Home Blog Page 382

Após acusações de manipulação, Miss Universo Zimbábue causa polêmica ao eleger mulher branca para representar o país

0
Foto: Reprodução

A escolha da vencedora do Miss Universo Zimbábue 2023 está repercutindo nas redes sociais. No último sábado, 16, Brooke Bruk Jackson, de 21 anos, uma mulher branca, foi eleita para representar o país localizado no sul do continente africano. Em sua primeira participação no concurso, segundo o jornal local The Herald, ela foi coroada durante cerimônia realizada no auditório Harare Hippodrome. 

Jackson foi eleita em um concurso cercado por polêmicas que incluem a acusação de que organizadores e pessoas com influência na indústria teriam buscado favores sexuais em troca de coroações. Além disso, essas pessoas estão sendo acusadas de favoritismo. O portal News Day, informou que o concurso de Miss Universo Zimbábue também está sendo acusado de manipulação de resultados: “No início eram votos livres, mas de repente eles removeram a plataforma de voto livre e introduziram a plataforma de voto ampliada, onde éramos obrigados a pagar para votar”, observou ela. 

Segundo o jornal, existe a suspeita de que Tendai Honda, diretora nacional do concurso, tenha escolhido algumas modelos. As acusações dão conta de que a diretora colocou uma modelo entre os finalistas com a ajuda do namorado, um homem rico que está entre os principais patrocinadores do concurso.

A modelo, Tashinga Musara, que estave entre as 25 finalistas, fez uma publicação no Instagram expondo o suposto golpe no concurso de beleza: “Não sou um péssimo perdedor, mas defendo o que é certo. Miss Universo Zimbábue é uma farsa, eles já tinham uma favorita desde o início e permitiram que as outras 24 mulheres incríveis desperdiçassem seu tempo e dinheiro”, disse ela.

A vitória de Brooke Bruk Jackson acontece 20 anos depois de o país ser reintegrado ao Miss Universo. Nas redes sociais, a vencedora celebrou o resultado. “Ganhei esta coroa para o nosso belo país, para amar e servir o nosso povo, para representar o Zimbabué internacionalmente e para mostrar ao mundo a singularidade do Zimbabué e do Zimbabué. Quero ser um exemplo de graça, compreensão e inspiração para a juventude do Zimbabué, para incutir o espírito do “ubuntu” e saber que juntos somos fortes e tudo na vida é possível”.

Megan Thee Stallion diz que não possui aplicativos de redes sociais no celular: “não faço ideia do que falam sobre mim”

0
Foto: Getty Images.

Fenômeno da música contemporânea, Megan Thee Stallion diz que não utiliza mais as redes sociais. Aos 28 anos, a artista revelou para o Entertainment Tonight que está vivendo uma nova fase em sua carreira, focada no bem estar pessoal.

Acho que estou num espaço seguro. Tudo sobre mim é novo, minha atitude, minha vibe, sinto que estou começando um novo capítulo em minha vida”, contou ela. “Já passei por tanta coisa e eu já não me importo mais, estou confortável comigo mesma. Estou correndo riscos agora. Não tenho aplicativos em meu celular, não tenho nenhuma rede social em meu celular. Não faço ideia do que falam sobre mim”, destacou a estrela.

Foto: Getty Images

A equipe de Megan fica responsável por gerir as redes sociais da rapper, numa tentativa de manter a saúde mental da estrela longe dos comentários tóxicos que são publicados na internet. Em 2022, para a Rolling Stone, Megan já tinha comentado sobre a importância de lidar com sua saúde mental. “Sinto que neste momento a saúde mental é mais importante do que nunca, porque tenho mais pressão sobre mim do que costumava ter… quando eu era Megan e não era tão criticada com tanta projeção como estou agora”, disse ela na época.

A artista já declarou também que se sente melhor ao fazer terapia. “Como pessoa negra e quando você pensa em terapia, é tipo: ‘Meu Deus, sou fraca’. Você pensa em remédio e só pensa no pior… Nunca foi uma conversa que estava em cima da mesa. Desde que perdi meus pais eu me questiono: ‘Oh, meu Deus, com quem eu falo? O que eu faço?’. E comecei a aprender que não há problema em pedir ajuda. E não há problema em querer fazer terapia“, destacou a artista.

