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Com participação de Luís Gama “as maçonarias negras eram redes de apoio”, diz maçom negro

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Fotos: JRM Fotografia/ Reprodução

Muitos mistérios rondam sobre a existência da maçonaria por se tratar de uma sociedade discreta e com ações reservadas apenas àqueles que são membros. Entretanto, de tudo o que já foi dito sobre a organização, pouco é falado sobre a existência da maçonaria negra. O advogado e maçom Bruno Candido, morador do Rio de Janeiro, realizou a dissertação do mestrado sobre a importância da maçonaria negra para romper com o racismo.

Em entrevista ao MUNDO NEGRO, Bruno Candido falou sobre como iniciou sua jornada na maçonaria, os princípios da organização, a criação da Maçonaria Prince Hall, nos Estados Unidos, e a inserção do abolicionista Luís Gama na maçonaria negra e tradicional para combater a escravidão. “Ele nasce livre, mas corre o risco de escravização e começa a utilizar a maçonaria tradicional a partir dos seus contatos com homens brancos para que ele pudesse franquear, por exemplo, a ascensão intelectual como seu amigo delegado que lhe permitia acesso a biblioteca de livros de direito”, explica.

Leia a entrevista abaxo:

Símbolo maçônico (Foto: kelly2/Creative Commons)

Como e quando se deu o seu ingresso na maçonaria?

O meu aluno de um projeto social que eu tinha – para emancipação intelectual e financeira para advogados e estudantes de direito e juventude, foi também o meu professor no ensino médio. E ele também se tornou advogado. Quando eu fui aprovado no mestrado em Sociologia e Direito, ele falou que estava me reparando de longe e que chegou o momento dele me convidar a participar da maçonaria e que lá eu estaria conectado a pessoas que no meu cotidiano eu não estaria conectado e elas me ajudariam no meu propósito de fazer transformação social, com base naquilo que ele tinha visto no projeto onde ele era meu aluno.

Ele me insere na lógica da maçonaria negra. E eu começo a pesquisar sobre o assunto, entender quem foi Prince Hall, saber o que aconteceu nos Estados Unidos e na França com os maçons negros, e como a maçonaria foi importante pro Brasil. Como essas sociedades, na verdade, eram redes de apoio e cuidado para emancipação de população historicamente dominada.

Advogado Bruno Candido (Foto: Reprodução/Instagram)

Como surge a maçonaria negra?

A maçonaria nasce de pessoas que são operárias e se posicionam contra a elite. Então ela já nasce como uma ferramenta de contrapoder. Tanto que na história mundial da maçonaria, ela está sempre se posicionando contrária a governos ditadores, autoritários e sempre se posicionando na formação de quadros para ruptura dessas formas de dominação social e controle populacional. A maçonaria foi fundamental para vários processos, por exemplo, na independência nos Estados Unidos e no Brasil. Apesar de ter nascido com a classe operária, ela passa por um processo de elitização quando se tem a inserção de intelectuais e de outros quadros dentro do poder para que essas pessoas possam construir um poder contra o hegemônico. Exatamente por ser a classificação de poder contra hegemônica que a maçonaria não poderia ser aliada à escravização. Mas a maçonaria também não é um espaço de consenso geral. Também é um espaço de disputa de narrativa, vão ter núcleos de poder e de contrapoder.

A maçonaria negra nos Estados Unidos, nasce a partir de um homem negro já livre, que alcançou a alforria. Ele não consegue entrar na ordem porque as votações para ingresso eram secretas. Então não se sabia qual pessoa branca proibia que ele, como um homem negro, acessasse a maçonaria norte-americana. Então ele cria a própria maçonaria, a Maçonaria Prince Hall, que vem como uma oposição nos Estados Unidos e a articulação e conexão de homens negros poderosos. E homens negros articuladores também anônimos, que começam a estabeler a sua própria confraria, até chegar no ponto da construção de um poder que a maçonaria tradicional precisa aceitar. E quando ela aceita, esses homens negros que criam o seu próprio poder maçônico, passam a ser também irmãos de confraria da maçonaria tradicional. E a partir do momento que todos se tornam irmãos, tem uma coisa chamada ‘associação’, que é a capacidade de estabelecer protocolos de relacionamento e obviamente regras de éticas que precisam ser respeitadas na maçonaria. Logo, o racismo não pode ser um processo de separação entre aqueles que são verdadeiros irmãos.

