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“Exu não é o diabo”: Rodrigo França estreia monólogo que “desdemoniza” divindades não cristãs

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Foto: Reprodução/Divulgação

Nesta terça-feira (10), estreia em São Paulo o monólogo “Capiroto”, escrito e dirigido por Rodrigo França como forma de “desdemonizar” diversas entidades não cristãs. A estreia acontece na Sala Paschoal Carlos Magno, do Teatro Sérgio Cardoso, às 19h.

De forma bem-humorada, a peça usa o personagem “Capiroto”, para mostrar que ele não possui nenhuma semelhança com Exu e outras divindades que são constantemente relacionadas com o diabo da religião cristã.

“Eu escrevi esse espetáculo justamente para mostrar o quanto Exu não tem nada a ver com a cultura cristã. Exu não é o diabo. O diabo faz parte da cultura cristã, onde historicamente uma das estratégias de controle de povos, de invasão de terras, sempre foi demonizar divindades, primeiro colocando como divindade pagã e depois demonizando. O espetáculo ele desdemoniza  Exu e outras divindades de outras culturas. […] O diabo é da cultura branca””, comentou o dramaturgo em entrevista a Silvia Nascimento, CEO do Mundo Negro.

O papel principal é interpretado por Leandro Melo, conhecido por suas atuações em espetáculos como “Los Hermanos – Musical Pré Fabricado” (Michel Melamed), “ABBA – People Need Love” (Carlos Alberto Serpa), “Bibi, Uma Vida em Musical” (Tadeu Aguiar), “Elis, A Musical” (Dennis Carvalho) e “Dzi Croquettes” (Ciro Barcelos). “Espero que as pessoas saiam do teatro refletindo sobre a maldade que existe dentro delas. Afinal, somos todos feitos de sentimentos positivos e negativos, e precisamos lutar constantemente para nos tornarmos melhores seres humanos.”, afirmou Melo.

Para França, a religião e o papel do diabo no monólogo é apenas uma forma de analisar o poder e o patriarcado. “Na verdade, escolhi evocar essa figura simbólica para explorar o poder e o patriarcado, conceitos fundamentais em nossa sociedade. O personagem-título ilustra como essas ideias são construções culturais, econômicas e sociais europeias que não eram presentes nas Américas pré-colonização ou nas nações africanas.”, explica.

A peça fica em cartaz até o dia 8 de novembro, com apresentações às terças e quartas, às 19h, no Teatro Sérgio Cardoso, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte. Os ingressos custam R$40 (inteira) e R$20(meia-entrada) e podem ser adquiridos no site.

Saúde mental da população negra: nossa tristeza vem de longe

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Foto: Freepik

Crianças e jovens negros, entre 10 e 29 anos, do sexo masculino, são os que mais sofrem com saúde mental no Brasil. Segundo os dados do Ministério da Saúde, esse grupo tem 50% mais chance de tirar a vida do que entre brancos da mesma idade. Mas por que isso ocorre?

Para além de discutir a depressão e ansiedade, algumas das doenças relacionadas a saúde mental, o psicanalista Lucas Mendes disse ao Mundo Negro sobre como o banzo aponta para uma tristeza antiga da população negra.

“100 % dá pra dizer que as pessoas pretas de hoje, especialmente as do Brasil, que é o que eu estudo, psicanálise e relações raciais no Brasil, tem um banzo introjetado. A cultura se atualizou e continua explorando a gente da mesma forma, porque o capitalismo é essencialmente racista. Não sou eu que estou dizendo isso. O Silvio Almeida [no livro] ‘Racismo Estrutural’, e inúmeros outros autores que se debruçaram sobre isso, que o capitalismo só existe se ele tiver alguém para ser explorado, e neste caso, no Brasil, o preto, a preta. É um sistema de escravização, muito mais sofisticado, subjetivo e elaborado, mas continua sendo um sistema de escravização”, explica.

