E a repercussão da festa de 50 anos da editora da Vogue, Donata Meirelles fez muitos artistas negros se posicionarem não só sobre o evento, mas sobre o racismo nada velado que o Brasil vive na atualidade. Isso é importante para provocar a reflexão de que esse episódio em Salvador, não foi um evento isolado.
“Esse país é racista para C*%ˆ*#!!. É preciso ser muito preto para saber como nosso país é racista”, disse o ator Rafael Zulu em seu Instagram. Revoltado e com razão ele continua: “A gente trabalha para sair desse lugar, mas as pessoas insistem diariamente em colocar a gente no lugar de escravos. Da mesma maneira que vocês querem que a gente volte para senzala, a gente quer tacar fogo nessa senzala, a gente não vai se calar. Vocês deixaram a gente estudar e ter posicionamento, a gente não vai ficar calado”, finalizou Zulu.
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Belo posicionamento do Zulu, deveria ser uma inspiração para @PretaGil e seu pai Gilberto Gil, bem como Caetano Veloso e outros artistas q adoram se posicionar políticamente e ao mesmo tempo lucram c/a história da escravidão e o sofrimento do povo. pic.twitter.com/SKXpR4oTT3
— AfroSegueAfro (@AfroSegueAfro) February 11, 2019
“Eu sou do candomblé, eu sou homem preto, eu sei o que é racismo”, disse o ator e ativista Érico Bras ao falar sobre apropriação. “Nós precisamos educar as nossas crianças para valorizar o que é nosso, para gente não ficar dependendo de gente que acha que é dono desde outrora da nossa cultura. E aí entra apropriação cultura, intelectual e religiosa”.
Muitos cobraram um posicionamento do ator Lázaro Ramos, que tem uma biografia anti-racista que fala por si só. Ele disse eu seu perfil no Instagram estar cansado de explicar o óbvio, assim como muitos de nós envolvidos nesse labirinto sem saída, chamado racismo brasileiro.
E é assim mesmo. Nossa intelectualidade tem que fazer esse rodízio, porque ficar na linha de frente o tempo todo é um desastre para nossa saúde mental. Quem bom que tenhamos mais gente falando, sejam famosos ou não.
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