Bruno Candido, Carmem Virgínia e Michelle Fernandes - Crédito (Reprodução Facebook)
A criatividade é uma das grandes virtudes da comunidade negra. Inovar agora é questão de sobrevivência e vamos apresentar aqui três casos que podem te dar uma luz num túnel aparentemente sem fim, mas que tem saída sim.
Carmem Virgínia – Altar Cozinha Ancestral
“Eu mulher preta, favelada, sem nenhum tostão e com um sonho de ter um Altar! Realizo isso com 15 mil reais, em pouco tempo transformo esse lugar num dos restaurantes mais falados do Brasil. A minha luta foi sempre tentar transformar essa falácia toda em volta de mim em dinheiro!”.
Carmem Virgínia ficou conhecida nacionalmente por sua função de jurada no programa Cozinheiros em Ação, no canal GNT.
O seu restaurante Altar Cozinha Ancestral, em Recife, foi altamente impactado por conta do surto do coronavírus. Sua primeira opção foi fechar as portas para evitar o contágio e entregar sua comida por meio do serviço de delivery, mas foi sua fé que a fez optar em manter as pessoas que ela gosta em casa e ir até seus clientes.
Muito religiosa, Carmem foi escutar os que seus orixás e ela resolveu fechar as portas por agora e fazem atendimentos em domicílio.
“ Vou diminuir, tornar mais íntimo, acolhedor, cuidar das vidas que querem se alimentar de minha comida! Também escolherei meus clientes. Vou fazer uma revolução que começa hoje! Decidi isso porque não há dinheiro que pague vida, eu não tenho cabeça pra lidar com consciência pesada por estar tirando pessoas que gosto de dentro de casa num momento desse”, explica a Chef.
https://www.instagram.com/p/B-aLNfznx4E/
Contatos da Carmem Virgínia
No Instagram: @carmemvirginia
E-mail: donacarmemvirginia@gmail.com
Bruno Cândido – Candido Advocacia
Bruno Cândido é um dos nomes mais conhecidos dentro do ativismo negro sobretudo em atender vítimas de casos de racismo, mas seu trabalho vai além.
“O Escritório é especializado em casos discriminatórios, desde a discriminação sofrida por pessoa a empreendimentos que tem a equidade e diversidade como pilar, em especial afroempreendedores oferecendo assessoria jurídica comercial e plena. Com a pandemia o impacto negativo foi imediato, abalando a economia, cancelando e suspendendo contratos, desde o início do isolamento até o momento foram cancelados 3 contratos, 4 suspensos e 2 clientes retroagiram não fechamento de propostas”, detalha Cândido.
Junto com sua equipe Bruno quer montar planos especiais, pré pagos, mas com preços acessíveis, para pessoas que precisam da sua assessoria. Vale lembrar que essa época de crise pode gerar várias situações onde a atuação de um advogado se faz necessária. A ideia a princípio é fazer um pacote de serviços de forma que ele ajude seus clientes, mas também garanta uma receita para poder manter seus funcionários.
“O momento é crítico, e conforme a história cíclica das crises econômicas e população de países em latente desigualdade, a assistência jurídica se revela mais necessária que nunca, as áreas jurídicas trabalhista, previdenciária, tributária, família, relação de consumo e criminal terão demandas em massa por nítidas violações de direitos fundamentais e sociais inclusive a sobrevivência de pequenos e médios empresários” alerta o advogado.
Michelle Fernandes é uma das afroempreendedoras mais famosas do Brasil por conta de sua forma inovadora de empreender.
Seu negócio vai além do vender turbantes. Ela vai para eventos, feiras, rodas de conversa, ensinar mulheres negras a abraçar sua negritude ensinando como usar o acessório de forma muito especial.
https://www.instagram.com/p/B9QF5uVFbpi/
A pandemia não poupou as vendas da empresária que agora faz uma campanha de financiamento coletivo para manter seu negócio pelos próximos 5 meses.