Lucas também detalha como os negros na diáspora ainda são impactados negativamente pelo racismo e escravidão. “Ele deturpa a identidade, tira a herança do eu, então o racismo faz isso. Existe uma segunda etapa que é o ideal preto, que também não é identidade por si só, porque também entra numa ideia de união do negro, que é horrível, que é como ‘somos todos de África, então somos todos iguais’. Não, porque lá não são todos iguais, porque são ‘N’ povos, culturas, diversidades coletivas e individuais. Esse borramento dessas individualidades, faz com que a pessoa perca a identidade. Uma vez que você perde o eu, você fica desesperançoso de si em relação ao mundo. Tem um sistema de exploração objetivo, trabalho e subjetivo do negro, que faz com que perca energia e que tenha sentimentos de culpa, pois a cultura responsabiliza o preto por tudo o que acontece, mesmo sem ter polícia à prova disso”.

Lucas Mendes (Foto: Divulgação)

E completa: “essa combinação toda, completamente, sim, está introjetada na nossa cabeça e o banzo é um sentimento comum. O banzo tira a energia vital que poderia fazer com que o negro se insurgisse contra aquele sistema escravocrata. E uma das fontes de energia que o banzo priva é a raiva, porque ela fica voltada para dentro, é tudo contra mim: ‘eu sou o problema’, ‘eu não gosto de mim’, ‘eu me odeio’, ‘eu estou causando mal’, ‘eu estou fazendo errado’. Então essa raiva toda que poderia ser fonte de energia para solução individual ou coletiva, para sair daquele problema, ele fica privado, porque a raiva está voltada para dentro”.

O psicanalista também pontua como o banzo também se manifesta quando uma pessoa preta alcança o sucesso. “Ele não estava antes, porque, na verdade, existem locais onde a identidade deste preto ou preta é preservado, mas no sistema mais amplo, capitalista, esse lugar é periférico, ele é periferizado. Quando aquela pessoa sai daquilo, se instala o banzo, e aí, opa, ‘que porra é essa?’. Pois é, é essa herança que ficou lá dentro, esse banzo ainda existe dentro da gente e, quando a gente eventualmente vai ocupar a totalidade, eu não estou nem falando só de sucesso financeiro, mas em formas de prosperar, o banzo que estava quieto, porque ele não estava entrando em confronto com a identidade parcial, ele se estabelece, porque, quando você pega tudo, ele está lá. Essa ideia psicanalítica do banzo. Frantz Fanon falou muito sobre isso”, finaliza.

Leia a entrevista completa aqui!

Fayda Belo rebate discurso de Rachel Sheherazade sobre raça: “apenas uma é alvo de exclusão”

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Fotos: Reprodução

Durante a dinâmica na noite deste domingo (8), em A Fazenda 15, a Rachel Sheherazade se defendeu das acusações de racismo da Cariúcha, mas gerou muita polêmica na web com o discurso que levanta o debate sobre o mito da democracia racial.

“Sou neta de uma mulher negra, preta como você. Pode não estar na minha pele, mas está no meu gênesis. Não tenho culpa se houve miscigenação na minha família. Aliás, ninguém tem culpa por nascer branco ou preto nesse país. Somos resultado de uma união de cores e etnia, e todos merecem igual respeito. Não estou aqui para fazer proselitismo de raça A ou B porque eu não acredito em raça, só acredito em uma só raça, a raça humana”, disse a jornalista para a funkeira.

Entretanto, a advogada Fayda Belo alerta para como esse discurso pode ser perigoso para a comunidade negra. “Alarga desigualdades que alimenta a famigerada meritocracia, e de quebra, invalida políticas afirmativas em um páis, que ainda hoje, vive sobre o mito da democracia racial, porém, inferioriza, animaliza, invisibiliza corpos negros”.

https://www.instagram.com/p/CyMrmk5NORw/

E completa: “É bem verdade que a gente vive um país extremamente pluriracial, mas também é verdade que essa miscigenação nasceu de estupros contra mulheres negras, que inclusive, até nos dias de hoje, recolhem resquícios dessa violência. Quando a gente olha pros dados, ainda em 2023, as maiores vítimas de violência sexual são as mulheres negras”.

