A tradicional lista de filmes favoritos do ano de Barack Obama já está disponível nas redes sociais. Na última quarta-feira, 27, o ex-presidente dos Estados Unidos compartilhou suas indicações com os seguidores e lembrou a greve de roteiristas e atores que durou 118 dias, escrevendo na legenda: “Aqui estão alguns filmes que refletem o seu trabalho árduo ao longo do último ano”. Ele também incluiu na lista, lançamentos produzidos pela ‘Higher Ground’, fundada por Barack e Michelle Obama.
Ao publicar sua tradicional lista de filmes, Obama incluiu títulos de destaque para a comunidade negra, como ‘Air: A História Por Trás do Logo’, que revela detalhes sobre a parceria entre a Nike e Michael Jordan, além do aclamado ‘Mil e Um’, protagonizado por Teyana Taylor e que mostra a luta de uma mulher para recuperar seu filho depois de sair da prisão, além de de ‘American Fiction’, filme que fala sobre as dinâmicas raciais nos Estados Unidos, quando um acadêmico negro começa a questionar personagens estereotipados em livros.
Já entre as produções da Higher Ground lançadas neste ano, estão ‘Rustin’, que conta a história de Bayard Rustin, ativista negro e gay que liderou a luta pelos direitos civis nos EUA dos anos 60. ‘O Mundo Depois de Nós’, com Julia Roberts, Mahershala Ali, Ethan Hawke, que mostra como duas famílias lidam com fenômenos estranhos que começam a se manifestar em meio a um apagão de energia inexplicável, além do documentário ‘Sinfonia Americana’, que acompanha o cantor e compositor norte-americano Jon Batiste enquanto tenta compor uma sinfonia ao mesmo tempo em que sua esposa, a escritora Suleika Jaouad, luta contra um câncer.
Colman Domingo no papel de Rustin / Foto: Reprodução
Confira a lista completa compartilhada por Barack Obama:
Rustin O Mundo Depois de Nós Sinfonia Americana Os Rejeitados BlackBerry Oppenheimer American Fiction Anatomia de Uma Queda Kaibutsu (ou Monster) Past Lives AIR: A História Por Trás do Logo Belas e Recatadas Mil e Um
Após repercussão negativa da foto publicada nas redes sociais da Blogueirinha com o empresário Rodrigo Branco, na segunda-feira (25), a apresentadora publicou uma nota de desculpas no X (antigo Twitter) na madrugada de hoje (28).
“Queria começar me desculpando e dizer que entendo a gravidade da situação. Eu vim com 5 amigos passar o natal aqui em Orlando, e fui convidado para uma festa que tinham 200 pessoas, e não conhecia quase ninguém”, diz no texto.
“Eu já apaguei a foto, e gostaria de reforçar que não compactuo com as opiniões das pessoas que estavam lá. Espero que entendam, e pra mim, tá servindo de lição, mais uma vez peço desculpa”, completa.
Oi gente, vim aqui esclarecer as últimas situações que aconteceram. Queria começar me desculpando e dizer que entendo a gravidade da situação. Eu vim com 5 amigs passar o natal aqui em Orlando, e fui convidado para uma festa que tinham 200 pessoas, e nao conhecia quase ninguém +
Acusado de racismo, Rodrigo Branco, ex-diretor da TV Bandeirantes, gerou polêmica na internet em 2020, após criticar a médica Thelminha, vencedora do BBB 20, e a jornalista Maju Coutinho, quando ela apresentava o Jornal Hoje. Na época, o empresário disse durante uma live que torcer para Thelma Assis no reality show seria racismo porque “ela é negra coitada”.
Enquanto com a Maju, ele se referiu a ela como uma péssima profissional. “Eu assisti hoje e ela fala tudo errado. Ela só está lá por causa da cor. Ela não tem carreira, nunca foi repórter de campo, fala tudo errado e eu como diretor de TV, vou te falar, ela lê o TP errado”, disse. Hoje, Branco leva celebridades para seus eventos na Flórida, com festas em cidades como Miami, Orlando e Disney.