Uma doação de R$ 200 por exemplo, te dá um ingresso no workshop online da marca, voucher de compras no valor de $50 e o e-book Rainha Krioula.
A médica, Thelma Assis que está no BBB20 e a apresentadora do Jornal Hoje Maju Coutinho foram mencionadas de forma racista, pelo “prefeito de Orlando” (apelido dado pela cantora Ivete Sangalo) o empresário brasileiro, residente na Flórida, Rodrigo Branco, durante uma live com a influenciadora e DJ, Jude (Ju de Paula) no Instagram na noite de segunda-feira (30).
“Todo mundo está votando nela porque ela é uma negra coitada. Semana passada ela ganhou uma provinha ficou se achando e humilhou todo mundo”, disse Rodrigo Branco. Ju tentou defender Thelma, mas não satisfeito Branco resolveu desviar seu racismo para Maju:
“Ela é péssima, ela fala tudo errado. Ela só tá lá por causa da cor. A carreira dela foi ela ser xingada, pelo ‘todos por Maju’. Ela não tem carreira, ela nunca foi repórter de campo. Eu como diretor de televisão maravilhoso eu vou te falar, ela lê o TP errado”.
A cantora Elza Soares publicou em seu Instagram, nesta quarta-feira (1), um texto em apoio e defesa duas mulheres negras vitimas de racismo:
“Você conhece a Maju Coutinho? Eu conheço. Somos amigas! Maju é uma das maiores jornalistas e comunicadoras que esse Brasil, que o mundo já viu. Sim! Ela é mulher e negra e seu gênero ou cor da sua pele, não ajudaram ou a impediram se ser FODA! Maju venceu por seu talento, como tantas de nós vence diariamente, como vence a diretora de uma multinacional, como vence a dona de casa, mãe de família, que no fim do dia descansa com a sensação de dever cumprido e ao acordar tem que recomeçar tudo, porque pra ela nada vem de graça.
A Thelma de Assis não venceu por ser coitada. Eu não tive o prazer de conhecê-la ainda, mas com tudo o que vi e li sobre ela da pra afirmar que venceu porque é FODA, assim como Maju.
Thelma é médica, bailarina e continua na batalha por seu maior prêmio. O reconhecimento do esforço que é igual a tantas de nós.
Sujeito, escute!… horrível é falar pelos cotovelos e se achar melhor que outra pessoa, seja qual for sua cor ou gênero. Pra mim você faz tão mal a humanidade quanto esse vírus que estamos enfrentando. Guarde suas desculpas de internet pra si mesmo. Vai precisar delas quando se olhar no espelho. O mal que causou não tem volta.
Não podemos mais tolerar esse discurso e acharmos que “fica tudo acertado” com um pedido de desculpas.
Ahh… pra você que alimenta amizade com um sujeito desses, que utilizar os serviços do guia turístico que se autointitula “Prefeito de Orlando”, saiba… diga-me com quem andas e te direi quem és!”
Entediado? Separamos dezesseis indicações de conteúdo para consumir na quarentena. Tem livro, série, podcast, música e canal no youtube para todos os gostos. Confira:
– TV –
A Gente se vê ontem
“A gente se vê ontem” narra à história de dois jovens que inventam uma máquina do tempo, decidindo utilizar a tecnologia para impedir que o irmão de um deles seja vítima da brutalidade policial. O filme é dirigido por Stefon Bristol e produzido por Spike Lee e é cheio de referências ao clássico dos anos 80 “De Volta para o Futuro”, divertido e em diversos momentos leves o filme também aborda com seriedade questões como a brutalidade policial nos Estados Unidos, racismo e a identidade negra no cinema americano.
A Vida e a História de Madam C. J. Walker
A minissérie “A Vida e a História de Madam C. J. Walker” narra à história da empresária americana pioneira no mercado de produtos capilares para afrodescendentes nos EUA. Sarah Breedlove, a Madam C. J. Walker foi a primeira mulher afro-americana a ficar milionária pelo seu próprio esforço, construído um império. Com quatro episódios a série original da netflix conta ainda com atuações de Octavia Spencer, Tiffany Haddish E Blair Underwood.
