“Eu quero você gatinha”. Neste domingo (03), Bruno Mars fechou o primeiro final de semana do The Town. A apresentação contou com diversos hits, dança e muito charme, além de fazer o público do festival (e de casa) cantar todas com ele. Mas além de um lindo show, também reacendeu outro debate: Bruno Mars é negro?
Durante a apresentação, um tweet fez o assunto voltar para a comunidade negra e levantar alguns questionamentos sobre. Como pode ele nao ser branco e também não ser negro?
O que acontece é que Bruno Mars é lido como asiático marrom. Ele nasceu no Havaí, é descendente de filipino por parte de mãe e porto-riquenho por parte de pai, uma mistura de asiático com latino.
Mas assim como no Brasil, o colorismo é um assunto que sempre levanta algumas questões pelo o mundo e não seria diferente na vida do dono de hits como ‘Talking To The Moon’ e ‘When I Was Your Man’. Levi Kaique analisou que mesmo não sendo negro, no Brasil ele acabaria sendo considerado pela pigmentocracia. “O mais importante sobre o fato do Bruno Mars não ser negro é que ELE MESMO sabe disso e nunca disse ser negro. Nós brasileiros que consideramos ele negro porque a nossa leitura racial é baseada na pigmentocracia”, comentou Levi no X.
O mais importante sobre o fato do Bruno Mars não ser negro é que ELE MESMO sabe disso e nunca disse ser negro. Ele já falou várias vezes sobre ser latino (descendente de pai porto-riquenho) e asiático (descendente de filipinos).
Nós brasileiros que consideramos ele negro porque…
Mesmo não se considerando negro, Mars já foi acusado algumas vezes de se apropriar da cultura negra, já que sua música e suas apresentação são quase todas voltadas para a cultura negra.
Em 2021, em uma entrevista para o The Breakfast Club, ele se defendeu sobre as acusações de apropriação cultural e falou sobre suas referências. “Você não consegue encontrar uma entrevista onde eu não tenha falado sobre os artistas que vieram antes de mim. A única razão pela qual estou aqui é por causa de James Brown, Prince, Michael”, rebateu o cantor.
Não há como negar que a música do Bruno não lembre a música negra, as referências da black music, seja o R&B, o Funk e o Soul, estão presentes em toda sua discografia e também nas suas apresentações, como foi possível ver no seu show no The Town. “Essa música vem do amor e se você não consegue ouvir isso, não sei o que te dizer”, comentou Mars.
Outro ponto que deve ser levado em conta é que tanto suas parcerias musicais como sua banda é composta por negras, o que acaba dando mais credibilidade nas suas músicas.
Mas o mais importante, a comunidade negra ama as músicas do Bruno Mars e se sente representada. Mesmo não sendo afro-americano, ele continua sendo considerado um grande artista com referências da música negra e até sendo chamado por alguns de “Nego Doce”.
se tivesse um prêmio de maior nego doce bruno mars levaria claramente
Estamos recebendo e lendo de maneira crítica informes públicos sobre ações de empresas que estão adotando programas de Diversidade e Inclusão que têm na falta de transparência sobre seus dados e indicadores um denominador comum.
Recebem prêmios, são citadas em entrevistas, apresentam informes animadores, que mais parecem ser uma peça promocional da empresa, que uma prestação de contas.
Há algumas questões que precisam ser perguntadas, a primeira se a empresa tem um ambiente democrático, pois sem respeito à democracia, fica difícil acreditar que promovam diversidade e inclusão. Estruturas hierarquizadas, com lideranças autoritárias, politicamente de extrema direita são incompatíveis com a existência de um clima democrático. Raramente esses programas de Diversidade e Inclusão relatam que puniram algum diretor sobre manifestações racistas, homofóbicas, machistas. É como se lançar algumas publicações sobre o tema fosse o suficiente.
Democracia é incompatível com discriminações de qualquer natureza.
Outro tema é a noção de que implementação de políticas de diversidade e inclusão possa ser vista como política assistencialista, caridade, benemérita ou de responsabilidade social e nunca como uma política de direitos. Isso torna tudo muito diferente. Os dados e indicadores divulgados são modestos e definidos aleatoriamente, dando a entender que qualquer mudança insignificativa diante do tamanho do grupo social contribuiria de alguma forma. Quando na maioria das vezes é como se estivéssemos correndo em uma esteira, não saímos do lugar.
Quanto custa financeiramente um programa de Diversidade e Inclusão? Não existe resposta, nem dados sobre esta questão. Há uma absoluta falta de transparência nos relatórios apresentados por fundações, empresas, bancos etc. Há uma dura e cínica perspectiva que nos é passada, em que todas as ações são simbólicas, e precisam ser festejadas por menor que sejam. Devemos simplesmente agradecer, sem nenhuma crítica.Não existe diálogo, nem tampouco solidariedade entre as pessoas que são sujeitas dos programas de Diversidade e Inclusão. Cada um disputa seu percentual nas empresas, cada um procura mostrar o tamanho das desigualdades que se referem a seu grupo, sua representatividade.