Foto: Su Florentino
Na foto publicada pela Blogueirinha, além de posar com o Rodrigo Branco, ela também aparece com outras pessoas como a humorista Dani Calabresa, o jogador de futebol Roger Guedes, o comentarista Craque Neto, o lutador de MMA José Aldo, a sertaneja Simone Mendes, entre outros.
A cantora paraense, Gaby Amarantos fez uma publicação no ‘X’ (antigo Twitter), para Pitty, depois que a cantora baiana fez um post criticando Beyoncé pela vinda ao Brasil, afirmando que a diva pop norte-americana “resolveu fazer a Irmã Dulce em pleno natal”. Em uma carta aberta, Amarantos afirmou se sentir à vontade para discordar do posicionamento de Pitty: “Quando você como mulher branca questiona o trampo memorável da BeyGOOD tu tens que pensar muitas vezes antes falar”, escreveu.
Na tarde da última quarta-feira, 27, Pitty fez uma publicação dizendo: “B [Beyoncé] resolveu fazer a Irmã Dulce em pleno natal (não me cancelem, eu amo, mas esse timming tá foda)”, escreveu a artista, que elogiou o recém trabalho de Manu Gavassi. “Falou-se por alto da podridão de agências/mercado, jovens se foram e está por isso mesmo; Manu [Gavassi] lançou um assunto(s) importantes p/ debater o feminino na arte (…) 20 anos com volta e meia realizando esse sentimento de que ninguém se importa com nada além de si mesmo. tomara que eu esteja muito errada”. A cantora, que nasceu em Salvador, foi bastante criticada e apagou a publicação.
Gaby Amarantos, que apresentou o programa ‘Saia Justa’, no GNT, ao lado de Pitty, afirmou na publicação que: “Para quem precisa de ajuda não existe timing certo e para nós artistas e pessoas negras desse país ver uma artista do tamanho dela olhando para o Brasil, pro Nordeste e para tua cidade com olhar de cuidado e solidariedade nos faz acreditar também podemos”.
Amarantos também lembrou os esforços da BeyGOOD e a parceria de anos com a Central Única das Favelas (CUFA): “Te sugeriria olhar com atenção o trabalho que a fundação dela faz há mais de 10 anos no Brasil junto c/ a CUFA e sem medo te avisar que não é necessário comparar o trabalho”.
Amada @Pitty te escrevo aqui pela nossa amizade, pela admiração que tenho por vc e por ter tido a oportunidade de conviver um pouco contigo, me sentindo a vontade pra dizer que discordo de ti mana. Quando vc como mulher branca questiona o trampo memorável da BeyGOOD tu tens que
Após apagar a publicação em que criticava Beyoncé, Pitty rebateu as críticas que recebeu dizendo: “geralmente quando se tenta uma ideia mais profunda ou delicada por aqui, nunca dá certo. não sei pq tento. Apago mesmo, por motivos de sem tempo irmão”.
geralmente quando se tenta uma ideia mais profunda ou delicada por aqui, nunca dá certo. não sei pq tento. apago mesmo, por motivos de sem tempo irmão.
to faxinando a casa pro ano novo que é o melhor que eu faço agora com o mais precioso que a gente tem: tempo.
Mais tarde, ela se desculpou: “às vezes a gente escreve coisas e acaba se confundindo, sendo interpretadas de formas totalmente aleatórias à proposta original. somos cabeças pensantes em eterno movimento, e muitas coisas revisitaram a minha nos últimos dias. esse acúmulo de ideias sendo colocadas pra fora em momentos inoportunos geraram diversas interpretações por um mundo de pessoas que eu jamais gostaria de ofender, muito menos diminuir. eu acho incrível Bey ter vindo pra SSA, que é minha casa também. foi mal se soou de uma maneira e para um lado que não era o que eu gostaria de alcançar”, disse.