Projeto Escola de Elisas oferece formação antirracista gratuita para educadores de todo o Brasil

0
Foto: Reprodução

O projeto Escola de Elisas está com inscrições abertas até o dia 5 de outubro para uma formação gratuita destinada a professores, gestores de todos os níveis de ensino, educadores sociais e demais indivíduos envolvidos em ambientes socioeducativos em todo o território brasileiro.

Com o tema“Formação para Educadores: Desconstruindo barreiras e construindo um futuro antirracista no agora”, o projeto, que tem parceria com a NIVEA, visa capacitar e inspirar profissionais da educação a promoverem práticas educacionais mais inclusivas e antirracistas.

A formação, que será ministrada de forma online, compreenderá cinco aulas formativas, cada uma com duração de duas horas. Para garantir uma experiência de aprendizado interativa e personalizada, cada aula será restrita a um máximo de cinquenta participantes. Ao concluir o curso, os participantes receberão certificados individuais, validando o curso como um programa de extensão especialmente voltado para professores.

Para se inscrever, os interessados deverão preencher um questionário que coletará informações sobre sua atuação educacional, incluindo detalhes sobre as escolas onde trabalham e o número de alunos sob sua responsabilidade, entre outros aspectos.

Além do treinamento, todos os professores inscritos terão acesso exclusivo a um manual facilitador elaborado pelo Escola de Elisas, uma iniciativa inovadora do Laboratório de Tecnologia em Inovação Social Das Pretas, com sede em Vitória/ES. Este guia prático fornecerá um passo a passo do projeto, servindo como uma fonte de inspiração para a criação de projetos originais com base na metodologia do Escola de Elisas. O manual oferece orientações para o desenvolvimento de atividades e aulas que promovam uma educação diversificada e inclusiva em suas salas de aula.

A Formação de Educadores oferecida pelo projeto Escola de Elisas, tem como objetivo principal aprimorar o desenvolvimento profissional e pessoal de todos os interessados em contribuir para a educação e o crescimento integral das comunidades negras. Esta iniciativa representa um passo significativo na promoção de uma educação antirracista no Brasil, capacitando educadores a cumprir as leis que garantem a igualdade e a inclusão em ambientes educacionais.

Luana Loriano, Head de Educação do Das Pretas, destacou a importância desta formação, afirmando: “O Escola de Elisas está vivenciando um momento especial, marcado por uma transformação significativa. No ano passado, atendemos exclusivamente a um grupo de 20 meninas negras, mas agora estamos ampliando nossa missão para incluir crianças de 8 a 12 anos, independente de gênero ou raça. Compreendemos o papel crucial dos educadores como agentes transformadores na promoção de uma educação antirracista, e é por isso que estamos oferecendo essa formação de dez horas, dividida em cinco aulas, ministradas por professoras especialistas, mestres e doutoras nos assuntos”.

A programação da Formação já está definida e abordará os seguintes temas em cada aula online:

  • 09/10 – “Construindo Futuros Inclusivos: Gestão Antirracista para Transformar Instituições”
  • 16/10 – “Desvendando Raízes e Desafiando Paradigmas: Racismo Estrutural e Desconstrução da Branquitude”
  • 23/10 – “Explorando Mundos Literários Diversos: Literaturas Africanas e Indígenas nas Escolas”
  • 30/10 – “Transformando Sociedades a partir da Sala de Aula: Políticas Afirmativas e Inclusão”
  • 06/11 – “Transformando Educadores em Agentes de Mudança: Como ser um educador antirracista”

Esta formação representa um desdobramento importante do projeto Escola de Elisas 2023, apoiado e patrocinado pela NIVEA, empresa que também patrocinou o lançamento da Cartilha Antirracista Escola de Elisas. Diante do sucesso da cartilha e da crescente demanda dos professores na edição anterior do projeto, o Das Pretas decidiu ampliar seu impacto para incluir também os educadores, reconhecendo o papel fundamental que desempenham na promoção da educação antirracista.

As inscrições estão abertas até o dia 5 de outubro e podem ser realizadas no site do Sympla (CLIQUE AQUI).