Fundador da Maçonaria Prince Hall (Arte: Reprodução)

Qual a importância da maçonaria na sociedade? E o diferencial da importância para a maçonaria negra?

A maçonaria tem como princípio tornar o homem uma pessoa melhor, a partir de uma ilustração de que o homem é pedra bruta, cheia de pontas. E a partir do estudo das principais diretrizes mundiais, das principais culturas também mundiais, esse homem começa a se polir e quando ele se torna pedra lisa, ele devolve pra humanidade aquilo que ele tem de melhor para que torne a humanidade melhor também. Essa é a importância filosófica da maçonaria para a humanidade.

E a maçonaria negra, ela vem obviamente, fazendo a compensação pela nivelação da realidade mais precária mundial do posicionamento da população negra. No Brasil, a gente tem, por exemplo, quadros como Luiz Gama, que pratica a maçonaria tradicional e negra, se importando com o processo de segurança pública, que no seu período era o processo de reescravização. Já se tem o período abolicionista no Brasil, várias pessoas negras antes escravizadas já estão com o status de liberdade, porém o poder instituído daquele momento vê a necessidade de controle social, a partir de uma criminalização de reescravizar as pessoas negras. Então o Luiz Gama, filho de um português, que nasce livre, mas corre o risco de escravização, entende isso e começa a utilizar a maçonaria tradicional a partir dos seus contatos com homens brancos para que ele pudesse franquear por exemplo, a ascensão intelectual, como seu amigo delegado, que lhe permitia acesso a biblioteca de livros de direito e ao mesmo tempo, ele garantia segurança contra os seus opositores da branquidade, que obviamente não concordavam com o homem negro que estava fazendo toda a ruptura de lógica de escravização naquele período. Ele também é conectado a outros homens negros que estão promovendo ascensão social dentro da maçonaria e trabalhando um projeto de poder para emancipação de pessoas negras. Por isso que o Luiz Gama na Loja Maçônica América de São Paulo, atua nos processos jurídicos pra alforria, faz o letramento político dessas pessoas e depois devolve essas pessoas para sociedade novamente pra compor um núcleo de poder negro e poder antirracista branco aliado, para servir como contrapoder àquela opressão que se manifesta por meio da violência e em especial no campo da segurança pública e da escravização.

Foto: Reprodução

Como um homem negro pode se tornar membro deste espaço?

Hoje nós temos três exemplos mundiais como na França, nos Estados Unidos, como a Prince Hall, dentro dessa história que eu contei, e também no Brasil que não começa por Luís Gama, mas ele é o máximo expoente dessa representatividade. Nesses três países, a luta se dá em especial contra a aliança da colonização e do racismo, que promove um processo de alienação. Então a maçonaria te permite acesso a um conteúdo muito específico e especial, uma ascensão intelectual e uma atenção social, a partir da sua conexão com homens brancos em espaços de poder, que são seu irmãos e precisam te franquear todos os acessos pela sua relação de irmandade. Ainda que quem não queira fazer isso, terá que te ajudar em caso de justa necessidade. E tem também a relação da possibilidade de se conectar a grandes quadros negros que estão promovendo antes a emancipação isolada e conseguir reunir dentro rede de apoio. No Brasil, isso é importante porque as redes de irmandade como a Rosa Negra, por exemplo, foram e ainda são muito importantes pros processos emancipatórios de nosso povo. Hoje, nós temos outras formas de aquilombamento, mas também ainda mantemos viva a Maçonaria Negra e eu sou uma das pessoas que no Rio de Janeiro é responsável por esse recrutamento de homens negros, que possam participar desse processo.

Ieda de Matos do ‘Iron Chef’ da Netflix, participa de festival gastronômico com restaurantes liderados por mulheres

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Foto: Revista Gama

Nos dias 17 e 18 de setembro, acontece o Villa Stella, a segunda edição do festival gastronômico de Stella Artois na capital paulista, reunindo no Auditório Ibirapuera alguns dos melhores restaurantes da cidade, atrações musicais, opções de compras e uma estrutura charmosa e confortável.