às vezes a gente escreve coisas e acaba se confundindo, sendo interpretadas de formas totalmente aleatórias à proposta original. somos cabeças pensantes em eterno movimento, e muitas coisas revisitaram a minha nos últimos dias. esse acúmulo de ideias sendo colocadas pra fora em…
Há quem diga que a cantora ainda está na Bahia e quem acompanha a Queen B sabe que ela ama um bom restaurante
Se a Beyoncé ainda deixou a bio do Instagram com a localização de Salvador, nós somos do time que ainda acredita na presença da Queen em solo baiano. Se você pudesse deixar uma dica gastronômica para ela conhecer melhor a cultura afro-brasileira, qual seria? O Mundo Negro e o Guia Black Chefs selecionou alguns dos restaurantes que mais fazem sucesso na região e as suas especialidades.
Jiló Restaurante – Bobó de Camarão com Vinagrete de Abacaxi e Arroz de Coco| Instagram: @jilosalvador
Foto: Elder Almeida
Maria Mata Mouro – Curry de Legumes | Instagram: @mariamatamouro
A escritora do clássico livro ‘A Cor Púrpura’, Alice Walker, está satisfeita pela a forma como a relação das personagens Shug e Celie é retratada no novo filme dirigido por Blitz Bazawule. Diferente do primeiro longa de 1985, o novo musical deixa evidente que as duas personagens se amam e constroem um romance muito forte.
Para o site The Hollywood Reporter, Walker disse que está muito feliz porque o relacionamento de Shug e Celie foi finalmente retratado como ela pretendia. “Eu realmente adoro que [o público] conseguiu compreender que Shug e Celie se apaixonaram, porque acho que realmente precisamos de ajuda nisso. Nós realmente precisamos ver que amor é amor. Você sabe, as pessoas amam quem amam, e é seu direito fazer isso”, contou ela.
Celie e Sgug em ‘A Cor Púrpura’. Foto: Warner Bros. Pictures.
A cantora Pitty utilizou seu perfil no X, nesta tarde de quarta-feira (27) para criticar Beyoncé. A artista norte-americana fez uma visita à Salvador durante a última semana. Através de sua instituição BEYGOOD, ela forneceu bolsas de incentivo para microempreendedores negros do Brasil, além de realizar uma série de parcerias com a CUFA (Central Única das Favelas). Pitty criticou o ‘timming’ de Beyoncé em promover essas ações no período natalino.
eu tô há uns quatro dias sorumbática com redes sociais e tudo, pq mil coisas: falou-se por alto da podridão de agências/mercado, jovens se foram e está por isso mesmo; Manu lançou um assunto(s) importantes p/ debater o feminino na arte; e a B resolveu fazer a Irmã Dulce em pleno…
“B [Beyoncé] resolveu fazer a Irmã Dulce em pleno natal (não me cancelem, eu amo, mas esse timming tá foda)”, escreveu a artista, que elogiou o recém trabalho de Manu Gavassi. “Falou-se por alto da podridão de agências/mercado, jovens se foram e está por isso mesmo; Manu [Gavassi] lançou um assunto(s) importantes p/ debater o feminino na arte (…) 20 anos com volta e meia realizando esse sentimento de que ninguém se importa com nada além de si mesmo. tomara que eu esteja muito errada“, concluiu.
Nas redes sociais, usuários criticaram a publicação de Pitty. “A BeyGOOD existe há 10 anos, Pitty. E o Brasil sempre esteve na rota deles”, publicou o fã clube Beyoncé Access. “Eles apoiam a CUFA (Central Única das Favelas) no Brasil e continuarão apoiando. Beyoncé já doou bolsas de ajuda financeira para empreendedores negros e indígenas brasileiros, anunciou bolsas de estudos pagas por ELA (as inscrições irão abrir em breve), doou milhares de cestas básicas nas favelas, durante a pandemia apoiou o projeto “Tem Gente Com Fome” da Coalizão Negra, e por aí vai… uma pesquisa no Google e você saberia que ela não ‘faz a irmã Dulce’. E consequentemente não estaria dando uma opinião rasa, usando ironia para banalizar ações reais que ajudam o próximo“.