Mulheres negras têm 46% mais probabilidade de abortar do que mulheres brancas no Brasil, indica estudo

0
Foto: Canva

As mulheres negras são as que mais realizam abortos e sofrem as consequências da criminalização no Brasil, é o que indica um recorte da Pesquisa Nacional de Aborto, realizada nos anos de 2016, 2019 e 2021. A probabilidade de uma mulher negra fazer o aborto é 46% maior que uma branca, não importando a idade.

O artigo “Aborto e Raça no Brasil, 2016 a 2021” mostra que a chance de uma mulher negra abortar em qualquer idade é de 11,03%. O estudo mostra ainda que a cada dez interrupções de uma branca, 15 interrupções de gestação são realizadas por uma mulher que se declara preta ou parda. 

Na faixa dos 40 anos, a probabilidade de uma mulher preta ou parda ter abortado é 38% a mais que uma branca. Estima-se que ao chegar aos 40 anos, uma em cada cinco mulheres negras já tenha feito o procedimento pelo menos uma vez (21,22%), enquanto uma em cada sete mulheres brancas (15,35%). 

Segundo a legislação, o aborto legal só pode ser realizado em caso de estupro, de feto anencéfalo e quando há risco de morte materna, o que faz diversas mulheres recorrerem a metódos ilegais que podem levar a óbito. Além disso, a classe social e as desigualdades também são fortes fatores que não são levados em conta.

O artigo em questão será publicado na Revista Ciência e Saúde Coletiva, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva e possui assinatura dos pesquisadores Debora Diniz, Marcelo Medeiros, Pedro H. G. Ferreira de Souza e Emanuelle Goés. Ele foi financiado pela Anis: Instituto Biológico e contou com mais de 4 mil entrevistas. Segundo os estudiosos, a desigualdade racial foi vista como um dos principais fatores nos três anos da pesquisa. “A diferença racial não é apenas um acidente dentro das margens de erro”, destacam. “Todas as evidências vão na direção de que o aborto é mais comum entre as mulheres negras.”

O artigo também evidencia que o racismo obstétrico faz com que afaste as mulheres negras de atendimentos pré ou pós aborto. “Indicadores como tempo para o início do atendimento ou acesso a um leito são racialmente diferenciados. As mulheres negras são também as que tem mais medo de represálias ao buscar os serviços de saúde e há evidências de maior prevalência entre elas. Não surpreende, portanto, que as mulheres negras tenham maior risco de óbito relacionado ao aborto.”

O artigo vem a publico na mesma época que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Rosa Weber, liberou para julgamento a ação que trata da descriminalização do aborto durante o primeiro trimestre de gestação. Ainda não há uma data definida.

Rihanna confirma que é mãe de dois meninos: “Riot e RZA”

0
Foto: Reprodução / Redes Sociais.

Nesta terça-feira, 19 de setembro, Rihanna fez sua primeira aparição pública desde o nascimento de seu segundo filho, fruto de seu relacionamento com A$AP Rocky. Compartilhando fotos exclusivas, a artista confirmou que deu à luz a um menino, a quem deu o nome de ‘Riot Rose’. Em uma interação nas redes sociais, a cantora comentou uma postagem do fotógrafo Diggzy, responsável pelos registros oficiais, fazendo uma referência ao sobrenome de Rocky, Rakim Athelaston Nakache Mayers, ao escrever: “Os garotos Mayers”.

Agora, Rihanna confirma que é mãe de dois meninos, RZA e Riot, sendo o primeiro, nascido em maio de 2022. Em agosto de 2023, o site TMZ informou sobre o sexo do segundo bebê da cantora barbadiana. “Fontes com conhecimento direto nos dizem que o bebê chegou em 3 de agosto em Los Angeles. Ainda não sabemos o nome do garoto, mas sabemos que começa com ‘R’ e é um menino“, publicou o site à época.

A segunda gravidez da cantora foi anunciada em fevereiro, durante a apresentação da artista no Super Bowl. Em maio de 2022, nasceu RZA, o primeiro filho de Rihanna e A$AP Rocky.