A luta pela sobrevivência de todos os trabalhadores nas instituições cria limites para uma atuação mais libertária, mas um ponto há que se destacar e nos preocupar: a saúde mental de uma pessoa que passa por discriminação racial. Os transtornos mentais relacionados ao trabalho são um componente ignorado por esses programas. No máximo há uma menção sobre a criação de um espaço de escuta, ou recomendação para ações individuais de prevenção a problemas de saúde mental. A organização do trabalho em uma instituição está diretamente relacionada ao adoecimento mental, mas é ignorada na hora de equacionar elaborar as estratégias de políticas de Diversidade e Inclusão.
Um programa bem-sucedido de diversidade exige o compromisso de todos os setores da empresa, a começar por sua alta direção, assumindo a diversidade como um valor essencial da empresa, expresse-a em sua declaração de missão e incorpore-a ao seu planejamento estratégico. Entretanto, os líderes das empresas raramente manifestam-se publicamente sobre a política de Diversidade e Inclusão.
O último ponto que sintetiza um pouco esse comentário nada otimista sobre as políticas de Diversidade e Inclusão tem haver com o fato de não haver nenhuma ou raríssimas menções nas estratégias de implementação que deveria fazer parte dos relatórios e textos de divulgação sobre o respeito aos Direitos Humanos nas empresas. Esse é um aspecto que sintetizaria a necessidade de reflexões mais ambiciosas e mais próximas da realidade dos grupos sub-representados nas empresas, e na definição de ações relacionadas a políticas de Diversidade e Inclusão.
O debate sobre o colorismo tem tomado conta das redes sociais, das mesas de bares, dos almoços de domingo em diferentes lugares e discutido por diferentes pessoas. Serei mais uma. Mas tentarei fazer um percurso diferente, ao expor meus argumentos. Para tanto faremos, juntos e juntas um caminho temporal (passado, presente e futuro) e entre dimensões (privado e público).
Para organizar, vamos primeiro ao passado. Parece óbvio, mas vale lembrar, que quando os portugueses chegaram ao Brasil e começaram a explorar a terra, esta “terra à vista” já estava ocupada pelos diversos povos indígenas. A invasão que levou ao massacre, mas também a resistência dos povos indígenas é constantemente revisitada, um exemplo é a tese jurídica do marco temporal. Já estamos transitando pelos diferentes tempos.
Entre o século XVI e o XIX o Brasil liderou o comércio de africanos escravizados. O país recebeu mais africanos do que qualquer outra região das Américas. Quando de fato, o comércio transatlântico de pessoas cativas se tornou ilegal, por aqui se intensificou uma espécie de tráfego entre Estados, conhecidos na época como províncias). O sangue e suor dos negros (africanos ou nascidos no Brasil) foram usados em Minas Gerais, entre finais do século XVII e meados do século XVIII na extração de ouro saíam dos portos de Recife e Salvador. Após um tempo, o Rio de Janeiro começou a liderar o envio de cativos para trabalharem forçosamente na mineração em Minas Gerais, Mato Grosso e parte de São Paulo. Se você quiser saber mais sobre as viagens transatlânticas de pessoas cativas acesse o site do projeto Slave Voyagesque lá você encontrará dados atualizados não apenas sobre o Brasil.
Em 1888, o Brasil finalmente assinou a Lei Áurea extinguindo a escravidão. Mas antes e depois dessa lei o governo incentivou a vinda de trabalhadores europeus para o Brasil para ocuparem, principalmente parte do Rio de Janeiro e São Paulo onde a produção cafeeira estava em alta e o café foi por muitos anos o principal produto de exportação. O café brilhou até parte do século XX. Dinheiro público foi direcionado não para promover saúde, educação, moradia e trabalho para a população recém liberta, mas sim, para possibilitar a vinda de mão de obra branca.
No século XIX, nasceu o racismo científico, e pelo mundo as teorias racistas. A partir do conceito de raça, pesquisadores classificaram a humanidade delimitando desigualdades entre os diferentes povos. Essas teorias afirmavam que a humanidade está dividida em raças e estas estão organizadas numa espécie de hierarquia biológica, onde o branco está na posição superior, dotado assim, de inteligência e beleza e os não brancos ocupam as posições inferiores. Passados anos e inúmeros debates científicos essas teorias foram retiradas, progressivamente, dos debates acadêmicos e foram por fim superadas. Atualmente, raça é um conceito sociológico que não serve para hierarquizar, mas diferenciar a partir de traços socioculturais.
