A Filarmônica Afro Brasileira de São Paulo (Filafro), como parte da comemoração dos 20 anos e para celebrar o Dia da Consciência Negra, a Filafro Pop Orquestra, formação composta por cordas, sopros e percussão, faz duas apresentações em São Paulo.
A primeira apresentação será no dia 16, no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, onde a Filafro Pop recebe o músico cubano Rolando Luna para o show inédito “Alma Rumbaiana“. Os ingressos custam R$ 30 (com meia-entrada).
Rolando Luna já realizou concertos no Albert Hall (Londres), Concertgebouw (Amsterdã) e Tokyo Jazz Festival, colabora frequentemente com o Buena Vista Social Club, e tocou com Omara Portuondo, Pablo Milanés e Miriam Ramos.
Sob a batuta do maestro Josoé Polia Santiago – responsável também pela direção artística e musical do conjunto – a Filafro Pop apresentará repertório que mistura compositores brasileiros e cubanos, como Chiquinha Gonzaga, Ernesto Lecuona, Rafael Hernández, Ignácio Cervantes, além de composições do maestro Josoé.
O pianista, arranjador e compositor cubano Rolando Luna se junta à Filafro pela primeira vez para celebrar os vinte anos da Orquestra e também para colocar em prática esta mistura que caracteriza o som do grupo, dando novos ares a ritmos como o frevo, o baião, o son, o danzón, a canção e a rumba, dentre outros gêneros.
Já no dia 18 de novembro, domingo, às 16h, a Filafro Pop, também sob regência do Maestro Josoé, se apresenta no Sesc Parque Dom Pedro II. Desta vez, o convidado é o pianista e violoncelista cubano Yaniel Matos. A entrada é gratuita.
No show Pra Ninguém Ficar Parado, além da faixa que dá nome à apresentação, de autoria de Josoé, tem homenagem para Chiquinha Gonzaga – uma das mais importantes musicistas brasileiras -, além de obras do Yaniel e outras composições do maestro, como Baião de 2, Mouro e Escorrega mas não Cai.
O Festival Global dos Povos Tradicionais Africanos e Afro-diásporicas, organizado pelo Grupo Pan Africano de Pesquisa Estratégica e Política (PANAFSTRAG), em parceria com CEAP; UFRJ, através do LHER e do PADE/UFRJ; Arquivo Nacional – AN/MJ; UNIRIO, através do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, vai proporcionar uma melhor e maior integração, não só no campo artístico, mas também, em todas as ações em defesa da liberdade religiosa, da tolerância, diversidades e pluralidades culturais, religiosas e espirituais. O evento acontecerá nos dias 19, 20 e 21 de novembro de 2018, no IFCS/UFRJ, Arquivo Nacional, UNIRIO e Teatro João Caetano.
“Em um momento em que as religiões de matrizes africanas vem sofrendo perseguições de todos os lados, ter um festival que valoriza as identidades negras é fundamental para a fortalecimentos das nossas resistências contra a intolerância religiosa no Brasil […] É fundamental que nesse momento estejamos todas e todos juntos para a celebração de nossas culturas e tradições“, atesta o Dr. Prof. Babalawô Ivanir dos Santos, representante do PANAFSTRAG
O Festival nasceu a partir de um desejo do Dr. Ishola Willams, prof nigeriano, de fomentar a união, inteiração e traçar experiências entre as culturas africanas e afro-diaspóricas.
Confira a programação completa:
Segunda-feira, 19/11 – IFCS/UFRJ
10h às 10h30 – Apresentação Iewá PADE e Orquestra de Berimbaus Abadá-Capoeira
A Orquestra de Berimbaus da Abadá-Capoeira, com 28 anos, será regida pelo Mestre Cobra. O repertório inclui, além dos toques tradicionais da capoeira, toques em referência a manifestações culturais brasileiras e diversos gêneros musicais, tais como baião, samba de roda, xaxado, samba-reggae, culminando com a entoação do Hino Nacional, causando surpresa e despertando atenção pela riqueza dos seus arranjos.
10h30 às 12h – Abertura do Festival (Salão Nobre do IFCS/ UFRJ): Presenças de: Diretor do IFCS, Diretor do Arquivo Nacional, Diretora da Escola de Educação Física e Desporto da UFRJ, Professor Dr. André Chevitarese e Ivanir dos Santos.
14h às 16h – Mesa 1: Identidade e Memória: Diáspora e Religiões no Brasil (Salão Nobre) – Mediadora: Professora Pós Doutora Helena Theodoro. Palestrantes: Doté Hugo de Azonsú, Professor Doutor Renato Barreto, Carolina Potiguara e Professor Marcos Moura.
16h30 às 17h – Performance “Corpo Macumba” – Fábio Costta
17h às 18h30 – Oficina de ritmos “Uma vivência Afro-Amazônica”, com Mestre Silvan Galvão
O paraense de Santarém Silvan Galvão, radicado hoje no Rio, é um artista múltiplo. É cantor, compositor, percussionista e mestre de carimbó. O carimbó foi reconhecido pelo Iphan em 2014 como patrimônio cultural imaterial brasileiro, e Silvan Galvão foi reconhecido co- mo um dos mestres da região do oeste do Pará pelo Movimento de Salvaguarda do Carimbó.