Entre os projetos gastronômicos disponíveis na programação, o destaque será a presença da chef baiana Ieda de Matos do reality show Iron Chef Brasil da Netflix, neste sábado, dia 17. Ela é chef proprietária da Casa de Ieda, em São Paulo, onde oferece petiscos e pratos típicos da culinária nordestina. O restaurante também foi vencedor do reality culinário “Fora da Rota”, em 2020.

O estilista Isaac Silva também será destaque com disponíveis para venda da loja Isaac Silva Brand. A marca veste artistas como o apresentador Manoel Soares e a cantora Luciana Mello. E nesta sexta-feira (16), ele lançou a nova coleção “Panterona do Brasil“.

Os ingressos para o Villa Stella já estão à venda e custam R$ 30 por pessoa, dando acesso ao evento e incluindo uma cerveja de boas-vindas. O evento será das 12h às 22h. O público ainda vai poder acompanhar uma programação com painéis de conversa protagonizados por convidadas mulheres e também apresentações musicais de bandas e DJs. Na experiência oferecida pela cerveja da Ambev, todos os restaurantes e empreendimentos são liderados por mulheres.  

Primeira edição de Villa Stella (Foto: cria . mov)

Confira a programação completa:

Projetos gastronômicos com cardápios variados: Casa de Ieda, da chef Ieda de Matos; Fitó, da chef Cafira Foz; Casa Rios, da chef Giovanna Perrone; Casa Tucupi, da chef Amanda Vasconcelos; Atto, da chef Luiza Hoffman; Samambaia, liderado por Lígia Giovanini Moraes; e o vegano Tabuleiro das Meninas, comandado por Ganesha Melo e Cristina Mandarino. Já a sobremesa fica por conta das confeiteiras Jeanine Vieira e Isabel Buk. Todas as opções do menu custam, no máximo, R$ 50.  

Nos painéis de conversa de A Voz da Villa, serão abordados temas como bem-estar e gastronomia, apresentados por Ailin Aleixo, com as convidadas chefs de cozinha Cafira Foz e Ieda de Matos. Os canais de podcast também marcarão presença, representados pelo “Obvious”, com a host Marcela Ceribelli convidando a jornalista Luanda Vieira, e pelo “Pra Não Passar em Branco”, com a host Hariana Meinke convidando a atriz Alice Weggman.

O Som da Villa vai do início ao final do festival, com atrações como Duda Beat, Becca Perret, Illy, Dj Tamy Rei, Giu Viscardi e Dre Guazzelli. Entre as opções de compras, a Villa Stella vai reunir lojas como a Livraria Ponta de Lança, a marca de moda Isaac Silva Brand, a floricultura Fialka, a padaria Na Fila do Pão e o espaço Gengibrão, que reúne e impulsiona a produção criativa de uma cena independente e contemporânea da arte brasileira.

“Estamos muito orgulhosos em criar uma experiência que coloca as mulheres à frente, reconhecendo sua potência na cultura, gastronomia, no mundo dos negócios e onde mais elas desejarem estar”, conta Adriana Scarcela, Gerente Regional de Marketing de Experiência e Patrocínios da Ambev em São Paulo. A concepção do festival também contou com um comitê criativo 100% feminino, formado pela pesquisadora e apresentadora Ailin Aleixo, pela pesquisadora de culturas alimentares e palestrante Patty Durães e pela designer de experiências e conectora Isabella Nardini. 

“Stella convida as pessoas a aproveitarem a vida, preferencialmente ao redor da mesa, na companhia de gente querida e boa comida – é isso que chamamos de Vida Artois. A Villa Stella leva essa experiência para o público com o melhor em tendências, gastronomia e lazer. Para isso recriamos o espaço de uma vila, que é um lugar intimista onde as pessoas podem se encontrar e criar boas memórias”, complementa Renata Pimentel, Gerente Nacional de Marketing de Experiência e Patrocínios da Ambev. A estreia da Villa Stella em São Paulo aconteceu em 2020, em uma edição especial realizada dentro de domos a fim de se adaptar ao contexto da pandemia. Neste ano, o festival gastronômico volta ao seu formato original, com espaços compartilhados e ao ar livre.  

