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Mostra Itinerante de Cinema Negro tem segunda edição em Salvador com mais de 70 filmes e grandes atrações musicais

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A segunda edição da Mostra Itinerante de Cinemas Negros – Mahomed Bamba (II MIMB) será realizada em Salvador, de 14 a 18 de agosto. Nas 18 sessões previstas, serão exibidos gratuitamente mais de 70 filmes de várias partes do mundo em bairros da cidade. A cerimônia de abertura será no dia 14, às 18h, no SESC Pelourinho. Nêssa e o rapper abrem os shows, às 21h, em seguida tem a banda Afrocidade. A produção também está preparando uma atração surpresa para o show de abertura.

Nesta edição, a mostra traz apresentações culturais, oficinas, palestras, exposição e circulação de novos conteúdos dos cinemas negros nacionais e internacionais. A Curadoria de filmes nacionais desse ano foi composta por Dayane Sena, Heraldo De Deus e Rayanne Layssa, coordenados por Julia Morais e Taís Amordivino. Já a Curadoria de filmes internacionais, coordenada por Kinda Rodrigues, foi composta por Janaína Oliveira e Alex França. O júri é composto por Beatriz Vieirah, Luciana Oliveira e Thales Novaes.

Ainda serão exibidos longas e curtas-metragens de ficção, documentários, animações e obras experimentais, a fim de dialogar com adultos e crianças de bairros populares e periféricos da cidade de Salvador. O objetivo da mostra é ampliar as janelas de reprodução dos conteúdos nacionais e internacionais produzidos por realizadores negros. Em sua segunda edição, a MIMB traz Serão exibidos

O evento vai circular por sete bairros da cidade, com sessões simultâneas em oito espaços culturais: Ilha de Maré (Comunidade Quilombola de Bananeiras), Quadra Esportiva do Calabar (Calabar), Praça da Revolução (Periperi), no Goethe-Institut (Corredor Vitória), Sesc Pelourinho, Centro Cultural da Barroquinha, Sala Walter da Silveira – Dimas (Barris) e Casa de Angola (Barroquinha).

Serão oferecidas oficinas de produção audiovisual com aparelhos móveis com a participação das oficineiras Ana do Carmo, Fabíola Silva e Ariel Dibernaci; oficina de crítica de cinema Afrocentrada com Alex França; oficina voltada para o olhar sobre os corpos LGBT nos cinemas com Heitor Augusto; e Master Class: O Cinema e o Espelho: experiências, olhares e registros com Everlane Moraes. Todas terão 30 vagas no valor de 60,00. Entendendo que o processo inclusivo parte da disposição ao acesso, serão disponibilizados 7 bolsas integrais e 8 com 50% de desconto.

A mostra leva o nome do professor Mahomed Bamba, pesquisador fundamental sobre cinema negro e diaspórico, nascido na Costa do Marfim e radicado no Brasil, onde viveu por mais de vinte anos. Nesta segunda edição, 230 filmes foram inscritos no processo de seleção e a programação contará com grandes atividades paralelas, como a Exposição de “Cinemas Angolanos.

No encerramento, haverá premiações com troféus para os filmes divididos em 5 categorias: melhor filme, melhor direção, melhor roteiro, melhor fotografia e prêmio Akuaba.

A MIMB é uma iniciativa de mulheres negras cineastas, realizadoras, produtoras e ativistas, que vislumbraram a necessidade de fomentar o intercâmbio cultural entre produções cinematográficas negras do Brasil com o mundo, para além de repensar o processo de distribuição destes produtos, atentando para a importância do acesso ao cinema nas periferias, e a relação entre o cinema e a cidade, de modo geral.

Entendemos o quão é importante celebrar Os Cinema (s) Negro(s), e que esta pluralidade faz parte da navegação diaspórica que nos conecta em todas pontas do mundo. Em reverência aos estudos do saudoso professor Mahomed Bamba, a MIMB 2019 integra “S” como multiplicidade de construção, soma e pertencimento. Trazer as óticas construídas mundialmente para a Bahia. Deste modo, ampliamos as inscrições para produções negras de cada canto do mundo. Nossas conexões são de navegação, identidade e caminhos” aponta Daiane Rosário, idealizadora da Mostra.

A Mostra tem a idealização e coord. geral por Daiane Rosário; coord. de curadoria nacional Taís Amordivino e Julia Morais; coord. de curadoria intenacional Kinda Rodrigues; coord de produção Loiá Fernandes; coord executiva Naymare Azevedo.