A advogada também aponta outra problemática em relação ao discurso sobre a pluralidade de raças citadas pela Rachel. “Ainda que vivamos em um Brasil de muitas cores, apenas uma é alvo de exclusão, de segregação, e de negação de direitos. Significa dizer que não reconhecer que há uma desigualdade racial no Brasil é colaborar para que ela nunca acabe”, finaliza. 

Entenda o caso

Na semana passada, durante embate com Sheherazade, Cariúcha acusou a jornalista de proferir falas racistas. A Garota da Laje disse que a ex-SBT era preconceituosa por ter medo de contrair alguma doença após receber respingos de saliva durante uma briga, o que, na verdade, não aconteceu. Logo após o ocorrido, os representantes da jornalista também confirmaram que vão abrir processo contra a artista.

Em meio às polêmicas das acusações de racismo contra Sheherazade e falas homofóbicas contra o Lucas Souza, a apresentadora Adriana Galisteu entrou ao vivo para dizer a Cariúcha que não ocorreu o que ela estava comentando pela casa, como uma forma de alerta. Entretanto, o assunto se estendeu até a dinâmica de ontem entre os peões.

‘Tiana’: Continuação de ‘A Princesa e o Sapo’, série animada da Disney será escrita e dirigida por uma mulher negra

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Fotos: Divulgação.

‘Tiana’, a nova série animada da Disney, será escrita e dirigida por uma profissional negra. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (9) pela revista Variety. Joyce Sherri foi contratada como roteirista e diretora principal da obra, que está prevista para chegar na Disney+ no ano que vem.

O trabalho mais recente de Sherri como roteirista de televisão ocorreu na minissérie de terror da Netflix, ‘Midnight Mass’, dirigida por Mike Flanagan. A sinopse oficial de ‘Tiana’ informa que a série seguirá a personagem principal enquanto ela “parte para uma grande nova aventura como a recém-coroada Princesa da Maldônia”.

O projeto musical foi inicialmente anunciado em 2020, durante um evento para investidores da Disney. Originalmente, a série foi concebida como uma continuação do filme de animação de 2009, ‘A Princesa e o Sapo’, que trouxe a personagem Tiana à vida. Anika Noni Rose reprisará seu papel como a voz de Tiana. Embora a série estivesse originalmente programada para estrear em 2023, sua data de lançamento agora foi adiada para 2024.

Com protagonismo negro, o filme ‘A Princesa e o Sapo’ foi elogiado por sua representação diversificada, trilha sonora marcante e personagens carismáticos. A mensagem central do filme era sobre a importância de seguir seus sonhos e nunca desistir.

IZA e Ludmilla são as cantoras negras mais indicadas ao Prêmio Multishow 2023

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Fotos: Divulgação ; Ygor Marques.

O Prêmio Multishow anunciou nesta segunda-feira (9) os indicados à edição 2023 da premiação. Dentre destaques, a cantora IZA lidera indicações ao troféu, com 7 nomeações, seguida por Ludmilla, que recebeu 6 nomeações. As duas artistas competem aos títulos de ‘Voz do Ano’, além de ‘Artista do Ano’. Nomes como Léo Santana, Kevin O Chris, Djonga, Matuê, Xande de Pilares e Elza Soares também foram indicados.

Hit do Ano:

  • “Zona de perigo”, de Leo Santana
  • “Posturado e calmo”, de Leo Santana
  • “Chico”, Luísa Sonza
  • “Erro gostoso”, de Simone Mendes
  • “Nosso quatro”, de Ana Castela
  • “Tá Ok”, de Dennis e Kevin O Chris

Show do ano:

  • Ludmilla, com os shows Numanice e a apresentação no Rock in Rio 2022
  • BaianaSystem e Olodum, com OlodumBaiana
  • BK’ com ICARUS
  • Marisa Monte com a turnê Portas
  • Titãs com a turnê Titãs Reencontro