A primeira edição de Villa Stella foi em 2020 (Foto: cria . mov)

SERVIÇO 

VILLA STELLA 2022 — SÃO PAULO 

Data: 17 e 18 de setembro de 2022 (sábado e domingo)  
Horário: Das 12h às 22h  

Local: Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer (Avenida Pedro Álvares Cabral, 0)  

Ingressos: R$ 30,00 por pessoa + taxas, à venda no site da Sympla (com acesso livre ao evento no dia escolhido e uma Stella Artois como welcome drink para maiores de 18 anos) 

Meios de pagamento para compra de ingressos: cartão de crédito, PIX e boleto 

Meios de pagamento para compras no evento: cartão de crédito, débito e PIX 

Viola Davis diz que se emocionou ao gravar ‘A Mulher Rei’ na África do Sul: “Me senti em casa”

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Viola Davis em 'The Woman King'. Foto: Divulgação.

Um dos filmes mais aguardados do ano, ‘A Mulher Rei’ estreia dia 22 de setembro no Brasil. Contando a história das Agojie, uma força de elite de guerreiras, constituída unicamente por mulheres que protegiam o Reino Africano do Daomé no século 19, a obra foi inspirada em fatos verídicos e traz Viola Davis no papel principal, dando vida à general Nanisca. Para a construção do longa, parte das gravações aconteceram na África do Sul. “Foi a alegria da minha vida”, disse Viola sobre sua presença no país.

“Me senti em casa. Casa para mim é o meu marido e a minha filha, a minha mãe. Mas o lar também é uma comunidade da qual me sinto parte, uma comunidade onde nem sempre estou me escondendo e justificando minha presença“, continuou Davis, relatando a emoção e a conexão com o local. “Lá, eu senti como se tivesse brotado daquele chão. Me senti parte daquela gente. Me senti parte da terra, do céu. Eu me senti em casa. E eu não acho que você possa recriar isso em um estúdio. Acho que essa história é muito preta e muito africana.”

Viola Davis and director Gina Prince-Bythewood on the set of The Woman King.

A Mulher Rei‘ se passa numa época em que o Reino do Daomé era economicamente dependente da sua participação no comércio transatlântico de escravos. O filme retrata um período da história em que o rei teve a oportunidade de ouvir aqueles que se colocavam contra contra o comércio de escravos e a favor de explorarem um caminho alternativo para a prosperidade. “Vi na Nanisca um ser humano completamente realizado e uma mulher que estava aproveitando totalmente a sua força”, relata Viola através do material de imprensa. “Eu amo a força física dela e me vi naquilo.”

A cultura do Daomé, que valorizava a significância das mulheres, contava com uma organização social única e incrivelmente progressiva para a época, em que todos os cargos oficiais eram ocupados tanto por um homem quanto por uma mulher. “Fiquei impressionada com as fotos das guerreiras reais, as descrições das testemunhas oculares acerca das suas habilidades”, disse Dana Stevens, roteirista do longa. “Essa história não é muito conhecida – há tantas culturas que negligenciamos e não retratamos nos filmes. Essa era a chance de contar uma história verídica e épica sobre essas mulheres excepcionais.”

(L to R) Thuso Mbedu, Viola Davis and Shelia Atim star in The Woman King.

“Senti que A Mulher Rei era uma história importante, porque me vi nela”, afirmou Viola Davis, que também é produtora do filme. “Eu vi a minha feminilidade nela. Vi a minha escuridão nela. Vi uma parte muito importante da história nela. Eu sempre digo que qualquer parte da história é importante, mesmo as menores partes. E acho que é uma história pela qual o mundo está faminto.”

“Não existe uma idealização de carreira internacional”, diz IZA em entrevista exclusiva ao Mundo Negro

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Foto: Guilherme Nabhan.

Reconhecida no país inteiro, IZA está vivendo um momento de celebração e novidades em sua carreira. Nas últimas semanas, a cantora realizou o lançamento do curta-metragem ‘Três’, fez um show histórico no Palco Mundo do Rock In Rio e, mais recentemente, anunciou um show exclusivo na cidade de Salvador, em celebração ao dia da Consciência Negra.

“A recepção [após o show do Rock In Rio] tem sido muito bacana, acho que nunca li tantos comentários positivos. E olha que eu procuro não me envaidecer muito com isso porque a partir do momento que você depende disso, você está presa na mão dos outros“, conta a cantora. “Mas eu estou muito feliz, as pessoas estão entendendo a história e se reconhecendo no meu trabalho e me agradecendo pela dedicação. Isso não tem preço”.