Café com Canela
Com uma mulher negra na direção (Glenda Nicácio) e elenco predominantemente negro, foi filmado em Cachoeira (interior da Bahia), e premiado em festivais ao redor do mundo. O longa fala do reencontro de Margarida, que vive em São Félix, e sofre com a perda do filho, e sua ex-aluna, Violeta. Trata de assuntos como dor, cura, afeto e negritude. É também uma ótima oportunidade de assistir Babu Santana em cena num papel diferente dos personagens estereotipados que o ator interpretou na TV.
– Álbuns –
Djonga – Histórias da Minha Área
O Rapper mineiro lançou neste mês o seu quarto álbum chamado “Histórias da Minha Área”, recordando algumas vivências da sua criação na Zona Leste de Belo Horizonte e de amigos próximos, mas que se aproximam da realidade de muitos pretos e pretas. Entre a quebrada, paixões, relacionamentos com a família e amigos, a violência e a crítica política, o disco conta com elementos de funk, acústico, eletrônico e claro hip-hop contando com participações especiais como a atriz e compositora Bia nogueira, MC don Juan, a Rapper Cristal.
The Weeknd – After Hours
O cantor canadense retornou este mês às paradas de sucesso com seu último álbum “After Hours”, investindo pesado numa sonoridade oitentista, ele mergulha numa estética misteriosa, de auto reflexão sobre solidão e relacionamentos em graves robustos e sintetizadores atmosféricos e claro, com a presença dos seus falsetes característicos.
H.E.R. – H.E.R.
A cantora californiana de apenas 22 anos é considerada uma poderosa revelação e tem se tornado um nome inspirador do novo R&B, dona de uma voz leve e hipnotizante, a multi-instrumentista foi atração no último Rock in Rio em 2019 e já venceu dois grammys, o de melhor performance R&B com a faixa “Best Part” e melhor Álbum R&B com “H.E.R.” lançado em 2017. Com certeza você já deve ter ouvido alguma de suas faixas por aí, então vale a pena dar uma conferida nas suas produções.
– Livros –
O Poder Negro – Amauri Mendes Pereira
“O que falamos atualmente nos Estados Unidos, e acredito que no Terceiro Mundo, é sobre a supremacia branca internacional combinada com o Capitalismo internacional. E estamos dispostos a esmagar esse sistema. As pessoas que se consideram como parte dele serão esmagadas com ele – ou nós seremos esmagados”. Esse é um trecho, da parte inicial do texto “O Poder Negro”, apresentado por Stokely Carmichael no Congresso Dialética da Liberdade, realizado pelo Instituto de Estudos Fenomenológicos, em Londres, em 1967.
No Brasil, sob o olhar de Amauri Mendes Pereira, a obra foi compilada em um livro lançado em 2016, trazendo a importante discussão pautada por Carmichael naquela época, a estrutura racial nas Américas em meio a um sistema capitalista. Stokely, que é um nome de peso na luta pela igualdade, tendo atuado ao lado de Martin Luther King Jr. e em protestos antirracistas pelo Partido dos Panteras Negras, aproximou o debate entre a luta dos negros norte-americanos e os povos oprimidos de outras regiões, como, por exemplo, a classe trabalhadora. De modo geral, esse é um livro de fácil leitura e que merece ser lido.
Na minha pele – Lázaro Ramos
Uma não biografia que narra à trajetória e, principalmente, a formação de identidade de um ator negro no Brasil. Escrito por Lázaro Ramos, um dos maiores destaques na dramaturgia nacional, a obra “Na minha pele” é capaz de conectar pessoas, ainda que tenham vivencias diferentes, com histórias de um Brasil pouco visitado na literatura.
Em meio a memórias, junção de dados estatísticos e revisitações da carreira, Ramos fala sobre preconceito de maneira calorosa, mas sutil, algo que soa como uma alternativa para que o livro chegue a lugares onde a discussão racial não encontra amplitude. Além disso, vale dizer que há diversos nomes que são referências para o ator e merecem ser conhecidos.
