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Empoderando crianças negras

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Nós do Mundo Negro acreditamos que o empoderar as crianças negras pode ser não somente positivo, como revolucionário. No mês de outubro faremos algumas ações para presenteá-las. E os trabalhos já começaram com a promoção Mundo Negro Criança.

Mundo Negro Criança

E funciona assim:
1) Curta nosso perfil no Instagram @sitemundonegro

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2) Marque no seu perfil, a foto de uma criança negra que você conhece (filho, amigo, primo etc.) com as hashtags ‪#‎mundonegrocriança‪#‎sitemundonegro

3) Ao final de cada semana do mês de Outubro estaremos compartilhando nossas fotos favoritas no Instagram e Facebook.

4) As fotos que tiverem mais curtidas ganharão uma caixa de Giz de Cera PintKor, da empresa Koralle em parceria com a UNIAFRO – que possui 12 cores de tom de pele negra – e o livro “Diário de Pilar na África”, um livro de aventura que ensina as crianças sobre a história , cultura,  geografia africana e até Orixás.

Curtam as fotos, deixem comentários positivos e divertidos para nossas crianças. Vamos fazer uma corrente do bem e ajuda-las a se amarem ainda mais.

O resultado saí no dia 30 de outubro.


 Os prêmios:


“Diário de Pilar na África”
Flávia Lins e Silva
Editora Zahar

Pilar, Breno e o gato Samba embarcam na rede mágica e vão parar na África, onde conhecem Fummi, uma princesa iorubá. Juntos, eles tentarão salvar sua família e seu povo, capturados por comerciantes de escravos.

Viajando da Nigéria a Angola, Pilar e seus amigos aprendem várias coisas sobre a história da África, seus animais, e sua cultura. Os quatro aventureiros contam com a ajuda de um elefante para atravessar florestas, enfrentam o mar bravio num pequeno veleiro, galopam na perigosa savana montados em uma zebra, descem o rio Congo ao lado da poderosa rainha Jinga e enfrentam os donos dos navios negreiros.

Giz de cera Pintkor 12 cores em tons de pele
Koralle
Fabricados com ceras de alta qualidade, atóxico, não mancha as mãos.
Foram produzidos especialmente em parceria com a UNIAFRO – Política de Promoção da Igualdade Racial na Escola.


 

Regulamento

  • Essa promoção é uma parceria do site Mundo Negro, Editora Zahar e Koralle.
  • – Não serão aceitas fotos enviadas por e-mail e/ou inbox no Facebook.
  • – Será válido apenas uma foto por perfil
  • – Somente fãs do Mundo Negro no Instagram poderão concorrer
  • – Participando da promoção você automaticamente concorda com a publicação da foto da criança participante nas nossas redes sociais.

Negros no Youtube: Ouriçado é Humor Negro para Denegrir a Internet

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Por Silvia Nascimento

Curta nosso Instagram @sitemundonegro

Denegrir significa torna-se negro e esse é dessa forma que o canal do Youtube, Ouriçado aproveita o seu espaço para levar o público a refletir sobre o que é ser negro do Brasil, por meio de humor.

Os vídeos são produzidos por atores da Oficina de Performance Negra realizado pelo Bando de Teatro Olodum – que revelou nomes como Lázaro Ramos e Luiz Miranda -,  do curso livre de teatro da Universidade Federal da Bahia, além de atores convidados.

O Mundo Negro bateu um papo com Heraldo de Deus, um dos produtores do projeto.

De onde vem a inspiração para criar os vídeos?

Nossos roteiros infelizmente são inspirados no dia-a-dia, são uma reflexão acerca da nossa sociedade atual. Tudo o que buscamos retratar não é nem um pouco diferente da realidade da juventude negra e da periferia em Salvador e do que estamos acostumados a ver nos noticiários e na publicidade.

Qual a frequência das gravações dos vídeos?

Atualmente, por ainda não dispor de um material próprio (diferente de Glauber Rocha, temos as ideias na cabeça, mas ainda não temos a câmera na mão).  Nossas gravações têm acontecido mensalmente e temos utilizado na maior parte do tempo nossas próprias casas como set de filmagem. O objetivo é poder aumentar a nossa capacidade de produção para que possamos produzir e publicar mais de um vídeo por mês, mas por enquanto é o que podemos fazer

O Ouriçado tem algum patrocínio ou é feito com recurso próprio?

Não temos nenhum patrocínio. Contamos com alguns apoiadores alguns deles saíram no meio do caminho.