Em conversa exclusiva com o Mundo Negro, IZA adianta novidades e fala sobre carreira, o desejo de cantar em outros idiomas, a mensagem presente em suas músicas e muito mais.

MUNDO NEGRO: Aliás, falando em ‘Três’, você lançou um curta-metragem, no dia do seu aniversário, um dia antes do Rock In Rio. Como surgiu essa ideia de lançar uma produção visual dessa maneira?

IZA: Eu queria muito dar um spoiler grande do que está vindo por aí com meu álbum, antes do Rock in Rio. Acho que a melhor data para isso foi o dia do meu aniversário, literalmente um dia antes do show. Como eram 3 músicas, achei que tinha tudo a ver lançar no dia 03 e chamar o projeto de Três.

IZA em ‘Mole’, música do Projeto Três. Foto: Guilherme Nabhan.

Falando nisso, seu show no Rock In Rio foi histórico. Parabéns. Podemos esperar elementos daquele show aqui, nesse espetáculo que você está prestes a fazer em Salvador? Dizem que a capital baiana tem essa energia diferente, principalmente para nós, que somos da comunidade negra. Você também sente isso?

Eu sinto isso também. Na verdade, acho que vai ser diferente só por estar lá, só por estar nesse lugar, vivendo essa atmosfera. Ainda que eu fizesse o mesmo repertório, o show seria completamente diferente porque a energia de Salvador não tem igual.

Recentemente, você foi enfática ao responder críticas e ataques relacionados à sua produção musical. Chegou a dizer que ‘não entra na piração de expectativas alheias’. Você acredita, que de alguma forma, por ser uma mulher negra ocupando um espaço de destaque, esses ataques ganham mais força e se repetem com mais frequência?

Com certeza isso tem a ver com a minha cor também. Acho que existem inúmeros artistas no país, com velocidades diferentes. Cada um faz o que quer, na real. E talvez por eu ser uma cantora pop, as pessoas esperam que eu tenha uma frequência, que eu não sei em que foi baseado. Fiquei feliz que algumas pessoas concordaram, a gente tem que ter coragem de ser a gente mesmo.

IZA no Rock In Rio 2022. Foto: Diego Padiilha / I Hate Flash

Nos últimos meses você se aventurou no espanhol, como é o caso de ‘Eléctrica’, já cantou em inglês na maravilhosa ‘Bend The Knee’, músicas que foram muito bem recebidas pelo seu público. Podemos esperar IZA cantando mais vezes em outros idiomas? Existe alguma idealização de carreira internacional?

Não existe uma idealização de carreira internacional. Na verdade existe uma grande preocupação até. Fico tentando entender se essa carreira é para mim porque eu fico feliz com tudo o que tem acontecido no Brasil, mas minha vida mudou muito. Fico pensando em viver tudo o que vivo no Brasil em outros lugares. Cada vez tem menos espaço para eu ter privacidade.

Mas cantar para muitas pessoas, de culturas diferentes, ao redor do mundo todo, sempre foi um grande sonho. E, sim, eu estou louca para cantar em outros idiomas, mais músicas em inglês, espanhol. Eu amo me aventurar e tem sido muito divertido aprender com outros artistas.

Neste momento, você consegue citar artistas que você sonha em fazer parceria? Seja nacional ou internacional?

Eu amo muito a Coffee, que é uma artista incrível, e o Burna Boy. Nesse momento são as pessoas com quem eu mais gostaria de fazer feat.

Suas músicas falam muito sobre propósito, sobre inspirar e fortalecer outras pessoas, principalmente pessoas negras. Pra você, porque é tão importante falar sobre esses temas?

Na verdade eu acabo falando nesse tema porque são músicas que fazem sentido para mim. Não é nada que eu calculo: vou cantar para fortalecer as pessoas. Essas músicas são para me fortalecer, são verdadeiras para mim. E quando a gente faz uma coisa de verdade, com o coração, as outras pessoas acabam se conectando também. Fico muito feliz com a participação da minha música na vida das pessoas.

Modelo brasileira, Juliana Nalú, estrela nova campanha da Yeezy, marca de Kanye West

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Foto: Mix Models.