O Livro Da Saúde Das Mulheres Negras: Nossos Passos Vêm De Longe
É notório que acessibilidade no Brasil não é, nem de longe, algo democrático. Quando o assunto é saúde de mulheres negras aí então que o abismo social fica ainda mais evidente. Na obra “O Livro Da Saúde Das Mulheres Negras: Nossos Passos Vêm De Longe”, alguns aspectos dessas vivencias são trazidos à tona.
A ideia para edição do livro surgiu após um intercâmbio cultural entre mulheres brasileiras e norte-americanas, criado pela organização de direitos humanos Global Exchange. Mas foi em março de 1997, durante o Encontro Internacional Mulher e Saúde, que foi pautado as dificuldades que mulheres brasileiras tinham para encontrar textos de americanas e publicar seus próprios materiais. Pronto! Foi assim que a obra nasceu. Com a colaboração de Jurema Werneck, um grande compilado reúne vários textos de mulheres pelo mundo, trazendo temas como aborto, saúde mental e violência doméstica.
O Quarto de Giovanni
Publicado inicialmente em 1956, “O Quarto de Giovanni” é segundo romance do escritor James Baldwin e traz um pitada sutil de autobiografia, trabalhando a bissexualidade David, um jovem americano que está em Paris esperando sua namorada, Hella, que está na Espanha. É nesse contexto, que o protagonista se apaixona por Giovanni, um garçom italiano, e começa a se questionar sobre seus próprios sentimentos.
Com narrativa dinâmica, que permite um tom de suspense ao livro, toda a trama ocorre de forma intercalada entre o presente de David, em uma casa vazia em que ele está prestes a entregar para a proprietária, e suas memórias do romance que teve com Giovanni. De acordo com Baldwin, “O Quarto de Giovanni não é exatamente sobre homossexualidade, é sobre o que acontece quando se tem medo de amar alguém, o que é muito mais interessante.”
– Podcasts –
Lista Preta Pod
O Lista Preta Pod é um projeto que fala sobre cultura pop e questões raciais na perspectiva de pessoas pretas. Três hosts baianos trazem seus pontos de vista sobre diversos temas. Nos episódios indicações de artistas, filmes, livros e conteúdo relevante onde o foco é sempre o protagonismo negro. No primeiro episódio discutem o Big Brother Brasil 20 e trazem as questões de Thelma e Babu a partir de um viés racial.
O História Preta é um Podcast documental que tem por objetivo trazer para a superfície a memória histórica da população negra no Brasil e no Mundo. Fica a indicação para aqueles que querem se aprofundar e conhecer uma parcela da história que tem sido apagada e negligência ao longo das décadas.
A medica baiana Monalisa Nunes, começou seu canal a quatros anos atrás, dando dicas de fitagem para cabelos crespos e cacheados. Desde lá até aqui foram 24 milhões de visualizações e quase meio milhão de inscritos no seu canal, que se divide entre dicas de estudo e organização, vlogs de Monalisa enquanto uma estudante de medicina, dicas de beleza e autocuidado e dicas de saúde e prevenção. Se você não conhecia nenhuma medica negra, essa é uma excelente oportunidade.
O goals que todas as pretas almejam a baiana Magá Moura, blogueira de moda e estilo e influencer usa seu canal para que a gente conheça mais da sua rotina, seus gostos e viagens. Verdade que seu canal não possui tantas publicações quanto gostaríamos, mas é um universo colorido e esteticamente impecável que vai das rrrrucas (como Magá se refere as suas perucas e cabelos), à vlogs da reforma do seu apartamento cor de rosa, que é prato cheio para inspiração de decor e arquitetura e passa pelas suas viagens aos festivais AfroPunk, pelo mundo e debates sobre estética e empoderamento. Para os amantes da autenticidade – que em Magá vai da ponta do pé, até o ultimo fio de cabelo – vale a pena o view!
