show é dedicado à minha querida Gal Costa“, disse o cantor no início do espetáculo.

A cantora morreu na última quarta-feira (9), aos 77 anos. A causa da morte não foi revelada. Milton e Gal eram grandes amigos.

Em celebração aos 60 anos de carreira do artista, a turnê  “A Última Sessão de Música” começou em junho deste ano. Foram 35 shows pelo Brasil, Estados Unidos e em países da Europa. No show, ele celebrou os 50 anos do álbum Clube da Esquina, completado neste ano.

No Twitter, Bituca agradeceu aos fãs pelo show. “Chegamos ao fim dessa Travessia. Sem palavras para essa despedida dos palcos. Um muito obrigado e um beijo em cada um que acompanhou ‘A Última Sessão de Música’. Um momento maravilhoso de amor entre todos nós”.

https://twitter.com/MiltonBituca/status/1591968169534672896

O espetáculo estará disponível na Globoplay para assinantes durante três meses. A Globoplay usará trechos do show que serão usados para um documentário que está sendo produzido.

Ícone da MPB, Milton decidiu parar com os shows, mas afirmou: “não vou parar de compor, nem de cantar. E se acontecer alguma coisa na vida, eu volto.” 

Ex-deputada Flordelis é condenada a 50 anos de prisão pela morte do marido

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Foto: Brunno Dantas/TJRJ

A ex-deputada Flordelis e a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, foram condenadas pelo homicídio do pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. A decisão foi tomada neste domingo (13) pela 3ª Vara Criminal de Niterói. A família estava desde segunda-feira (7) em julgamento em júri popular. 

Flordelis foi sentenciada a 50 anos e 28 dias pela morte do marido. As acusações foram de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, uso de documento falso e associação criminosa. Já Simone foi condenada a 31 anos e 4 meses por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa armada.

Os filhos adotivos Marzy Teixeira e André Luiz de Oliveira, e a neta biológica Rayane dos Santos, foram inocentados no caso. 

Ontem, a ex-deputada relatou abusos cometidos pelo pastor dentro de casa que a motivaram o assassinato. Foi a primeira vez que ela falou, desde o início do julgamento. Sete testemunhas de defesa da ré acusaram o Anderson do Carmo de assédio e abuso sexual contra filhas e netas afetivas.

Segundo o Ministério Público, Flordelis foi responsável por planejar o homicídio do marido e de ter convencido os demais acusados a participarem do crime sob simulação de ter ocorrido um latrocínio. Em junho de 2019, Anderson foi alvejado na garagem da residência do casal e foi assassinado com mais de 30 tiros. Antes deste crime, a vítima sofreu váras tentativas frustradas de envenenamento.

O Tribunal do Júri de Niterói já condenou outros seis réus envolvidos no homicídio.Lucas e Flávio, filhos de Flordelis condenados pelo assassinato; Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Marcos Siqueira Costa (ex-policial militar), Andrea Santos Maia (esposa  de Marcos Siqueira) e Adriano dos Santos Rodrigues (filho biológico de Flordelis). Todos foram sentenciados por uso de documento falso e por associação criminosa armada.

Estrela de ‘Wakanda Para Sempre’, Dominique Thorne é a nova aposta de sucesso da Marvel

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Foto: Disney / Reprodução.

Uma nova super-heroína negra foi apresentada ao mundo após o lançamento de ‘Pantera Negra: Wakanda Para Sempre’. A talentosa e bem humorada Riri Williams, interpretada por Dominique Thorne, se mostrou como um dos destaques do novo filme. Inteligente e capaz de montar qualquer sistema complexo, a jovem personagem ganhará uma série exclusiva dentro da Disney+, ‘Coração de Ferro’.

Grande aposta do Universo Cinematográfico da Marvel, Dominique Thorne tem muito a mostrar e conquistar em Hollywood. Aos 25 anos, a jovem norte-americana vem conquistando o público com sua atuação cativante e poderosa. “Recebi um telefonema em agosto de 2020 de Nate Moore [Vice presidente de Produção e Desenvolvimento da Marvel Studios], que conheci alguns anos antes. Ele me perguntou se eu estava familiarizada com a personagem Riri, e eu estava muito, já que minha família e eu somos grandes fãs da Marvel“, revelou Thorne para a ELLE. “Então ele me disse que eles iriam adaptar a personagem para sua própria série no Disney + e apresentá-la pela primeira vez em ‘Pantera Negra'”.