A modelo brasileira Juliana Nalú acaba de estrelar sua primeira campanha para a Yeezy, marca de Kanye West. A modelo de 23 anos mora em Los Angeles, nos EUA, desde 2017. Seu contato com o rapper aconteceu durante uma festa de Kendall Jenner, no início deste ano. “Eu estava na festa da Kendall Jenner, em Los Angeles. Em determinado momento, o Kanye me abordou sorrindo e disse: ‘Adorei seu look. Amei muito!”, relembrou.

“Agradeci e me apresentei e, na mesma hora, ele chamou a assistente, pedindo para que ela pegasse meu contato pois ele tinha interesse em fazer futuros trabalhos comigo na moda”, disse a modelo.

Juliana Nalu nos stories de Kanye West. Foto: Reprodução.

Juliana nasceu no Complexo do Chapadão, no Rio de Janeiro, e acredita que falar de sua origem ajuda a mudar os preconceitos existentes com as comunidades. “Tenho muita gratidão por tudo que vivi e o que aprendi nesse caminho. Tenho muito orgulho de ter vindo de uma comunidade. Aqui fora, quando me conhecem e perguntam de onde eu sou, eu já falo cheia de orgulho: ‘I’m from the favela!’. Com a boca cheia, porque é assim que a gente vai mudar esse estereótipo de que vir da favela é uma coisa ruim”, completou.

“Eu queria dedicar excelência a este filme para que ele pudesse se orgulhar”, diz Letitia Wright sobre Pantera Negra

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Foto: Reprodução

A atriz de Pantera Negra: Wakanda Forever foi a entrevistada da noite da última quinta-feira (15), no programa do Jimmy Fallon

Na noite da última quinta-feira (15), Letitia Wright, a atriz que interpreta Shuri no filme Pantera Negra, esteve no The Tonight Show Starring Jimmy Fallon. Durante a entrevista, Wright contou que “dedicou cada cena” de Pantera Negra: Wakanda Forever, novo filme da franquia, ao falecido ator Chadwick Boseman, intérprete do herói em 2018.

Letitia contou a Fallon que o novo filme do herói é uma “carta de amor” a Boseman. A atriz também falou sobre o legado do filme, destacando o “impacto cultural” causado pelo longa e disse que trabalhou com dedicação na gravações para que o ator “pudesse se orgulhar”: “Bem, em primeiro lugar, posso dizer que o primeiro foi um sucesso. Criamos um impacto cultural e uma mudança. E com este filme estamos tentando seguir o mesmo tema. Estamos tentando inspirar todos que vão vê-lo. Temos novos membros no elenco como Dominique Thorne e Michaela Coel. Então, está cheio de aventuras. Mas eu sinto que é uma bela contribuição para o legado de Chadwick. É uma carta de amor para ele. Eu sei que todos os dias que fui ao set, concentrei minha energia em cada cena para dedicar a ele. Eu queria dedicar excelência a este filme, para que ele pudesse se orgulhar disso”.

Durante a entrevista, Fallon questionou Letitia Wright sobre quem será o novo Pantera Negra. Mas a atriz não deu pistas sobre o assunto, afirmando que jurou guardar segredo sobre a informação. Letitia também falou sobre o acidente que sofreu no set, causando uma grave lesão no ombro, durante as gravações do filme, em agosto de 2021. “Foi uma situação infeliz que aconteceu. Demorei três meses, então fui para casa, recuperei minha mente, recuperei minha saúde e depois voltei e terminei forte”, contou a intérprete de Shuri, irmã do Rei T’Challa.

Pantera Negra: Wakanda Forever tem data de estreia prevista para o dia 10 de novembro. No novo filme, a população de Wakanda vê a Rainha Ramonda, Shuri, M’Baku, Okoye e Dora Milaje lutando para proteger sua nação de potências mundiais que querem invadir o território após a morte do Rei T’Challa. Enquanto os wakandanos tentam entender o próximo capítulo de sua história, os heróis devem se reunir com a ajuda de Nakia e Everett Ross e forjar um novo caminho para o reino de Wakanda.

Jogador Vini Jr é alvo do racismo de Pedro Bravo, empresário espanhol: “Tem que parar de fazer macaquice”

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Pedro Bravo e Vini Jr. Foto: Reprodução.