Rap Nova Era apresenta “Renovação”, terceiro disco do grupo baiano

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Formado por Ravi, Moreno e DJ Kbça, o grupo baiano Rap Nova Era acaba de divulgar seu terceiro registro de estúdio, “Renovação”. O lançamento é um marco para a identidade do grupo. Diferente do objetivo anterior, que era ressaltar a vivência contínua da violência, principalmente policial, eles retornam agora com uma proposta menos agressiva e mais preocupada com a musicalidade.

O disco possui 13 faixas e traz grandes nomes do rap nacional. Entre eles, DJ Cia, DBS Gordão Chefe, Yzalú, Lord (ADL), Godines e Vandal, além de produtores como Gedson Dias, beatmaker que já trabalhou com Racionais Mc’s. Bráulio Passos gravou, mixou e masterizou. Os estúdios dessa jornada foram WR, Luizinho Assis e Fernando Sor (Bogotá, Colômbia). As artes da capa são de Raphael Brito.

Esse trabalho é sobre enxergar as coisas de outra forma. É sobre querer superação e uma vida melhor para os nossos. Esse é o estilo do rap que fazemos, rap gangsta, de protesto, pesado. Nossa ideologia é o resgate de almas. Queremos ver as pessoas acreditando que podem. Essa é a missão… Devolver a autoestima do povo preto e periférico”, explicam.

A produção começou em 2018 e o projeto conta com quatro videoclipes. O primeiro, “Terror e Verdade”, que faz uma conexão entre as ruas de Salvador e os becos do Capão Redondo, em São Paulo. Em seguida, “Vai Cair” e “Treta”. Essa última critica o hype da ostentação. Já o mais recente, “Poesia Marginal”, tem atuação do MCs Shook e Felzem, retrata a realidade de quem exerce suas funções, de maneira autônoma, nos ônibus e metrôs soteropolitanos.

Entre shows por todo o país, desde Sescs, grandes festivais, faculdades e casas de detenção, Ravi, Moreno e DJ Kbça seguem identificando as diferenças sociais a partir do olhar de quem vive e conhece o subúrbio.

Ouça: https://bit.ly/2xOMIgY.

TRACKLIST:

Renovação (Part. Yzalú)
Poesia Marginal (Prod. DJ Gug)
Vou Seguir (Part. Daganja, Prod. DJ Gug)
Terror e Verdade (Part. Nocivo Shomon, JR RDG, Big da Godoy, Prod. Gedson Dias)
O Bizarro e o Inexplicável (Part. Godines- Atitude Consciente, Prod. Dactes)
Mundo Moderno (Prod. Coelho Beats)
Vai Cair
Love in Crime (Prod. Dactes)
Aquela Paz (Part. DBS, Lord ADL, Prod. Dactes)
Vida Longa (Part. Vandal)
Sem Refrão (Prod. Coro de Rato)
Treta
A Oração (Part. Galf, Prod. Jumar Paralelo)

99jobs lança ação “Trampa Comigo?” em prol da diversidade e inclusão no Fórum Sim à Igualdade Racial 2019

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A 99jobs, preocupada com a inclusão de talentos negros, criou a ação “Trampa Comigo?”, que irá acontecer no Fórum Sim à Igualdade Racial 2019, do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), no dia 8 de agosto, em São Paulo. O intuito da ação, que conta com a parceria de mais 10 empresas, é trazer a diversidade e a inclusão racial.

O ID_BR é uma organização sem fins lucrativos, pioneira no Brasil e comprometida com a aceleração da promoção da igualdade racial. A partir da Campanha Sim à Igualdade Racial, o instituto desenvolve ações em diferentes formatos para conscientizar e engajar organizações e a sociedade e busca reduzir a desigualdade racial no mercado de trabalho.

A dinâmica no evento será simples e prática. Em até um minuto representantes das empresas contarão o que elas têm feito para a inclusão de talentos negros entre seus colaboradores. Ao longo do pitch, caso curtam o que estiver sendo apresentado, os participantes poderão imediatamente acessar as vagas de empregos e o tão sonhado trampo na firma poderá ficar mais perto de se tornar realidade.

Para ter acesso a todo o conteúdo, é necessário se inscrever e preencher as perguntas. O Fórum é gratuito e conta com uma excelente programação: https://lnkd.in/eMUPzuj. Após a inscrição, basta ficar atento ao e-mail ou whatsapp que a 99jobs entrará em contato.

Musical Madame Satã volta a São Paulo e traz Taiguara Nazareth como um dos protagonistas

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Conhecido em todo o país pela excelente atuação na minissérie “Presença de Anita“, da Rede Globo, o ator Taiguara Nazareth foi convidado para ser um dos protagonistas da temporada paulistana de “Madame Satã – Um Musical Brasileiro“, ao lado de Rodrigo Negão e Esdras de Lúcia. O espetáculo é produzido pelo Grupo dos Dez, de Belo Horizonte e reestreia nessa sexta-feira (12), às 21h, no Teatro Jaraguá.