A BeyGOOD existe há 10 anos @Pitty! E o Brasil sempre esteve na rota deles. Eles apoiam a CUFA (Central Única das Favelas) no Brasil e continuarão apoiando. Beyoncé já doou bolsas de ajuda financeira para empreendedores negros e indígenas brasileiros, anunciou bolsas de estudos… https://t.co/znMfXir1fc
Essa semana viralizou um vídeo do ensaio da escola de samba Acadêmicos da Grande Rio em que a rainha de bateria, a atriz Paolla Oliveira aparece em uma de suas presenças usuais no período que antecede o carnaval. Sempre aclamada por sua beleza e carisma, desta vez Paolla foi alvo de críticas por parte do público, teve seu corpo questionado e recebeu várias sugestões de que deveria emagrecer além de ter sua idade enfatizada. Após a polêmica, a atriz usou as redes sociais através de vídeos para discutir o quão doloroso é para muitas mulheres enfrentar a ditadura da beleza e o padrão perfeito numa sociedade machista.
Num vídeo repostado pela Universa UOL, gravado em fevereiro deste ano numa série chamada Sem Filtro, Paolla coincidentemente fala sobre as críticas que já recebeu sobre seu corpo, de como as mulheres sustentam a estrutura patriarcal e opressora ao criticar outras mulheres e sobre a identificação que o tema gera quando é colocado em pauta. Daí, eu, negra, mulher e brasileira, após sentir muito desconforto ao assistir o vídeo com frases prontas e com a costumaz superficialidade branca, deixei o seguinte comentário: “Pois é, imagine para nós mulheres negras que fomos colocadas em lugares muito piores com o aval de todas vocês, né?! Sorte sua não ser animalizada”.
Ahhh meus amigues, choveu de comentários de mulheres, a maioria brancas, questionando meu posicionamento. Como psicóloga que sou, a linguagem é um campo que muito me interessa, visto que as respostas revelam como é inviável excluir raça de qualquer discussão. Mas por que mulheres brancas insistem em negar o fator raça quando o tema é a opressão feminina? Qual o real interesse dessas mulheres criticarem o patriarcado, fonte ao qual beberam por décadas por pura conveniência?
Este artigo é sobre um pseudo feminismo fomentado por mulheres brancas que têm se beneficiado dos privilégios materiais e simbólicos que o patriarcado as entregou e que enriqueceram às custas da opressão de outras mulheres. Essas “guerreiras” não só enquadraram-se por muito tempo no modelo de estética perfeita como enriqueceram afirmando toda essa lógica. Os comentários são muito interessantes, eles revelam como mulheres brancas têm uma extrema dificuldade em se rever e se reconhecer como parte do problema, isentando-se de responsabilidades. As falas partem de um inconsciente coletivo branco em que é perceptível a inabilidade de se implementar discussões sérias e profundas. Vamos analisar alguns?
Foto: Paulo Tauil/AgNews
O primeiro comentário me chamou a atenção pois se propõe a ser politicamente correto e professoral, só que não:
“Toda luta é válida. Porém uma coisa não diminui a outra. Sua dor é legítima e precisa sim ter espaço, mas aí então a dela não existe? Ela é uma peça de porcelana indolor? Não acho que seja a melhor forma de lutar”.
Então vamos lá, em que momento se tornou uma luta uma mulher branca sambar seminua em frente de uma bateria de escola de samba? Se fosse uma mulher negra teria um significado importante, visto que foram mulheres negras que realmente lutaram para a preservação do samba neste país, mas esse não é o caso.
Classificar de luta um vídeo de uma mulher branca que dedicou boa parte de sua carreira em se estabelecer enquanto modelo de beleza perfeita e ganhou muito dinheiro com isso é no mínimo uma ofensa para as mulheres que lutam por políticas públicas neste país. Aliás, falando em dor, quão doloroso é ser Paolla Oliveira no Brasil? Em termos sócio-político-histórico só pode ser uma piada.