“Égua Preto, nem te conto” nasceu no mês de Novembro, o mês de alusão a Consciência Negra, e é um canal feito por um negro, falando sobre a realidade da negritude numa sociedade racista, mostrando as peculiaridades de como o racismo atravessa a comunidade negra, seja ela retinta ou não. Com um pouco menos de 6 meses de vida, o canal usa uma comunicação fácil e direta, embasada em fatores histórico-culturais e vivências do Gabriel e negros e negras afroamazonicos. Recentemente, no mês de Março, foi lançado no canal o quadro “Mana, FALA!”, onde as “manas” (gíria paraense para se referir as mulheres), são as protagonistas relatando suas vivências em suas profissões e cotidiano, e para o aniversário do canal, será lançado o quadro “Tinha Que Ser Preto!” onde os manos e manas negrxs, através de vídeos relatos, irão contar sobre como o racismo atravessa suas vidas.
Cumprindo um papel fundamental de utilidade pública, A Youtuber de educação financeira para baixa renda faz do seu canal uma sala de aula, para que todos nós, que nunca tivemos acesso a informações de economia e administração de renda, na nossa educação formal, aprendamos sobre a temática de maneira simples, didática e eficiente. Nath vai do básico ao complexo, no ramo das finanças, com informações econômicas, administrativas e jurídicas pra que ninguém fique no vermelho ou seja taxado de maneira incorreta. Uma ótima pedida para todos os públicos e idades.
A saúde financeira e expectativas diante da crise gerada pelo Covid-19 atinge principalmente a população negra micro e pequenos empreendedores. Pensando nisso o site Mundo Negro vai usar de suas ferramentas para ajudar micro e pequenos afro-empreendedores durante a crise ocasionada por conta do surto de Coronavírus.
“Estaremos usando nossas redes sociais para divulgar gratuitamente negócios que trabalham com produtos com entrega em domicílio e atividades online como aulas e consultorias. Faremos cards semanais com fotos e informações do seu negócio”, explica a nossa diretora de conteúdo Silvia Nascimento.
Para incluir a sua empresa nessa ação, preencha o formulário disponível aqui e no nosso Instagram no destaque ‘Black Money’. E caso você não seja um afro-empreendedor, ajude divulgando, acompanhe nossas redes sociais e compre de gente preta. Vamos fazer o Black Money girar mesmo em tempos de crise.
A primeira série de divulgações já esta no ar, acompanhe:
O Instituto Identidades do Brasil, Empregueafro, Comunidade Empodera e Faculdade Zumbi dos Palmares estão realizando um levantamento como o objetivo de mapear informações sobre mulheres negras que estejam à frente de empreendimentos e/ou estejam trabalhando em empresas. Para que dessa forma, “podemos entender melhor quais soluções de curto e médio prazo podem ser pensadas e construídas neste novo cenário”.
“Você é mulher negra, empreendedora a frente de um negócio ou profissional em alguma empresa? Como está a sua saúde financeira e expectativas diante da crise gerada pelo Covid-19?”. Com base nesses questionamentos o Instituto Identidades do Brasil, Empregueafro, Comunidade Empodera e Faculdade Zumbi dos Palmares, criaram um questionário que será usado para realizar o mapeamento dessas mulheres para que possam criar possíveis estrategias perante ao cenário de COVID-19 e quarentena.
Jude Paula e Rodrigo Branco - Crédito : Reprodução Instagram
Após a repercussão da Live onde o empresário Rodrigo Branco profere afirmações racistas contra a médica Dra. Thelma Assis e a jornalista Maju Coutinho, Jude Paula, a DJ e influenciadora responsável pelo vídeo no Instagram se deparou com comentários que a atacavam.
Para algumas pessoas que assistiram, as reações de Jude ( riso e piadas) foram lidas como coniventes com a atitude racista de Branco.
Essas afirmações ignoram a forma como pessoas negras reagem à situações de racismo explícito. Imagine então quando você tem os seus seguidores assistindo tudo em tempo real.
