O processo seletivo é realizado pelo Grupo Cia de Talentose busca jovens talentos para compor o time da futura liderança da Natura & Co América Latina
Estão abertas as inscrições para o programa de trainee CorageNatura 2023 com vagas afirmativas para pessoas negras na Natura & Co América Latina. O CorageN irá selecionar pessoas com perfil intraempreendedor no Brasil e na Argentina que tenham graduação completa até setembro de 2022. O processo seletivo é realizado pelo Grupo Cia de Talentos. O para inscrições encerram no dia15 de dezembro.
As pessoas selecionadas serão encorajadas a inovar e a pensar em soluções para os desafios da organização. Além disso, é preciso ter ensino superior completo, se identificar com a cultura da organização e querer construir uma carreira na Natura.
O programa tem como objetivo buscar pessoas que se orgulham de suas origens e que queiram influenciar e formar times multiculturais, diversos e que gerem impacto positivo ao seu redor. O CorageN é estruturado para que os trainees possam experimentar os desafios da organização no cotidiano, com execução de projetos alinhados ao negócio, alocação nas áreas de acordo com vocação, perfil e entregas, estímulo à troca e co-criação, além de acompanhamento da liderança em todo o processo.
Conduzido pela Cia de Talentos, em parceria com a consultoria de desenvolvimento Singuê, o processo seletivo será em formato de jornada de experimentação. A proposta é embasada na construção de um programa em que todas as pessoas participantes tenham a oportunidade de fortalecer as habilidades de cultura e inovação para a aceleração de projetos da Natura.
“A diversidade, equidade e inclusão são fundamentais para o fomento de uma alta liderança multicultural e negócios que geram bons impactos. O CorageN, o primeiro programa de trainee da Natura para a América Latina, enxerga essa necessidade de olhares diversos e ações criativas para potencializar seu ecossistema e ampliar um cenário igualitário”, pontua Luana de Paula, Sócia do Grupo Cia de Talentos.
O programa de trainee terá cinco etapas, que visam repertórios de vida que contribuam com a geração de impacto positivo para as pessoas e para o planeta. sendo elas:
Descobrir: fase de inscrição e imersão no universo Natura &Co;
Idealizar: as pessoas selecionadas para esta etapa participarão de uma aula com a Liga Venture, plataforma de inovação aberta, sobre inovação e empreendedorismo;
Inovar: etapa de entrevista individual, cujo foco será as habilidades da pessoa candidata e nos projetos de impacto da organização;
Solucionar: serão duas fases que compõem a etapa final do processo de seleção. A primeira prevê rodadas de trabalho em grupos e, na segunda, acontecerão as entrevistas finais;
Intraempreender: momento de celebrar a nova parceria com Natura &Co e dar os primeiros passos rumo à sua jornada de transformação na organização.
Para Luana de Paula, ainda, o programa de trainee CorageN “assegura um ambiente mais inclusivo, assim como prioriza o desenvolvimento das pessoas que contratam para o fomento da equidade. Além disso, o CorageN incentiva o protagonismo e a oportunidade da pessoa candidata através de suas experiências de vida, construir novas oportunidades de negócios e inovação com coragem, transformando tudo e a todos ao seu redor”, enfatiza a executiva.
Com objetivo de inspirar crianças negras, a ‘Era Uma Vez o Mundo’, Startup educacional e de impacto social, que desenvolve brinquedos e atividades educativas, distribuirá, de forma gratuita, a partir desta quarta-feira (30), 2 mil bonecas negras de diversas profissões em escolas da rede municipal de educação infantil do Rio de Janeiro.
A distribuição também ocorrerá nos dias 8 e 9 de dezembro. O projeto foi possível a partir do Edital de Soluções de Retomada criado pela Shell Iniciativa Jovem. Jaciana Melquiades, que é professora, educadora social, historiadora e consultora educacional de igualdade racial, além de sócia-fundadora e diretora executiva da ‘Era Uma Vez o Mundo’, acredita que brinquedos podem servir como uma ferramenta de transformação social. Para ela, o efeito das atividades na autoimagem das crianças é imediato, e a utilização de elementos lúdicos é capaz de desenvolver potência não só em crianças, mas também em pessoas de diversas idades.
“Entendemos esse brinquedo como uma ferramenta poderosa na construção da identidade afirmativa e positiva das crianças de uma forma geral. Na rede pública, encontramos a maioria das nossas crianças negras, e essa distribuição garante que as pessoas pelas quais criamos nosso negócio tenham acesso ao brinquedo, e a todo potencial de desenvolvimento que ele traz junto”, diz Jaciana.
Foto: Divulgação.