Dentro da trama, Riri acaba se tornando uma grande amiga da princesa Shuri. Dominique revelou que sentiu medo ao ser escalada para interpretar a ‘Coração de Ferro’. “Até este ponto, tudo o que eu tinha feito era super fundamentado na realidade. Então, uma das partes mais intimidantes para mim em ‘Wakanda Para Sempre’ foi atuar em todas as telas verdes que entram em cena. Eu não tinha nenhuma experiência anterior com esse tipo de cinema. Eu estava nervosa com isso. Há tantos tipos diferentes de projetos que eu quero fazer que são incrivelmente diferentes uns dos outros”, comentou Thorne.

Dominique Thorne. Foto: Marcus Ezzell / Disney.

Em ‘Wakanda Par Sempre’, ao conhecer Riri, Shuri fica chocada e, em seguida, encantada ao descobrir que existe outra jovem negra super inteligente como ela vivendo no mundo. “Ver Shuri e Riri interagirem uma com a outra e ver essas duas mulheres muito inteligentes perceberem as semelhanças e a diferença que elas têm uma da outra foi realmente interessante”, conentou Nate Moore. “Felizmente, Thorne disse sim e se juntou ao MCU. “Ela estava no jogo e tem sido mais do que pensávamos que estávamos recebendo. Ela é uma atriz tão talentosa. Ela pode jogar drama e comédia. Ela está incrivelmente preparada. Ela gosta de todas as coisas físicas que esses filmes tendem a jogar nos artistas que são, às vezes, realmente surpreendentes.”

A série ‘Coração de Ferro’ deve estrear mundialmente em 2023, apresentando novas aventuras e rumos surpreendentes da talentosa Riri Williams.

“Começo de uma nova etapa da minha carreira”: Duda Pimenta lança novo hit, com participação de MC Soffia

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Reprodução/Divulgação

Após o término das gravações da novela “Poliana Moça”, no SBT, a atriz, cantora, dançarina e apresentadora Duda Pimenta está chegando às plataformas digitais a música “TMJ”, o primeiro single do seu novo EP.

A música “TMJ” (ou Tamo Junta) fala de empoderamento feminino, sororidade, e pode ser usado como uma referência para diversas meninas negras que a viu crescer na televisão.

“‘TMJ’ é o começo de uma nova etapa da minha carreira. Através desse novo projeto na música, quero compartilhar com todas as meninas pretas que me acompanham desde o começo que nosso lugar é onde a gente quiser! Sendo poderosa, tendo o estilo que a gente quiser, o cabelo que a gente quiser, mostrando que somos, sim, muita potência e temos muito talento!” Disse a menina sobre a nova música.

O hit, que conta com a participação especial de MC Soffia, ganhou, na sexta-feira (dia 11), um videoclipe exclusivo no canal da Duda no Youtube.

Sobre a participação de MC Soffia na canção, Duda fez questão de opinar:

“A participação da Mc Soffia reforça ainda mais essa mensagem. Somos mulheres pretas amigas, dividimos conquistas, criamos nossos caminhos representando e inspirando com o nosso trabalho! O clipe ficou lindo e espero que todos os fãs curtam bastante”.

Divulgação/TMJ

Adriana Barbosa, Clara Sodré e outras empresárias batem papo sobre “finanças para mulher preta” no Preta Poupa Fest

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No meio da semana, rolou uma papo didático e interativo sobre finanças, transmitido pelo youtube do Festival Feira Preta.

Criado para desmistificar que finanças não é um tema que se conversa na mesa de um botequim, o evento “Finanças também é um papo de botequim” foi apresentado pelo Preta Poupa, um projeto realizado pela PretaHub e a XP Inc. com foco na educação financeira de empreendedores negros e indígenas.

Como uma das convidadas, Clara Sodré, analista de Alocação e Fundos no Research da XP e educadora na Xpeed School (XP Inc.) conversou sobre educação financeira e a ascendência da mulher presta na área de dinheiro.

“A mulher preta, para muitos, não faz parte do público que precisa falar de dinheiro, por isso, precisamos falar sobre a administração e uso do nosso dinheiro”.

Clara foi mediadora de um dos painéis, que teve Gaby Chaves e Mônica Costa sobre as dicas de finanças e investimentos. As três falaram sobre a reserva financeira, famosa “reserva de emergência”.

“Comecem pensando em vida com maior qualidade em tudo. Leitura, pessoas que se parecem com vocês, que sejam semelhantes, para falar com alguém da mesma realidade com você para mudar sua mentalidade.”, enfatizou Mônica Costa, que pediu para a busca sobre conhecimento financeiro fosse com profissionais que “se parecem com vocês”.

Ainda buscando entender sobre educação financeira – com foco em mulheres negras – Adriana Barbosa, uma principais potências afro-brasileiras ao fundar a Feira Preta, o maior evento de cultura negra da América Latina, conversou sobre “como chegar lá?” ao lado de Dina Prates e Ludmyla Oliveira.