Robin Diangelo em sua obra White Fragilitydiscorre o porque mulheres brancas tornam-se tão defensivas quando a raça é colocada na mesa de discussão, a autora enfatiza alguns pontos tais como o protagonismo imposto através do choro e/ou lamentação, culpa por saber exatamente do que se trata e apenas não admitir e, seu profundo investimento no sistema que lhe traz benefícios (tradução livre).
Outro comentário bem típico de mulheres brancas ou negras descoladas de sua realidade:
“O que uma coisa tem a ver com a outra? Aqui está sendo comentado sobre padrão de beleza e não cor”.
Tudo a ver. Qualquer discussão séria sobre padrão de beleza só é válida se levarmos em consideração que no Brasil somente um grupo social feminino tornou-se representante deste tal padrão de beleza. No livro Casa Grande e Senzala, Gilberto Freyre discorre sobre como o feminino e a feminilidade foram construídos através de narrativas que objetificam e animalizam mulheres indígenas e negras em detrimento da construção do modelo de mulher perfeita na figura da mulher branca e que se mantém até hoje. Aliás, por este mesmo motivo mulheres negras foram arrancadas da frente das baterias de escolas de samba dando lugar a mulheres brancas, e estas últimas nunca pensaram sobre isso de forma responsável. Ainda cobram sororidade como se pudessem cobrar alguma coisa.
Nesta última semana, tivemos a ex-apresentadora Xuxa em companhia de outras ex-apresentadoras discutindo padrão de beleza e etarismo no programa do Fantástico, na TV Globo. Durante o programa, a eterna rainha dos baixinhos fez questão de enfatizar o quão sente-se orgulhosa de suas rugas e mostrou-se contra a ditadura dos procedimentos estéticos. Este é mais um exemplo de mulheres brancas que construíram verdadeiros impérios com o mercado da beleza padrão sem a menor preocupação sobre o efeito que causavam em outras mulheres. Entretanto, quando este mesmo mercado as exclui ou as critica, tornam-se convenientemente lutadoras da causa feminina e contra a opressão que elas mesmas sustentaram.
Quem são os donos das clínicas de estética? Quem dominou o mercado da beleza por décadas? E o mercado da moda? Quem é o público que consome e transita nesses espaços? Para nós negres,tudo isso é novo.
Falar de opressão do topo de seu privilégio é típico da branquitude. Imagina uma mulher criticar padrão de beleza no auge do narcisismo branco, mulher esta que produziu cópias humanas de si mesma? É cada coisa viu. A autora Diangelo em sua obra ainda reitera como a indignação, a dor e a emoção são políticas e seletivas, sendo enquadradas por crenças e preconceitos. O efeito de certos posicionamentos em estruturas racistas tendem a hipervalorizar certos corpos ao passo que invisibilizam ou até ridicularizam outros corpos, e entre as mulheres a lógica segue a mesma. Vale ressaltar que não são as mulheres brancas as mais atacadas no mundo virtual e sim as mulheres negras, e sabemos o motivo.
Os comentários abaixo são ótimos exemplos disso:
“lá vem, aff”, “se poupe”, “a pauta é outra”, “é sobre racismo? E o porquê da comparação?”, “ih, começou, às mulheres negras”, “sempre tem uma militante que não descansa”, “e ela tem qual culpa disso?afe”, “vai procurar o que fazer”, “uma dor não invalida a outra, melhore, evolua”.
Outro aspecto sobre racializar qualquer discussão sobre questões do feminino é lidar com a fragilidade branca, o que é muito cansativo. A autora Robin Diangelo explica a inabilidade de pessoas brancas em sustentar discussões sem se individualizar direcionando a conversa sempre para o âmbito pessoal, forma esta de manipular a situação. A projeção é um mecanismo de defesa muito presente no comportamento das mulheres brancas e o comentário abaixo define bem isso:
“Bora atacar as brancas! Se você se sente melhor e superior, ataca mesmo, linda. É assim que você vai melhorar as coisas!”