Bonecas negras tem a capacidade de fazer crianças enxergarem de forma humanizada pessoas negras, de uma forma lúdica. A partir deste brinquedo, as crianças se veem, se sentem representadas, criam noção de existência, pertencimento e percebem que há também um lugar no mundo para elas. “Podemos mostrar que é possível transformar a educação e debater a pauta racial através do lúdico. Mas não só debater, promover um enfrentamento real ao racismo desde a menor infância, de forma a construirmos um futuro possível e saudável“, Jaciana ressalta a importância dessa ação.
Nesta quarta-feira (30) a escola contemplada será EDI Rachel Queiroz, localizada na Presidente Vargas. Na quinta-feira (8), será a vez das escolas EM General Mitre e EDI Machado de Assis, localizadas em Santo Cristo, EDI Antônio Raposo Tavares na Gamboa e Ciep José Pedro Varela no Centro. Já na sexta-feira (9), a distribuição será no Ciep Avenida dos Desfiles I, localizado no Sambódromo , CM Estácio de Sá, no bairro Estácio e CM Direitos Humanos em Rio Comprido.
Com foco em iniciativas de organizações negras de educação na área da tecnologia, o MOVER (Movimento pela Equidade Racial) e o Fundo Baobá lançou o edital Educação em Tecnologia que destinará R$ 4 milhões para apoiar 16 projetos de organizações sem fins lucrativos. Cada projeto receberá entre R$ 250 mil e 500 mil.
As inscrições estarão abertas até o dia 12 de janeiro de 2023, às 17h. O objetivo é dar apoio a projetos que tenham capacidade comprovada de elaboração e implementação de processos formativos na área de tecnologia.
O critério de análise das propostas apresentadas levará em conta o fato de as empresas e organizações terem ou não capacidade para elaborar e implementar programas de formação e/ou de qualificação profissional em: gestão e segurança da informação; tecnologia da informação; uso, monitoramento e controle de tecnologias; desenvolvimento, análise e avaliação de sistemas de informação; desenvolvimento de produtos analíticos, além de programação em suas diferentes linguagens. Os projetos terão que ser executados em um período de 17 meses. As empresas e organizações selecionadas terão mais 30 dias (1 mês) para fazer a prestação de contas.
A relação entre educação profissionalizante, qualificação e, por consequência, a ampliação do potencial de empregabilidade para pessoas negras vem sendo alvo de discussões no país. As movimentações em torno de práticas de formação profissional estão sendo formatadas nos mais diversos espaços sociais por diferentes agentes. Desde educadores, passando por empresários e trabalhadores. O edital vai ser um importante item a se juntar a essas iniciativas, que contribuem para a formação, inserção e mobilidade de pessoas negras no mercado de trabalho, em todo o país.
Do jeito que a comunidade negra gosta! Depois da polêmica envolvendo o Festival Nômade e Wehoo por convidarem Bala Desejo e Céu para abrirem o show de Erykah Badu, em São Paulo, hoje (29) foi anunciado a nova line-up, apenas com artistas negros: Larissa Luz convida Anelis Assumpção, Majur, Dj Tamy, Dj Nyack e Gilsons.
O evento será realizado no Memorial da América Latina, no dia 22 de janeiro de 2023, a partir das 14h. Os ingressos ainda estão disponíveis para vendas no site Ticket 360.
Anelis Assumpção compartilhou a novidade com muita alegria e crítica. “Racialidade e gênero não podem mais ser ignorados pois são pautas centrais para quaisquer narrativas de reparo, alternância e redistribuição de oportunidades. As curadorias devem ser profundamente pensada de forma coletiva e justa”.
A artista agradeceu às cantoras negras que lançaram um manifesto contra a curadoria do evento que antes convidou artistas brancos. “Trouxeram essa discussão pra mesa sem medo”.
“Mais uma vez, agradecemos os comentários e indicações, e permanecemos aqui, escutando e construindo o #MundoNômade com vocês”, publicou o festival no Instagram.
Erykah Badu, volta ao Brasil em janeiro de 2023 para realizar um show em SP e outro no RJ, em comemoração aos 25 anos do álbum ‘Baduizm‘. Apesar da empolgação dos fãs com a vinda da norte-americana, a escolha de artistas abertura do show foi motivo de críticas por músicos e ativistas negros. Diversas cantoras negras se manifestaram contra a curadoria, a começar pela Luedji Luna, que não poupou palavras para o descontentamento: “O apagamento de cantoras pretas nesse país é de uma coisa tão descarada, que sei lá. Meu dia tava ótimo, mas acabei de estragar meu dia”, disse em um trecho do post.