Por esse motivo, o Mundo Negro vai publicar uma nota que Jude fez para explicar como ela se sentiu.
“A vida é bem diferente da dramaturgia, onde o racista é sempre aquele vilão óbvio. Na vida real você pode estar levando o racista pra sua casa, para sua cama, para sua vida e só descobre tarde demais.”
A gente fica sem acreditar no que estava ouvindo. O racismo se apresenta exatamente do jeito que ele é, sem pedir licença.
Muitas vezes nos deixa atônitos, completamente sem reação. Mesmo a gente passando por muitas situações a agressão é tão forte e imprevisível que muitas vezes a ficha não cai. Quem nunca passou por isso ?
Era apenas uma live leve, mas o racismo se apresentou de forma “cordial” e “engraçada” como tenta se camuflar.
Até tentei explicar pro Rodrigo e para os seguidores o quão racista ele tinha sido, mas ele me interrompeu em todas as vezes.
Depois de tudo, quando ele já não estava mais na live, até conversei com meus seguidores tentando entender e digerir aquilo. Falei que ele tava totalmente errado e que obviamente não compactuo com nada do que foi dito sobre Thelma e Maju.
A primeira ação dele foi um pedido de desculpas na rede. É um primeiro passo, no entanto não diminui a dor gerada em milagres de profissionais que não são avaliados por sua competência técnica e que são desqualificados, todo santo dia, por serem negros.
Sem rótulos, por favor. Essa é a maneira como Lizzo vê seu corpo como pessoa pública. Ela não quer ser representante das gordinhas ou movimento Body Positive. Essa é uma das várias das opiniões reveladas na Marie Claire brasileira de Abril, onde a cantora é capa da edição que chega às bancas na próxima sexta-feira (3).
A autora e interprete de Jerome concedeu a entrevista para revista durante sua passagem pelo Brasil em fevereiro.
Aos 31 anos e dona de três Grammy’s, Lizzo é instrumentista, compositora e rapper nascida em Detroit, uma das cidades mais violentas dos EUA, contou sobre sua criação, sua trajetória na música, a morte do pai e falou também sobre espiritualidade e os temas mais trabalhados em suas músicas: aceitação de seu corpo gordo e o empoderamento de mulheres negras.
“Trilhei meu caminho na música por muito tempo e tenho uma história incrível. Quando as pessoas a descobrem, vêm até mim e dizem: ‘Isso é inspirador’.”
Sobre suas primeiras referências musicais, assim como a maioria dos cantores negros famosos, tudo começou na igreja. “Minha criação foi muito religiosa, baseada na crença evangélica. Não podíamos usar calças na igreja, era proibido ouvir rap, pop, R&B, e até ir ao cinema, tudo era do diabo. Então só escutava música gospel”, explicou a cantora.
No quesito formas, que em muitos espaços ganham infelizmente mais atenção que a música da artista, ela foge da responsabilidade de representar mulheres grandes. “Não vou perder tempo falando do meu corpo. Você pode vê-lo, entende? Falo de coisas positivas, mas não vou esfregar ‘amo meu corpo, veja minha bunda’ na cara das pessoas. Sou uma garota grande e tenho consciência disso”.
Maju Coutinho, Rodrigo Branco e Thelma Assis - Crédito - Instagram
Duas mulheres negras. Uma médica e outra uma das jornalistas mais famosas do Brasil. Dra.Thelma Assis que está no BBB20 e Maju Coutinho apresentadora do Jornal Hoje foram mencionadas de forma racista, pelo “prefeito de Orlando” (apelido dado pela cantora Ivete Sangalo) o empresário brasileiro, residente na Flórida, Rodrigo Branco, durante uma live com a influenciadora e DJ , Jude (Ju de Paula) no Instagram na noite de segunda-feira (30).
