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Coletivo Dúdú Badé lança catálogo “Omo Erê” sobre infância e relações étnico-raciais no próximo dia 26 de junho

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O Coletivo Dúdú Badé se prepara para lançar no próximo dia 26 de junho, às 19h, o catálogo “Omo Erê: escritas sobre a infância e as relações étnico-raciais”, através do site www.dudubade.com.br. No Facebook, também será feita uma live com as arte-educadoras e organizadoras do catálogo, a nutricionista Amanda de Jesus, a produtora cultural Ana Caroline da Silva e a socióloga Odara Dèlé.

O catálogo, em formato digital, resgata perspectivas compartilhadas a partir das duas edições do Seminário Omo Erê (2016-2017), realizado pelo Coletivo, que reuniu diversos especialistas para debater temas como literatura infantil, oralidade, musicalidade, o brincar e a educação na perspectiva das crianças e de suas infâncias com enfoque étnico-racial.

A discussão sobre etnia e raça na infância possibilita revelar o campo coberto por camadas muitas vezes intocáveis e contribuir para ampliar olhares nas formas de fazer, sentir e pensar as relações estabelecidas na sociedade que se manifestam em todos os espaços em que as crianças afrodescendentes estão presentes”, afirma Odara Dèlé.

As convidadas para a 1ª edição do catálogo “Omo Erê” são Heloísa Pires, Kassandra Muniz, Lenna Bahule, Mighian Danae, Oswaldo Faustino, Patrício Araújo em parceria com Ellen Souza, Rosangela Malachias, Salloma Salomão e Valéria Motta irão partilhar suas análises e pesquisas sobre as temáticas transversais na perspectiva da infância e nas relações étnico-raciais.

Com o propósito de difundir e desmistificar a abordagem das questões étnico-raciais na infância, o catálogo será disponibilizado no site (www.dudubade.com.br) e também contará com algumas edições impressas e distribuídas gratuitamente em equipamentos culturais e educacionais da cidade de São Paulo. Para mais informações, entre em contato através do e-mail contatodudubade@gmail.com ou telefone 11 99407-5034.

Alma Preta realiza curso de mídias negras neste sábado (9), em São Paulo

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O curso de Mídias Negras, atividade organizada pelo Alma Preta, acontece neste sábado (9) e está com as inscrições abertas. A formação será realizada das 9h às 16h, no Lab Hacker, na Rua Alfredo Maia, n° 506, em São Paulo.

Com o objetivo de explicar o panorama político, histórico e técnico sobre mídias negras sob o ponto de vista histórico, o curso é voltado para interessados e entusiastas em movimentos organizados na produção cultural afro-brasileira.

Os facilitadores na parte da manhã serão os jornalistas Flávio Carrança e Cinthia Gomes, ambos integrantes da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (COJIRA). No período da tarde, a dupla será formada pelo professor Dennis de Oliveira (ECA-USP) e a doutoranda da ECA-USP, Tatiana Oliveira.

No curso, serão abordados aspectos históricos, no que diz respeito à mídia negra ser um dos primeiros tipos de imprensa no Brasil com discurso crítico e em defesa aos negros no país, e em âmbito político, pelo fato de a mídia negra ter feito e continuar a fazer discurso contra-hegemônico para combater o viés ofensivo e violento da grande imprensa.

A inscrição para o curso de mídias negras custa R$ 60 e pode ser realizada por meio do preenchimento de formulário online, no qual constam informações sobre dados bancários para pagamentos. Dúvidas podem ser enviadas para o e-mail jornalismoalmapreta@gmail.com. Interessados poderão também acessar o evento criado no Facebook relativo à atividade.

“Fim de Semana em Família” é marcado por representações afro brasileiras e oficina de pintura em cabaça

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Com o intuito de fortalecer o imaginário das crianças e adultos com a cultura afro-brasileira, o Itaú Cultural traz duas atividades a serem realizadas neste sábado (9) e no domingo (10), pelo grupo Tempo de Brincar.

Às 14h será ministrada a oficina de pintura em cabaças, na qual será possível desenhar e colorir representações mitológicas originadas na Africa. Já às 16h, o público assiste ao musical Ciranda dos Orixás, um diálogo entre o ancestral e contemporâneo, a partir destas figuras sagradas.

No decorrer da oficina, os participantes entram em contato com o fruto de uma planta nativa da África e da Índia, que possui diversos nomes e utilizações, a depender de cada cultura e região: a cabaça. Na cultura Iorubá ela representa o mundo e, em uma de suas partes carrega o òrun, na outra, o àiyé – o céu e a terra. Na atividade, estas representações mitológicas são desenhadas e pintadas nas cabaças com diversos tipos de materiais e ornamentos.

Após a oficina, tem o musical “Ciranda dos Orixás“, que é inspirado na mitologia iorubana e apresenta canções originais e lúdicas que fazem uma homenagem aos Orixás e aos cânticos e ritmos de tradições e matrizes afro-brasileiras.

Os artista interagem com o público, brincam com cenários, figurinos, adereços e adornos que representam e personificam os Orixás e suas relações com a natureza, valorizando e respeitando as culturas de matriz afro-brasileira, passeando por todo o espaço da Sala Itaú Cultural.

Cantinho da Leitura e a Feirinha de Troca

Neste sábado, devido a abertura da exposição “Ser Estar“, de Sergio Rodrigues, o Cantinho da Leitura e a Feirinha de Troca estarão abertos ao público a partir das 13h30. Na Feirinha, as crianças podem trocar uma obra infanto juvenil por outra, escolhida entre os materiais disponibilizados pelo instituto. No espaço, monitores estão a postos para ajudar no que for preciso.

Este mês o cantinho homenageia a autora de literatura infanto juvenil Tatiana Belinky, com destaque para as obras “Saladinha de Queixas“, que conta a história de frutas, legumes e verduras que se reúnem para 55se queixar do mau uso que os humanos fazem dos seus nomes.

O Itaú Cultural fica na Avenida Paulista, n° 149, na Estação Brigadeiro do Metrô, em São Paulo. Em caso de dúvidas, basta ligar para 11. 2168-1777.

Léonora Miano está no Brasil esse mês para promover romance

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A escritora franco-camaronesa, Léonora Miano, fica no Brasil até o dia 15 de junho para promover seu premiado romance “A Estação das Sombras“, editado pela Pallas Editora. Com o livro, Léonora tornou-se a primeira autora de origem africana a vencer o Prix Femina da França, em 2013.

Na segunda-feira (11) ela estará na Livraria da Travessa Botafogo para participar de um debate com a historiadora, professora da FGV/CPDOC, Ynaê Lopes dos Santos. Já na terça-feira (12) se encontra com alunos da Faculdade de Letras da UFRJ. A autora finaliza o ciclo de compromissos no dia 14 de junho, na Feira do Livro Joinville.

A obra, que tem como base o relatório “A lembrança da Captura“, da Unesco (2010), resgata a memória do tráfico Transatlântico e se passa no coração de África, nas terras do clã Mulongo, onde durante um incêndio desaparecem misteriosamente doze homens da tribo.

Com ‘A Estação das Sombras’ eu quis construir uma individualidade forte em um ambiente onde se tem medo da individualidade. Eu gostaria que nós, em nossas sociedades africanas onde acreditamos no grupo, permitíssemos que as pessoas fossem livres e se realizassem como indivíduos, considerando que elas conseguiriam uma riqueza também para o grupo. Por enquanto, quando alguém tenta tomar novos caminhos, quando alguém tenta se afirmar, geralmente o grupo o esmaga. E acho que isso também é uma perda, não permitir que as pessoas cresçam”, analisa Miano.

Dona de 14 obras literárias publicadas em diversos idiomas, Léonora é bem conhecida por sua representação dos afro-europeus que residem na França, local onde ela vive. Seu trabalho aborda questões de raça, o rescaldo do colonialismo e questões relacionadas com a invisibilidade das minorias na França de hoje.

Negros no poder: Ativistas e artistas assinam manifesto por mais representatividade política brasileira

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No Brasil, país com mais da metade da população composta por afrodescendentes, dos 513 deputados federais, 24 são negros. Dos 81 senadores, três são negros. Dos 5.570 prefeitos, 1.604 são negros. Dos 57.838 vereadores, 24.282, são negros. Dos governadores dos estados e do DF, nenhum é negro.

Douglas Belchior, candidato a deputado federal pelo PSOL, resolveu fazer barulho sobre essa falta de representatividade em forma de manifesto.

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Douglas Belchior

Ele conseguiu reunir mais de 300 assinaturas de intelectuais, como filosofa Sueli Carneiro, o economista Hélio Santos,  o cineasta Joel Zito Araújo, artistas negros, como Lázaro Ramos e Ailton Graça e também artistas brancos, entre eles os atores Wagner Moura e Bruno Gagliasso.

“É preciso reafirmar que o racismo é elemento estrutural a partir do qual se organizam as desigualdades sociais, de gênero e classe no Brasil. Falseando o debate sobre quem é minoria, o Brasil dá as costas para seu povo, majoritariamente composto por negros, pobres e mulheres (cis e trans)”, aponta o manifesto.

Para debater questões políticas, do ponto de vista da falta de representação da comunidade negra e colher mais assinaturas para o manifesto, haverá um Sarau Manifesto, em São Paulo.

Mais informações sobre o evento, no Facebook.

Quer assinar o manifesto? Clique aqui

Sesc realiza mesa de debate sobre protagonismo de intelectuais negros no abolicionismo

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O Centro de Pesquisa e Formação do Sesc irá apresentar, no próximo dia 13 de junho, o perfil e trajetórias cruzadas de Luiz Gama e José Ferreira de Menezes, por meio de uma mesa de debate, em torno dos quais giram figuras como José do Patrocínio, André Rebouças, Vicente de Souza, Machado de Assis, Chiquinha Gonzaga e outros atores menos conhecidos. O propósito do evento é trazer outras perspectivas sobre a experiência abolicionista no Brasil, como se depreenderá dos textos comentados.

A mesa contará com a presença de Ana Flavia Magalhães, que é docente do Departamento de História da Universidade de Brasília. Possui doutorado e pós-doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas. Além disso, é autora de livros, coorganizadora das coletâneas Pensadores Negros – Pensadoras Negra: Brasil, séculos XIX e XX (Fino Traço/Ed. UFRB, 2016) e Griôs da Diáspora Negra (Griô, 2017). É também coordenadora nacional do GT Emancipações e Pós-Abolição da Anpuh (2017-2019).

Junto a Ana Flavia, Lígia Fonseca, que é docente de graduação e pós-graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Doutora pela Universidade de Paris 3 – Sorbonne, sobre vida e obra de Luiz Gama, e pós-doutora em epistolografia franco-brasileira, pelo Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo. É membro do Grupo de Pesquisa Diálogos Interculturais (Instituto de Estudos Avançados – USP). É autora de Primeiras Trovas Burlescas e outros poemas de Luiz Gama (Martins Fontes, 2000) e de Com a palavra Luiz Gama. Poemas, artigos, cartas, máximas (Imprensa Oficial, 2011).

Luiz Gama, declarado “Patrono da Abolição” em 2018, inscreveu um discurso atravessado por sua identidade racial no abolicionismo brasileiro, cerca de vinte anos antes do final da escravidão. Longe de ser solitária, sua voz se somou à de outros afrodescendentes, como seu dileto amigo José Ferreira de Menezes, escritor, advogado e fundador da influente folha Gazeta da Tarde (RJ).

O evento “Abolicionistas negros: Luiz Gama, Ferreira de Menezes e suas redes” tem 30 vagas, classificação etária de 16 anos e acontece de 14h às 18h. A entrada custa R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) com tradução em libras disponível. Solicite com até dois dias de antecedência através do e-mail: centrodepesquisaeformacao@sescsp.org.br.
Informações e inscrições pelo site (sescsp.org.br/cpf) ou nas unidades do Sesc no Estado de São Paulo.

Hellen Nzinga, coordenadora do Mídia Étnica Lab, é aprovada no ProLíder

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A publicitária e coordenadora do Mídia Étnica Lab, do Instituto Mídia Étnica, em Salvador (BA), está na lista dos 41 aprovados do ProLíder, um dos programas de formação de liderança mais concorridos do país. O projeto tem o propósito de estimular a liderança liderança e incentivar o surgimento de perfis empreendedores, comprometidos com o desenvolvimento socioeconômico do país.

O processo seletivo durou seis meses e Hellen obteve destaque entre os seis mil empreendedores inscritos no programa. “É um momento de muita orgulho saber que fui aprovada em um processo tão delicado […] É de muito orgulho e gratidão pelas pessoas que somaram comigo e pelas instituições que passei e, sem sobra de dúvidas, ao IME que é a organização que faço parte hoje e que me deu desde de autoestima a conhecimento para hoje fazer parte do programa Pró Líder”, declara.

Hellen é graduada em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda, pela Universidade Católica de Salvador, cursa MBA de Gestão de Projetos, é coordenadora do MELab e co-fundadora da Feira Nagô, além disso, toca um projeto de educação e tecnologia com crianças na Fazenda Coutos, subúrbio ferroviário de Salvador, onde foi criada.

Informações: Camila França

“Vocês são burros”, diz o blogueiro da UOL que acha que todo negro que opina é militante raivoso

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Resumir o caso da espetáculo Dona Ivone Lara – O Musical, em uma perseguição à cantora Fabiana Cozza, não é só desonesto como diminui a importância do que realmente essa questão representa, que não é a atriz, intima da saudosa sambista, mas o desejo que a comunidade negra tem de ver tons mais escuros nas telas.  Pantera Negra está aí para provar o fascínio que uma representatividade coerente desperta em grupos que carecem de visibilidade. Quando imaginamos Dona Ivone Lara, ela é uma senhora de pele retinta, então era óbvio que escalação de uma pessoa de pele clara, causaria confusão.

O jornalista (branco), Tony Goes, que escreve sobre entretenimento em seu blog no Portal UOL e que se acha um especialista em questões negras, por algum motivo que desconheço, é também  muito entendido em colorismo e militância negra. Pelo menos é o que ele acha no seu texto O colorismo precisa ser combatido, mas não às custas de Fabiana Cozza. E antes de dizerem que meu texto é de uma militante raivosa, eu já esclareço: não sou militante, nem raivosa, sou jornalista diplomada, e só estou fazendo o que Goes fez, emitindo a minha opinião calmamente.

Vejamos o que ele disse sobre as pessoas que se parecem comigo e que, como todas as outras, não negras, fazem comentários no Facebook:

“Todos esses militantes não sabem o que é teatro. Acham que uma peça precisa reproduzir em detalhes a vida real, e que um ator só pode interpretar a si mesmo. São de uma ignorância espantosa. E também são burros, com o perdão da má palavra. Porque esse tipo de atitude, ao atacar quem já é aliado, prejudica a luta de todos. A causa é justa, mas o alvo é errado. O inimigo é outro, e está dando risada de nos ver tão divididos.”

Burros? De ignorância espantosa? Não sabem o que é teatro? Só faltou dizer que nosso “mimimi” é coisa de preto.

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Esse é um flagrante de preconceito explícito. Alguém tem dúvidas? Não somos inteligentes, não sabemos de teatro? No que ele se baseia para tirar essas conclusões?

O jornalista subestima a intelectualidade negra e ainda se acha o mentor, quando nos orienta o que devemos fazer enquanto o verdadeiro inimigo ri de nós.

É importante pontuar fatos históricos, como o de que negros ainda sofrem as sequelas da escravidão de forma cotidiana em algumas camadas e o direito ao voto, nos foi dado em 1934. A nossa falta de representatividade política, não é acidente. Quantos colunistas negros você conhece? Poucos, provavelmente. Isso também é fruto de questões históricas onde a opinião da comunidade negra nunca teve relevância.

A Internet veio para mudar esse cenário. Para quem sempre teve a mídia para tratar dos seus “mimimis”, ver outros grupos ganhando vozes, e sobretudo, dizendo coisas que grupos privilegiados não dão importância, como o colorismo, qualquer parágrafo é uma histeria.

Goes subestima o conhecimento e a propriedade que a comunidade negra tem em tratar dos assuntos que ele nem tinha que dar palpite. Poderia ter se limitado a elogiar as competências da Fabiana, aspectos técnicos do musical, sem ofender que não concordou com a escalação dela.

A mídia brasileira parece se divertir com o engajamento e alcance que textos e vídeos relativos a questões raciais obtêm e fazem uma análise muito preguiçosa, ou talvez maldosa mesmo para apontar as pessoas negras que usam a internet para emitir opinião, como extremistas, radicais, politicamente corretos ou a turma do mimimi.

A respeito dos negros brigarem entre si, sinto dizer que essa é uma característica de várias etnias. Quem lê esse tipo de artigo do Goes e alguns textões das redes sociais, pensa que o Brasil é uma terra de paz e harmonia, e os “militantes negros raivosos”, apareceram do nada para acabar com esse paraíso. O que tem se tentado acabar é com falácia da democracia racial, que sempre foi fator silenciador da comunidade negra, limitando nossa liberdade de expressão, nos fazendo passar por pessoas sem controle emocional.

É uma pena, de verdade,  que Fabiana Cozza tenha que sofrer com toda essas discussão e exposição, porém, essa questão não é sobre ela ou seu incontestável talento e respeito dentro da comunidade negra. Nunca foi.

Fabiana Cozza, como Ivone Lara: “Renuncio ao sentir no corpo a dor de perder a cor e o meu lugar de existência”

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A discussão sobre colorismo ganhou força nessa última semana nas redes sociais, por conta da escalação da cantora Fabiana Cozza, como interprete da sambista e militante Dona Ivone Lara, no espetáculo Dona Ivone Lara: O Musical – Um Sorriso Negro.

Ao sair anúncio da cantora, filha de mãe branca e pai negro, muitos usaram a página do espetáculo no Facebook, para criticar a decisão a produção artística. A maioria reconhecia o talento da cantora, mas achavam inadequada a escalação de uma artista de pele mais clara para interpretar uma sambista de pele retinta.

Fabianna Cozza é muito respeitada dentro da comunidade negra, não negando suas origens e valorizando a ancestralidade africana em seus shows, além do samba, em sua forma mais pura e tradicional.  Por isso entre a maioria das manifestações online, seu talento não foi criticado e sim o tom da sua pele, visto que a experiencia de vida de quem é mais escuro é diferente de quem tem um tom de pele mais claro. Seja na questão afetiva ou profissional, que é mais escuro sofre mais racismo e isso é biograficamente relevante.

Depois de tanta polêmica, a cantora decidiu publicar uma carta neste domingo, 3 de junho, renunciado o papel no musical. Ela lamenta por ter tido sua negritude questionada e disse que discutir racismo, “virou coisa de gente politicamente correta”. “E eu sou o avesso. Minha humanidade dói fundo porque muitas me atravessam. Muitos são os que gravam o meu corpo. Todas são as minhas memórias”, escreve Cozza em sua carta.

No texto ela chega a reconhecer que o seu tom de pele, não é o adequado. “Renuncio porque a cor da pele de Dona Ivone Lara precisa agora, ainda, ser a de outra artista, mais preta do que eu”.

Se posicionar contra ou deixar rolar?

Críticas aos críticos. Muitos textos e posts em favor a escalação de Cozza defendiam a cantora atacando os opositores a sua escalação.

A defesa da cantora mestiça é legítima, mas é preciso questionar os critérios de escalação de produções artísticas onde há um certo tipo físico que não é escalado nem para interpretar seu semelhante.

Críticas pessoais nem vale o tempo de leitura, mas questionar o colorismo vale e muitas vezes uma tensão é necessária para que avancemos.

Há uma linha muito tênue entre minimizar as críticas e abraçar a utopia da democracia racial.

Finalmente temos voz, elas são múltiplas. Brancos não são uníssonos, por que negros seriam?

 

“Projeto Negras Palavras: Encontro Marcado” convida o jornalista e escritor Oswaldo Faustino

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O Projeto Negras Palavras: Encontro Marcado, realizado pelo Museu Afro Brasil, receberá no dia 16 de junho, em São Paulo, o jornalista e escritor Oswaldo Faustino, que pretende dialogar com o público sobre a sua experiência como jornalista comprometido com as pautas e discussões a respeito das relações étnico-raciais.

Durante o encontro, Oswaldo dará seu depoimento como escritor e conversará com os participantes sobre seu romance “A luz de Luiz“, que tem como protagonista o abolicionista Luiz Gama e, de acordo com o autor, é “uma fantasia com pinceladas históricas”.

O evento é gratuito e com entrada livre, começa às 10h30. Ao final, sessão de autógrafos com o convidado. Para se inscrever, acesse: https://bit.ly/2LLrZ3y. Informações sobre o evento, acesse a página oficial no facebook.

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