É geralmente assim que mulheres negras são entendidas quando abordam questões raciais dentro do pseudo feminismo, pois feminismo responsável está distante do campo de entendimento da maioria. Diangelo ressalta regras que a branquitude nos impõe ao abordar assuntos sensíveis e a forma de falar é uma das regras. Pelos comentários dá para perceber o nível de crueldade e violência das mulheres brancas quando sentem-se questionadas em sua branquitude e não poupam palavras, contudo, esse protocolo da comunicação não violenta aplica-se para os corpos não brancos, apenas.
É de uma tamanha desfaçatez uma mulher branca acusar uma mulher negra de ter algum poder de ataque. Conhecimentos básicos sobre a sociedade em que vivem e a responsabilidade de obter tais conhecimentos, revelam que mulheres negras não são capazes de oprimir nenhuma mulher branca e em nenhum aspecto. Mulheres negras não possuem poder político, econômico e nem poder de narrativa que possa atacar a existência de uma mulher branca em qualquer nível que seja. É preciso fazer o dever de casa!
Este artigo e as falas reais incorporadas neste texto revelam mais do mesmo. Novidade? Nenhuma. Falta muito repertório para que possamos avançar sem hipocrisia. Audre Lorde assertiva como sempre nos alertou sobre o convite que o feminismo branco nos faz a todo momento e a sororidade cobrada mas nunca ofertada. De qualquer forma, essa luta, se é que pode ser chamada disso, não representa mulheres negras em nenhum aspecto. Nosso rolê é outro!
O ator Colman Domingo, reconhecido por suas atuações marcantes em produções como “Euphoria” e “The Color Purple”, compartilhou detalhes sobre os desafios que enfrentou por conta do racismo enquanto buscava oportunidades na indústria do entretenimento. Em entrevista recente, ele afirmou que, segundo seu agente, foi rejeitado para um papel na série “Boardwalk Empire: O Império do Contrabando”, da HBO, porque não tinha a pele clara.
A revelação foi feita em entrevista para o jornal The New York Times, onde Domingo falou sobre uma experiência marcante durante um teste para a aclamada série da HBO, “Boardwalk Empire: O Império do Contrabando”, que estreou em 2010. Após sua indicação ao Tony pelo musical “The Scottsboro Boys” em 2014, Domingo estava confiante de que um papel na série mudaria o curso de sua carreira. “Este é o que vai mudar tudo para mim”, pensou o ator na época. “Este é o [papel] que finalmente será minha grande chance.”
O papel em questão era o de um maître de uma boate de propriedade de negros, para o qual Domingo se preparou meticulosamente, impressionando os produtores com suas habilidades de canto e dança ao comparecer ao teste vestindo um smoking. No entanto, o ator foi informado por seu agente sobre um obstáculo inesperado após o retorno do teste. Um pesquisador histórico do programa lembrou aos produtores que, historicamente, os maîtres dessas casas noturnas eram tipicamente de pele clara, ao passo que Domingo não se enquadrava nesse perfil. Consequentemente, a oportunidade foi negada ao ator.
“Foi quando perdi a cabeça”, disse. “Não aguento mais, acho que isso vai me matar.” Apesar disso, Colman Domingo, uma década depois, está em um estágio diferente de sua carreira. Com rumores de possível indicação ao Oscar por seu trabalho em “Rustin” da Netflix e seu papel proeminente no filme musical “The Color Purple”, ele adotou uma nova perspectiva em relação à indústria.
Hoje, ele se autodenomina um ator “apenas para oferta”. “Eu me tornei um ator ‘somente oferecido’, provavelmente antes do que a indústria pensava que eu deveria”, disse ele. “Mas decidi que tenho um corpo de trabalho. Você pode dar uma olhada, pode perguntar a outros diretores sobre mim e pode me fazer a oferta ou não.”