Jude estava conversando sobre o BBB20 com Branco. Ao dizer que fazia torcida para Thelma, ela tomou um susto ao ver a forma com que Rodrigo, famoso por cuidar da estadia de celebridades brasileiras em Orlando, sobretudo em Parques da Disney, se referiu à anestesiologista:
“Todo mundo está votando nela porque ela é uma negra coitada. Semana passada ela ganhou uma provinha ficou se achando e humilhou todo mundo”.
Ju tentou defender a sister, mas não satisfeito Branco resolveu desviar seu racismo para Maju:
“Ela é péssima, ela fala tudo errado. Ela só tá lá por causa da cor. A carreira dela foi ela ser xingada, pelo ‘todos por Maju’. Ela não tem carreira, ela nunca foi repórter de campo. Eu como diretor de televisão maravilhoso eu vou te falar, ela lê o TP errado”.
Rodrigo além de racista é desinformado. Maju Coutinho foi repórter de campo, fazendo reportagens de rua sobre São Paulo desde sua contratação pela Globo em 2007. Só em 2014 ela ganhou a posição de falar sobre meteorologia nos jornais da emissora e depois disso alcançou o merecido posto de âncora do Jornal Hoje.
Nas falas de Branco é claro o menosprezo que ele tem por mulheres negras. É só observar que quando esgotou as críticas à Thelma ele prontamente já lembrou de outra mulher negra para atacar de forma superficial, baixa, cheia de achismo que não condizem com os fatos e nem com o cargo de ex-diretor de da Band. O que ele fez foi racismo, calúnia, difamação tudo em menos de 5 minutos.
Pedido de desculpas
Depois da repercussão negativa do vídeo da Live, Rodrigo usou seu perfil do Instagram para pedir desculpas. “Fui totalmente racista e a gente tem que assumir quando a gente fala m****. Quero pedir desculpa para Jude que estava fazendo uma live para descontrair”.
Já Jude, lamentou a postura de Rodrigo reforçando que ficou “sem acredita no que estava ouvindo”.
“Fiquei sem saber como agir, porque não estava acreditando no que estava acontecendo, fiquei sem reação na hora”, explicou a influenciadora.
Nesta segunda-feira o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, divulgou regras para saques do auxílio de R$ 600,00 direcionados aos trabalhadores informais, na tentativa de reduzir os danos causados pelo COVID-19.
Após aprovação do senado que ocorreu na tarde desta segunda-feira (30) o projeto de lei deverá ainda passar por outras 3 etapas e por fim ficará disponível para saques. Ele ainda depende da sanção do Presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o ministro o pagamento será realizado pelos bancos federais através de redes como: Caixa-lotéricas, Banco do Brasil e Correios.
Atente-se aos critérios para receber o benefício:
– Ter 18 anos ou mais
– Pessoas que não são contempladas com os benefícios previdenciários ou assistenciais como seguro-desemprego, aposentadoria e bolsa família.
– Trabalhadores informais inscritos no CAD ÚNICO, microempreendedor individual contribuinte do Regime Geral da Previdência Social.
-Ter renda familiar (incluindo todos os membros da família) abaixo de 3 salários mínimos ou renda per capita (renda individual) abaixo de meio salário mínimo.
E para as mães, chefes de família (mãe solo) o valor poderá ser dobrado, chegando a 1.200,00 reais.
O rapper Drake publico em seu Instagram nessa segunda-feira (30) uma série de fotos com o filho Adonis Graham, de dois anos.
Na legenda, o cantor escreveu que “o que é mais importante para você agora é conectar-se à sua própria luz interior. Isso criará a maior abertura de todas. Confie que você tem todo o poder disponível para fazer isso acontecer e, para isso, conecte-se às pessoas e coisas que lhe trazem muita alegria”.
Drake é cantor, compositor, produtor musical, ator e empresário canadense. Adonis é filho dele com a atriz Sophie Brussaux.
A mensagem termina com um depoimento de Drake: “amo e sinto falta da minha linda família e amigos e mal posso esperar pelo dia feliz em que todos podemos nos reunir. Até lá, por favor, mantenha as luzes acesas.”