Câmara Municipal de São Paulo decide nesta terça-feira sobre cassação do vereador Camilo Cristófaro por falas racistas

0
Foto: André Bueno/CMSP

Na tarde de hoje, 19, a Câmara Municipal de São Paulo deve decidir o destino do vereador Camilo Cristófaro, do partido Avante. Ele está sendo acusado de quebra de decoro parlamentar em razão de um áudio vazado durante uma sessão da CPI dos Aplicativos, na qual proferiu uma frase racista. Este caso marca pode um momento emblemático, pois é a primeira vez na história da cidade que um vereador enfrenta a cassação por racismo.

O episódio que desencadeou a ação contra Camilo Cristófaro ocorreu em maio de 2022, quando ele estava participando remotamente da sessão da CPI dos Aplicativos. Durante a transmissão, o vereador foi ouvido proferindo a seguinte frase: “Não lavar a calçada é coisa de preto.” As repercussões imediatas foram de choque e indignação, levando a um subsequente pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar.

O julgamento, que acontece após quase um ano e cinco meses do incidente, está agendado para as 15h desta terça-feira e será acompanhado de perto por organizações e indivíduos que lutam contra o racismo. A mobilização nas redes sociais, liderada pela campanha ‘Racismo Não é Brincadeira’, teve um impacto significativo na decisão de abrir o processo de cassação. Em 24 de agosto, a metade dos vereadores que compõem a Corregedoria da Câmara de Vereadores votou favoravelmente à abertura do processo.

A decisão de cassação não ocorre em um vácuo legal. Recentemente, a Lei 14.532/2023 entrou em vigor, equiparando a injúria racial ao crime de racismo e tipificando a conduta como racismo recreativo. Isso tornou o comentário de Camilo Cristófaro sujeito a sanções mais rigorosas, tornando o julgamento ainda mais significativo em relação ao combate ao racismo.

Hoje, a organização Sleeping Giants Brasil está liderando a campanha nas redes sociais com a hashtag ‘CASSAÇÃO CRISTÓFARO JÁ’, com o objetivo de pressionar os vereadores a votarem a favor da cassação. O caso de Cristófaro destaca a importância de enfrentar atitudes racistas em todas as esferas da sociedade e destaca a necessidade de responsabilização daqueles que perpetuam o preconceito racial.

Em um contexto mais amplo, no início de 2023, os registros de denúncias de crimes raciais em São Paulo aumentaram alarmantes 720%. Esses dados são um lembrete sombrio da dura realidade que a população negra de São Paulo enfrenta diariamente, destacando a urgente necessidade de ações concretas para combater o racismo e promover a igualdade.

Chris Rock fez terapia com as filhas após tapa de Will Smith no Oscar, revela a atriz Leslie Jones, amiga do comediante

0
Foto: MICHAEL SIMON/STARTRAKSPHOTO.COM

O incidente entre Will Smith e Chris Rock durante a cerimônia do Oscar de 2022 continua a ser assunto entre amigos dos artistas. Desta vez, a atriz e comediante Leslie Jones foi quem comentou o assunto e afirmou em entrevista à revista People sua decepção com o momento. Ela revelou que o tapa de Will em Chris afetou profundamente o comediante.

“Isso me deixou tão furiosa”, disse Leslie Jones em entrevista. “Você não sabe que eu iria pular no meu carro e rolar até lá. Eu estava tão brava em muitos níveis.”, destacou. A atriz enfatizou que o incidente não apenas causou constrangimento a Chris Rock, mas também teve um impacto sério em sua família. “Isso foi humilhante. Isso realmente o afetou”, lembrou. “As pessoas precisam entender que as filhas dele, os pais dele, viram isso. Ele teve que ir ao aconselhamento com suas filhas.”, revelou a artista. Rock é pai de Lola, de 21 anos, e de Zahra,  que tem 19 anos.

Foto:  KEVIN MAZUR / GETTY

Leslie e Chris são amigos de longa data. Foi ele quem sugeriu que Leslie Jones fizesse um teste para o programa “Saturday Night Live” e ajudou a abrir portas para sua carreira. Além disso, ele escreveu o prefácio de seu novo livro de memórias, intitulado “Leslie F*cking Jones”. 