Teatro João Caetano – 19h às 21h – Jongo da Serrinha
O grupo Cultural Jongo da Serrinha apresenta o show “Vida ao jongo”. O premiado Grupo Cultural Jongo da Serrinha, conta em espetáculo a história do ritmo, que deu origem ao samba – tombado em 2005 pelo IPHAN como primeiro Patrimônio Imaterial do sudeste – O espetáculo é de música e dança, desse ritmo envolvente.
Terça-feira, 20/11 – IFCS/UFRJ
10h às 12h – Mesa 2: Herança da Espiritualidade Africana (Salão Nobre)
Mediadora: Professora Doutora Inêz Calfa – Palestrantes: Professora Doutora Katya Gualter, Professora Doutora Celina Batalha e Yalorixá Maria de Xangô.
14h às 16h – Mesa 3: Saúde e Cultura Afro-Brasileira e Indígena (Salão Nobre)
Mediador: Professor Doutor Luiz Henrique Chad Pellon (UNIRIO) – Palestrante: Professor Doutor Antonio Marcos Tosoli Gomes (UERJ); Professor Doutor Nilton Souza da Silva (UFRRJ); Anapuaka Tupinambá (Radio Yandê)
16h às 17h30 – Atividade concomitante: Roda de Conversa com o Ogã Bangbala
Ogã é o nome que se dá a determinadas funções masculinas dentro de um terreiro de candomblé. Tanto na língua iorubá quanto na jeje, o termo refere-se a “chefe” ou “pessoa superior”. É o escolhido para estar lúcido durante os rituais religiosos. Ogã Bangbala, dedica-se, há mais de 70 anos, a preservar e difundir o candomblé e a defender as tradições de matriz africana.
Teatro João Caetano
19h às 21h – CORPOralidades Negras – Festival de performances com diversos grupos:
“Igbá Exu: Onde assenta o Caos” – Genilson Leite (A performance produz uma ruptura no tempo espaço estreitando e a relação entre performer e público proporcionando experiências efêmeras).
“Salùba!” – Gizele Alves (A vida se desenvolve em processos, em níveis. A evidência das experiências desse processo se materializa através da forma).
“AGÔ” – NUDAFRO Cia de Dança Contemporânea da UFRJ, com Direção de Tatiana Damasceno (espetáculo que aborda questões que percorrem o cotidiano de atores sociais afrodescendentes relacionando-os com a linguagem da dança contemporânea.
“Ê Coreira!” – Aedda Mafalda (dança afro contemporânea, em cena elementos de seu cotidiano, sua feminilidade e sua relação com o Tambor de Crioula do Maranhão)
“Vozes de nós Fragmentos de um corpo em Expansão” – Aline Valentim (obra é uma homenagem a todas as nossas ancestrais afrodescendentes, e principalmente, a irmã Marielle Franco).
“Dúdù” – Thiago Caetano (o bailarino e coreografo irá passar por diversas situações e texturas para retratar fatos vivenciados, resgatando através do corpo e respiração a opressão negra no Brasil)
“Preta Luta”, com Jéssica Castro (performance de dança, poesia e música).
“Katecô” – Coletivo Muanes Dança teatro / Prof. Denise Zenicola (Sempre é preciso avivar e criar memória, num país onde tudo ou quase tudo se desfaz em vagas lembranças e memórias seletivas. Entendemos que a dança mais que uma profissão é um modo de vida e através dela, a dança, histórias pessoais e memórias de esquecimento, podem ser contadas).
Quarta-feira, 21/11 – Arquivo Nacional
10h às 12h – Mesa 4: Corpo Afro-diaspórico (Auditório principal). Mediadora: Professora Doutora Tatiana Damasceno – Palestrantes: Professora Doutora Denise Zenícola, Professora Doutora Ana M. Canavarro Benite e Professor Mestre Éle Semog
10h às 12h – Atividade concomitante: Mostra de Curtas e Médias, seguido por Roda de Conversa (Cave)
14h às 16h – Mesa 5: Criação do Mundo Segundo os Fons, Bantos e Iorubás (Auditório principal). Mediadora: Professora Pós Doutora Helena Theodoro – Palestrantes: Milton Cunha, Laila (Beija-flor) e Severo Luzardo Filho (União da Ilha)
14h às 16h – Atividade concomitante: Mostra de Curtas e Médias, seguido por Roda de Conversa (Cave)
16h30 às 18h – Teatro de Arena do Arquivo Nacional: Jongo de Pinheiral
O jongo de Pinheiral passou a se organizar como grupo no início dos 1990, com a criação da União Jongueira. Em 1996, com o objetivo de preservar a dança do jongo e aprimorar a biblioteca da cultura afro brasileira na região, eles fundaram o Centro de Referências e Estudos Afro do Sul Fluminense (Creasf).
Teatro João Caetano
18h – Lançamento de livros
*Autora: Eliana Alves Cruz – Livro: Água de Barrela e o Crime do Cais do Valongo /
Autora: Taís Espírito Santos – Livro: Olhos de Azeviche / Autor: Éle Semog – Livro: A Cor da Demana.