Vini Jr, jogador de futebol do Real Madrid, da Espanha, foi alvo de racismo durante um programa de televisão espanhol. Durante o programa “El Chiringuito”, o presidente da Associação Espanhola de Empresários de Jogadores, Pedro Bravo, usou a expressão “fazer macaquice” para criticar as danças que Vini faz nas comemorações de seus gols.

“Você tem que respeitar o rival. Se quer dançar, que vá ao sambódromo no Brasil. Aqui o que você tem que fazer é respeitar os companheiros de profissão e deixar de fazer macaquice”, disse ele.

https://twitter.com/ShowChiringuito/status/1570554003435687936

Após a declaração racista, Bravo pediu desculpas nas redes sociais. “Quero esclarecer que a expressão ‘fazer macaquice’ que utilizei mal ao qualificar a dança do Vinicius na comemoração dos gols foi de maneira metafórica (‘fazer idiotices’). Como minha intenção não foi de ofender ninguém, peço sinceramente desculpas. Sinto muito!”, postou.

Vinícius recebeu apoio de outros atletas e famosos nas redes sociais. Neymar, que também já foi duramente criticado na Europa por suas comemorações de gols, usou o Twitter para apoiar o colega com uma postagem onde dizia “Baila VINI JR”. O tweet foi compartilhado por Vini, que, com uma foto em que comemora um gol ao lado de Neymar, respondeu: “Sempre!”

https://twitter.com/vinijr/status/1570685740375494657

Danças de seis orixás femininas e da Pombagira Colondina são retratadas em animações feitas em aquarela e em publicação

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Foto: Reprodução/Instagram

No dia 17 de setembro, a partir de 12h, a artista audiovisual Ilana Paterman Brasil lança ‘Água de cor: as danças das mulheres da Nação Ijexá‘, um projeto artístico-documental em animação das danças das Iabás – orixás femininas – e da Colondina. Contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2019-2020, ele é composto por animações feitas em rotoscopia artesanal a partir de registros videográficos, utilizando a aquarela como ferramenta criativa, e uma publicação.

O evento, quando também será oferecida uma feijoada, acontece no próprio terreiro Corte Real da Nação Ijexá, liderado por Pai Zezito de Oxum e localizado em Belford Roxo, Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. As obras e curiosidades sobre o processo de criação do trabalho ficam acessíveis em https://www.ilanapatermanbrasil.com/aguadecor.

O projeto

‘Água de cor: as danças das mulheres da Nação Ijexá’ surge com o intuito de comunicar os saberes das danças femininas de terreiro, que traduzem em movimentos os mitos iorubás, atualizando-se nos corpos e seguindo de forma fluida os toques dos atabaques – mito, som e gesto tornam-se uma coisa só. O foco do projeto está nas mulheres. São seis as principais iabás: Oxum, Obá, Euá, Nanã, Iemanjá e Iansã. Soma-se a elas a Colondina – uma Pombagira, entidade que traz nos gestos inúmeras possibilidades de manifestação do feminino.

“São referências essenciais em um momento de transformação para as mulheres, que buscam saídas para desenvolver potências e desejos”, explica Ilana. “Os arquétipos femininos iorubás resistiram à barbárie civilizatória e ao domínio colonial, preservando outras formas de ser e de agir enquanto mulher na sociedade.”

Técnica de animação

A rotoscopia permite que o movimento se revele ao transformar vídeo em desenho – o corpo dançante, em traços e cores, torna-se o único elemento na tela, direcionando a comunicação expressiva dos gestos. A utilização do processo artesanal, com aquarela, surge como consequência das vivências em terreiros: o fazer manual e o contato direto com materiais naturais inspiraram a escolha por essa linguagem. Além disso, a água – base da aquarela – é ritualmente associada às mulheres.

Cada animação é composta por centenas de desenhos que, quadro a quadro, recriam os gestos expressivos das filhas de Pai Zezito de Oxum, líder da Corte Real da Nação Ijexá. Silvia, Mara, Ângela, Rosani, Eunice, Solange e Solemar dançaram para duas câmeras, em uma manhã de agosto de 2021, e tornaram-se aquarelas. Estes desenhos foram fotografados em diferentes chãos e, assim, viraram movimento novamente.