A câmera e os técnicos são cedidos pela Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia (DIMAS/Funceb) e todos os gastos com deslocamento e pré produção ainda tem saído do nosso próprio bolso. Se algum leitor do site Mundo Negro estiver interessado em nos patrocinar, será aceito de muito bom grado!

Como tem sido o retorno?

O retorno até então tem sido positivo, poder dar uma visibilidade a artistas negros na nossa cidade (temos 90% da população é negra mas não nos sentimos representados na TV, na Publicidade local inclusive e nem em alguns outros canais da web – sempre são dois ou três num universo recheado de artistas negros e de muita competência) até por isso a sátira a prática do black face na maioria das nossas produções.

Há ainda aqueles que nos chamam de racistas, que acham que nossos vídeos são reforços positivos de algo tão negativo, a Ouriçado não surgiu com esse objetivo. Queremos mesmo é meter o dedo na ferida, é mostrar algo que passa muitas vezes desapercebido, mas que está diante do nosso nariz, todo dia, toda hora.

Alguns vídeos nossos já tem mais mil visualizações e principalmente, o fato de tornar-se protagonista numa luta diária e tão nossa é o maior retorno que podemos alcançar. Saber que nossos vídeos têm sido exibidos nas salas de aula propondo uma reflexão sobre a sociedade e nos permitir sonhar com uma realidade onde a cor da pele não seja motivo de diferenciação.

Caravana Raízes visita quilombo da Rasa no próximo feriado

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Partindo de são Paulo no dia 9 de outubro, sexta-feira, a bordo do Haux 371, um ônibus no estilo “hippie” que também é uma biblioteca itinerante, um baú cheio de atividades culturais e escola de artes, a Caravana Raízes levará seus convidados para a segunda vivência natural e cultural na cidade de Búzios, Região dos lagos do Rio de Janeiro.

Por Marília Gonçalves – Redatora do site Mundo Negro
Curta nosso Instagram @sitemundonegro

A programação é voltada para o “Dia da Conexão”, descobrimento da história local dos quilombolas, relaxamento e alimentação saudável. Artistas e produtores nativos, que formam o Coletivo Conectivo, farão as apresentações musicas, de artes e rodas de bate papo. Além disso, os participantes poderão curtir a festa Batbacumba (SP). Tudo ao ar livre e de graça.

As vagas são limitadas e os pacotes disponíveis para venda com transporte de ida e volta, hospedagem no hostel Lagoa Beach, café da manhã, atividades e passeios, com preços entre R$ 380,00 e R$ 420,00, já estão no segundo lote.

SERVIÇO

Interessados: caravanaraizes@gmail.com
Ida dia 9 e retorno 12 de outubro, às 22h.
Ponto de partida e retorno: estação Vila Madalena do metrô

Realização
Caravana Raízes: http://on.fb.me/1XLOhTy
HAUXBUSão: http://on.fb.me/1UBG4ST
Coletivo Conectivo: http://on.fb.me/1VNDTsH
Batbacumba Auês: http://on.fb.me/1Fy7rRH
Lagoa Beach Hostel: http://on.fb.me/1XLOFBE
Promoção, Vendas e Divulgação

Palco2: http://on.fb.me/1VNDWVb

Kwanzaa Brasil discute negritude e criatividade

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O negro na perspectiva da economia, empreendedorismo, criatividade, mídia, espiritualidade e corporeidade, foram alguns dos muitos assuntos debatidos durante o quinto encontro Kwanzaa – São Paulo, realizado no sábado (26).

Por Silvia Nascimento

Foto: Equipe Kwanzaa SP

Aos mesmo tempo que oficinas para crianças e feira afro aconteciam, intelectuais negros de várias áreas levaram o público a reflexão com assuntos relevantes e alguns polêmicos, como a questão da apropriação cultural.

“Eu (mulher negra) não vou sair na rua usando um cocar. Eu sei que eu poderia ofender a mulher indígena com essa atitude, da mesma forma que me ofendo vendo uma branca usando um turbante, não que eu vá até ela para tirar o turbante, mas me sinto extremamente incomodada”, afirma Daniela Gomes, jornalista e Doutoranda em Estudos Africanos pela Universidade do Texas.

O sócio fundador do Ebony English, Rodrigo Faustino. Foto: Equipe Kwanzaa SP

Falando sobre criatividade na perspectiva da espiritualidade, Ama Mizani que estuda saúde holística africana e é membro do Afrocentricity International resgatou a importância de se valorizar a contribuição história do negro para humanidade, sobretudo na questão do conhecimento científico. “O primeiro médico da história da humanidade foi negro e ele descobriu a cura para centenas de doenças”, explicou a estudante que ainda defendeu que criatividade e espiritualidade andam juntas e que os momentos de inspiração são divinos.