19h às 21h – Tamborzada – Companhia Folclórica do Rio – UFRJ 30 anos.
Coordenada pela Professora Doutora Eleonora Gabriel, a Companhia Folclórica do Rio – UFRJ comemora seus 30 anos de existência.
UNIRIO
10h às 12h – Mesa 6: Políticas públicas de acervos arquivísticos dos povos afro-brasileiros e indígenas
Mediador: Dr. Flávio Leal Silva (UNIRIO)
Palestrantes: Carla Lopes – servidora do AN Coordenadora da Mesa – Doutorando do PPGARTES/UERJ – Maria do Carmo Teixeira Rainho – servidora do AN e curadora de exposições – Doutora em História Social/UFF – Gabriel Cid – Museu Afro-digital (Seção Rio de Janeiro) – Doutor em Sociologia (IESP/UERJ), Mestre em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR/UFRJ), graduação em Ciências Sociais (UERJ) e em História (UNIRIO).
Com uma série de atividades grátis, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) realiza a XXVI Semana de Astronomia (SEMA), de 13 a 17 de novembro. Em comemoração ao mês da Consciência Negra, a instituição lembra as contribuições dos povos africanos para a cultura e a astronomia moderna.
Durante cinco dias, o evento, com o tema Agbára Dúdú (no idioma yorubá significa ‘força negra’) mostrará ao público recentes descobertas da ciência por meio de atividades lúdicas e palestras para crianças, jovens e adultos. Uma das novidades deste ano é uma programação específica para professores, que acontecerá paralelamente às atividades voltadas aos visitantes do Museu e contará com a presença de cientistas africanos.
A XXVI Semana de Astronomia levanta discussões sobre uma das principais heranças da diáspora africana na América: a cultura brasileira. Isto se justifica porque não é possível fazer história da ciência, promover a educação em ciências nem divulgação científica sem entender a cultura que produziu seus cientistas, suas instituições e suas práticas.
Um dos destaques do evento são as sessões de planetário sobre astronomia nas culturas africanas , elaboradas pelo grupo de planetaristas do programa Ciência Móvel do Museu da Vida, sessões de filmes e debates com o Coletivo Cineclube Atlântico Negro (CAN), palestras de astronomia na perspectiva étnico-racial e oficinas como a de ‘Relações Raciais e Cultura Brasileira‘, com astrônomos do Observatório Nacional.
Para os Professores A programação acontecerá especificamente na quinta-feira, 15/11. Com a participação de cientistas africanos, as atividades terão com carga horária de 10 horas, com direito a declaração de participação, a abordará os desafios para o ensino da astronomia e da física em sala de aula, boas práticas e trocas de experiências entre os docentes. Para participar, no entanto, é necessário fazer a inscrição.
Confira a programação completa
13/11 – Planetário Astronomia nas Culturas: África – Sessões às 9h,10h, 11h, 14h,15h e 16h – Sala de Atividades do Prédio Sede do MAST
Nesta sessão de planetário será explorada a cosmovisão de alguns povos africanos.
Programa de Observação do Sol – De 9h às 12h e das 14h às 17h – Pátio Externo do MAST.
O MAST possui telescópios e filtros para a observação do Sol de forma segura. Por meio deles vemos o Sol com um aspecto alaranjado e podemos observar as manchas solares, observadas pela primeira vez com por Galileu Galilei, no século XVI.
Bate-papo com cientistas brasileiros e africanos – 10h – Auditório do Prédio Anexo do MAST
O astrônomo moçambicano Valente Cuambe, a astrônoma cabo-verdiana em formação DulcelenaCardosoSemedo e a geóloga Dayse Mirella Oliveira Timóteo conversam com o público sobre suas trajetórias acadêmicas.
Oficina de Astronomia – Astrônomos do Observatório Nacional – 15h
14/11 – Planetário Astronomia nas Culturas: África – Sessões às 9h,10h, 11h, 14h,15h e 16h – Sala de Atividades do Prédio Sede do MAST
Programa de Observação do Sol – De 9h às 12h e das 14h às 17h – Pátio Externo do MAST.
Oficina de Astronomia -Astrônomos do Observatório Nacional – 10h
Exibição do curta-metragem Jurema seguido de debate com Clementino Junior (CAN) e Aza Njeri (UFRJ) – 15h – Auditório do Prédio Anexo do MAST
Realizado em 2014 pelo cineasta Clementino Junior, o filme de 14 minutos mostra o registro íntimo do Ritual da Jurema, como é feito na Umbanda da Irmandade Cercado de Boiadeiro em Sepetiba, Rio de Janeiro, sob o comando da Iyalorixá e atriz Chica Xavier.
15/11 – Planetário Astronomia nas Culturas: África – Sessões às 15h e 17h – Sala de Atividades do Prédio Sede do MAST
Programa de Observação do Sol – Das 14h às 17h – Pátio Externo do MAST
Oficina ‘Desconstruindo Olhares’ – Dra. Moema Vergara, Dr. Bruno Capilé e Hellen Tavares (MAST) – 16h – Auditório do Prédio Sede do MAST.