A construção do Brasil e a ideia de identidade nacional aqui foi feita a partir da valorização da miscigenação. Na ilusão de que as três raças (européia, indigena e a africana) conviviam harmoniosamente. Outra falácia. Acreditamos, enquanto sociedade, na concepção da suposta democracia racial. A miscigenação produziu, no Brasil, um diferente gradiente de tons de pele que vai do mais claro ao mais escuro.
Também, aqui, a população negra é a junção de pardos e pretos. Sendo possível o negro de pele clara. Níveis diferentes de melanina na pele, texturas de cabelo, traços do rosto e do corpo são elementos que podem colocar o sujeito mais próximo do branco e consequentemente mais distante do preto.
O colorismo advoga que há um tipo de indivíduo que está mais próximo do ideal da brancura, contudo, esse sujeito não é exatamente branco, ele tem o que a gente chamaria de passabilidade. Porém, basta que esse sujeito utilize algum elemento ou símbolo da cultura negra, como um turbante, ou ser adepto das religiões de matrizes africanas que ele perde esse trânsito, conforme pontua Alessandra Devulsky no livro Colorismo. Como a autora destaca e eu concordo com ela, o colorismo é um subproduto do racismo. O povo negro é o racializado pelo outro, o branco que visto como sem raça, ele é o humano, a norma. Acredito que colorismo é uma daquelas ideias usadas para distrair no foco e constantemente é usada entre nós negros como se fosse criação nossa. Estamos olhando para dentro quando nosso olhar e denuncia poderia (ou melhor, deveria) ser exógeno.
Com isso, e aqui termino, afirmo que pessoas negras de pele clara e as pessoas negras de pele escura sofrem de maneiras diferentes as mazelas do racismo. Pessoas de pele escura, ou com mais traços fenotípicos do que se entende por laços com a africanidade estão mais expostas as diversas facetas do racismo, sofrendo mais com a violência do Estado ou desprezo afetivo. Somos negros e diversos entre nós. Sermos colocados numa unicidade é também racismo, fortalecer a nossa diferença faz parte da construção das identidades negras.
Por Shenia Karlsson, Psicóloga clínica, Co-Fundadora do Papo Preta.
Essas duas últimas semanas foram efervescentes no mundo da web, e o tema polêmico das relações amorosas sempre mobiliza muito, engaja muito. Os últimos escândalos envolvendo casais negros e racializados aos quais terceiros elementos, neste caso “mulheres brancas”, apareceram publicamente pleiteando supostos direitos, forçando um protagonismo característico da fragilidade branca. Definitivamente isso chamou a atenção do público.
De um lado, homens negros e racializados, artistas de gêneros musicais voltados principalmente para a cultura negra. De outro lado, mulheres negras e racializadas, lindíssimas, bem sucedidas em suas profissões e gozando de um reconhecimento público merecido. No meio, mulheres brancas precárias e de atitudes duvidosas, tentando manter uma superioridade ilusória construída pelo racismo e seus privilégios no mercado afetivo, principalmente quando alvo são homens negros, afinal, elas sabem que esse grupo as aceitam sem muitos critérios, ou às vezes nenhum. Outro assunto que fez muita gente se surpreender. Ser branca não é critério de escolha para nada, entretanto, em pleno 2023, existem aqueles que seguem firmes. Força camarada!
Este artigo não é sobre palmitagem, mesmo porque este termo apequena a discussão e a torna superficial. Meu intuito é trazer à luz certos aspectos aos quais não são levados em consideração, mas são extremamente importantes para abordar: o medo branco e a dominação pelo afeto. Esses fatos colocaram em ênfase algo historicamente problemático, a relação de rivalidade entre mulheres brancas e não brancas. O universo feminino é por si só um ambiente fértil para disputas, contudo, quando se trata da interação entre mulheres brancas e não brancas, o componente hierarquia nas mais variadas dimensões é ressaltado e as mulheres brancas fazem questão de impor a verticalidade dessa relação como fator predominante para que a experiência aconteça.
Foto: Freepik.
A história entre mulheres brancas e não brancas no Brasil é uma história controversa. No livro ‘Casa Grande e Senzala’ do autor Gilberto Freyre, ao narrar a vida na época da Colonização ele discorre como as mulheres brancas, negras e indígenas eram vistas. Pelo fato da colonização ter sido um advento primordialmente masculino e branco, as primeiras mulheres que esses homens se depararam foram as mulheres indígenas, um tipo totalmente diferente das quais eles estavam habituados, tendo sido elas um objeto de desejo e de tentação. Com o advento da escravização de africanos e a chegada das mulheres negras, outro tipo de corpo passou também a ser um objeto de desejo e de perturbação para os europeus, visto que socialmente essas mulheres não eram corpos moralmente aceitáveis para relações formais. Não preciso estender essa discussão sobre os estupros sistemáticos, certo?! Ok.