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Adriana da Feira Preta, as jornalista Rejane Romano e Daniela Gomes e o  educador Fabiano Maranhão

 

A presidente do Instituto Feira Preta, Adriana Barbosa, falou sobre os desafiados em gerenciar a Feira Preta, maior evento de cultura negra da América Latina.  “Há muita dificuldade em se conseguir financiamento, porque o banco não acredita que não vou ter como pagá-lo e ajuda do setor público também é complicada porque que muitas vezes nos encaminham para secretarias sem verbas para nos ajudar” relatou a empresária que ainda acredita que há muito apego emocional dos empreendedores negros que trabalham com esse segmento,

Um panorama sobre afro-negócios no Brasil e EUA foi o tema abordado por Rodrigo Faustino, sócio idealizador do Ebony English, a única escola de inglês no Brasil que trabalha com cultura negra em sala de aula. “ No Brasil houve uma tentativa de integração entre escravos recém libertos pela abolição. Nos EUA os que usavam a mão de obra escrava, não queria mais saber dessas pessoas, e isso fez com que eles tivessem que criar sua própria estrutura, como escolas, postos de saúde e até bancos, todos fundados e administrados por negros”.

O professor Fabiano Maranhão, mestre em Educação pela Universidade Federal de São Carlos falou sobre como algumas brincadeiras praticadas por crianças brasileiras tem um teor racista de forma explícita. “Eu quando brincava de polícia e ladrão com os meus amigos na infância, era sempre o ladrão”, exemplificou o professor que ainda lembrou do “boi da cara preta” e outras canções com letras racistas.

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O evento ainda teve o espaço Kwanzaa Kids com oficinas e contação de estórias para crianças. O escritor Durval  Arantes, também esteve presente vendendo e autografando a sua obra “O último negro”.

O Kwanzaa Brasil é encabeçado pelo administrador de empresas Luiz de Jesus e tem sua próxima edição prevista para o dia 20 de novembro. Mais informações pela página oficial do evento no Facebook.

Reis Africanos

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Reparar por meio de uma coleção de fotos, a ausência de reis negros na arte e livros de história foram alguns dos fatores que motivaram o fotógrafo americano James C. Lewis a criar a série “African Kings”.

Confira abaixo algumas das fotos de Lewis que inclui, na versão original à venda,  a altura real dos homens africanos de história. Se eles eram realmente assim, nunca saberemos mas é fato que esses reis que fizeram da África um dos continentes mais poderosos antes da colonização.

Confira outros trabalho de Lewis clicando aqui.

O movimento #BlackLivesMatter ecoa no Brasil

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Mais da metade dos 200 milhões brasileiros se identificam como negro ou negra. Todos os dias, 82 jovens brasileiros são mortos, 77% desses jovens são negros. Na selva de pedra de São Paulo, os jovens negros são três vezes mais sujeitos a serem mortos por violência policial do que os jovens brancos.

 

Por Katherine Jinyi Li *

Nos últimos anos, o movimento americano #BlackLivesMatter colocou a questão de violência racista da policia na primeira pauta dos meios de comunicação social e política. Ao outro lado do Hemisfério, as vozes negras do Brasil estão plantando as suas próprias sementes de um apelo crescente à justiça.

 

“A questão não é de copiar [os americanos] mas de ver o que fazem, o que dá certo, ficar observando e tentar adaptar isso a nossa realidade brasileira,” diz Silvia Nascimento, fundadora da primeira mídia negra no Brasil, Site Mundo Negro, que proclama uma visão pro-africana de negritude universal.

 

“Eles têm uma história de luta que precede a nossa – no Brasil a escravidão acabou muito tempo depois,” Nascimento nos lembra. “Estamos em um grau de desenvolvimento agora que reflete muitas coisas que já aconteceram nos EUA nos anos 60, 70.”

(Manifestante na  Marcha contra o genocídio da juventude negra, São Paulo, 2014. Crédito da foto: Katherine Jinyi Li.)

Quando considera o movimento #BlackLivesMatter, Nascimento ressalta uma força altamente qualificada de professores, advogados, políticos, jornalistas, e atores negros que apoia o movimento construído de protestos de rua e as redes sociais de massa. No Brasil, ainda um pais em desenvolvimento, essa mobilidade socioeconômica ainda está no processo de ser fortalecida para os negros, que só constituem 6.3% de todos os alunos no ensino superior.