“Quando falamos do crédito no Brasil, a gente não fala não é de qualidade, porque muitas vezes, não é. E os empreendedores que buscam esse crédito para potencializar seus negócios e suas produções vão para os bancos e batem com a cara na porta, porque nem conseguimos entrar nessa instituição, como se finanças não fosse um assunto nosso.” Enfatizou Dina Paes.

“O empreendedor precisa conhecer a ferramenta, o dinheiro, suas finanças, para entender que nossos sonhos estão na linha de frente e depois vencer o mercado que está acima de nós.”

Ludmyla falou também sobre a conquista da “casa própria”, e pediu para que o empreendedor implemente uma gestão de seus investimentos e metas.

“Precisa enfrentar a escassez de frente e, dentro do negócio, implementar uma instrução de vida dentro de nossos sonhos”.

“Eu queria ter escutado que eu não sou invisível”, diz Lázaro Ramos sobre o primeiro livro para adolescentes

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Foto: Pedro Napolinário

O ator e escritor Lázaro Ramos acaba de lançar o livro “Você Não É Invisível”, sua primeira obra na literatura juvenil, pela Companhia das Letras. A obra fala sobre como os adolescentes, muitas vezes, se sentem sozinhos e confusos. “Eu queria ter escutado que eu não sou invisível. Eu queria ter escutado que eu não preciso ficar sozinho nas minhas angústias”, disse Lázaro em entrevista exclusiva para o Mundo Negro.

O livro tem como protagonistas os irmãos Carlos e Vitória, que moram juntos, mas têm muita dificuldade de se comunicarem e se sentem sozinhos. Lázaro confessa que escreveu várias histórias pessoais na obra. “Vai ser um jogo para as pessoas lerem e tentar adivinhar o que eu experimentei ou não. O livro tem várias pequenas aventuras, várias coisas que são minhas ou histórias que eu ouvi de pessoas que passaram pela minha vida”, brinca. 

Com o lançamento deste livro, Lázaro Ramos já publicou sete obras literárias (Foto: Reprodução/Instagram)

Leia a entrevista completa abaixo: 

Como foi o processo de criação da sua primeira literatura juvenil?

Esse livro eu comecei escrevendo pra dizer algumas coisas que eu gostaria de ter escutado na minha adolescência. Eu queria ter escutado que eu não sou invisível. Eu queria ter escutado que eu não preciso ficar sozinho nas minhas angústias. Eu queria ter escutado que é importante me comunicar afetuosamente com as pessoas que estão perto de mim porque isso vai me dar força. Eu queria muito encontrar acolhimento também nas minhas dúvidas de adolescente, minhas dúvidas sobre ética, minhas dúvidas sobre minha identidade, minhas dúvidas sobre minha autoestima. Eu tive a sorte de ter encontrado dois personagens por quem eu me apaixonei muito, que são os irmãos dessa história: o Carlos e a Vitória. Esses irmãos que estão vivendo numa mesma casa, mas não conseguem se comunicar e criaram mundos paralelos para sobreviver a essa fase de sobressalto da vida que é adolescer. Vitória encontra um caderno antigo da mãe que é quase um diário e ela vai escrevendo e descobrindo a trajetória da mãe e da avó, a linha dessas mulheres da família. E o irmão cria um perfil falso na internet, porque ele sendo ele mesmo, não consegue ter a atenção que ele gostaria, e a partir desse perfil falso, ele vai tendo mais atenção, mas ao mesmo tempo vai criando mais dilemas éticos. 

Quando você escreveu o livro, já teve alguns dos mesmos questionamentos que os personagens do livro? 

Nossa, todos. Na minha época não tinha nem Orkut, era ICQ. Eu não tinha um perfil de internet para me esconder. O teatro acabou sendo esse lugar. Eu tinha muita dificuldade em me comunicar, eu era muito introspectivo e ao colocar um personagem em uma peça de teatro, me libertava. Mas depois de um tempo, o personagem do teatro não bastava porque eu sentia que eu tinha uma voz e eu queria falar por mim. Então eu encontrei muito essa semelhança nesse personagem que vive hoje, em 2022 e a minha adolescência. Eu acho que é um processo que muita gente vai se identificar. Se você não encontra logo os recursos para ir sobrevivendo, se você não for extrovertido, se você não tiver um grupo de amigos e uma rede de relação que vai te levando, você acaba entrando nesse ciclo.

Capa do livro “Você Não é Invisível” (Foto: Divulgação)

Você acredita que esse livro também pode ajudar os seus filhos a lidarem com essas emoções na adolescência?