Voz do ano

  • Gloria Groove
  • Iza
  • Liniker
  • Ludmilla
  • Luísa Sonza
  • Marina Sena

Artista do ano

  • Ana Castela
  • Anitta
  • Iza
  • Jão
  • Ludmilla
  • Luísa Sonza

Capa do ano

  • “Afrodhit”, de Iza
  • “Escândalo íntimo”, de Luísa Sonza
  • “Icarus”, de BK’
  • “O dono do lugar”, de Djonga
  • “Super”, de Jão
  • “Vício inerente”, de Marina Sena

Este ano, o evento traz o conceito “A música mexe com o Brasil”, que vai destacar essa influência transformadora na cultura brasileira. O Prêmio Multishow 2023 chega para reforçar seu propósito de celebrar a música, reunindo grandes nomes da indústria numa noite inesquecível, repleta de emoções, surpresas e momentos marcantes.

O evento será realizado no dia 7 de novembro e contará também com transmissão simultânea no Globoplay, aberta para não-assinantes, além de conteúdos exclusivos multiplataforma, no canal e nas redes sociais.

Confira a lista completa de indicados, CLIQUE AQUI.

Percursos negros: Diáspora Black lança edital para apoiar 10 projetos de roteiros de afroturismo

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Foto: Reprodução

Tem ideias de afroturismo no Brasil? Uma nova oportunidade, oferecida pela Diáspora Black, vai apoiar financeiramente, além de oferecer oficinas de formação e pesquisa para iniciativas que desenvolvam roteiros turísticos pelo país.

O edital Percursos Negros está com uma oportunidade voltada para os profissionais do afroturismo e vai contemplar 10 iniciativas que já atuam ou que tenham projetos de roteiros turísticos em todo o Brasil.

Foto: Reprodução

Com inscrições abertas até o dia 20 de outubro, os contemplados pelo edital devem receber apoio financeiro, mentoras individuais, oficinas com consultores especialistas, gravação de vídeos e materiais de divulgação.

Os interessados devem se inscrever através do site até o dia 20 de outubro, e preencher o formulário disponível: CLIQUE AQUI

 

 

 

Entidades saem em defesa de Andrey Lemos após Ministério da Saúde exonerar diretor por dança considerada ‘inadmissível’ em evento

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Foto: Reprodução

Na noite do último sábado, o Ministério da Saúde emitiu uma nota anunciando a demissão de Andrey Lemos, diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde, do cargo após uma apresentação de funk no 1º Encontro de Mobilização para a Promoção da Saúde no Brasil ter sido considerada ‘inadequada’ para a ocasião. A saída de Andrey da pasta tem gerado uma repercussão negativa entre entidades do Movimento Negro e LGBTQIA+, que apontam que a medida foi equivocada. 

Na nota emitida pelo ministério de Nísia Trindade, o texto afirmou que a coreografia feita durante o evento vinvulado ao ministério era ‘inapropriada’: “Uma das apresentações surpreendeu pela coreografia inapropriada. O Ministério da Saúde lamenta pelo episódio isolado, que não reflete a política da Secretaria nem os propósitos do debate sobre a promoção à saúde realizado no encontro, e adotará medidas para não acontecer novamente”

Ao Mundo Negro, o escritor e linguista. professor da Universidade Federal do Sul da Bahia, Gabriel Nascimento, classificou a demissão de Lemos como um ‘equívoco’ e apontou a desproporcionalidade da punição aplicada ao ativista pelo governo em diferentes casos, principalmente quando se trata de pessoas negras. “A gente tem casos piores em todos os governos até aqui, sejam governos conservadores, sejam governos mais progressistas, mas especialmente falando dos progressistas de pessoas brancas que são poupadas até a última hora, que foram, por exemplo, os espancamentos morais, que aconteceram com vários petistas importantes, carro-chefe do Partido dos Trabalhadores entre os anos de 2005 e 2012, por exemplo, pela mídia, e muitos foram poupados até o fim pelo próprio presidente Lula. Uma dança, por mais inadequada que ela pareça ser, por mais condição que ela traga para o governo pode ser tratada no máximo como um equívoco. Não deve de maneira nenhuma colocar em risco, obviamente, o crédito, o mérito, a luta política de um militante como Andrey Lemos”, ressaltou.