A chegada das mulheres brancas foi gradativa e com um intuito bem delimitado, garantir a linhagem branca, ou seja, poderes materiais e simbólicos na manutenção e construção de uma supremacia branca brasileira. Eram mulheres sem relevância, não desejadas, vistas como feias, sem encanto, utilizadas para gerar filhos brancos descendentes e proporcionar ao homem branco o status de homem de família, cristão e reto. Visto que o desejo carnal destes homens eram direcionados às indígenas e negras, as mulheres brancas construíram uma relação de ressentimento com mulheres não brancas. Por um lado, gozavam do privilégio de serem protegidas e escolhidas para a constituição da família, por outro eram esvaziadas de seu status feminino e reduzidas a meras indumentárias.
Após a abolição da escravatura, o discurso eugênico estava tão embrenhado na sociedade que a chegada de europeus muito pobres na substituição da mão de obra negra fez com que a superioridade branca fosse afirmada como norma. Outros desdobramentos foram acontecendo e homens negros que foram adquirindo posses passou a escolher mulheres brancas pobres para constituir matrimônio e família. Essas mulheres brancas fora dos padrões elitistas da branquitude foram gradualmente disputando o mercado afetivo com mulheres não brancas pelo privilégio que o racismo entregou a elas.
E qual foi o resultado desta equação? Segundo Rachel A. Feinstein, autora do livro ‘When Rape Was Legal’ ( Quando o estupro era legal – em tradução livre) é possível acessar relatos de violências perversas praticadas por mulheres brancas, como castigos físicos, humilhações, perseguições e negligência quando descobriam os estupros praticados por seus pais, maridos, filhos e familiares. Eram coniventes com todas as violências praticadas na época e muitas vezes participavam ativamente de tudo, e a moeda de troca era o privilégio de manter seu status de sinhá. Sendo assim, a mulher branca relacionou-se com mulheres não brancas somente através de relações assimétricas e de poder, em que suas projeções negativas pudessem encontrar nessas mulheres um depositário de suas frustrações.
Foto: Arquivo Digital da Biblioteca Nacional.
Hoje, as violências estão mais sofisticadas embora continuem a todo o vapor, seja no trabalho, nas relações familiares ou no tal mercado afetivo. As mulheres brancas tentaram a todo custo manter as mulheres não brancas como simples espectadores de suas vidas, fazendo-as de cuidadoras, empregadas, mucamas, confidentes e figurantes da vida idealizada da branquitude e nunca houveram esforços para a construção de relações equânimes, horizontais e de liberdade. Mulheres brancas costumam acusar mulheres não brancas de invejá-las e odiá-las, mas, quem mesmo iniciou tudo isso e continua jogando baixo?
No livro ‘Entre o Encardido, o Branco e o Branquíssimo’ da autora Lia Vainer Schucman, em umas de suas entrevistas com uma mulher branca jovem totalmente fora dos padrões da beleza – bleleza que eles mesmo estabeleceram, confessou que preferia investir em homens negros acima do padrão e admitiu obter vantagem diante de mulheres negras por ser branca. Inclusive a obra demonstra o quão conscientes os brancos estão sobre seus privilégios e que os usufruem sem nenhuma reflexão crítica. A postura de mulheres brancas no que tange todas as violências sociais praticadas no Brasil é absolutamente questionável na medida que elas sustentaram o colonialismo e a escravização com o intuito de obter benefícios próprios e hoje continuam a sustentar o racismo também em benefício próprio.
Hoje, diante das mudanças sociais, mulheres “não brancas” têm ganhado algum destaque e estão com muita dificuldade tentando disputar esse mercado afetivo ao qual tem os mesmos direitos, mas as mulheres brancas não enxergam desta forma. A historiadora Célia Maria Azevedo e autora do livro ‘Onda negra, medo branco: O negro no imaginário das elites’, destaca o medo branco como um componente importante para analisar como os brancos se mobilizam para tentar manter uma suposta ordem e garantir assim o controle em vários níveis. A pergunta “o que fazemos com os negros?” É tão atual quanto na época, na medida que ações vão se corporificando com um único intuito, o controle sobre nossos corpos. Quais corpos os brancos podem usar quando querem? Quais corpos eles detém o poder? Quais corpos podem ser desejados? Quais corpos podem ser amados?
A dominação pelo afeto é uma estratégia muito eficiente que a branquitude tem usado para a nossa submissão e afirmo que talvez seja o capital social mais importante e o que eles têm mais medo de perder. Imagina acordar um dia e descobrir que não é mais o modelo ideal de nada? Que é odiado e menosprezado? Essa é a angustia vivida hoje por mulheres brancas que acreditam que homens negros e racializados são de domínio próprio delas.