Ai caramba, não sei (risos). Eu escrevi muitos livros inclusive pra eles. Eles não estão nessa fase da vida ainda, mas já leram o livro. Eu acho que uma das mensagens que eu queria muito que eles absorvessem é essa parceria entre irmãos que o livro fala, que os personagens demoram a conquistar.  Também tem uma coisa muito bonita que é a maneira com que eles olham para os pais deles, a maneira com que os pais têm facilidade e dificuldade de se comunicar e se conectar com eles. Esse livro fala muito também sobre qualidade de comunicação. E a gente que vive uma época onde está cada vez mais difícil de se comunicar e se conectar, manter uma comunicação sadia. Eu acho que ele é um estímulo a isso para todo mundo. E numa linguagem muito divertida, do jeito que eu gosto e sei escrever. Eu gosto de fazer um livro que tem humor, que emociona, que tem referências onde todo mundo identifica. A última cerejinha desse livro foi fazer umas playlists para cada capítulo pra pessoa conseguir ler, escutando as músicas temáticas. Espero que as pessoas curtam porque  a gente fez com muito carinho. Inclusive fazendo muitas homenagens à gente legal da nossa música mundial, que eu tenho vontade que as pessoas escutem assim de Cesária Évora, Emicida passando por Beyoncé, passando por artistas Independentes que muita gente ainda não conhece. Faz parte dos estímulos que o livro quer publicar.

Como você decidiu encaixar o contexto pandêmico na história? 

A pandemia não estava no livro. Eu escrevi o livro todo e eram só dois irmãos que moravam na mesma casa depois eu pensei ‘todo mundo viveu essa experiência junto, a gente sabe muito bem o que é sensação de afastamento, de confinamento, de não poder se aproximar das pessoas’, aí eu trouxe para o livro e ganhou uma outra camada. No final das contas fez todo sentido, não é protagonista, não é o principal da história, mas acaba que nos uniu também nas experiências que todo mundo viveu recentemente.

Neste ano, Lázaro também publicou o livro “Medida provisória: Diário do diretor” (Foto: Reprodução/Instagram)

Você diria que esse livro também pode ser voltado para os pais fazerem reflexões?

Eu vou contar um segredo (risos), quando eu escrevo um livro, não faço a menor ideia para que idade é o livro e alguém que me diz isso depois e eu vou organizando. Quando eu comecei a escrever, eu não fazia a menor ideia que era um livro considerado para adolescente. Acho que isso acaba acontecendo uma coisa legal, dessa minha incapacidade de direcionar para um público, acaba que ele fala mais do que com um público pretendido e isso eu já aprendi com os livros infantis. Esse é a mesma coisa. Os leitores são muito variados. Ele tem uma idade indicada, mas os adultos que leram estão me dando retornos impressionantes, então trazendo para si. Porque esse livro ele tem personagens periféricos como tios, pais, amigos, que tem outra faixa etária e traz encontros de identificação de mensagens que as pessoas pegam.

Como você tem recebido os retornos de novo livro pelos leitores? 

Esse retorno na verdade começa antes de eu publicar porque tem uma coisa que eu já faço a anos com os meus livros. No caso dos livros infantis, é enviar o meu texto para uma escola pública em uma particular, sem saber que eu sou o autor e sem ilustração, e os jovens comentam. Esse meu livro foi a mesma coisa. Eu tive três consultorias, dois filhos de amigos, um menino e uma menina que estão nessa fase da vida, que leram e trouxeram insights, e um grupo de teatro aqui do Rio de Janeiro, que recebeu o texto também sem saber que era meu, somente a diretora do grupo de teatro. E eles fizeram uma coisa linda no meio da pandemia, me apresentaram o livro através de cenas, que eu assisti através do Zoom e fizeram provocações. Foi muito legal porque é uma voz que você já começa a ouvir antes de publicar. Agora que publicou, as pessoas têm identificado ele muito como uma boa companhia, de uma leitura que passa rápido e gostosa e acaba sendo um livro que cada um se apropria dele de uma maneira. O tema dele, eu falo que é comunicação, ética, formação da identidade, mas tem gente que lê e identifica outras coisas porque é um livro de múltiplas sensações. Eu acho isso muito poderoso.

ilustração do livro com referências de Beyoncé, Jay-z, entre outros artistas. (Imagem: Reprodução/Instagram)

Você se inspirou em alguém para criar os personagens da obra?

Não, mas tem várias histórias que são minhas, que eu vivi e tá na boca dos personagens ou contada de outra maneira. Vai ser até um jogo para as pessoas lerem e tentar adivinhar o que eu experimentei ou não. O livro tem várias pequenas aventuras, várias coisas que são minhas ou histórias que eu ouvi de pessoas que passaram pela minha vida. Eu queria muito que esse livro fosse uma conexão entre os meus livros infantis e o ‘Na minha pele’. Muito para formar uma cadência de identificação e fortalecimento da nossa autoestima. Meu esforço todo para criar uma linha de fortalecimento da nossa identidade da nossa autoestima.

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