Sheila de Carvalho no escritório da Conectas na Avenida Paulista, 2015. Crédito da foto: Katherine Jinyi Li

Mais do que um movimento de protesto de rua, os negros brasileiros levantam a dignidade negra através de mídias independentes e marchas pacíficas. Negros brasileiros saem às ruas todo ano na Marcha contra o Genocídio da Juventude Negra e a Marcha das Mulheres Negras. Estas marchas estão rigorosamente vigiadas pela policia mas ficam relativamente pacíficas, não como os confrontos violentos entre os manifestantes negros e os policiais americanos nos protestos #BlackLivesMatter.

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Capa da revista TIME dos protestos #BlackLivesMatter em Baltimore, 2015. Crédito da foto: Devin Allen.)

O primeiro censo racial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) esse ano revelou que 85% dos juízes e 78% dos advogados no Brasil são brancos, que condenam uma população carceraria que é 67% negra.

“Essa proposta de ter políticas de ação afirmativa no sistema de justiça vai deixar a carreira mais representativa da sociedade… e trazer pessoas que entendam os problemas que a sociedade tem,” diz de Carvalho. “Esses juízos [das políticas de ação afirmativa] acabam trazendo uma diversidade de vivências que juízos que tiveram mais privilégios não tenham visto.”

De Carvalho lembra de ser a única aluna negra em uma sala de mais de 100 na Faculdade de Direito na Mackenzie. “Aqui no Brasil você entra em um espaço de ‘elite’ e você não vê a figura de uma pessoa negra – uma ausência de negros que já foi normalizada na nossa sociedade,” ela explica.

Brasileiros negros muitas vezes mostram saber pouco sobre sua própria história no ensino fundamental. Sem falar das batalhas dos heróis ex-escravos que lutaram para as comunidades negras, as escolas veneram os colonizadores e imigrantes brancos (igual à narrativa histórica ensinada nas escolas americanas). Como resultado, muitas referências do empoderamento negro no Brasil vêm dos EUA ou da África.

Comparado ao Brasil, os negros americanos já conseguiram construir uma fortaleza na conversa da nossa geração. Referencias desde Obama a Oprah, Malcolm X a Muhammed Ali, Angela Davis a Beyoncé, Black Panthers e #BlackTwitter e tudo demais, os negros lideram os americanos em uma diversificação das vozes na mídia de massas e no espaço político.

Para os negros na America Latina, uma identidade negra solidária ainda está obscura pela lenda colonial de miscegenação. Ex-presidente FHC que disse a famosa frase “Também tenho um pé na cozinha,” se declarando descendente de escravos apesar da sua óbvia brancura e pertencimento à classe elite. Depois negando ter falado a frase, Cardoso ainda assim deu o exemplo perfeito da ficção latina que o racismo não existe porque todos nós somos “um pouco negro”.

Na realidade, o racismo segue sendo a guia das normas sociais entre os negros e os brancos no Brasil. Tula Pilar, poetisa autodidata e ex-trabalhadora doméstica, escreve frequentemente sobre o abuso das suas empregadoras brancas. “Tiravam os cadernos das minhas mãos, rasgavam e falavam que estudar não era para as pessoas como eu,” ela recorda.

Ainda hoje, uma poeta reconhecida com aparências frequentes na mídia, Pilar enfrenta discriminação no mundo artístico. “Quando vou nos saraus no centro, eles me param na porta e me perguntam o que eu estou fazendo lá enquanto os brancos entram sem problema. Mas depois eu entro no palco e essas mesmas pessoas conseguem até chorar com as minhas poesias.”

Tula Pilar Ferreira, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), 2015. Crédito da foto: Katherine Jinyi Li

A mãe da Pilar, também uma trabalhadora doméstica, também não apoiou os sonhos de perseguir os seus estudos: “Minha filha, somos negros, pobres – não fica sonhando que o nosso mundo é outro!”

Hoje, Pilar organiza saraus “eróticos” para as mulheres na periferia. Ela ensina os seus filhos de usar os seus turbantes com orgulho e de dialogar com a policia sabendo dos seus direitos.

“Se amar, se aceitar é um ato político em si,” diz Nascimento sobre a ênfase cultural no Site Mundo Negro. “A geração da minha mãe, da minha avó abaixaram as cabeças, mais as minha filhas não irão.”

*Katherine Jinyi Li é uma jornalista americana morando no Brasil, cobrindo temas de luta comunitária, empreendedorismo local e justiça racial.

Essa reportagem foi publicada pela primeira vez no site americano The Seatle Globalist 

Ocupação preta

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O mito da democracia racial, além do racismo, são temas amplamente discutidos no projeto OCUPAÇÃO PRETA, realizado uma vez por mês com uma programação que discute as relações raciais no Brasil através da produção acadêmica e diversas manifestações artísticas realizadas pela população negra de São Paulo. Com o tema “Culturas Negras: Entre trocas e apropriações culturais”, o próximo Ocupação Preta acontece no dia 26 de setembro, sábado, a partir das 15h, no Centro Cultural da Penha (Largo do Rosário, 20, zona leste da cidade) com ENTRADA FRANCA, o projeto traz um show com o grupo Ilê Aláfia e apresentações do Manifesto Crespo e projeto Penharol.

PROGRAMAÇÃO

 15h- Encontros Crespas e Cacheadas

O Encontro de Crespas e Cacheadas surgiu quando Márcia Turbanista em 2013 começou  a ministrar uma Oficina de Turbantes. O encontro tem como objetivo reunir pessoas com os mesmos ideais,afim de compartilhar suas dificuldades,dúvidas, experiências e conhecimentos com os que buscam assumir seu cabelo Crespo Natural.

 

15h40 Roda de Conversa

Cultura Negras: Entre trocas e apropriações culturais 

Salloma Salomão 

Músico, Performer e Historiador. Doutorado em História pela PUC São Paulo (2005). Pesquisador associado do ICS- UL PT ( Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa). Tem um projeto de pesquisa de pós-doutorado sobre cultura musical dos Águdás, junto ao Departamento de pós graduação em História da USP.  Atualmente professor de História da África e  Diáspora Negra no Centro Universitário Fundação Santo André e é Consultor da Secretaria de Educação do Município de São Paulo. Tem experiência em produção e gestão cultural, formação acadêmica e continuada de professores na área de História, com ênfase em História do Brasil Império e República atuando principalmente nos seguintes temas: cultura musical, lutas pela liberdade, práticas culturais negras no século XIX e XX, identidades étnicas e movimentos negros urbanos, sociabilidades negras em São Paulo e musicalidades africanas.

Renata Felinto

Renata Felinto é doutoranda e mestra em artes visuais, bacharel em artes plásticas pelo IA/UNESP. Especialista em Curadoria em museus de arte pelo MAC/USP e artista visual, pesquisadora. Fundadora da Cubo Preto empresa que vem atuando nas áreas de artes visuais, história e cultura afro-brasileira de 2006.

 Pedro Neto

Pedro Neto é Cientista Social PUC-SP, Pesquisador em Antropologia das Populações Afro-Brasileiras. Desde 2000 é membro do Núcleo de Relações Raciais, Memória, Identidade e Imaginário do PEPG-PUC-SP, Membro Titular do primeiro Colegiado Setorial de Culturas Afro-Brasileiras do Conselho Nacional de Politica Cultural do Ministério da Cultura.  Diretor de Projetos da Campomare Produções, Diretor do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais.

 17h40 – Manisfesto Crespo

O Manifesto Crespogrupo formado por jovens mulheres negras, nasceu a partir de discussões sobre as diversas questões do universo da cultura afrobrasileira. Principalmente o cabelo crespo, suas produções artísticas e estéticas, buscando reconhecer seu valor e fortalecer a memória e a autoestima de mulheres negras, numa luta pelo resgate das nossas origens – uma vez que o Brasil conta com a maior população originária da diáspora africana.

18h –  Penharol

O Projeto Penharol Rap-a-Dub teve início nas festas organizadas por antigos amigos do bairro da Penha-SP, tudo por simples diversão, sempre com muita música. Apoiam a cultura gratuita de rua, levando uma música de qualidade e abrindo espaço para novos artistas mostrarem seu trabalho. Discotecagem Rap, Reggae com shows ao vivo. Penharol é um coletivo de moradores da Zona Leste, frequentadores, Mc’s, Dj’s & Skatistas. Nessa edição terão uma batalha de MC´s. O ganhador terá uma música gravada e mixada.