As demonstrações de rivalidade, ódio, destruição e desespero são comportamentos típicos da violência da branquitude, que atacam quando sentem-se coagidas ou ignoradas. O protagonismo seria a única forma de estar, e assim é necessário dizimar a mulher não branca simbolicamente humilhando-a publicamente, seja saindo do Hotel de um homem comprometido ou até chamar uma mulher negra de vagabunda num momento de extrema inveja e rejeição. Uma mensagem clara: Eu sou a escolhida, a única a ser amada! Se não pode ser meu, seu não será. A ideia de assistir mulheres não brancas vivendo plenamente suas vidas é insuportável para aquelas que acreditaram que esse direito é somente delas.
Neste artigo não vou aprofundar a questão da fidelidade, da lealdade e da incapacidade de homens não brancos de protegerem mulheres não brancas e sim, destacar uma guerra em curso que só mulheres não brancas não vêem, pois as mulheres brancas estão a todo vapor e dispostas a tudo o que vocês puderam ver por aí, e quem sabe pior. Então, preparem-se, irmãs! Protejam-se! Sejam felizes e amadas, e não esqueçam, o jogo não é limpo. E quanto às brancas, estamos de olho e agora, vamos reagir, já que não tens mais o chicote como defesa. Fica a dica.
Educador popular, comunicador e ex-Conselheiro Tutelar de Jacarepaguá, Jotta Marques, participou nesta semana do podcast ‘PCDPOD’, apresentado por Benedita Casé e Pedro Henrique França. Durante o episódio, Marques destacou a importância de se falar sobre as pessoas negras com deficiência no Brasil e no mundo. “É crucial reconhecer uma realidade dolorosa: As pessoas negras com deficiência são negligenciadas“, publicou o educador ao compartilhar um vídeo de sua participação no ‘PCDPOD’. “Elas são vítimas das estruturas capacitistas e racistas que permeiam nossa sociedade, economia, sistema educacional, política e, por óbvio, os nossos relacionamentos e famílias“.
Historicamente, a luta por direitos e reconhecimento das pessoas negras tem sido uma batalha contínua. No entanto, as vozes e as experiências das pessoas negras com deficiência frequentemente ficam à margem até mesmo dentro dos movimentos de direitos civis. Membro fundador do movimento ‘Vidas Negras Com Deficiência Importam (VNDI)’, Jotta Marques contou como surgiu o desejo de criar uma organização com o objetivo de buscar por uma sociedade antirracista e anticapacitista.
“O VNDI parte de uma discussão da Luciana Viegas, que é nossa diretora, fundadora, que é a pergunta clássica: ‘Onde estão as pessoas negras com deficiência?'”, explicou o educador. “Mais do que encontrar essas pessoas, como que a gente pensa as nossas vidas pra dizer pras essas pessoas que elas importam. Mas como que eu vou dizer que nós somos importantes se antes disso a gente precisa provar que a gente existe? Você está dentro dos espaços de educação, dentro dos espaços de trabalho, dentro dos espaços de família, mas você é invisibilizado de tal forma, que ao longo do tempo passa a ser desumanizado. Sendo desumanizado é a morte emvida, né? Você é desumanizado de tal forma que você não é visto, você não é lembrado, você não é reconhecido, você não tem nome.
A invisibilização também se manifesta em aspectos estruturais, como acesso limitado a serviços de saúde de qualidade, educação inclusiva e oportunidades de emprego. As barreiras físicas e sociais muitas vezes impedem que pessoas negras com deficiência participem plenamente da vida cotidiana. Como pontuado por Jotta Marques, o movimento VNDI surge para mostrar ao mundo a existência de corpos negros com deficiência. “O VNDI é mais do que qualquer coisa, mais do que um movimento social que promove datas, que constrói relatórios, que está na ONU, é mais do que isso, é para dizer pra todo mundo que a gente existe. E aí, o que que vocês fazem com isso agora? É uma provocação“, pontuou o educador.
Nesta sexta-feira, 1, a polícia de um município na região metropolitana de Columbus, capital do estado americano de Ohio, nos EUA, divulgou imagens da câmera corporal de um policial que atirou e matou uma mulher negra grávida enquanto ela estava dentro de seu carro no estacionamento de um supermercado na semana passada.
Mais um caso de violência policial nos EUA: Uma mulher negra, grávida, de 21 anos, foi morta durante uma abordagem em um estacionamento em Ohio. As autoridades divulgaram os vídeos das câmeras instaladas no uniforme dos agentes, que suspeitaram de roubo e atiraram nela.
A vítima, identificada como Ta’Kiya Young, de apenas 21 anos, foi morta em um incidente que tem gerado protestos e uma investigação sobre o uso de força letal pela polícia em Blendon, uma localidade com cerca de 10 mil habitantes a nordeste de Columbus. O bebê da jovem não sobreviveu.