No dia seguinte, Bala Desejo e Céu anunciaram que não fariam mais parte da programação do evento. “Esperamos ser substituídos por muitos dos talentos da música preta brasileira, alguém que dialogue diretamente com o legado de Badu. Há muitos artistas com mais propriedade para ocupar esse lugar do que nós”, disse o grupo Bala Desejo, em comunicado publicado nas redes sociais.
Cirque du Soleil, uma das companhias de entretenimento mais famosas do mundo, também é o local de trabalho da carioca Cássia Raquel. Ela participa do espetáculo ‘Alegria’, que agora, faz turnê pela Ásia com apresentações confirmadas no Japão e na Coréia do Sul. A brasileira interpreta a personagem ‘Singer in Black’, uma das protagonistas do musical.
“O mais legal é ver que a personagem está passando por transformações, tanto no nome (antiga Black Singer) quanto na estrutura. Antes eram apenas mulheres brancas com roupas pretas e se tratava de uma versão sombria da cantora de branco (White Singer)“, diz Cássia. “Agora esse panorama mudou e o termo preto não é mais associado a algo ruim, o que é ótimo”. Lançada em comemoração aos 10 anos do Cirque Du Soleil, em 1994, a produção tornou- se uma das mais populares da companhia. A nova versão, ‘Alegria – In A New Light’, traz uma releitura do clássico, em um enredo político que discute a esperança.
“Teremos apresentações majestosas, com um número maior de integrantes em relação à última temporada. Entretanto, o mais especial é a música nova, que está linda, mas os detalhes ainda são segredo”, detalha Cássia. Atriz e cantora, ela trabalhou em diversos segmentos ao longo da carreira, desde musicais infantis até produções da Broadway como ‘Os Miseráveis’, ‘Homem de La Mancha’ e o premiado ’60 Doc Musical’.
Cássia Raquel no espetáculo ‘Alegria’. Foto: Divulgação.
“Um dos mais marcantes foi o ‘Hair’, que foi meu primeiro“, diz ela, relembrando sua trajetória. “Apesar de ser iniciante, contei com o apoio da direção e do elenco para me desenvolver. Tivemos diversos workshops, como aulas de história e yoga. Além de fazer parte do coro, também tinha meu próprio solo. Foi o pontapé inicial da minha jornada”.
No exterior há mais de um ano, Cássia revela sentir saudades de casa, e planeja retornar ao Brasil em breve, não apenas para morar, mas para realizar um sonho antigo: abrir sua própria escola de artes. “Unir música, dança e teatro em um só lugar, e com um valor acessível para as pessoas da periferia. Infelizmente, nosso circuito artístico ainda é elitista e excludente, então quero poder mudar esse patamar. E não quero apenas abrir o espaço, mas ensinar também. Ser a professora que eu sempre quis ter na minha formação”, conta.
“Que a gente não se limite a fazer os mesmos tipos de personagens, mais estereotipados. Que as pessoas, em especial as meninas pretas, acreditem que possam estar nos mesmos lugares ou até melhores do que eu. Que possamos romper barreiras, e criar um futuro melhor e mais inclusivo a todos”, finaliza Cássia.
Ricardo Silvestre, CEO e Fundador da Black Influence – principal agência brasileira de influenciadores e creators negros, foi indicado ao Prêmio Caboré 2022 e disputa a cobiçada coruja na grande premiação da indústria nacional de publicidade, na categoria Atendimento e Negócios. A votação está aberta até o dia 2 de dezembro, restrita aos assinantes do portal Meio & Mensagem, idealizador do evento.
“Ser indicado a esse prêmio que é o considerado o mais importante do mercado publicitário brasileiro, como o profissional mais jovem da história é algo que eu celebro muito porque indica um reconhecimento pelo meu trabalho, que é principalmente desenvolvido para que tenhamos mais representatividade negra na publicidade, sobretudo em campanhas com influenciadores. Ser parte ativa desse processo de transformação é uma enorme responsabilidade, mas também muito gratificante. Desejo muito que tenhamos cada vez mais pessoas pretas assumindo essas posições e também sendo reconhecidas e valorizadas”, diz Ricardo Silvestre ao Site Mundo Negro.
A agência Black Influence completou três anos de fundação em 2022. É uma das primeiras no mercado publicitário a dar mais espaço e visibilidade às pessoas negras que trabalham com produção de conteúdo na internet.
Neste ano, o empresário foi listado como um dos 10 LinkedIn Top Voices Next Gen por ser uma das vozes mais relevantes da plataforma. Além disso, foi também escolhido como uma das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes do mundo pelo Most Influential People of African Descent (MIPAD), organização parceira da ONU e da African Union.
Foi reconhecido pela revista Forbes como um dos 10 perfis inspiradores para seguir no Instagram, eleito também como uma das 100 personalidades negras mais influentes da lusofonia.
Neste ano, 42 profissionais e empresas disputam as 14 categorias do Prêmio Caboré. Ricardo concorre a categoria ao lado de Gabriela Borges (Publicis) e Ricardo Munhoz (Lew’Lara\TBWA). A cerimônia com a divulgação dos vencedores será realizada no dia 7 de dezembro.
O evento mais esperado do ano pela comunidade negra foi realizado na noite de ontem (28): oPrêmio Mundo Negro2022! Andressah Catty, vencedora da categoria inédita ‘Creator TikTok do Ano‘, agradeceu ao carinho e apoio de todos na cerimônia realizada no perfil @sitemundonegro no TikTok.
“Eu não poderia deixar de dedicar esse prêmio a todas as pessoas que através da plataforma TikTok, se manifestam, militam e falam sobre a pauta preta, o movimento preto. Eu dedico esse prêmio à militância do TikTok, que é extremamente importante, válida e fundamental para uma sociedade menos racista. Esse prêmio é nosso também”, diz emocionada.
Com 3.9 milhões de seguidores na plataforma, Andressah esbanja bom humor para reagir a outros vídeos, abordar raça, moda, maquiagem, política, entre outros tipos de conteúdos.
Foto: Divulgação/Site Mundo Negro
De acordo com o Handemba Mutana, diretor do TikTok for Good no Brasil, a plataforma tem investido em ações pela equidade racial. “Durante o ano inteiro, realizamos ações e buscamos investir em causas que refletem os valores e propósitos da plataforma e dialoguem com os desafios da sociedade. Nosso objetivo é criar uma comunidade que abraça a importância da pluralidade e da história da comunidade negra, inspirando outros criadores de todo o Brasil”.
Em celebração ao Mês da Consciência Negra, o aplicativo também lançou o recurso “Mês da Consciência: Indique um/uma criador/a negro/a” para o usuário receber dicas sobre o tema.
A cerimônia da terceira edição do Prêmio Mundo Negro, realizada no TikTok, foi apresentada por Stella Yeshua e Sheyla Cristina, personagem de Fábio Marx, e contou com apresentações de Tássia Reis, Fat Family, DJ Kingdom, além de uma super apresentação de dança feita por Raquel Cabaneco. Foram mais de 700 mil votos para a votação de sete categorias. Veja os vencedores:
PACTO DA PROMOÇÃO DA EQUIDADE RACIAL – Projeto de Impacto
ALINE BORGES – Atuação do Ano
ANDRESSAH CATTY – Creator Tiktok do Ano
BIELO PEREIRA – À frente das câmeras
GABI OLIVEIRA – Pessoa Influenciadora do Ano
MALDIVAS, LUDMILLA– Música do Ano
IZA – Voz do ano
A cerimônia também pode ser assistada no Youtube. Confira abaixo:
Stella Yeshua e Sheyla Cristina, apresentadoras do Prêmio Mundo Negro 2022.
O Prêmio Mundo Negro 2022 revelou, nesta noite de segunda-feira (28), os vencedores que fizeram história na 3ª edição do evento. A cerimônia foi apresentada por Stella Yeshua e Sheyla Cristina, personagem de Fábio Marx, e contou com apresentações de Tássia Reis, Fat Family, DJ Kingdom, além de uma super apresentação de dança feita por Raquel Cabaneco.
Tássia Reis para o Prêmio Mundo Negro 2022.
Este ano, Ludmilla liderou a premiação, vencendo as categorias de ‘Música do Ano’, pelo sucesso ‘Maldivas’, além de vencer também a categoria de ‘Voz do Ano’. Os indicados em cada categoria foram escolhidos por um júri, composto por profissionais especializados em diferentes áreas que são colaboradores do Mundo Negro.
Ao todo, foram mais de 700 mil votos espalhados em sete categorias. Abaixo, você confere os vencedores:
PACTO DA PROMOÇÃO DA EQUIDADE RACIAL – Projeto de Impacto
ALINE BORGES – Atuação do Ano
ANDRESSAH CATTY – Creator Tiktok do Ano
BIELO PEREIRA – À frente das câmeras
GABI OLIVEIRA – Pessoa Influenciadora do Ano
MALDIVAS, LUDMILLA– Música do Ano
IZA – Voz do ano
“O Mundo Negro foi uma das primeiras marcas negras que nasceram no digital. E esse é um local confortável para gente, porque só a Internet tornou possível saber que somos muitos e somos diversos também. O digital possibilitou ainda uma conexão com nossa ancestralidade e por isso a nossa terceira edição do Prêmio Mundo Negro tem esse tema”, explica Silvia Nascimento, editora-chefe do Site Mundo Negro e idealizadora do Prêmio.