Nesta oficina, a historiadora do MAST, Dra. Moema Vergara, o biólogo Dr. Bruno Capilé e a pedagoga em formação, Hellen Tavares, irão provocar uma discussão, por meio de imagens, sobre os processos que construíram nossa percepção sobre a questão racial.
16/11 – Planetário Astronomia nas Culturas: África – Sessões às 9h,10h, 11h, 14h,15h e 16h – Sala de Atividades do Prédio Sede do MAST
Programa de Observação do Sol – De 9h às 12h e das 14h às 17h – Pátio Externo do MAST.
9– 10h – Auditório do Prédio Anexo do MAST.
Narração de história apresentada pelo Dr. Alan Alves Brito, astrofísico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, apresentará a história da Astronomia numa perspectiva étnico-racial.
Exibição do Filme Águas no Muquém – Sobreviventes de uma Enchente seguido de debate com Clementino Junior (CAN) e Mestre Julio Vítor – 15h – Auditório do Prédio Anexo do MAST.
Este documentário de 25 minutos registra as memórias dos sobreviventes do Quilombo do Muquém, referentes à enchente de 2010 do Rio Mundaú em União dos Palmares, Alagoas. As tábuas de salvação de dezenas de pessoas foram os tetos das casas e principalmente os Pés de Jaca que sustentaram diversos moradores durante mais de 10 horas.
17/11 – Planetário Astronomia nas Culturas: África – Sessões às 15h e 17h – Sala de Atividades do Prédio Sede do MAST
Programa de Observação do Sol – Das 14h às 17h – Pátio Externo do MAST
Palestra ‘Narrar e dominar: algumas reflexões sobre as representações do Antigo Egito’ – 15h – Auditório do Prédio Anexo do MAST.
Nesta palestra, a professora Giselle Marques Camara discutirá as representações do Egito dos Faraós, que nos faz imaginar em “um Egito branco e ocidental” descolado da África.
Brincando com o Sol – Demonstração de Aparatos de Energia Solar – 14h às 17h – Pátio Externo do MAST.
Oficina AstroMania: Radioastronomia Loves África! – 16h – Auditório do Prédio Sede do MAST.
Nesta atividade são abordadas as ondas de rádio que vêm de origem extraterrestre e são capturadas por grandes antenas chamadas radiotelescópios.
Sarau astronômico-musical com o cavaquinista Pedro Cantalice – 17h30 – Campus do MAST / Observatório Nacional
Programa de Observação do Céu – 18h30 às 20h – Pavilhão da Luneta Equatorial 21
Nesta atividade, são utilizados equipamentos como a centenária Luneta Equatorial Heyde de 21 cm e um telescópio refletor Celestron de 8 polegadas de abertura. No período da XXVI SEMA, será possível observar a Lua e Marte.
As inscrições para Professores podem ser feitas pelo link. Para grupos escolares, o agendamento com o Núcleo de Público do MAST pelo e-mail atendimento@mast.br ou pelo telefone (21) 3514-5229.
A ID Prod e Artefato apresentam o evento “Desse Lado da Cor“. Com entrada gratuita, será realizado no dia 20 de novembro, às 14h, na House of All. Pautado na vivência de quatro jovens negros, sendo eles dois brasileiros (Malcolm VL e Menino Jazz) e dois angolanos (Yuran Tinta e Antônio Gervas). O projeto, que aborda até que ponto a cor da pele influencia na construção social, resultou em um documentário, um editorial de moda e agora em uma exposição.
Documentário + Talk
O principal tema do documentário é: “Por que a cor influencia tanto?”. O shooting realizado na maior favela de São Paulo, traz referência as pessoas que não aceitam o local onde vivem. As vagas são limitadas por ordem de chegada.
Editorial + Exposição
O edital foi inspirado no poema, “Desse Lado Da Cor”*, de Samuel da Paz, que fala sobre a importância do empoderamento e questiona o interior humano.
Com roupas no estilo hi-lo para ilustrar o poder aquisitivo a sociedade preta possui (black money), variando entre peças de grifes, alfaiataria e streetwear vintage. Os modelos tiveram rostos pintados com maquiagem artística para representar o drama do colorismo e branquitude no qual vivem. A exposição foi registrada pelo olhar da Kahmi.
*Câncer e racismo – um sinônimo de amor. Quanto mais silencioso, mais avassalador. Pensa: “Como são essas pessoas no interior…” Parecem felizes, talvez não sintam dor. Você nunca reparou como por dentro é letal? Um ônibus no Jardins, um elevador comercial Entrar em um banco adaptado por Personalité E o gerente da sua conta, não saber quem é você Deveras se sentir como um palhaço ou bruxo Quando não é atendido em uma loja de luxo E não chega a ser porque não sou bom pra sua filha É que meu sogro só não quer escurecer mais a família E se hoje você pudesse escolher, como seria? Bem antes de nascer, qual cor você teria? E se fosse você desse lado da cor? Mudaria algo em teu interior? Ou mudaria o exterior? Desse lado da cor?
A Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, em razão do mês da Consciência Negra, traz a discussão sobre raça no debate público no Brasil e o impacto das hierarquias raciais nos processos de subjetivação dos brasileiros. Os temas são das palestras que o intelectual e militante do movimento negro, Carlos Alberto Medeiros e a psicóloga Deborah Medeiros, irão ceder no dia 21 de novembro, às 21 horas. As apresentações serão seguidas de debates e já são uma tradição na SBPRJ.
Doutorando em História Comparada (IFCS/UFRJ), mestre em Ciências Jurídicas e Sociais (UFF) e graduado em Comunicação e Editoração (ECO/UFRJ), Carlos Alberto Medeiros é o tradutor de A Autobiografia de Martin Luther King, além de mais de vinte livros de Zygmunt Bauman. De acordo com ele, por muito tempo evitada sob o argumento de ser desnecessária ou mesmo perigosa, a discussão sobre raça é hoje um dos temas mais presentes no debate público no Brasil.
“Minha exposição tem por objetivo não apenas apresentar a forma como ela se trava nas instâncias públicas e privadas, mas também suas causas e consequências, assim como as ameaças aos avanços obtidos nessa área em tempos de retrocesso político-ideológico”, adianta.
Para Deborah Medeiros, psicóloga graduada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), psicoterapeuta e palestrante sobre temas relacionados à psicologia social do racismo, à branquitude e ao impacto das hierarquias raciais nos processos de subjetivação dos brasileiros, a ideia de superioridade racial dos brancos, seja do ponto de vista cultural, religioso ou estético, se sustenta ainda no século XXI no imaginário dos brasileiros.
“Apesar de encontrar grande resistência, a psicologia social tem conseguido capilarizar a discussão sobre raça nos meios acadêmicos, contrapondo-se ao silenciamento sobre o tema. Vou propor reflexões sobre o impacto das hierarquias raciais nos processos de subjetivação, considerando o racismo um elemento estruturante da sociedade brasileira”, comenta.
O evento é realizado pelo Conselho Científico da SBPRJ, a atividade é aberta ao público, mediante inscrição e pagamento de taxa de manutenção de R$ 20,00. Informações e inscrições por email (sbprj@sbprj.org.br) ou telefone (2534-1115). A SBPRJ fica na Rua David Campista, 80, no Humaitá.
Iniciando o mês de novembro com uma programação variada, que traz shows, dança, bate-papos e oficinas, o Sesc Parque Dom Pedro II apresenta uma grade de atividades no projeto “Consciência Negra – Presenças e Resistências“, que acontece de 15 a 25 de novembro.
No dia 17 de novembro, a partir das 16h, se apresentam DJ KL Jay e DJ Claudio Costa, em seguida, Vanessa da Mata, com o show “Caixinha de Música“. Já a oficina “Cantos e Batuques do Congado Mineiro“, com Mestre Malaquias, será no dia 25 de novembro, às 10h30. Entre os convidados estão acadêmicos e representantes de coletivos, que vão trazer diversos olhares e camadas sobre temas da consciência negra.
“Histórias contadas ontem, hoje e daqui por diante” – 17/11, às 14h. Local: Praça Lúdica. Convidados: Oswaldo de Camargo (escritor e poeta) e Fernanda Miranda (doutora em literatura USP) com mediação de Paloma Vasconcelos (Ponte Jornalismo)
“Luta antirracista é também tarefa de branco” – 24/11, às 13h30. Local: Tenda Arquibancada. Convidados: Bruno D”Angelo (Story Teller) e Lia Vainer Schumman (doutora em Psicologia Social) com mediação de Silvia Nascimento (site Mundo Negro)
“Cantos e Batuques do Congado Mineiro“, Oficina com Mestre Malaquias. 25/11, às 10h30. Local: Tenda Arquibancada. Inscrições gratuitas na Central de Atendimento – Vagas limitadas.
O público é convidado a experimentar práticas rítmicas, cantos e danças tradicionais do congado mineiro e aprender sobre cada instrumento ligado ao Moçambique Estrela Guia, além de desenvolver diálogos verbais, corporais e rítmicos relacionados ao congado e praticar improvisos de versos.
O Terno Moçambique Estrela Guia, para além de bater caixas no dia da festa de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, trabalha a cultura do congado o ano todo com crianças e adolescentes, através das atividades do Centro Cultural Estrela Guia, o primeiro na cidade de Uberlândia. Nesta apresentação, Terno Moçambique Estrela Guia apresenta a cultura do Congado.
DJ KL Jay e DJ Claudio Costa – “Vozes das Periferias – A Cultura dos Bailes Blacks” – 15/11, às 16h. Local: Tenda Arquibancada.
Com mais de 30 anos de carreira e um acervo com cerca de 8.000 discos KL Jay, nome artístico de Kleber Geraldo Lelis Simões é uma das referências no país na discotecagem e mixagem. Integrante do grupo de rap Racionais MC’s, cabe a ele a criação das bases, as batidas que acompanham o canto, dando o ritmo certo para as músicas cantadas.