O laudo médico apontou que Ana Clara Benevides, fã de Taylor Swift que faleceu no dia 17 de novembro durante o primeiro dia de show da cantora no Brasil, teve exaustão térmica causada pelo calor. A jovem de 23 anos passou mal logo no início do show, que aconteceu no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, quando a sensação térmica na cidade chegou aos 59,3 graus. Ana clara chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal Bom Dia Rio, da TV Globo, a perícia concluiu que Ana Clara Benevides estava exposta a um calor extremo. A evolução clínica apontou: “exaustão térmica com choque cardiovascular, comprometimento grave dos pulmões e morte súbita”. A jovem teve uma hemorragia alveolar, que acontece quando há o rompimento dos vasos sanguíneos que irrigam os pulmões. Além disso, ela teve congestão polivisceral, quando vários órgãos ficam paralisados, pela exposição ao calor.
O caso foi registrado na 24ª DP (Piedade). A polícia vai intimar os responsáveis pela Time for Fun (T4F), empresa que organizou o evento, para depor no inquérito que investiga a morte de Ana Clara. A empresa terá que esclarecer quais cuidados foram tomados para amenizar o calor durante o show de Taylor Swift.
Para o jornal O Globo, a delegada Juliana Almeida, titular da 24ª DP, disse que o pai de Ana Clara, José Weiny Machado, relatou que a filha não tinha doenças preexistentes, ele também afirmou não ter conhecimento se a jovem tomava medicamentos.
Ana Clara Benevides morava em Rondonópolis, no Mato Grosso do Sul, onde era estudante de Psicologia da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), e tinha viajado para o Rio de Janeiro com uma amiga para assistir ao show da cantora norte-americana, de quem era fã. Ela desmaiou na segunda música, de acordo com o relato da amiga Daniele Melin: “Na segunda música ela simplesmente desmaiou. Aí tiramos ela com ajuda dos seguranças e corremos pro postinho de apoio no estádio, e lá eles atenderam ela, e encaminharam pra ambulância”, disse.
Ana Clara foi encaminhada para o Hospital Salgado Filho, no Méier, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu. Mais de mil pessoas que foram ao show da artista passaram mal por causa do calor. Segundo matéria do jornal Valor Econômico, pessoas que foram ao show reclamaram que além de proibir a entrada com garrafas de água, havia escassez do recurso no evento.
Um dia após a morte da jovem, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou novas medidas para que o público pudesse levar água a shows e espetáculos. O ministro também afirmou que, por meio de portaria editada pela Secretaria do Consumidor: “empresas produtoras de espetáculos com alta exposição ao calor deverão disponibilizar água potável gratuita em ‘ilhas de hidratação’ de fácil acesso:. A medida passou a valer no ato do anúncio feito por Dino.
‘A Cor Púrpura‘ dominou as bilheterias nesta segunda-feira (25) e se tornou a maior estreia de um filme no dia de Natal desde 2009, superando ‘Sherlock Holmes‘, além de se tornar a segunda maior estreia no dia de Natal de todos os tempos.
O remake musical do clássico de 1985, superou as expectativas e arrecadou US$ 18 milhões em 3.152 cinemas norte-americanos, no primeiro dia em cartaz.
O longa também se manteve à frente de outros dois estreantes nesta segunda-feira: as cinebiografias ‘Ferrari‘ e ‘The Boys in the Boat‘. Com críticas positivas, ‘A Cor Púrpura’ também chama a atenção por ser o primeiro musical que faz sucesso nas bilheterias em pelo menos seis anos.
Dirigido por Blitz Bazawule e com produção de Oprah Winfrey e Steven Spielberg, a nova adaptação da obra de Alice Walker conta com diversas estrelas no elenco, como: Taraji P. Henson, Danielle Brooks, Colman Domingo, Halle Bailey, Fantasia, H.E.R., Ciara, Corey Hawkins e muito mais.
No Brasil, A Cor Púrpura estreia em 4 de janeiro. Veja o trailer: