A NESsT, fundo de investimentos em negócios sociais liderados por pessoas negras, está recrutando empreendimentos negros para a “Iniciativa de Equidade Racial” que vai financiar em até R$ 300 mil com o objetivo de impulsionar e impactar positivamente a comunidade negra no Brasil.
Além do financiamento, a iniciativa oferece mentoria empresarial com profissionais das redes NESsT e acesso a uma rede de empreendedores sociais, investidores e mentores.
A Iniciativa de Equidade Racial tem como missão fornecer financiamento e assistência a empreendimentos voltados para o impacto da comunidade negra, criando oportunidades de renda e emprego para pessoas negras e apoiando na busca de mais capital e conhecimento.
Para participar, um dos critérios é que o empreendimento seja de “impacto social e/ou ambiental no Brasil que ofereçam oportunidades de vida, renda e emprego dignos à comunidade negra”. Ele também precisa estar na fase de validação (empreendimentos com um produto ou serviço validado, mas que ainda não conseguem sustentar sua operação) ou na fase de crescimento (empreendimentos cujas vendas cobrem operações iniciais, mas não conseguem investir no crescimento).
“Empreendedores negros enfrentam acesso limitado tanto a capital somente quanto a capital de longo prazo. Na NESsT, priorizamos investimentos com uma perspectiva de equidade racial para garantir que beneficiem predominantemente comunidades negras e outros indivíduos excluídos no Brasil, incluindo povos indígenas, ribeirinhos e quilombola”, comenta Talita Peixoto, Gerente de Portfólio de Equidade Racial da NESsT. “Nosso portfólio de Equidade Racial demonstra nosso compromisso em impulsionar o empoderamento econômico dessas comunidades, colaborando com empreendedores negros para avançar seu impacto social e racial em um ecossistema no qual estão subrepresentados”, complementa.
Em viagem recente para os Estados Unidos, os dermatologistas Dr. João Paulo Conceição e a Dra. Katleen Conceição participaram do congresso Skin of Color Update, em Nova Iorque. O evento é o maior da categoria dedicado a peles negras e outros tons que não a pele branca.
Além de ter ido acompanhada de seu pai, a Dra. Katleen Conceição foi a única brasileira a apresentar três pôsteres sobre seus trabalhos de pesquisa. Ela também é uma das especialistas membro da sociedade Skin of Color.
“Esse é um congresso que ocorre todo ano, nos Estados Unidos, em Nova Iorque, e que eu frequento há 14 anos, onde os coordenadores, que é o doutor Elliot e o doutor Alex, e a maioria dos palestrantes são colegas dermatologistas americanos de diferentes estados dos Estados Unidos. Chicago, New Orleans, de Nova Iorque mesmo, Georgia. É um congresso de pele negra, mas nos Estados Unidos a pele negra é denominada skin of color, ‘peles não-brancas’, então são os latinos, os asiáticos, os afro-americanos, então todo mundo que não é branco é chamado skin of color, então é um congresso de skin of color, então não é um congresso de pele negra porque não só fala só sobre pele negra. Fala também dos indianos, asiáticos, todas as etnias”, explicou a Dra. Katleen Conceição para Silvia Nascimento, Head de Conteúdo do Mundo Negro.
“Eu levei três pôsteres para serem apresentados lá. Um pôster sobre menopausa em pele negra, da minha autoria. Outro sobre acantose, outro sobre dermatose populosa negra e seus tratamentos, patologia que é muito comum na nossa pele, que são aquelas bolinhas do Morgan Freeman. E o terceiro pôster foi o tratamento de axilas escuras, métodos associados para melhora e clareamento da axila. Eu fiz a apresentação para um pequeno grupo de dermatologistas, foi incrível. Foram três dias intensos de aula que começavam às 9 horas da noite e terminavam por volta de 6 horas da tarde, onde nós falamos sobre estética médica, focado em pele negra, alopecia em pele negra, que é mais comum em pele negra do que nas peles não-brancas. Falamos muito sobre essa questão de suor excessivo e muito sobre patologias como câncer, como linfoma, como doenças para-neoplásicas que se apresentam na pele negra. Falamos também sobre doenças neoplásicas como câncer de pele, falando muito do câncer espinocelular, bacelar e melanoma e quais seus tratamentos. Foi falado também sobre os métodos e diagnósticos, os quais nós temos que saber para poder oferecer o melhor para nossos pacientes”, contou a especialista em pele negra.
Medicina e Dermatologia: uma herança de família
Ela disse que seu pai, o Dr. João Paulo Conceição, aproveitou o congresso para aprofundar seu conhecimento em peles não brancas, já que ele também recebe pacientes de etnias variadas em seu consultório no Brasil: “Meu pai é médico, dermatologista, perito médico, coronel médico do exército, aposentado. E ele foi participar também desse congresso junto comigo, onde ele assistiu todas as aulas, as anotações, porque ele também tem a sua prática clínica em dermatologia. Ele não é especialista em pele negra, mas ele quis se aprofundar, porque ele também recebe pessoas negras e não brancas aqui no Brasil”.
A Dra. Katleen também falou sobre como foi dividir a experiência da viagem com seu pai, que também é seu colega de profissão: “Fiquei muito nessa viagem por conta do que meu pai gostaria de fazer. Como ele não ia há muitos anos, ele queria simplesmente andar pela Times Square, almoçar nos lugares que ele gostava, fomos até no Chelsea Market, fomos no Time Out, passeamos brevemente ali pela Brooklyn Bridge, mas ficamos muito pelo que ele gostaria de fazer, ele quis mais curtir o centro ali de Manhattan, a Times Square, ele gostou muito de passear por ali. E nós trocamos muitas informações, claro, porque eu e o pai a gente troca, ele às vezes me passa uns casos. Eu passo os casos pra ele, né, e a gente troca. Há anos eu faço isso com meu pai e agora que eu estudo pele negra e ele também começou a receber alguns pacientes aqui no Rio de Janeiro, porque muitos pacientes que querem vir em mim tem convênio e meu pai tem convênio, então meu pai atende também esses pacientes”, detalhou.
Nos últimos anos, Jada Pinkett Smith tem falado abertamente sobre seu relacionamento com o ator e diretor Will Smith. Desta vez, a apresentadora deu mais detalhes sobre o casamento com Will, revelando em uma entrevista que eles vivem ‘vidas completamente separadas’ desde 2016.
A entrevista foi concedida por Jada para a jornalista americana Hoda Kotb e vai ao ar na NBC News na próxima sexta-feira, 13, mas alguns trechos têm sido compartilhados pela emissora. Nela, Jada, que se casou com Will Smith em 1997, revela sobre a separação quase 20 anos depois de oficializarem a união e ainda revela que os artistas não haviam se divorciado oficialmente, mas que era um divórcio.
A revelação sobre a separação está no livro autobiográfico, “Worthy” (Digno, na tradução para o português) que Jada lançará no dia 17 de outubro nos Estados Unidos. Ao ser questionada porque ela e Will não haviam compartilhado antes o status de seu relacionamento, Jada explicou que o casal ainda não estava pronto:“simplesmente não estar pronto ainda… Ainda tentando descobrir entre nós dois como estar em parceria… No que diz respeito a como apresentamos isso às pessoas? Não tínhamos descoberto isso”.
Sobre o que levou ao rompimento do casamento dos dois, Pinkett Smith disse: “Quando chegamos em 2016, estávamos exaustos de tentar. Acho que nós dois ainda estávamos presos em nossa fantasia sobre o que pensávamos que a outra pessoa deveria ser”.
Ela também contou que considerou oficializar o divórcio legalmente, mas não conseguiu levar o processo adiante. “Eu prometi que nunca haverá um motivo para nos divorciarmos. Vamos resolver… seja o que for”, explicou Jada Pinkett Smith. “Eu simplesmente não fui capaz de quebrar essa promessa.”
Em outubro do ano passado, Jada havia anunciado que estava escrevendo um livro em que contaria suas memórias. Na ocasião, a editora HarperCollins escreveu em comunicado: “Sem restrições, Jada revela sua educação não convencional em Baltimore – de filha de dois viciados a uma promissora estudante de teatro e um violento interlúdio como um pequeno traficante de drogas – seguida por uma ascensão paralela ao estrelato ao lado de seu amigo próximo Tupac , então apaixonar -se e casar-se com Will Smith , e um alegre abraço da maternidade.”
Entre o dia 12 e 22 de outubro, fica em cartaz no Itaú Cultural o espetáculo “Maria Firmina dos Reis, Presente!”, que conta a história da primeira mulher negra brasileira a publicar um romance. A peça tem direção e atuação de Lena Roque, com colaboração de Marcelo Ariel na dramaturgia da montagem.
Maria Firmina dos Reis (1825-1917), foi uma mulher negra maranhense e filha de ex-escravizada. Considerada a primeira romancista negra do Brasil, ela escreveu o livro Úrsula, publicado em 1859 e conhecido como o primeiro romance abolicionista do país.
“Me deparei com a obra da Maria Firmina dos Reis em 2022, na reabertura do Museu do Ipiranga, quando eu era uma das atrizes convidadas para representar personagens históricos. Ali, conheci o diretor Marcelo Ariel, que me convidou para um projeto sobre a autora. Acabamos chegando a esse espetáculo”, conta Lena. “Pesquisamos suas poesias e os autos de bumba-meu-boi. Daí partimos para as cinco canções da peça. Trata-se de poesias de Maria Firmina, que foram musicadas e arranjadas pelo pianista Roberto Mendes Barbosa, que divide a cena comigo junto do percussionista André Gonçalves”, completa.
O drama lítero-musical traz para o palco uma construção poético-ficcional, unindo o passado e o presente, com trechos dos livros ‘Úrsula’, ‘A Escrava’ (1887), ‘Cantos à Beira Mar’ (1871) e ‘Gupeva’ (1861), recitados pelas escritoras e intelectuais negras da contemporaneidade Cidinha da Silva, Eliana Alves Cruz e Luciana Diogo, e a interação com o público presente como forma de abrir um diálogo entre Maria Firmina, as intelectuais e a plateia.
“O grande legado da Maria Firmina é que ela viveu à frente do seu tempo. A obra dela refutava a escravidão e dava voz aos escravizados. Ela foi uma mulher negra que escrevia romances e textos abolicionistas em uma época em que só homens ocupavam esse lugar. Isso foi inovador”, afirma Lena.
A peça conta com Lena Roque, Marcelo Ariel, Roberto Mendes Barbosa, diretor musical e pianista, Jorge Balbyns e Paula de Paoli.
“Maria Firmina dos Reis, Presente!” fica em cartaz até o dia 22 de outubro, de quinta-feira a sábado, às 20h, e aos domingos e feriados, às 19h, no Itaú Cultural, na Avenida Paulista. As entradas são gratuitas e os ingressos precisam ser retirados com antecedência, a partir das quartas-feiras, na site.
‘A Batalha de Natal‘, novo filme natalino com uma família negra protagonista, teve as primeiras imagens reveladas nesta terça-feira (10), pelo Prime Video. Estrelado pelo comediante icônico Eddie Murphy e a Tracee Ellis Ross, de Black-ish, o longa estreia na plataforma em 1º de dezembro.
De acordo com a sinopse, Eddie Murphy estrela esta comédia de aventura natalina sobre um homem com a missão de vencer o concurso anual de decoração de Natal de seu bairro. Depois que Chris (Murphy) faz um acordo com uma elfo travessa chamada Pepper (Jillian Bell) para aumentar suas chances de vitória, ela lança um feitiço que dá vida aos 12 dias de Natal e causa estragos em toda a cidade. Correndo o risco de arruinar as férias de sua família, Chris, sua esposa Carol (Tracee) e seus três filhos devem correr contra o relógio para quebrar o feitiço de Pepper, lutar contra personagens mágicos e salvar o Natal para todos.
O elenco da comédia ainda conta Thaddeus J. Mixson (Creed III), Robin Thede (A Black Lady Sketch Show), Chris Redd (Saturday Night Live), Genneya Walton (Eu Nunca…), Madison Thomas (9-1-1), D.C. Young Fly (House Party), entre outros.
O longa é dirigido por Reginald Hudlin (House Party), e o roteiro é assinado por enquanto o roteiro é assinado por Kelly Younger (Muppets em Mansão Mal-Assombrada).