Vanessa da Mata – Caixinha de Música – 17/11, às 18h. Local: Palco.
A cantora apresenta o show “Caixinha de Música”, que conta com novas composições, além de sucessos da sua carreira. A apresentação conta com direção musical do guitarrista Maurício Pacheco, reunindo três novas canções da cantora e compositora mato-grossense.
Filafro Pop Orquestra – 18/11, às 16h. Local: Palco.
A Filafro Pop Orquestra é regida pelo maestro Josoé Polia. O concerto reúne obras de Chiquinha Gonzaga, Ignacio Cervantes e Ernesto Lecuona; arranjos improvisos e composições modernas de Josoé Polia que recriam o frevo, o baião, a canção, dentre outros gêneros.
Bloco Afro Afirmativo Ilu Inã – 20/11, às 15h. Local: Palco.
É uma idealização de Fernando Alabê e Fefê Camilo, ambos artistas e educadores ligados as artes de identidade negra em São Paulo, que criaram o bloco pela necessidade desta parcela significativa da população ser vista junta, unida, criativa e movimentadora.
DJ Hum e Tio Fresh – Vozes das Periferias – “A Cultura dos Bailes Blacks” – 20/11, às 16h. Local: Tenda Arquibancada.
DJ Hum utiliza o toca discos como instrumento musical criando uma atmosfera vintage, inovadora e atual. No repertório releituras de clássicos da música negra nacional, Samba Rock, Grooves instrumentais, Disco Music, JazzFunky dos anos 70, além de sucessos de sua carreira.
Tio Fresh é MC e DJ, uma das referências do movimento Hip Hop. Foi Dj do Grupo MRN, e do Grupo SP Funk. Trabalhou com Thaide e DJ Hum, Sabotage, RZO, Planet Hemp, Funk Como Le Gusta, Paula Lima, Seu Jorge e Rappin Hood entre outros. Com seu estilo inovador, rimas improvisadas e voz forte marcou e serviu como referência pra toda uma geração de Rappers e MCs de todo o Brasil.
Quarta- feira: estou no aeroporto de Londrina, o calor está muito forte, tive um dia intenso de reuniões e estou ansioso para voltar para casa. Meu vôo vai atrasar alguns minutos e me sinto frustrado, mas logo me acomodo como consigo. Um pensamento permeia minha mente, algo que aconteceu três dias antes em São Paulo…
Por Rafael Eusebio
Trabalho como gerente nacional em uma marca Italiana de tênis. Por conseqüência, acabo viajando muito a trabalho e, sempre que vou visitar nossos representantes em outros estados, levo alguns pares do nosso produto para presentear alguns parceiros que possuímos nas regiões.
Nesta viagem, em especial, me esqueci de pegar os pares em nosso escritório, lembrando-me apenas no sábado à noite. Como meu vôo era no primeiro horário de segunda feira, liguei para um diretor da empresa e consegui uma autorização para retirar esses pares em uma das nossas lojas no domingo.
Assim o fiz: fui até um dos maiores e mais luxuosos shoppings de São Paulo, onde possuímos uma loja, retirar os tênis.
Aqui começa minha reflexão.
Meus pares foram previamente separados em dez lindas sacola. Agradeci e os retirei. Quando saí da loja e passei por um segurança, percebi seu espanto. Ele nem disfarçou. Assim que passei por ele, olhei para trás e o vi correndo até a porta da loja, olhando ligeiramente para dentro a fim de verificar se estava tudo bem.
Ele correu.
A gerente não percebeu nem os clientes perceberam, mas ele correu até a porta da loja para se certificar de que estava tudo bem lá dentro, se não havia ocorrido algum tipo de roubo. Porque ele se espantou? Se eu fosse branco, ele teria a mesma atitude? Como não pensar isso?
Com isso em mente, me lembrei da última viagem que fiz com minha mulher. Fomos até Machu Picchu, Peru, cidade maravilhosa que recebe muito bem pessoas do mundo inteiro, mas que é um lugar muito pobre e com acesso limitado a informações. Neste lugar, algo curioso aconteceu. Antes, por desencargo, cabe dizer que, segundo a agência que nos prestou assessoria, lá o brasileiro é o terceiro maior povo a visitar a região, ficando atrás apenas dos europeus e dos americanos.
Continuando, desde que desembarcamos em Cusco, todos que se aproximavam de nós o faziam em inglês, inclusive os brasileiros. Achei esquisito no início, mas pensei que devia ser coisa da minha cabeça.
Os dias foram passando e a prática se repetiu. No pequeno hotel em que ficamos, na cidade, com os guias, em restaurantes. Até que chegou o dia de subir ao vale sagrado. Estávamos em um grupo composto apenas por brasileiros e, quando os guias chegaram, cumprimentaram todos em espanhol e nós em inglês. Ao falarmos que éramos brasileiros, o espanto nos olhares, inclusive de outros brasileiros.
Fiquei com aquilo na cabeça.