O vídeo divulgado mostra o momento em que um dos policiais se aproxima de Young, que estava atrás do volante de um carro estacionado, após receber uma denúncia de furto de bebidas alcoólicas. O oficial bate na janela e pede repetidamente que ela saia do veículo. A situação se agrava quando um segundo policial se coloca à frente do carro, ordenando que ela saia, e saca sua arma quando Young vira o volante.
O episódio resultou em um disparo que atingiu a jovem, cujo veículo colidiu com a parede do centro comercial. Mesmo após ser levada para o hospital, Ta’Kiya Young foi declarada morta. A família da vítima, em comunicado, classificou a morte como “não apenas evitável, mas também um grave abuso de poder e autoridade.”
O chefe de polícia de Blendon, John Belford, lamentou a tragédia e colocou ambos os policiais envolvidos em licença administrativa remunerada. Belford ainda não divulgou os nomes dos agentes, alegando que eles e Young eram “possíveis vítimas de crime” cujas identidades não podem ser reveladas sem autorização judicial.
A NAACP de Columbus, uma das principais organizações de defesa dos direitos civis nos Estados Unidos, exige a demissão do policial que disparou no vídeo. Manifestantes se reuniram em frente ao supermercado onde o incidente ocorreu para protestar contra a morte de Young e pedir justiça.
A investigação sobre o caso continua em andamento, e os resultados serão enviados ao promotor do condado para determinar se haverá acusações criminais. O advogado da família Young alega que o policial violou a política do departamento, que estabelece que agentes devem tomar medidas razoáveis para sair do caminho de um veículo em vez de atirar, e que Young não havia furtado nada da loja, segundo uma testemunha.
Uma nova pesquisa deixa um alerta sobre a saúde mental dos jovens no mundo. O Brasil lidera ranking de jovens com que sofrem com questões relativas a autoestima, seja em relação a sua aparência, seja sobre a auto-percepção sobre a sua inteligência. Os brasileiros entre 16 e 24 anos lideram as queixas em relação a autoestima, isolamento social e conflitos familiares de acordo com os dados divulgados em agosto pelo Panorama da Saúde Mental, criada pelo Instituto Cactus, em parceria com a AtlasIntel.
Em um país que ainda carece de referências para adolescentes e jovens adultos negros, não seria exagero afirmar que há uma grande probabilidade de que este seja um dos grupos mais afetados com questões relativas à saúde mental. Por isso se faz necessário um recorte racial para entender o que um dos pontos que mais o afetam: a baixa autoestima. Vanessa Rodrigues, psicanalista antirracista, afirmou em entrevista ao Mundo Negro, no especial sobre Setembro Amarelo, que “os adolescentes são mais suscetíveis a esse sintoma e a depressão”.
“O desenvolvimento do lóbulo pré-frontal está em pleno vapor. Essa parte do cérebro é responsável pela regulação das atividades afetivas. Junta-se a isso a descarga de hormônios experimentados pelo corpo pela primeira vez causando novas sensações e desejos. Isso pensando do ponto de vista neurobiológico. Sem contar as mudanças físicas nos corpo, que acontecem muitas vezes de maneira abrupta, sem tempo para a adaptação da mente para a mudança do infantil para a puberdade. Tudo acontece rápido e a sensação de que tudo é urgente aumenta. Muitas coisas pra viver, com a sensação de que não se está preparado. De que seu corpo é insuficiente”, explica.
Vanessa Rodrigues (Arquivo pessoal)
Além de todas essas mudanças, Vanessa destaca como as cobranças de comportamentos fomentada pela escola, pelos pais, colegas e redes sociais também afetam a saúde mental. No caso das redes, “impõe padrões de comportamento e estética, que na maioria das vezes é alienado da realidade e da materialidade do cotidiano do adolescente. É difícil para um sujeito que está passando por isso tudo, se manter calmo e confiante. Mesmo com uma boa base familiar e rede de apoio, os adolescentes tendem a se sentir bombardeados pelas novas ‘exigências’ da vida adulta. É preciso acolher este processo. E quando não há acolhimento, estes sintomas podem se intensificar”.
Segundo Vanessa, a família deve preparar a criança para a fase da adolescência e alerta para os sinais de quando algo está bem. “Muitos pais não entendem o distanciamento que os adolescentes tomam deles e interpretam, muitas vezes, a necessidade que eles têm de ficar sozinhos ou introspectivos como sintomas”. E completa: “Pode haver mudança de apetite, dificuldades ou problemas para dormir, sensação de medo e perigo, pensamentos obsessivos, taquicardia, suor excessivo, pensamentos negativos sobre si mesmo, redução da concentração, perfeccionismo e sentimento de solidão”.
A psicanalista também avalia como as redes sociais, em especial o TikTok, podem causar danos emocionais em adolescentes negros. “Há uma espécie de normatização inatingível, pois todo esse padrão dito de perfeição só pode ser alcançado a partir dos filtros das redes. Esse processo é ainda mais insalubre para os adolescentes negros. O padrão estético imposto não abarca a diversidade dos corpos e a real beleza da população negra. Os adolescentes tendem a projetar a diferença como defeito, insuficiência criando para si mesmo um olhar distorcido e desconexo com a realidade. Sem contar a possibilidade de estarem expostos a conteúdos de violência racial, situações de assédio e cyberbullying, causando sentimentos de ansiedade, depressão e baixa autoestima”.
Vanessa Rodrigues (Foto: Arquivo pessoal)
Para finalizar, Vanessa reforça a importância do papel da família para o bem-estar emocional dos adolescentes. “É preciso incentivar o autocuidado, recomendar cautela com os conteúdos expostos nas redes e nos compartilhamentos de informações. Os responsáveis devem acompanhar o uso das mídias sociais dos adolescentes, incentivando-os a ter uma atitude crítica em relação aos conteúdos. Promover tempo de qualidade fora das telas ou redes sociais .É importante orientar os adolescentes para que abandonem as redes, todas as vezes que se sentirem mal. Que eles possam procurar um lugar de apoio e acolhimento com a família e tutores”.
Aos 12 anos, Miguel Ângelo dá aula de boa autoestima
Em contrapartida ao que normalmente ocorre, levantado pela Vanessa, o ator mirim Miguel Ângelo, de 12 anos, é um adolescente superconfiante, mas entende porque a baixa autestima ocorre entre os jovens desta faixa etária. “A aceitação de um adolescente, principalmente negro, é muito difícil. Porque eles vão ver aquelas pessoas que estão no hype, que são brancas e no máximo um light skin e que tem um cabelo totalmente diferente do dele. Por exemplo, o meu cabelo é 4C e o cabelo que tá muito em alta é o cabelo 3A para baixo. [Os adolescentes] ficam tipo ‘eu não sou o ideal, porque minha pele é muita escura, meu cabelo é muito crespo’. Eles não serão páreos para a aceitação”, diz em entrevista ao Mundo Negro.
Foto: Jordan Vilas
Apesar da pouca idade, o protagonista da novela infantil do SBT ‘A infância de Romeu e Julieta’ foge das estatísticas e agradece à mãe pela autoestima elevada. “Minha mãe sempre falou que eu sou lindo, que eu posso fazer o que eu quiser, que meu sorriso lindo, que minha pele é linda e que sou descendente de reis e rainhas. Eu acho que isso é muito importante para que no futuro, a criança tenha uma boa autoestima”, destaca o ator.
Além da base familiar, Miguel também acredita no poder do humor para a saúde mental. “O humor, como o Paulo Gustavo disse, também salva vidas. É uma forma de esvaziar a sua mente”.
Segundo o ator, muitos adolescentes cabam desativando as contas nas redes sociais por serem muito nocivas para a saúde mental. “As pessoas tem mania de não mostrar muito o seu rosto. E quando elas te xingam, tacam hater pesado em cima de você, isso vai afetando o psicológico”.
Entre outros métodos que a mãe Vania Regina da Silva, 54, também usa para fortalecer a autoestima de Miguel é a leitura de livros com protagonismo negro. “A gente leu todos do Lázaro Ramos, ‘Na Minha Pele’, ‘Você Não é Invisível’. Eu também li o Malcolm X, Nelson Mandela, que ganhei do Pastor Henrique Vieira, ‘A Princesa e a Ervilha’ e‘O Pequeno Príncipe Preto’ do Rodrigo França”, finaliza citando obras incríveis.
No dia 13 de agosto, Rihanna e sua família enfrentaram mais uma tragédia, com a morte de Tanella Alleyne, prima da estrela do pop, que faleceu aos 28 anos de idade. A perda familiar acontece apenas seis anos após seu irmão, Tavon, ser morto a tiros com apenas 21 anos.
A causa da morte não foi divulgada, mas a mãe de Tanella, Julie-Ann Bryan relatou que os médicos detectaram uma “massa escura” em um exame de tomografia computadorizada realizado pouco antes de sua morte. O velório da jovem aconteceu na segunda-feira, 28, na Igreja Paroquial de St. George, em Barbados, de acordo com o Loop Barbados News, que afirmou que a música “Lift Me Up,”, feito por Rihanna para o filme Pantera Negra, foi tocada durante a cerimônia.
Não se sabe se Rihanna, que deu à luz seu segundo filho, um menino, em 3 de agosto, esteve presente na cerimônia.
Em seu discurso, a mãe adotiva de Tanella, lembrou-se dela como uma mulher que “viveu uma vida de gratidão com uma quantidade extraordinária de atitude, regada com confiança em abundância.” Ela acrescentou: “Havia algo especial em Nella. Ela era ousada e corajosa. Nosso amor um pelo outro era intenso.”