Como já dizia o poeta Sérgio Vaz: “Vida Loka É Quem Estuda”! O grupo Racionais MC’srealizará uma aula aberta e gratuita na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), no interior de São Paulo, amanhã (30), na disciplina “Tópicos Especiais em Antropologia IV: Racionais MC’s no Pensamento Social Brasileiro”.
Os ingressos para assistir a aula presencial já esgotaram, mas será possível acompanhar ao vivo nocanal do Youtube do IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), a partir das 19h. O evento faz parte da programação do Unicamp Afro.
Em 2018, o grupo foi incluído entre as obras de leituras obrigatórias para o vestibular 2020 da universidade com o álbum “Sobrevivendo no Inferno“, clássico dos Racionais MC’s. A obra lançada em 1997, faz alusão à religião e citações bíblicas, para falar da violência contra jovens negros e de periferia.
Os integrantes Mano Brown, Edi Rock, KL Jay e Ice Blue, fazem história desde a fundação do grupo em 1988 e se tornaram o grupo de rap mais importante do Brasil. Há duas semanas, a Netflix lançou o documentário “Racionais: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo“, exibindo a influência dos músicos na cena hip-hop.
O primeiro Prêmio Gastronomia Preta, realizado hoje (28), divulgou a lista com 26 vencedores. A celebração da culinária afro-brasileira reconhece a contribuição das pessoas negras para o ecossistema da gastronomia nacional. O evento foi realizado na noite desta segunda-feira (28), no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, o MUHCAB, no RJ.
A cerimônia de entrega dos prêmios revelou o que o povo negro tem de melhor: os sentimentos de pertencimento, acolhimento e coletividade. Foram 22 categorias, além de 16 menções honrosas cedidas para quem faz um trabalho exemplar fora da cidade e do estado do Rio de Janeiro.
Entre os ganhadores, estão destacados Thales Alves na categoria Chef na Mídia, o primeiro homem transexual e negro do mundo a participar de um programa de elite gastronômica, o MasterChef Brasil. E Aline Guedes na categoria Pesquisadora, que realiza pesquisas relacionadas à ancestralidade na gastronomia.
Veja a lista de vencedores abaixo em cada categoria:
Chef – Vladimir Reis Lopes
O Chef Vlad vem propondo algo singular na cidade do Rio de Janeiro com o Dim Sum Rio – que oferece dumplings (bolinhos asiáticos). Com formação em Gastronomia, o chef se destaca pela técnica e pelo cuidado com a cadeia produtiva: ele planta o próprio arroz orgânico que é utilizado no seu restaurante no Largo do Machado. Antes de empreender, participou de feiras e vendeu dumplings congelados durante a pandemia. Enquanto vários restaurantes demitiam, Vlad contratava – preferencialmente pessoas pretas.
Sub Chef – Gisele Pontes
Já Gisele Pontes é sub chef do Rappanui Gastronomia. Ela atua há mais de 15 anos gerenciando pessoas na cozinha em um tipo de trabalho que exige muito cuidado e planejamento: os buffets de grandes eventos e festividades. Dona de um sorriso encantador, mãe e avó, Gi comanda uma equipe de mulheres e é a segurança do buffet há anos no que diz respeito à gestão e preparo de alimentos. Ágil, eficiente e sorridente se destaca pela dedicação e amor ao trabalho. Estudou Gastronomia, mas começou como auxiliar de cozinha há mais de 15 anos.
Pesquisadora – Aline Guedes
A Chef Aline Guedes possui graduação em Gastronomia e pós-graduação em Administração e Organização de Eventos. É mestre em Hospitalidade com a dissertação intitulada ‘Sociabilidade e Comensalidade de um Quilombo Remanescente em São Paulo: Cafundó (1999 a 2016)’; seus temas de pesquisa estão relacionados à ancestralidade na gastronomia. A chefe participou do programa de TV Mestre do Sabor e se apresentou como pesquisadora – se diferenciando dos demais concorrentes. Uma importante contribuição para a pesquisa em gastronomia à luz da ancestralidade é o seu artigo científico “A hospitalidade sob a perspectiva de Jacques Derrida e a resistência quilombola” publicado no Journal of Tourism and Development em 2017.
Melhor Criação – Bolinho de Costela Defumada
Os irmãos Rodrigo Rosa e Rafael Rosa em 2015 compraram um Food Truck e começaram a vender hamburgueres em Del Castilho na porta de casa. Com a veia empreendedora dos irmãos, abriram o primeiro estabelecimento em 2017; e em 2018 já mudaram para uma loja maior; em 2019, expandiram suas ações para a atual casa na Rua Volta Grande (também em Del Castilho). Para não desperdiçarem as sobras das costelas defumadas e usarem integralmente o insumo, criaram o bolinho de costela defumada. Com um sabor marcante, a original receita do Bolinho de Costela Defumada.
Personalidade – Kátia Barbosa
Kátia Barbosa é a criadora do famoso Bolinho de Feijoada – que se tornou Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Rio; chefe de cozinha que valoriza a ancestralidade; militante da valorização comida popular brasileira na alta gastronomia; empreendedora gastronômica com restaurantes na cidade do Rio de Janeiro; esteve na vanguarda, com a abertura do Restaurante Aconchego Carioca, do Polo Gastronômico da Praça da Bandeira. E é indiscutível que sua performance como cozinheira e celebridade é ímpar. Essa categoria estava com o resultado definido antes mesmo dela ganhar o mesmo prêmio na Veja Comer & Beber Rio (2022).
Merendeira – Dona Lau
Educação é algo muito importante na vida do Preto Gourmet – foi a educação que ajudou a mudar sua vida. Por isso, ele quis premiar Merendeiras no Prêmio Gastronomia Preta. Muitas vezes, a criança pobre tem sua primeira experiência com alimentação fora do lar em escolas públicas. A categoria merendeira foi aberta e não houve uma indicação sequer na cidade ou estado do Rio de Janeiro – mas vieram indicações de uma querida merendeira do Sul da Bahia e mesmo o prêmio sendo local, a equipe foi conhecer a história de Dona Lau de Itagimirim (Bahia). Lindaura é vó de 5 netos e merendeira no Colégio Othoniel Ferreira há mais de 20 anos e é amada por alunos e ex-alunos (não é a toa que recebeu mais de 50 indicações).
Garçom – Caioço Paulo
Caioço Paulo, do Zagga Bar em Copacabana é o vencedor desta categoria. O angolano e agora brasileiro-carioca é um show de simpatia como garçom no Zagga Pizzaria em Copacabana. Com uma história de vida ímpar de superação e resiliência em Angola e no Rio de Janeiro, seu sorriso sempre está estampado no rosto e sua proatividade em acolher os clientes faz parte de sua marca no setor de hospitalidade.
Garçonete – Taciana Alves
A história da vida real parece de filme. A pernambucana Taciana Alves da Silva chegou ao Rio aos 3 anos com sua mãe e mais três irmãos. Acabou morando em orfanato por um tempo até sua mãe (dona Albaniza) conseguir emprego e cuidar dela e de seus irmãos. Começou no Rio Othon Palace como auxiliar de serviços gerais e foi desacreditada por muitas pessoas quando foi convidada a ser garçonete no mesmo hotel. Ela não duvidou de sua capacidade e aceitou o desafio há 9 anos. Hoje, é a baiana oficial da famosa feijoada do Skylab.
Maitre – Evandro Moraes
O serviço de maitre não implica somente em cuidar dos clientes – este profissional tem também a função de cuidar da sua equipe e prepara-la com assertividade para o atendimento ao cliente. Com mais de 10 anos como maitre, os últimos 5 deles na Casa Camolese, EvandroMoraes se destaca pela sua elegância e proatividade na resolução de problemas do dia a dia de uma grande operação; e, por ter sua equipe nas mãos em função de tanto carinho e cuidado.
Hostess – Ticiane Oliveira
Filha da dona Sheyla (quem é sua grande inspiração de vida), moradora da Rocinha e mãe do Rafael – essa é TicianeOliveira em alguns dos papéis que assume em sua vida. Quando você chega nas alturas é de Tici o sorriso que te recebe no Skylab – restaurante no 30º andar do Rio Othon Palace em Copacabana. Com tanto cuidado, gentileza e proatividade como hostess, a menina da Rocinha muitas vezes teve que defender sua mãe e irmãos de racismo (e nem por isso deixou de lado seu sorriso encantador).
Chef na Mídia – Thales Alves
Thales Alves é parte da história da TV no mundo: foi o primeiro homem transexual e negro do mundo a participar de um programa de elite gastronômica (o MasterChef Brasil). Goiano de Formosa, o chef viralizou com o programa “Quanto custa, Thales?” – que traz a realidade das receitas da internet que não são tão acessíveis ao público das classes C, D e E. Thales ainda é colunista do Site Mundo Negro. E a questão racial é uma das suas pautas relevantes na Gastronomia.
Auxiliar de Cozinha – Luis Felipe Vitorino
Desde muito jovem Luís Felipe Vitorino, cidadão de Rio Bonito (RJ), decidiu que Gastronomia seria a área que ele gostaria de trabalhar. Foi desacredito diversas vezes que nunca seria cozinheiro ou chef; e, que seria eternamente auxiliar de cozinha. Preconceito é algo que Luís sempre sofreu na vida – seja de raça ou de gênero. Quase desistindo de atuar na Gastronomia, conheceu o Grupo Arpoador e foi contratado para o Hotel Arp Inn. Luís retomou os estudos e se matriculou no curso de Gastronomia do Instituto de Gastronomia (IGA).
Confeiteira – Diva Oliveira
Nascida e criada no bairro de Jardim Catarina/São Gonçalo, Diva Oliveira veio de família humilde cujo pai mecânico e mãe empregada doméstica. Seu primeiro contato com a cozinha foi aos 6 anos de idade ao lado de minha mãe fazendo biscoitos. Se formou em Biologia pelo programa FIES, com passagem como pesquisadora no Museu Nacional/UFRJ, com especialização na COOPE/UFRJ e lecionou na FAETEC. Transformei seu hobby em profissão atual – ser confeiteira.
Chef na Mídia – Paulo Rocha
O Chef confeiteiro PauloRocha é formado em Gastronomia e hoje é responsável pelos doces e sobremesas de seis casas do grupo President. Paulo foi um dos primeiros entusiastas do Prêmio Gastronomia Preta e logo cedeu seu espaço na agenda para apresentar a primeira edição do prêmio. Com seu sorriso encantador, o chef Paulo é apresentador do programa Esse Doce tem História (GNT) e fez história no reality show Iron Chef Brasil ao ser o primeiro chef desafiante a desbancar um Iron Chef.
Futuro Chef – Jorge Mayconn
Jorge Mayconn Machado é estudante do Instituto de Gastronomia (IGA) de Campos dos Goytacazes (RJ), o fluminense de Cordeiro (Região Serrana do Rio de Janeiro) trancou o curso para trabalhar e ao conhecer o Prêmio Gastronomia Preta resolveu retornar aos estudos com ajuda de sua esposa e irmã. É uma daquelas pessoas que tem talento, disposição e muita força de vontade para crescer na vida profissionalmente. Como autodidata, na pandemia, aprendeu técnicas e preparos e trancar o curso foi apenas uma decisão pontual de ordem financeira. Se destacou na prova com preparações complexas em sabor e técnica. Por isso, foi eleito o vencedor da categoria Futuro Chef no Prêmio Gastronomia Preta.
Sommelier – Renato Neves
O Gastrônomo de formação se apaixonou pelos vinhos ainda durante sua formação superior e já tem alguns títulos em sua carreira profissional como Melhor Sommelier do Brasil (2021), Melhor Sommelier do Ano (2019) e o Certificado Profissional pela Associação Brasileira de Sommeliers (2017). Renato Neves também é o representante do Brasil nos concursos Melhor Sommelier dos Vinhos do Alentejo no Brasil (2022) e Melhor Sommelier do Mundo (2023). Com um currículo respeitado dentro e fora do Brasil.
Chef na Mídia – Cidinha Santiago
Maria Aparecida de Oliveira é também conhecida como Cidinha Santiago – seu nome artístico. A mineira de Belmiro Braga publicou seu primeiro livro de receitas em 1984 – depois de muito esforço trabalhando como empregada doméstica desde os seus 10 anos de idade. Depois de ter seu talento reconhecido, foi ajudante de cozinha junto à Ofélia (TV Bandeirantes) e também de Edu Guedes. Foi pioneira na TV como mulher preta na cozinha e hoje é referência para várias outras chefs pretas.
Fotógrafo – Berg Silva
Muitos(as) chefs que no passado ainda eram desconhecidos e que hoje fazem a cena carioca acontecer tiveram suas preparações fotografadas por BergSilva; e, por isso, são gratos porque além de fotógrafo ele também foi formador de opinião na cena gastronômica carioca. O carioca tinha em seu DNA a vontade de ajudar – um de seus últimos trabalhos foi para empreendedoras do Morro do Macacos em Março de 2022 ao fotografar seus bolos e doces. Teve trabalhos em diferentes veículos e um dos seus prêmios foi o Orilaxé – do Grupo Cultural Afro-Reggae. Tinha o dom de deixar as comidas e bebidas ainda mais bonitas – era um gênio nessa arte. Por isso, mesmo in memoriam, foi eleito o vencedor da categoria Fotógrafo no Prêmio Gastronomia Preta. Ele faleceu em outubro deste ano.
Minha História é Food-se – Willian Barao
O apelido “Barão” que hoje quase é um sobrenome veio com a profissão de Bartender em seu primeiro estágio profissional. Guerreiro, batalhador, sonhador e um profissional singular. A capacitação profissional esbarrou no dinheiro da passagem de ônibus – mas o menino da Pavuna não se desmotivou (ele ia a pé pela linha de trem numa caminhada de mais de duas horas apenas para ir e outras duas horas para voltar). Willian Barão assinou cartas de vários bares e restaurantes e ainda sofre com os padrões de preconceitos na Mixologia: “as empresas querem sempre o príncipe encantado nos bares e não um preto gordo” – como ele mesmo aponta.
Empreendedora – Kananda Soares
Empreender faz parte do DNA de Kananda Soares. Sua primeira criação foi a famosa marca Favela Hype. Recentemente, se enveredou para o lado da Gastronomia com o Agô Bar da Encruza – um gastrobar que valoriza a ancestralidade e a comida e insumos que compõem a cultura afro-brasileira de diáspora. Suas constantes capacitações e estudos sobre gestão, o Agô Bar da Encruza tem uma trajetória diferente de muitos empreendimentos: gerar lucro desde o primeiro mês.
Gestora – Danni Camilo
Tem em seu currículo a gestão de importantes restaurantes no Rio de Janeiro – inclusive com indicação do Guia Michelin; e é diretora do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro. Hoje encabeça a Nômade – uma empresa de consultoria que busca soluções para negócios no ramo de Alimentos e Bebidas. Como consultora nos serviços de gestão de restaurantes e atendimento ao cliente, Danni Camilo já abriu e reabriu relevantes restaurantes da cena gastronômica carioca, como o Miam Miam, Casa Camolese e Slow Bakery. E nessa luta com recorte de raça, Danni Camilo sempre empregou o povo preto e outras minorias.
Melhor Restaurante – Afro Gourmet
O restaurante Afro Gourmet surgiu em 2015 de maneira itinerante e em 2018 teve seu espaço estruturado em Vila Isabel. Desde o início foi comandado pela empreendedora e chef Dandara Batista. O Afro Gourmet é sinônimo de resistência ao modelo gastronômico eurocentrado e resgata insumos e preparos tipicamente africanos. Com uma proposta ímpar que valoriza a ancestralidade, o restaurante se destacou no atendimento e nos preparos oferecidos ao júri do prêmio.
Chef na Mídia – Andressa Cabral
Andressa Cabral é apresentadora de TV (Iron Chef Brasil, Drinks e Petiscos – GNT), jurada do Sabor em Jogo (GNT), empresária, professora universitária e criadora do termo pretopolita – um neologismo que se refere às características de se considerar a importância dos referenciais das pessoas pretas no Brasil sob uma perspectiva afrocentrada e cosmopolita. Com tanta representatividade e abrindo portas para que o povo preto seja visto na Gastronomia, é um dos destaques na categoria.
Bartender – Flavia Di
Por anos o lugar na Mixologia foi de homens – geralmente homens brancos de Classe Média Alta que tinham inicialmente a profissão de bartender como hobby. Flávia Di é empreendedora, mãe, irmã e amiga de vários profissionais da coquetelaria no Rio de Janeiro. Como mulher, sofreu vários preconceitos. Como mulher preta de Duque de Caxias teve que lidar com preconceitos de se vestir bem e trabalhar a noite. Entrou para a Mixologia como autodidata – inicialmente para pagar seu curso de Cinema. Criou o Moulin Rouge – um drink autoral que remete à sua trajetória no Cinema. Nas suas equipes de bar contrata pessoas pretas – principalmente mulheres para continuar a propor a ruptura de que a Mixologia é também feita por mulheres.
Chef na Mídia – Bianca Barbosa
A chef BiancaBarbosa vem de uma família de cozinheiros e desde os 14 anos trabalha no setor de alimentos e bebidas. Carioca da Gema, se formou em Jornalismo, se mudou para a Bolívia e voltou ao Brasil para voltar de corpo e alma para a Gastronomia. A chef valoriza o Slow Food (uma proposta de uma cozinha mais sustentável). Em 2022 participou do reality show Iron Chef Brasil (Netflix) e ajudou a popularizar a ideia do Slow Food para os telespectadores. Sua participação no programa foi icônica.
Inclusão Social – Diamantes na Cozinha
O chef João Diamante tem o dendê baiano e a experiência carioca da zona norte e com sua experiência de homem preto da favela criou o projeto Diamantes na Cozinha que ajuda a qualificar profisionalmente jovens em situação de vulnerabilidade econômica para atuarem no ramo da Gastronomia. Estudou Gastronomia, se destacou e ganhou uma bolsa para ir estudar na França. Por meio da ONG Diamantes na Cozinha, o empreendedor social faz um lindo trabalho na cidade do Rio de Janeiro e na região metropolitana com mais de 300 alunos já formados.