De volta ao hotel, já à noite, fiquei a conversar com a proprietária do local, com quem tinha feito amizade. Quando lhe indaguei o porquê de ter nos recebido em inglês, quando chegamos, e se espantado ao dizermos que éramos brasileiros, ela me respondeu que possuía aquele hotel há mais de 20 anos e que recebia pessoas do mundo inteiro, sendo a maioria brasileiros. Porém, ela nunca havia recebido um casal de brasileiros negros lá. Eu, então, disse a ela que os negros são a maioria da população brasileira. Vi seus olhos se arregalarem.
Isso me marcou.
Vale ressaltar que não estou aqui dizendo que fui discriminado lá. Pelo contrário! Aquele povo é extremamente cordial e nos tratou de forma primorosa. O que me marcou não foi a constatação de que os negros são grande minoria nas viagens internacionais realizadas por brasileiros. Isso não é novidade. Me impressionou a proporção. No Brasil mesmo não é diferente. Existem situações e locais que simplesmente não pertencem à esmagadora maioria dos negros, e isso é além do racismo. Não pertencem, não porque não podem ir ou entrar, mas simplesmente porque estão fora do seu raio de alcance social e, quando eventualmente conseguem alcançar, rola o espanto.
Eu sei, já passei muito por isso.
Sou o único negro em cargo de liderança em minha empresa e não considero minha empresa racista, até porque, se ela fosse, eu não estaria ali. Entretanto, quando me apresento profissionalmente percebo o tal do espanto nas pessoas. Sou o único porque meu povo de alguma maneira não consegue se preparar para disputar esse tipo de vaga e isso é fato. E o papo aqui não é sobre vitimização. Olhe ao redor em sua empresa, olhe os líderes. Vou mais além: olhe para os que têm salário superior a três mil reais e me diga quantos negros são.
Não estou culpando o branco por isso e nem tirando o mérito de quem chega onde deseja, mas posso afirmar que na atual estrutura brasileira no que se refere ao povo negro, você terá um concorrente a menos para lutar pelo seu espaço (caso seja branco). Isso é um fato.
Dizer que a culpa disso é do próprio negro é algo além de ignorância, é desonestidade, já que é fato que faz apenas 130 anos que a escravidão acabou no Brasil (cara, a marca em que trabalho tem 100 anos). É fato também que fomos os últimos a abolir essa aberração e que, após a libertação, não foi feito nada ou quase nada por aquele povo. Meu povo. Diferentemente do que ocorreu nos EUA, por exemplo, em que pelo menos um burro e um pedaço de terra foram concedidos aos negros libertos.
Pergunto a você: em 130 anos, é possível um povo se reerguer assim? Será que o negro realmente se faz de vítima? Será que este texto é mimimi?
Pergunte a algum parente seu mais velho o que realmente queria dizer um anúncio de emprego nos anos 70 que dizia “requer boa aparência”. Só o fato de você não permitir que pensamentos que acusam o negro no Brasil de ser o maior responsável por sua situação saiam de sua boca, ou de seus dedos nas redes sociais, já ajuda muito, é sério.
Pois isso machuca. Busque exercer empatia.
Não creio que a atitude do segurança foi só racismo. Provavelmente, para ele, ver um negro cheio de sacolas, saindo de uma loja em um shopping de luxo, onde os negros são vistos apenas trabalhando, lhe causou espanto ao ponto de desconfiar da licitude de como consegui aqueles calçados. Aplico esse exemplo nas abordagens policiais às quais já fui submetido. Em um carro mais velho, a seguinte abordagem: “bom dia, senhor! Habilitação e documento”. Abordagem ok. Eis que ao dirigir um carro melhor, a abordagem se transforma na pergunta: “de quem é esse carro”? Não preciso nem dizer que ao responder que é meu, lá vem o espanto outra vez.
Antes que me critiquem, quero deixar claro que não estou acusando a instituição Polícia de racismo. Eu a respeito e reconheço sua importância. A questão que tento trazer neste relato é que no senso comum o negro está sempre à margem na sociedade e sua ascensão causa algo além de preconceito. Causa espanto. E não precisa ser uma grande ascensão social para sentir isso não. Eu mesmo estou longe de ser rico, luto todo dia para conseguir meu lugar, pagar uma boa escola para minhas filhas e, quem sabe, realizar grande parte dos meus sonhos. Mas ser recebido com espanto toda vez que assumo o lugar que luto para ter, dói muito. Pensar se minhas filhas também terão que passar por isso, dói mais ainda.
Dói todo dia, pois não importa o quanto você lute, você sempre tem a percepção de não pertencimento àquele lugar. De não merecimento pelas coisas que conquista.
O sentimento de que é um invasor.
O racista escroto propriamente dito me causa raiva e pena ao mesmo tempo. Todavia, ir para o meu carro no estacionamento de um shopping e ver uma senhora correndo com medo por eu estar indo em sua direção (já que meu carro está ao lado do dela) dói muito. Ainda mais por saber que o único critério que ela usou para se sentir ameaçada foi a cor da minha pele.
Podem me trazer milhares de explicações, teorias, opiniões, mas a verdade é que essas pequenas coisas no dia, além de machucarem, nos minam. A tentativa de falar sobre essas coisas, inclusive, já gera receio.