Durante a entrevista, ela também disse que preferia que o incidente tivesse uma resolução diferente, especialmente porque o Oscar é um evento de alcance global. “Por muito tempo eu fiquei brava”, confessou. “Chris Rock fez uma piada de merda. Eu também conheço o Will… eu pensei, você não conseguiu lidar com isso depois? Este é o Oscar. O mundo inteiro está assistindo.”.

Jones sugeriu que Will Smith poderia ter feito mais para corrigir a situação quando subiu ao palco para receber o prêmio de Melhor Ator por seu trabalho em “King Richard”. Ela acredita que ele poderia ter dito: “Eu não deveria ter feito isso. Traga Chris para fora. Não posso aceitar o Oscar agora porque isso foi muito errado.”

Em seu especial de comédia da Netflix, lançado em  março deste ano e intitulado “Indignação Seletiva”, Chris Rock fez piadas sobre o episódio e explicou por que não reagiu imediatamente naquela noite. “Muita gente pensa ‘Chris, por que você não fez nada de volta, por que você não fez nada de volta naquela noite?'”, disse ele no final do show. “Porque eu tenho pais, é por isso. Porque eu fui criado. Eu tenho pais e sabe o que meus pais me ensinaram? Não lute na frente dos brancos!”

Quando o incidente do Oscar aconteceu, a mãe de Chris Rock, Rosalie comentou: “Quando ele deu um tapa em Chris, ele deu um tapa em todos nós”, disse ela. “Ele realmente me deu um tapa. Porque quando você machuca meu filho, você me machuca.”, afirmou ela.

Estudantes de medicina praticaram blackface durante importunação sexual contra as atletas

0
Foto: Reprodução

Nos últimos dias, o caso dos ex-estudantes de medicina da Unisa (Universidade Santo Amaro), no interior de São Paulo, repercutiu nas redes sociais pelo chamado “punhetaço”, durante o torneio universitário Copa Calo, que ocorreu entre abril e maio deste ano. Os vídeos começaram a viralizar só no último final de semana e a Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito nesta segunda (18) para investigar o caso de importunação sexual durante o jogo feminino de vôlei entre as equipes da Unisa e da medicina de São Camilo. 

Mas ainda há outro agravante para este crime que os internautas notaram nos vídeos: os universitários fizeram blackface para cometer atos obscenos, uma prática historicamente racista originada nos Estados Unidos.

“Não bastasse o ato machista e criminoso que estudantes da Unisa fizeram contra jogadoras de vôlei, eles ainda estavam pintados de preto. Esse racismo também precisa ser denunciado, junto com a misoginia. Esperamos que respondam por tamanho absurdo. Simplesmente horrendo!”, publicou a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) nas redes sociais, nesta terça-feira (19).

“Agora não me surpreende imagens em baixa resolução que deixem dúvidas se são homens negros porque ninguém cita o fato de que são brancos pintados de preto”, também criticou hoje, a deputada estadual Monica Seixas (PSOL-SP)

Em vídeos que circulam na internet, mostram os estudantes de medicina com shorts abaixados e tocando os genitais ao lado da quadra, onde jogavam as atletas de vôlei feminino, para simular a masturbação. Só após a repercussão do caso, a Unisa decidiu expulsar todos os envolvidos neste caso, na noite de ontem.

Antes dos internautas perceberem que também havia o crime de racismo neste caso, ex-jogadora de vôlei a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, havia se manifestado no Twitter ontem.

“Ser mulher, principalmente negra, no esporte é ter que lidar com violências diárias que tentam a todo custo nos retirar desses espaços. O comportamento dos alunos que invadiram o jogo do time de vôlei feminino da Universidade Santo Amaro é uma violência que não é isolada, e precisa ter responsabilização dos autores. Somos facilmente atacadas em público, em espaços que deveriam ser seguros para nós. Precisamos também criar mecanismos eficazes para segurança e proteção para as mulheres e enfrentar a violência de gênero. Não recuaremos! O esporte feminino continuará avançando!”, escreveu.

Filme sobre Claudinho e Buchecha destaca fé, alegria, superação e deveria passar em Hollywood

0
Foto: Angelica Goudinho

Após mais de 20 anos do falecimento de Claudinho, o Brasil ganha a oportunidade de assistir uma das cinebiografias brasileiras mais bonitas e sensíveis sobre a dupla de funk que estourou no final dos anos 90.