Foto: Reprodução
Tanella Alleyne era uma prima próxima de Rihanna e, além do irmão que faleceu há seis anos, também havia perdido uma irmã gêmea quando ambas tinham apenas 14 anos.
O irmão de Tanella, Tavon, foi tragicamente assassinado por um atirador não identificado enquanto fazia uma caminhada em Lake Close, Eden Lodge, St. Michael, no dia seguinte ao Natal. Ele tinha 21 anos e havia passado o Natal com Rihanna e a família antes de sua morte. As circunstâncias do tiroteio permanecem obscuras, e a polícia de Barbados iniciou uma investigação, embora os resultados não tenham sido divulgados publicamente.
O romancista, ensaísta, dramaturgo e crítico social estadunidense James Baldwin se tornou tema central de uma peça de teatro em São Paulo. A partir das ideias do consagrado poeta, os atores Izabel Lima e Fernando Vitor criaram o espetáculo ‘James Baldwin – Pode um Negro Ser Otimista?‘, divido em duas partes.
James Baldwin. Foto: Reprodução.
Duas peças teatrais serão apresentadas no contexto do espetáculo. A primeira delas, intitulada “Parte 1 – É a Inocência que Constitui o Crime”, estará em exibição no Auditório da Biblioteca Mário de Andrade, situado na Rua da Consolação, 94, República. O público poderá desfrutar dessa peça até o dia 04 de setembro.
Posteriormente, o palco se deslocará para a sala multiuso do Teatro Arthur Azevedo, localizado na Avenida Paes de Barros, 955, Alto da Mooca. Entre os dias 14 de setembro e 1º de outubro, serão apresentadas as duas partes das peças. Isso inclui a “Parte 1 – É a Inocência que Constitui o Crime” e a empolgante “Parte 2: Será Preciso Salvar os Brancos?”. Ao todo, serão realizadas 20 sessões e o melhor de tudo, a entrada será gratuita para todas as apresentações.
‘Pode um negro ser otimista?’ Foto: Caio Oviedo
Com direção José Fernando Peixoto de Azevedo, James Baldwin – Pode um negro ser otimista? parte da pesquisa sobre o pensamento crítico do autor afro-americano James Baldwin (1924 -1987) para refletir sobre o contexto político e social brasileiro a partir da ótica intelectual negra.
BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE – Parte 1: É a Inocência que Constitui o Crime
Datas: 01, 02, 03 e 04 de setembro, às 19h Endereço: R. da Consolação, 94 – República Duração: 70 minutos
Ingresso: gratuito | Retirado com 1 hora de antecedência na bilheteria
TEATRO ARTHUR AZEVEDO – SALA MULTIUSO – Parte 1: É a Inocência que Constitui o Crime e Parte 2: Será Preciso Salvar os Brancos?
Datas:14 de setembro à 01 de outubro* ** – Quinta, Sexta, Sábado às 20h e Domingo às 18h Endereço: Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca Duração: 140 minutos (com intervalo)
O The Town 2023 começa neste sábado, 2 de setembro. A primeira edição do festival promete ser histórica e já chega se apresentando como o maior evento de música e cultura de São Paulo. Ao todo, 500 mil pessoas são esperadas, contando com mais de 235 horas de música, divididas nos seis palcos que vão compor a Cidade da Música, junto com diversas outras opções de entretenimento.
O cantor norte-americano Bruno Mars é uma das atrações mais aguardadas. De acordo com o Estadão, o show do artista é o mais caro do festival. O valor também é superior a todos os outros espetáculos que já passaram pelo Rock In Rio, segundo informações do próprio organizador dos festivais, Roberto Medina. Mars receberá – por cada um dos dois shows agendados – a quantia de 1,5 milhão de dólares, cerca 7,3 milhões de reais na cotação atual. Outro nomes como Ludmilla, IZA, Racionais MCs, Karol Conka, Seu Jorge e H.E.R. também se apresentam no The Town 2023.
Mas o alto preço pelo show de Bruno Mars é justificável. Além de seu talento vocal e de composição, o artista também é conhecido por suas incríveis habilidades como dançarino e músico. Ele frequentemente se apresenta tocando uma variedade de instrumentos, incluindo guitarra, bateria, baixo e teclado, durante seus shows ao vivo, o que adiciona uma dimensão extra à sua performance.
Mars se apresenta dentro do The Town 2023 nos dias 3 e 10 de setembro. O cantor possui muitos álbuns de álbuns de sucesso, incluindo “Unorthodox Jukebox” (2012), que apresentou músicas como “Locked Out of Heaven” e “Treasure”, e “24K Magic” (2016), que incluiu o sucesso que leva o nome do álbum, bem como “That’s What I Like”. Esses álbuns lhe renderam vários prêmios Grammy e consolidaram seu status como um dos artistas mais populares da indústria musical.