“O Ministério da Saúde poderia e deveria tomar providências como tomou, os gestores sabem disso, que podem tomar, então o que foi tomado de providência foi correto que foi exatamente a providência de ter uma curadoria, que pode ser algo perigoso também, porque se tratando de eventos de pessoas LGBT, de pessoas negras em geral, essa curadoria pode ser executada a partir de um moralismo que é perigoso e que hoje derruba Andrey. Então precisamos saber em que medida essa curadoria está sendo pensada, mas Andrey poderia ter continuado no cargo com uma dada curadoria em andamento, uma curadoria que não pode ser racista, porque o racismo pode preponderar em qualquer curadoria, se seja executada, por exemplo, como algo que olhe tudo aquilo que não for é visto como branco, branco-centrado”, alertou Nascimento.

Gabriel Nascimento também criticou portais ditos progressistas que fizeram coro aos discursos que promoveram a demissão do então diretor do Ministério da Saúde: “Andrey, que é um militante histórico do movimento negro, um militante cujas causas sociais ainda foram muito claras para a gente, um militante que esteve em todas as grandes lutas das nossas gerações, pelo menos desde os seus 18 anos, um homem de axé, um homem cuja luta política, por exemplo, ajudou a estabilizar e consolidar a união de negros pela igualdade, um homem que foi responsável pela fundação e foi o primeiro presidente da União Nacional”, pontuou. “É exatamente esse moralismo que derrubou a André Lemos nesse momento. Não foi um erro de posição, não foi um erro de apresentação e eu acho que ao se juntar aos bolsonaristas, esses sites, mais à esquerda, mostram que não são alternativos. Mostram que são sites que trazem as mesmas posições racistas e completamente equivocadas pelo povo negro”.

A Coalizão Nacional LGBTI, junto ao União de Negras e Negros pela Igualdade e União Brasileira de Mulheres se posicionaram contra a demissão de Andrey Lemos, afirmando que “O trabalho desenvolvido por Andrey Lemos sempre refletiu a seriedade, responsabilidade, compromisso com o Brasil”, dizia um trecho da nota publicada no Instagram. 

O texto também aponta o discurso moralista que tem sido absorvido e divulgado por setores progressistas. “O que está posto é que existe um discurso orquestrado pelos setores de direita, que anseiam fragilizar o governo federal democraticamente eleito. Discurso este que, infelizmente, tem sido fortalecido por adesões abruptas de parcela do campo progressista. Optou-se por criminalizar uma manifestação isolada e, por associação, tenta-se deturpar a biografia de um grande brasileiro.“

Histórico de Luta no Movimento Negro e LGBTQIA+

Andrey Lemos é Mestre em Políticas Públicas em saúde pela Fiocruz. Ele coordenou o Programa Municipal de IST, Aids e Hepatites Virais, além disso, é doutorando no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Lemos é funcionário público desde 2015, segundo informações compartilhadas pelo jornal O Globo. Segundo o jornal, em 2019, Andrey Lemos ocupou por três meses uma vaga de membro-titular no Comitê Nacional de Combate à Tortura, estrutura acoplada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, liderado pela senadora Damares Alves. O fato também gerou confusão entre os apoiadores do presidente Lula. Mas Gabriel Nascimento explica que é comum que servidores sejam nomeados para cargos dentro do próprio governo. “Andrey é concursado do Ministério da Saúde. É provável que, como concursado do Ministério da Saúde, como todos os concursados em vários lugares, até por falta de pessoal e pela questão de gestão pública, melhor do que contratar uma pessoa para ganhar R$6.000,00, é melhor dar uns R$4.000,00, R$5.000,00 de diferença no salário de outra pessoa, não importa a ideologia dela”.