O longa ‘Nosso Sonho’, mostra o íntimo de Claudinho e Buchecha, até então desconhecido pelos fãs, que dá margem para inúmeras reflexões sobre o que é ser um jovem negro, periférico, cantor de funk, dentre tantas outras camadas que envolve pertencer a uma família e uma comunidade negra brasileira.

Além da nostalgia de reviver os grandes sucessos como ‘Nosso Sonho’, ‘Rap do Salgueiro’, ‘Fico Assim sem Você’, há algo que eu gostaria de destacar, que é sobre como essa amizade era tão bonita, sem medo de ser feliz. Dois jovens negros, que desde a infância tinham muito cuidado e zelo um pelo outro. Trocavam conselhos, se abraçavam, davam boas risadas e arriscaram tudo para seguirem o sonho de serem artistas, representando o Salgueiro, em São Gonçalo (RJ).

Vinicius “Boca de 09” e Gustavo Coelho fazem Claudinho e Buchecha na infância (Foto: Divulgação)

Claudinho faleceu em 2002, em um acidente de carro. Então, não vou esconder o quão fiquei preocupada em como seria abordado o falecimento do cantor, afinal, não somos feitos só de dores. Mas esse é um filme sobre dois jovens que se superaram apesar dos desafios. Eu não finalizei o filme pensando pensando nos momentos tristes (apesar de ter chorado muito), eu terminei o filme com os aprendizados que o artista deixou sobre a importância de ter fé e alegria para viver.

Em entrevista ao Mundo Negro, o Buchecha revelou como esse jeito sempre otimista do Claudinho o influenciou na vida. “Isso foi mudando alguma coisa dentro de mim, mesmo sem eu perceber. É um antídoto, uma autodefesa que não sei explicar, mas chegou até mim e eu absorvei muito. Mudou a minha forma de crer, de ver a vida e resiliência”.

Lucas Koka Penteado e Juan Paiva foram feitos para esse filme. Outros dois jovens negros, periféricos e artistas, e que também são amigos. Com certeza, todas essas características, fortaleceram para uma química natural entre eles. “Essa amizade que a gente tem é real. Quando ele passava na TV ele já era meu amigo, ele só não sabia. E em 2017 ele descobre e aceita, que é o mais importante”, brinca Lucas.

Juan Paiva e Lucas Koka Penteado como Claudinho e Buchecha (Foto: Angelica Goudinho)

Mas para mergulhar nesses personagens de um filme biográfico, eles precisaram estudar muito, inclusive interpretar com a famosa língua presa do Claudinho. “Buchecha nos convidou para ir até a casa dele, tomar um café da manhã, e a partir daí, a pesquisa começou. Ele nos convidou para entrar no universo pessoal dele, junto com a família, confiou na gente. Contou vivências dos anos 80, 90, que foi enriquecedor pra gente”, contou Juan.

Assim como disse o diretor Eduardo Albergaria: “essa história já deveria ter sido contada”. E completa: “Estamos falando de 20 anos, desde a passagem do Claudinho. É uma história de representatividade, que atravessa o Brasil como um todo. Eu falei para a Tatiana Tiburcio (atriz que interpreta a Mãe do Buchecha): ‘eu não posso errar, eu preciso de ajuda’. Eu espero ter feito justiça por uma história tão importante”. 

‘Nosso Sonho’ estreia no dia 21 de setembro, quinta-feira, e temos oportunidade de lotar as salas de cinema com um filme que fala de pessoas com realidades tão parecidas com as nossas e se inspirar. Como a dupla já cantava: “Nossa história vai virar cinema e a gente vai passar em Hollywood”, e deveria mesmo.

Estudante negro é suspenso de escola no Texas, nos EUA, devido à discriminação racial baseada em seu cabelo

0
Foto: Michael Wyke/AP

A discriminação racial com base em estilos de cabelo voltou à tona no Estado do Texas, nos Estados Unidos, com o recente caso de um estudante negro do terceiro ano da Barbers Hill High School, Darryl George, que foi suspenso por violar o código de vestimenta do distrito por conta do uso de dreadlocks. Os funcionários da escola afirmaram que o cabelo de George ultrapassava as sobrancelhas e os lóbulos das orelhas.