O livro

A publicação apresenta uma seleção de desenhos de cada dança, permitindo a apreciação de aquarelas em diferentes escalas, o que inclui uma série de 36 desses desenhos lado a lado, a fim de visualizar os passos das animações. O livro também traz textos de Ilana, nos quais ela compartilha histórias e magias do processo de realização deste trabalho com Ricardo Alves, Ogan da Oxum de Pai Zezito, e o historiador Luiz Antonio Simas.

Curiosidades

Pai Zezito veio de Salvador, nos anos 1950, fundou o primeiro terreiro da nação Ijexá em solo fluminense. O termo “nação” está relacionado às origens das tradições de uma casa, remanescente de diferentes regiões africanas. Ijexá é o nome das terras onde corre o rio Oxum. Os Ijexás são intitulados de “Povo das Águas”.

Ilana Paterman Brasil é artista, pesquisadora e pertencente ao terreiro Corte Real da Nação Ijexá. Realizou projetos anteriores de forma similar, porém focados em retratar personalidades do Candomblé. Água de Cor é um projeto inédito de comunicação, documentação e preservação de danças e gestos das Iabás, cada uma carregando características de diferentes arquétipos femininos, presentificadas nos próprios movimentos.

SERVIÇO:

Rumos Itaú Cultural 2019-2020

Água de cor: as danças das mulheres da Nação Ijexá

Dia 17 de setembro, a partir de 12h

Exibição das animações, lançamento da publicação e feijoada

Local: Culto Afro Corte Real da Nação Ijexá

Rua Nossa Senhora do Líbano, 16, Parque Amorim

Belford Roxo (RJ)

Entrada gratuita

“Todos deveriam fazer terapia”, diz Venus Williams ao defender a importância da saúde mental

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Venus Williams. Foto: Stas Komarovski.

Em recente entrevista para a revista People, Venus Williams disse que se sente muito grata pela forma como sua mãe, Oracene Price, encorajou ela e seus irmãos a cuidarem sempre da saúde mental. “É importante se envolver com boas terapias antes mesmo de você ter algo exatamente a falar, para trabalhar e se defender de qualquer coisa que possa surgir em sua vida”, disse Williams.

A tenista defendeu que todas as pessoas deveriam fazer terapia, sendo proativas em relação à saúde mental. “Você não precisa esperar que problemas apareçam em sua vida para começar, todos deveriam fazer”, contou ela. “Minha mãe sempre nos disse isso, você tem que trabalhar em sua força mental. Essa era a teoria dela para criar filhos. Ajudá-los a estar mentalmente prontos e preparados”.

Venus Williams. Foto: Stas Komarovski.

Recentemente, Williams anunciou uma parceria com o serviço de aconselhamento online BetterHelp, objetivando fornecer até US$ 3 milhões em terapia de saúde mental gratuita. “Este ano, estamos voltando de uma maneira maior e melhor”, disse Williams, que trabalha com a empresa desde 2021. “Estou muito empolgada por fazer parte disso e, literalmente, dar oportunidades para as pessoas melhorarem a saúde mental.”

“Enquanto atletas devemos ser indestrutíveis, invencíveis, quase como super-heróis. Mas quando os atletas compartilham suas histórias sobre o que passaram, isso realmente ajuda pessoas de todas as esferas”, destacou a tenista ao falar sobre a importância dos atletas compartilharem suas histórias com o público. “Eu trabalho muito proativamente para fazer com o tipo de mentalidade que quero ter quando piso na quadra e penso em como quero me sentir, como quero jogar, como quero me perceber”.

Aline Chermoula participa da terceira temporada do reality show Bar Aberto

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Foto: divulgação

A terceira temporada do reality de coquetelaria estreou hoje no YouTube

A chef Aline Chermoula participa da terceira temporada do reality show Bar Aberto. O primeiro reality de coquetelaria nacional será exibido no YouTube e procura identificar o melhor bartender amador do Brasil

Chermoula se interessou pela produção e criação de drinks ainda na faculdade de gastronomia. Produzindo saborosas bebidas aromáticas e ricas em especiarias, visando promover uma sensação única.  As especialidades da chef são bebidas levemente cítricas e adocicadas. Valorizando e harmonizando com seu conceito culinário e ancestralidade.

 Para assistir ao reality, basta acessar o link: https://youtu.be/6-D8gXxDArg

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