Ele é servidor da carreira de tecnologista no Ministério da Saúde e atuou nas políticas de Saúde Integral da População Negra e população LGBT, o diretor exonerado foi apoiador institucional na atenção básica junto a estados e municípios. Ele também atuou na assessoria da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações de Trabalho e a Câmara Técnica da Atenção Básica do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Advogado Bruno Candido denuncia racismo em viagem de Uber e policial se nega a fazer B.O

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Foto: Reprodução

O advogado e ativista Bruno Candido passou por um caso de racismo em uma viagem de Uber quando ia para a faculdade, na última sexta-feira (06), mas chegando na delegacia o policial se negou a registrar sua denúncia. O caso aconteceu no 4ºDP, no Rio de Janeiro, onde o inspetor já se recusou a registrar outras denúncias de racismo.

Bruno estava indo para a faculdade de Artes Cênicas de Uber, quando o motorista identificado como Edson parou de seguir a rota do aplicativo. Ele então questionou o motivo e o motorista começou a discutir e disse que iria levá-lo para delegacia. Bruno decidiu prosseguir, mas chegando lá foi ignorado pelo inspetor que se recusou a fazer a ocorrência.

“Lá [o motorista] disse que eu não quis descer do carro e que era agressivo. O policial entendeu que eu não pratiquei crime. E aí eu disse que o motorista praticou crime de racismo contra mim e que queria registrar a ocorrência. O policial negou. Eu disse que a lei estadual 2235 me garante esse direito, e que queria que no mínimo ele fizesse a qualificação do motorista (que ali revelou que também era advogado) e o policial liberou ele”, comentou o advogado.

Em um dos vídeos gravados por ele, é possível ver o policial ignorando enquanto come uma sobremesa. Logo em seguida, ele atende o celular e sai da sala deixando Bruno sozinho.

Bruno teve que aguardar outro policial e explicar toda a situação. Depois de muita insistência, o policial registrou a ocorrência dele como “medida assecuratória de direito futuro”, quando não há investigação sobre o caso.

Segundo Bruno, o policial que se recusou a fazer o B.O é conhecido como inspetor Campos e possui um histórico de se recusar a fazer ocorrência em casos de racismo. Em outra situação, ele se negou a atender quatro jovens negros que foram acusdos de roubar os próprios celulares, mesmo sendo comprovado que eles eram os donos dos aparelhos. Em outro caso, oito advogados negros foram proibidos de entrar no DP para registrar ocorrência de racismo e abuso de autoridade contra uma mulher branca.

“O Estado do Rio de Janeiro ignora a Lei 2235/89, que há 35 anos, garante o registro da ocorrência em casos de racismo. O meu interesse é articular o diálogo com a chefia da polícia civil para garantir o cumprimento da lei, o tratamento digno nas delegacias, e o acesso à cidadania de pessoas negras.”

RESPOSTA DA UBER

Em nota, a empresa Uber, relata que o motorista que aparece no vídeo foi desligado do aplicativo:

A Uber não tolera qualquer forma de discriminação e informa que a conta do motorista já foi desativada da plataforma. Em casos dessa natureza, a empresa encoraja a denúncia tanto pelo próprio aplicativo quant

às autoridades competentes e se coloca à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei. Além disso, em parceria com o MeToo, a Uber disponibiliza um canal de suporte psicológico que será disponibilizado ao usuário. 

A Uber busca oferecer opções de mobilidade eficientes e acessíveis a todos. A empresa reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e inclusão para todas as pessoas que utilizam o app.

Sabemos que o preconceito, infelizmente, permeia a nossa sociedade e que cabe a todos nós combatê-lo. Como parte desses esforços, a Uber lançou, por exemplo, o podcast Fala Parceiro de Respeito, em parceria com a Promundo, com conteúdos educativos sobre racismo. Além disso, em parceria com as advogadas da deFEMde, a empresa revisou o processo de atendimento na plataforma, a fim de facilitar as denúncias de racismo e acolher melhor o relato da vítima. Em 2021, a Uber também lançou uma campanha que convida usuários e motoristas parceiros para serem aliados no combate ao racismo. A iniciativa tem o objetivo de promover um conteúdo educativo dentro do próprio aplicativo e é parte de um compromisso global assumido pela empresa em 2020 com o objetivo de combater o racismo e criar produtos igualitários por meio da tecnologia.