Como sociedade, temos um grande caminho a trilhar sobre este assunto. Existem muitos aspectos a serem avaliados por todos. Precisamos falar a respeito e isso me encoraja a transformar essa reflexão em um relato. Relato este que escrevi enquanto esperava o meu vôo, mas que está em meu coração há muito tempo. O embarque começou…
Até breve.
Rafael Eusebio. Pai,preto, trabalha no mercado de moda a mais de 10 anos e escreve sobre suas vivências por livre e espontânea vontade.
Se não foram os negros que criaram o racismo, porque é responsabilidade deles lutarem contra, sozinhos?
Um tema muito importante e cada vez mais discutido é a responsabilidade histórica e moral de grupos privilegiados, ou seja, pessoas brancas, em se envolver no combate ao racismo, para além do discurso “tenho até amigos negros”.
Esse é o tema do evento do Sesc “Luta Antirracista é Também Tarefa de Branco”. A mediação do evento é da jornalista e fundadora do site Mundo Negro, Silvia Nascimento. Confira quem mais compõe o evento.
Bruno D’Angelo é o fundador das primeiras produtoras de Apps do Brasil, foi Diretor de Criação e Conteúdo em algumas das maiores agências do país e em 2014 se tornou sócio do Grupo Ideal, parte da WPP e proprietária da Ideal H+K Strategies, onde comanda a 1927 e a SJR. Atualmente realiza pesquisas e testa inovação em Storytelling em diversos modelos.
Lia Vainer Schucman é Doutora em Psicologia Social pela USP e autora dos livros Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na Cidade de São Paulo.
Silvia Nascimento é jornalista e produtora de conteúdo especializada em comunidade negra há 20 anos, por meio do Mundo Negro, primeiro portal de notícias para negros da Internet brasileira. Paralelamente ela coordena o grupo Negros Digitais, com mais de 400 produtores negros de conteúdo online, projeto onde ela realizou o primeiro workshop voltado para comunidade negra no YouTube Brasil, em 2015. Junto com suas filhas ela ainda supervisiona o canal Diversidade Divertida que aborda a questão da diversidade nas brincadeiras infantis.’
24/11. Sábado às 13h30 Grátis. Sem retirada de ingressos. Saiba mais: bit.ly/2OBiS5C
Protagonizado pela atriz e Mestra em Artes Cênicas/UNIRIO, Danielle Anatólio, o espetáculo “Lótus” estreia este mês e apresenta o universo de mulheres que trazem em suas afetividades histórias invisibilizadas pelo imaginário social. As exibições serão nos dias 16 e 17, às 20h e no dia 18, às 19h, no Teatro Municipal Ziembinski, na Tijuca, no Rio de Janeiro.
Com a linguagem poética femina como ponto de partida, “Lótus” aborda a hiper sexualização do corpo negro feminino, beleza, superação, amor e vida, dentro de um contexto de solidão em que está inserida a mulher negra contemporânea. Além disso, mostra os caminhos que essas mulheres encontram para resistir e reexistir.
Dados apontam que mulheres negras são as que menos casam. Segundo levantamento do Censo de 2010, 52,52%, mais da metade das mulheres negras não vivem em união, independentemente do estado civil. Esse dado é composto por diversos contextos históricos e afetivos que o espetáculo se propõe a fazer o público refletir.
A peça é que já circulou em Salvador, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, se baseia no contexto de mulheres de diferentes faixas etárias. “Lotus” é acima de tudo um espetáculo sobre a sensibilidade das mulheres negras.
O Teatro Municipal Ziembinski fica localizado na Rua Urbâno Duarte, número 30, Tijuca, Rio de Janeiro. A entrada custa R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia.
No mês em que se comemora o dia da Consciência Negra, A Cia do Pássaro – Voo e Teatro e o Museu Afro Brasil, através de uma parceria inédita, realiza uma homenagem à atriz Ruth de Souza, com três apresentações do espetáculo “BAQUAQUA – Documento Dramático Extraordinário”. O evento será no Teatro Ruth de Souza, localizado nas dependências do museu e será especialmente reaberto para apresentações nessa ocasião.
Durante os dias 8 e 9 de novembro, às 15h, as apresentações serão direcionadas a grupos escolares que assistirão ao espetáculo após visita guiada ao museu. Já no dia 10, a apresentação acontecerá para convidados, às 16h, e também haverá o lançamento do mini-documentário de mesmo nome do espetáculo, que teve direção da cineasta Letícia Yabá. Todas as sessões são gratuitas e estarão abertas ao público.
Durante a circulação do espetáculo pelas regiões periféricas da cidade de São Paulo, através do Prêmio Zé Renato de Fomento ao Teatro, a cineasta Letícia Yabá acompanhou a equipe, colhendo depoimentos e impressões dos participantes. O vídeo conta ainda com a participação do pesquisador e historiador Bruno Véras, um dos responsáveis pelo Projeto Baquaqua, que trabalha na organização e publicação de um extenso material de pesquisa e na tradução da autobiografia de Baquaqua.
Para informações sobre a aquisição de ingressos, entre em contato com o Museu Afro Brasil pelo telefone: 11 33208900.