 

20h – Show Ilê Aláfia

O grupo de Maracatu formado inicialmente por crianças e adolescentes de 07 a 17 anos, conquistou os moradores e frequentadores do bairro do Jabaquara, com o balanço da música e da dança afrobrasileira. Hoje, o Ilê Aláfia, que em yorubá significa “Casa da Felicidade”, está aberto para a comunidade em geral. O projeto já abriu portas para o mercado de trabalho a integrantes e, atualmente, jovens desenvolvem atividades remuneradas, realizando oficinas de percussão e dança de ritmos brasileiros, inclusive foram contemplados pelo Programa VAI em 2012 e 2013 com o projeto Corte de Erês, formação de cortes de maracatu em escolas e ONGs do Jabaquara. Hoje o grupo tem 60 integrantes, distribuídos por alas, que estão divididas em corte real, baianas e percussão jovem e mirim. A cada dois anos é realizada a Troca de Coroas da Corte do Maracatu, festa em que o grupo elege o Rei, a Rainha e a Dama do Paço. Todo evento conta com apoio da comunidade que participa desde a fase de pesquisas até a confecção de adereços e manutenção dos instrumentos como alfaias, caixa e agbês.
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 OCUPAÇÃO PRETA

Quando: dia 26 de setembro de 2015, a partir das 15h00

Onde: Centro Cultural da Penha (Largo do Rosário, 20, – ZL –  São Paulo)

Quanto: ENTRADA FRANCA

Informações: (11) 2293-6630

Da redação

Livro Afro para colorir

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Abra um livro em preto e branco, espalhe os lápis de cor pela mesa e divirta-se. O que parece um conselho para crianças virou parte das atividades de lazer para muitos adultos brasileiros. Com a finalidade de diminuir o estresse ou aumentar a capacidade de concentração, os livros para colorir têm fãs de todas as idades.

Imagine agora que ao invés de animais, flores ou figuras abstratas o seu livro de colorir tivesse a temática africana?

O “Quintal étnico. Livro de colorir com conteúdo” (Editora Babilônia/2015), mostra toda a vibração das cores da África no Brasil através da moda, mitologia e proteção. Há ainda amuletos, totens, máscaras, estampas, joias, adornos de cabeça e peças de vestuário. Tem também simbologia inspirada nas deusas afro-brasileiras e suas representações em animais, grafismos, texturas, mandalas, objetos, flores, frutas e elementos da natureza desde a origem da vida até looks de moda étnica contemporânea. Ilustrações com conteúdo afro-brasileiro para você colorir com toda sua criatividade e inspiração, com a bênção dos orixás e o axé da herança afro no Brasil.
 

livroafroparacolorirFicha técnica:Quintal étnico . Livro de colorir com conteúdo
Editora Babilônia
Autores: Julia Vidal e Rafael NobreTemas: Livro de colorir, étnico, afro-brasilidade, moda, mitologia
Formato: 22 x 19,5cm Páginas: 64
Preço: R$24,90

O Mundo Negro fara uma promoção para dar o livro de presente para os nossos fãs do Instagram. Corre para curtir @sitemundonegro

Transição capilar: do alisado ao crespo

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 Se você é preta e esta passando pelo processo de transição capilar, tem dúvidas ou quer dividir sua experiência, esse texto e esse espaço são para você!

Por Cris Santana – Blogueira de Santos, militante e muito gata *

Siga a gente no Instagram @sitemundonegro

Alguns dizem que não se pode falar da transição capilar do cabelo crespo, sem falar de racismo, solidão, insegurança entre outros assuntos que afligem mulheres negras, e durante o processo de transição muito mais. Bom, concordamos com isso e acrescentaríamos que trazer sua experiência pessoal para o texto também é de extrema importância, além do que, toda mulher em processo de transição precisa de apoio e referências que a motivem a continuar.

 Um resumo do meu processo de transição…

 

Quando eu resolvi libertar meu cabelo da química, tive o apoio da Lu Reis, acredito que sem o incentivo dela eu não teria tido coragem de dar inicio ao processo.

No final de 2012 parei com as químicas, isso deixou meu cabelo fraco, a chapinha já não dava o resultado “liso perfeito” que eu buscava, na verdade nunca deu, eu que me iludia achando que sim e estava tudo bem.

Como ele ficou metade crespo e metade alisado resolvi colocar trança nagô, aquelas tranças enraizadas, pois elas ajudariam o cabelo a crescer mais rápido e eu já estava mega ansiosa para ver meu cabelo todo natural. O problema era a demora dele crescer, obviamente, pois eu não queria corta-lo “joãozinho”. Como sofri muito racismo na escola quando criança por causa do meu cabelo e da minha cor, na minha imaginação corta-lo seria uma espécie de trigger e eu ia me sentir feia.

No começo de 2013 quando resolvi tirar as tranças e vi que o cabelo não tinha crescido quase nada e eu não estava com aquele black power, tive uma crise existencial e entre o “cortar ou não cortar, eis a questão” eu pedi para minha prima passar a tesoura em casa e isso ela fez.