A cineasta Shonda Rhimes está produzindo e dirigindo um documentário sobre a história e o impacto da primeira Barbie negra, lançada pela Mattel em 1980. Com o título de ‘Black Barbie’, a sinopse diz que o documentário vai celebrar o impacto importante que três mulheres negras da Mattel tiveram na evolução da marca Barbie como a conhecemos.
“Através das histórias dessas pessoas carismáticas, o documentário conta a história de como a primeira Barbie Negra surgiu em 1980, examinando a importância da representação e como as bonecas podem ser cruciais para a formação da identidade e da imaginação”, diz a nota oficial.
Ainda sem data de estreia, o documentário vai ser lançado na Netflix. De acordo com o The Hollywood Reporter, a obra vai abordar ainda a forma como os debates sobre racismo permearam a famosa boneca da Mattel.
Antes de 1980, a Barbie era predominantemente representada como uma boneca branca de cabelo loiro, o que não refletia a diversidade da sociedade. A criação da ‘Black Barbie’ foi um passo importante em direção à inclusão e à diversidade. Ela desempenhou um papel fundamental na transformação da indústria de brinquedos e no incentivo de conversas sobre inclusão e igualdade.
O documentário ‘Black Barbie’ ainda não possui data de lançamento.
Desbancando grandes lançamentos, ‘Lupin‘ se tornou a série mais assistida do Brasil na Netflix nesta semana. A terceira temporada da obra que acompanha as aventuras de Assane Diop foi lançada na plataforma durante o último dia 5 de outubro. De acordo com o site FlixPatrol, ‘Lupin’ também lidera o ranking de séries da Netflix em todo o mundo.
Não é a primeira vez que a obra francesa conquista o público. Em 2021, com 76 milhões de assinantes assistindo ‘Lupin’ nos primeiros 28 dias após o lançamento, a série destronou ‘La Casa de Papel’ (65 milhões na quarta temporada) como a série não inglesa mais popular na plataforma, até então.
Lupin. Foto: Netflix.
Por mais que a narrativa da terceira temporada de ‘Lupin’ pareça repetitiva às vezes, o talento de Omar Sy consegue prender a atenção de qualquer pessoa, com os truques e histórias do ‘ladrão cavalheiro’. Sem suportar o sofrimento de viver escondido, longe da esposa e do filho, Assane decide voltar a Paris com uma proposta ousada para a família: ir embora da França e começar uma vida nova em outro país. Mas os fantasmas do passado estão sempre por perto, e o retorno de uma pessoa inesperada pode acabar com os planos dele.
Nas redes sociais, brasileiros também estão celebrando e elogiando a série francesa. “Lupin é uma das melhores séries da Netflix e Omar Syé o homem mais carismático do mundo“, publicou uma usuária. “Lupin é uma das melhores séries dos últimos tempos mesmo. Inacreditável”, destacou outro usuário.
Lupin é uma das melhores séries dos últimos tempos mesmo. Inacreditável.
Durante a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados, que aconteceu hoje, 10, em Brasília, foi aprovado um projeto de lei que prevê a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ao todo, foram 12 votos a favor da proibição e 5 contra.
Agora, o texto deve seguir para as comissões de Direitos Humanos e de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. O relator, deputado Pastor Eurico (PL-PE), apresentou hoje o parecer final do texto que mantém a proibição do casamento homoafetivo, ele também propôs que seja incluído no Código Civil um trecho que defina que pessoas do mesmo sexo não podem se casar. Outro trecho estabelece que nem o poder público e nem a legislação civil podem interferir nos critérios e requisitos impostos no casamento religioso.
O projeto original foi apresentado em 2007 pelo ex-deputado Clodovil Hernandes, que morreu em 2009. Na época, a intenção era reconhecer o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, mas a proposta foi desvirtuada e o texto sofreu alterações feitas pelo relator.
De acordo com o Deputado Federal do Rio de Janeiro, Pastor Henrique Vieira, a votação foi “um golpe”. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele afirmou que houve uma quebra de acordo: “ Havia um entendimento. A criação de um grupo de trabalho para dialogar com o relator sobre o parecer dele. Esse grupo não foi feito e ele apresentou um substitutivo ainda muito ruim e estarrecedor e não está tendo tempo para sequer discutir ou emendar o projeto”.