O caso aconteceu na semana passada e segundo a mãe de George, Darresha George, o adolescente de 17 anos usa seus dreads torcidos e amarrados no topo da cabeça. O estudante cumpriu a suspensão e planejava voltar às aulas usando o penteado de rabo de cavalo, ainda que isso resulte no jovem ser obrigado a frequentar uma escola alternativa. Na família de George, o uso de dreadlocks é uma tradição de várias gerações, com profundo significado cultural e religioso. “Nosso cabelo é onde está nossa força, são nossas raízes. Ele tem seus ancestrais presos em seus cabelos e sabe disso”, comentou Darresha.

A mãe do adolescente afirmou que Darryl cultiva seus dreads há quase 10 anos e que a família nunca havia recebido reclamações a respeito dos seus cabelos. A mãe explicou que os cabelos do filho quando estão soltos ficam pendurados acima dos ombros e que não entende como poderiam ter violado o código de vestimenta já que o jovem usava o cabelo preso. “Eu até tive uma discussão sobre a Lei CROWN com o diretor e o vice-diretor”, disse ela. “Eles disseram que o ato não cobre o comprimento do cabelo dele.”

O superintendente distrital, Greg Poole, defendeu a política do código de vestimenta, argumentando que ela é legal e ensina os alunos a se conformarem como um sacrifício que beneficia a todos. No entanto, a aplicação rigorosa dessas políticas está gerando debates e levanta questões sobre os direitos dos estudantes e a necessidade de sensibilidade cultural no ambiente escolar.

O Distrito Escolar Independente de Barbers Hill estabelece diretrizes que incluem a proibição para alunos do sexo masculino de manter cabelos que ultrapassem as sobrancelhas, lóbulos das orelhas ou a parte superior da gola de suas camisetas, conforme especificado em seu manual do aluno. Além disso, o manual diz que todos os alunos devem manter seus cabelos ‘limpos’, ‘bem-cuidados’, com um estilo geométrico e sem cores ou variações não naturais. Importante destacar que a escola não possui um código de vestimenta específico com uniformes.

A discriminação sofrida pelo adolescente desencadeou uma série de debates sobre a discriminação contra o cabelo de pessoas negras nas escolas e no local de trabalho, especialmente considerando a recém-promulgada Lei CROWN do estado, que entrou em vigor em 1º de setembro. A lei, cujo acrônimo significa “Criar um mundo respeitoso e aberto para cabelos naturais,” tem o objetivo de proibir a discriminação racial baseada na textura do cabelo ou penteados protetores, incluindo afros, tranças, dreadlocks, torções. O Texas é um dos 24 estados que adotaram uma versão da Lei CROWN, enquanto uma versão federal foi aprovada na Câmara dos Representantes no ano passado, mas não passou no Senado.

Os dreads têm uma significância cultural profunda, representando uma conexão com a história, a herança e até mesmo a espiritualidade. Candice Matthews, ministra nacional da política da Nova Nação dos Panteras Negras, afirmou que “Dreadlocks são percebidos como uma conexão com a sabedoria, não é uma moda passageira e não se trata de chamar atenção. O cabelo é a nossa ligação com a nossa alma, a nossa herança e a nossa ligação com Deus.”

Historicamente, tranças e outros estilos de cabelo desempenharam papéis cruciais na comunicação e identidade nas sociedades africanas, servindo para identificar a filiação tribal, estado civil e até como pistas de segurança e liberdade para aqueles que foram capturados e escravizados.

Após a abolição da escravidão, o cabelo afro-americano tornou-se uma questão política, já que os padrões de beleza eurocêntricos continuaram a perpetuar o estigma profissional e social para aqueles que não aderiam a eles. Embora a Lei dos Direitos Civis de 1964 tenha proibido a discriminação racial, os desafios persistem.

O caso de Darryl George não é o primeiro confronto do Distrito Escolar Independente de Barbers Hill com um estudante negro em relação ao código de vestimenta. Em 2020, um caso anterior envolveu um estudante que também foi instruído a cortar seus dreadlocks para continuar frequentando a escola. A determinação gerou polêmica e repercutiu nacionalmente.

error: Content is protected !!