Bom, primeiramente quero dizer que depois que eu assumi minha negritude – isso inclui usar as tranças enraizadas, não só cortar o cabelo -, nunca mais fui cumprimentada pelo porteiro do prédio que eu trabalhava na época, nunca mais fui assediada na rua com um “nossa, que ~~morena~~ linda” ou “Oi ~~morena~~, passa seu telefone?” e todas as outras bostas que a gente escuta por ai. Não que isso tenha me feito sentir mal, eu agradeço aos orixás até hoje por esse avanço, mas todo mundo sabe que essas mudanças no comportamento das pessoas, em especial duzomi, pode mexer com a autoestima de algumas mulheres.

E mexeu muito com a minha, mas também me deu raiva, muita raiva conviver com os olhares, perguntas principalmente às risadinhas das pessoas que me viam passar.

 

Minha força veio da raiva, da insegurança, pois eu não ia voltar atrás na minha decisão e entender que meu cabelo incomodava as pessoas me fez entender que a estética não era a coisa mais importante. Meu cabelo nunca foi liso ou cacheado, e sim crespo e muito volumoso, e essa estética que eu me refiro é a padronizada, cabelos extremamente lisos, franjinhas e todo aquele mimimi que vemos na TV. Essa estética nunca me pertenceu e entender isso foi como avistar um novo horizonte e a partir daí, eu descobri então que meu cabelo é uma extensão da mulher que sou e também um ato político, e essa frase faz tanto sentido a cada dia que passa na minha vida como um “eu te amo” dito com sinceridade.

 A verdade sobre a transição:

Não acredito exista uma verdade absoluta, para mim foi um processo meio difícil, para outras garotas nem tanto, para outras muito. Por esse motivo é que precisamos de apoio, inclusive com essa onda dos cachos perfeitos. A verdade é que nem toda mulher crespa em transição vai ter cachos, que dirá definidos como algumas ostentam. Meu cabelo tinha cachinhos enquanto estava curtinho, hoje que ele é “aquele black”, não forma cachos e isso só me dá mais alegria, mas para outras pode ser desanimador.

Motivação e aceitação:

Nem todo cabelo é igual, existem vários tipos de crespos com formas e volumes diferentes. Se estiver difícil se firmar na decisão, busque mulheres em quem você possa se inspirar, mulheres simples e com uma realidade próxima a que você vive.

O Facebook é uma ótima ferramenta para conhecer outras minas crespas maravilhosas como você.

Não saímos da ditadura do cabelo alisado, para entrarmos em outra, a dos cachos perfeitos, não é mesmo? Isso inclui que ter frizz é natural. Todo cabelo crespo, em geral os 4A, 4B e 4C tem frizz e se isso for muito incômodo, existem várias técnicas para amenizá-los.

Uma boa hidratação pode ajudar, inclusive.

 Opções e dicas:

 Se o big chop não for uma opção para você e seu cabelo estiver metade crespo, metade liso, não precisa se desesperar pois não é o fim do mundo.

Bom, existe uma lenda de que cabelo crespo demora muito para crescer, mas eu discordo. Ele cresce como todos os cabelos, a diferença é que seja ele super cacheado ou não ele encolhe á medida que cresce. O fator encolhimento faz a gente entrar numa angustia terrível. Uma boa dica para que seu cabelo possa crescer mais rápido ou sem que você sofra tanto com esse processo que pode demorar um ano e meio até ele atingir um tamanho que dê para prender no mínimo, são as tranças. Tranças num modo geral sejam soltas ou nagô, feitas com lã, cabelo sintético ou mesmo os twistes que estão usando muito agora.

Também existe o shampoo bomba, que dizem acelerar o crescimento do cabelo e a receita você encontra com facilidade na internet, porém não existe comprovação ciêntifica da sua eficácia.

Pode-se usar os turbantes, que são uma forte ferramenta de empoderamento sobre negritude e cultura, sem contar que existem vários tipos de amarrações que valorizam o cabelo, o volume e a beleza da mulher negra.

 Créditos: Trança na nagô

Liberte-se:

É maravilhosa a ansiedade por descobrir que tipo de cabelo é o seu crespo, se vai cachear ou não. Buscar beleza onde a sociedade diz que não tem quando uma mulher corta o cabelo curtinho, pois existe uma conversa meia boca por ai, que mulher de cabelo curto perde a feminilidade, isso é uma grande balela!

Normalmente, é nessa fase que começamos a abusar nos detalhes, como por exemplo, no baton que passa daquele rosa apagado, para o vermelho sangue e os brincos quase invisíveis, para os brincões babado, confusão e gritaria.