Psicóloga Shenia Karlsson estreia na Netflix como mediadora da série ‘Ilhados com a Sogra’

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Foto: Lucas Moura.

Estreia dia 9 de Outubro a nova série da Netflix, ‘Ilhados com a Sogra‘. Apostando num novo formato de experimento social, o programa reúne seis casais que irão disputar um prêmio de 500 mil reais, mas com um pequeno grande detalhe: noras e genros deverão juntar-se às suas sogras para ganhar o prêmio. 

Apresentado por Fernanda Souza, o programa também terá uma psicóloga negra como mediadora de conflitos. É isso mesmo, a Psicóloga Shenia Karlsson. Especialista em Diversidade e Mediação de Conflitos Raciais é também especialista em Terapia de Família e Casal pela PUC-Rio,  Consultora em Diversidade, Inclusão e Equidade, Palestrante e Empresária, Shenia aceita mais um  desafio em sua carreira de quase 15 anos em atender mulheres negras, racializadas, imigrantes ao redor do mundo, casais negros e interraciais e consultoria para famílias brancas que adotam crianças negras, de ser co-host em um reality. 

O programa vai colocar a figura da mediadora de conflitos em cena. Geralmente profissionais da psicologia atuam nos bastidores, e nesse formato a psicóloga Shenia vai atuar junto aos participantes, ajudando a desconstruir tabus em torno não só da terapia de casal como da terapia de família, ainda muito invisibilizada.

Entre muitas provas lideradas pela Fernanda, terão muitas dinâmicas lideradas pela Shenia, onde o intuito é intervir nas relações familiares e perceber as dinâmicas, alianças inconscientes, disputas (inter) relacionais e por fim, promover não só o espírito de competição mas sobretudo no desenvolvimento de relações mais saudáveis entre os participantes. Preparem-se, conflitos virão à tona e o bicho vai pegar!

Com conquista inédita, Rebeca Andrade faz história ao medalhar em todas as provas de um Mundial

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Foto: Lionel BONAVENTURE/AFP

O orgulho do país! Rebeca Andrade conquistou mais uma medalha neste domingo (8), no Mundial de Ginástica Artística, que está sendo realizado em Antuérpia, na Bélgica. Ela ganhou o bronze na trave, um feito inédito na sua carreira e para o Brasil.

Agora, Rebeca é a 11ª ginasta da história a medalhar em todas as provas de um Mundial. Entre as dez ginastas que conquistaram esse feito anteriormente, incluem cinco soviéticas, duas romenas, duas russas, e a norte-americana Simone Bile.

Com um dos aparelhos de maior dificuldade do esporte, só neste campeonato, Rebeca chegou ao seu quarto pódio. Nos dias anteriores, ela levou a prata nas assimétricas por equipes, prata no individual geral e ouro no salto.

Na última sexta-feira (6), Rebeca também ultrapassou o recorde de Diego Hypolito, se tornando a brasileria que mais medalhou em Mundiais de ginástica. Antes de iniciar o campeonato em Antuérpia, ele liderava com cinco pódios, hoje, a ginasta já subiu ao seu oitavo ao longo da carreira.

A norte-americana Simone Biles conquistou a medalha de ouro na trave, pontuando 14,800, seguida pela chinesa Yaqin Zhou, que ganhou 14,700, e a Rebeca em terceiro lugar com 14,300. Esta é a primeira vez que Biles conquista medalha de ouro por aparelhos.

Em uma disputa emocionante, na sexta-feira, pela primeira vez na história do Mundial de Ginástica, o pódio individual geral foi formado apenas por mulheres negras. Simone Biles ficou com a medalha de ouro, enquanto a brasileira Rebeca Andrade faturou a medalha de prata. A norte-americana Shilese Jones completou o trio com o bronze.

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