O deputado também ressaltou que a ‘bancada da democracia’ se retirou da sessão para deslegitimar a votação. “Vamos questionar junto à mesa diretora a legalidade da votação de hoje. Vai ter resistência jurídica e vai ter resistência política”, reforçou ele.
A união de pessoas do mesmo sexo foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2011, o que garantiu que casais LGBT+ tenham os mesmos direitos e deveres que casais heterossexuais, ainda que o casamento não esteja assegurado por lei.
O filme ‘A Cor Púrpura’ ganhou novo trailer emocionante, divulgado hoje (10) pela Warner Bros. Pictures. Com imagens inéditas, é exibido trecho empolgante que revisita o clássico de 1985, em uma discussão familiar Sofia (Danielle Brooks) e Mister (Colman Domingo).
O remake, previsto para lançamento nos cinemas em dezembro deste ano, também conta com outros grandes atores, como: Halle Bailey, HER, Danielle Brooks, Taraji P. Henson, Corey Hawkins, e Ciara.
Dirigido por Blitz Bazawule e produzido por Oprah Winfrey, o longa promete ser um grande sucesso. “Não há nada que tenha sido mais importante ou vital para mim, cultural ou artisticamente, do que A Cor Púrpura. É uma base sólida de poder espiritual e emocional para mim. Cada mulher e homem, cada pessoa que já se sentiu invisibilizada e desvalorizada, esta é a sua história”, disse Winfrey anteriormente nas redes sociais.
A história de ‘A Cor Púrpura’ se desenrola no início do século XX, no sul dos Estados Unidos, e acompanha a vida de Celie, uma mulher negra que enfrenta uma série de desafios e adversidades ao longo de sua vida. O filme aborda temas poderosos, como abuso, racismo, empoderamento feminino e a jornada de autodescoberta.
Nesta terça-feira (10), estreia em São Paulo o monólogo “Capiroto”, escrito e dirigido por Rodrigo França como forma de “desdemonizar” diversas entidades não cristãs. A estreia acontece na Sala Paschoal Carlos Magno, do Teatro Sérgio Cardoso, às 19h.
De forma bem-humorada, a peça usa o personagem “Capiroto”, para mostrar que ele não possui nenhuma semelhança com Exu e outras divindades que são constantemente relacionadas com o diabo da religião cristã.
“Eu escrevi esse espetáculo justamente para mostrar o quanto Exu não tem nada a ver com a cultura cristã. Exu não é o diabo. O diabo faz parte da cultura cristã, onde historicamente uma das estratégias de controle de povos, de invasão de terras, sempre foi demonizar divindades, primeiro colocando como divindade pagã e depois demonizando. O espetáculo ele desdemoniza Exu e outras divindades de outras culturas. […] O diabo é da cultura branca””, comentou o dramaturgo em entrevista a Silvia Nascimento, CEO do Mundo Negro.
O papel principal é interpretado por Leandro Melo, conhecido por suas atuações em espetáculos como “Los Hermanos – Musical Pré Fabricado” (Michel Melamed), “ABBA – People Need Love” (Carlos Alberto Serpa), “Bibi, Uma Vida em Musical” (Tadeu Aguiar), “Elis, A Musical” (Dennis Carvalho) e “Dzi Croquettes” (Ciro Barcelos). “Espero que as pessoas saiam do teatro refletindo sobre a maldade que existe dentro delas. Afinal, somos todos feitos de sentimentos positivos e negativos, e precisamos lutar constantemente para nos tornarmos melhores seres humanos.”, afirmou Melo.
Para França, a religião e o papel do diabo no monólogo é apenas uma forma de analisar o poder e o patriarcado. “Na verdade, escolhi evocar essa figura simbólica para explorar o poder e o patriarcado, conceitos fundamentais em nossa sociedade. O personagem-título ilustra como essas ideias são construções culturais, econômicas e sociais europeias que não eram presentes nas Américas pré-colonização ou nas nações africanas.”, explica.
A peça fica em cartaz até o dia 8 de novembro, com apresentações às terças e quartas, às 19h, no Teatro Sérgio Cardoso, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte. Os ingressos custam R$40 (inteira) e R$20(meia-entrada) e podem ser adquiridos no site.