É necessário firmeza na decisão. Por que esta voltando ao natural do cabelo? Se foi alisado na infância ou numa outra fase da vida em que você buscava ser aceita dentro da sociedade racista em que vivemos ou não, é importante saber que “se o cabelo é seu, você faz o que quer” não é uma verdade absoluta, não aqui no Brasil. Qualquer atitude de mudança no seu cabelo deve ser levada a sério, os julgamentos, os olhares, as vagas de emprego que podem ser perdidas por puro preconceito não são invenção da nossa cabeça, acontecem realmente, porém isso não pode ser indicio para você se desmotivar, assuma seu cabelo natural e você vai perceber que apesar de sofrida a vida pode ser vivida com mais leveza e menos preocupações!

                                                  4P ♥

* Confira mais textos da Cris no blog Dita Preta Diva.

O primeiro editor Afrobrasileiro

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Francisco de Paula Brito (Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 1809 – 5 de dezembro de 1861), que escrevia sobre o nome de Paula Brito, foi um editor, jornalista, escritor, poeta, dramaturgo, tradutor e letrista carioca. Trabalhou em diversas tipografias e fundou a “Sociedade Petalógica”, que teve como membro ilustre o então jovem escritor Machado de Assis.

Por Durval Arantes – escritor do livro “O último do negro” e colunista do site Mundo Negro

Paula Brito nasceu em uma família humilde, na então Rua do Piolho (hoje Rua da Carioca), no Centro do Rio de Janeiro em 2 de dezembro de 1809, filho do carpinteiro Jacinto Antunes Duarte e de Maria Joaquina da Conceição Brito. Aprendeu a ler com sua irmã.

Morou em Magé dos seis aos quinze anos, voltando à sua cidade natal em 1824, ao lado do avô, o sargento-mor Martinho Pereira de Brito.  Foi ajudante de farmácia, aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional e, posteriormente, trabalhou no Jornal do Commercio, como diretor das prensas, redator, tradutor e contista. Em 1830, casou-se com Rufina Rodrigues da Costa.

Em 1831, comprou um pequeno estabelecimento de um parente, Sílvio José de Almeida Brito, na Praça da Constituição, nº 51, onde funcionavam uma papelaria, uma oficina de encadernação, e um ponto de venda de chá. Paula Brito adquiriu de E. C. dos Santos um prelo, e ali o instalou. Em 1833, possuía 2 estabelecimentos: a “Typographia Fluminense”, na Rua da Constituição, nº 51, e a “Typographia Imparcial”, no nº 44. Em 1837, mudou para o nº 66 e expandiu a loja para nº 64 em 1939.

Em 1848, Brito possuía 6 impressoras manuais e uma mecânica, e expandiu suas instalações para os nº s 68 e 78, esse constituindo sua “Loja do Canto”, sua livraria e papelaria, e criou filiais em sociedade com Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa e Cândido Lopes, formando com esse último a “Tipografia e Loja de Lopes e Cia”, em Niterói.  Foi ativista político e o primeiro a inserir no debate político a questão racial.  Em sua tipografia foram impressas obras como “O Mulato” e o jornal “O Homem de Cor”, o primeiro jornal brasileiro dedicado à luta contra o preconceito racial, colocando-o como precursor da imprensa negra.

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Entre os anos de 1830 e 1860 publicou quase uma centena de jornais e revistas e cerca de 400 livros e folhetos. Dentre os autores brasileiros publicados por Paula Brito, destacam-se: Joaquim Manoel de Macedo, Casimiro de Abreu, Gonçalves de Magalhães, José de Alencar, Martins Penna, Machado de Assis, Manuel de Araújo Porto-Alegre, Domingos Alves Branco Moniz Barreto, Augusto Emílio Zaluar. Foi o editor de uma das primeiras peças de teatro brasileiro, “Antônio José ou o poeta e a Inquisição”, de Gonçalves de Magalhães, em 1839; do que é considerado o primeiro romance brasileiro, “O filho do pescador”, de Teixeira e Souza, em 1843; e daquela que é tida como a primeira ópera brasileira, a comédia lírica “A Noite de São João”, de José de Alencar, apresentada sob a regência de Carlos Gomes em 1860. Também é dele a primeira edição de “Últimos cantos”, de Gonçalves Dias, em 1851; a ediçãocompleta, em 2 volumes lançados em 1851, das Mauricianas, do Padre José Maurício Nunes Garcia; e a sexta edição de “O Uraguai”, de Basílio da Gama, lançada em 1855.

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