“Exu não é o diabo”: Rodrigo França estreia monólogo que “desdemoniza” divindades não cristãs

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“Exu não é o diabo”: Rodrigo França estreia monólogo que “desdemoniza” divindades não cristãs
Foto: Reprodução/Divulgação

Nesta terça-feira (10), estreia em São Paulo o monólogo “Capiroto”, escrito e dirigido por Rodrigo França como forma de “desdemonizar” diversas entidades não cristãs. A estreia acontece na Sala Paschoal Carlos Magno, do Teatro Sérgio Cardoso, às 19h.

De forma bem-humorada, a peça usa o personagem “Capiroto”, para mostrar que ele não possui nenhuma semelhança com Exu e outras divindades que são constantemente relacionadas com o diabo da religião cristã.

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“Eu escrevi esse espetáculo justamente para mostrar o quanto Exu não tem nada a ver com a cultura cristã. Exu não é o diabo. O diabo faz parte da cultura cristã, onde historicamente uma das estratégias de controle de povos, de invasão de terras, sempre foi demonizar divindades, primeiro colocando como divindade pagã e depois demonizando. O espetáculo ele desdemoniza  Exu e outras divindades de outras culturas. […] O diabo é da cultura branca””, comentou o dramaturgo em entrevista a Silvia Nascimento, CEO do Mundo Negro.

O papel principal é interpretado por Leandro Melo, conhecido por suas atuações em espetáculos como “Los Hermanos – Musical Pré Fabricado” (Michel Melamed), “ABBA – People Need Love” (Carlos Alberto Serpa), “Bibi, Uma Vida em Musical” (Tadeu Aguiar), “Elis, A Musical” (Dennis Carvalho) e “Dzi Croquettes” (Ciro Barcelos). “Espero que as pessoas saiam do teatro refletindo sobre a maldade que existe dentro delas. Afinal, somos todos feitos de sentimentos positivos e negativos, e precisamos lutar constantemente para nos tornarmos melhores seres humanos.”, afirmou Melo.

Para França, a religião e o papel do diabo no monólogo é apenas uma forma de analisar o poder e o patriarcado. “Na verdade, escolhi evocar essa figura simbólica para explorar o poder e o patriarcado, conceitos fundamentais em nossa sociedade. O personagem-título ilustra como essas ideias são construções culturais, econômicas e sociais europeias que não eram presentes nas Américas pré-colonização ou nas nações africanas.”, explica.

A peça fica em cartaz até o dia 8 de novembro, com apresentações às terças e quartas, às 19h, no Teatro Sérgio Cardoso, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte. Os ingressos custam R$40 (inteira) e R$20(meia-entrada) e podem ser adquiridos no site.

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