O musical tem sessões às sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h, com entrada a R$ 30 a meia e R$ 60 a inteira. Os ingressos estão à venda no site. No cinema, em 2002, a vida do lendário boêmio carioca João Francisco dos Santos, o Madame Satã (1900-1976), foi interpretada por Lázaro Ramos, com direção de Karim Aïnouz.

Estar num elenco negro é algo muito simbólico pra mim. Reforçando toda uma questão que milito. Também o mesmo se faz sobre a temática lgbtqia+, machismo, samba e outras questões abordadas no musical“, conta Taiguara, que completa: “A peça é muito forte, um discurso cru e nu, o que assemelha-se bastante a minha maneira de ser“.

O espetáculo retorna a São Paulo com trilha sonora inédita composta por integrantes do elenco traz arranjos de Alysson Salvador, direção do consagrado João das Neves (in memoriam) e por Rodrigo Jerônimo e conta com direção musical da cantora Bia Nogueira, que também atua na montagem com texto de Rodrigo Jerônimo e Marcos Fábio de Faria. Em 2017 a obra esteve em São Paulo, lotou todas as sessões na Caixa Cultural da Sé e foi finalista do Prêmio Aplauso Brasil como Melhor Musical.

“Um espião animal”: Animação com Will Smith será dublada por Lázaro Ramos e Taís Araújo também está no elenco

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Will Smith e Lázaro Ramos são uma unanimidade em termos de talento e carisma. Desconfie de quem não goste deles.  Os dois protagonizam a animação Um Espião Animal, da Fox Filmes, que conta a história de um agente secreto muito metidinho que ao beber um líquido misterioso se transforma em uma pomba!

Smith faz a versão original em Inglês e Lazinho dubla em Português. Taís Araújo também está no elenco da versão brasileira. O filme estreia no Brasil em Janeiro de 2020.

Confira o engraçadíssimo trailer.

Pretas no Topo: Luciana Barreto é a nova contratada da CNN Brasil

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No dia da Mulher Negra Latina-Americana e Caribenha o canal CNN Brasil, que ainda não foi ao ar, divulgou a contratação da jornalista Luciana Barreto .

A jornalista e ativista foi demitida da TV Brasil em Janeiro deste ano, depois de 14 anos de casa e muitos prêmios com suas reportagens com enfoque na comunidade negra.

Luciana comandará um programa diário e também atuará nos meios digitais.

A gente torce para que a CNN Brasil permita que Luciana nos brinde com reportagens que valem mais que muitos livros de história.

https://www.instagram.com/p/B0WaE8dJH9W/

Espetáculo “O encontro – Malcolm X e Martin Luther King Jr” estreia no Sesc Consolação, em São Paulo

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O espetáculo “O Encontro – Malcolm X e Martin Luther King Jr” apresenta uma temática global e urgente, a luta contra a opressão, discriminação e exclusão dos negros na sociedade é o ponto de partida. A peça estreia dia 1º de agosto, às 21h, no Sesc Consolação, em São Paulo. Com direção de Isaac Bernat, a encenação narra, por meio de um encontro fictício de Malcolm X e Martin Luther King Jr. num hotel do Harlem, as diferentes ideias, atuações e estratégias dos dois maiores líderes negros de todos os tempos.

A primeira montagem brasileira, estreada em 2018, no Rio de Janeiro, o texto é do norte-americano Jeff e tem tradução e adaptação de Rogério Corrêa. Sem restringir o apenas ao lado político e histórico presentes nas trajetórias dos dois referenciais norte-americanos.

Estamos diante de uma dramaturgia irretocável, contundente, terna e humana, que trata de questões como o racismo, a discriminação e a injustiça social, condutas que impedem a sociedade de ser justa e igualitária. As visões e as práticas de Malcolm e Martin têm muito a nos inspirar e ensinar neste momento onde a humanidade parece perdida e sem esperança. Aline Mohamad e eu estamos há anos tentando encená-lo e agora chegou a hora”, diz Isaac.

A peça serve como um palco de debate para questões fundamentais sobre os rumos e estratégias da luta pelo fim da discriminação racial. O autor, Jeff Steson, nos revela através dos diálogos a humanidade dos dois grandes líderes americanos.

A montagem é importante neste momento porque vivemos um período de fortes polarizações e intolerâncias de diversas ordens. Nós, negros, ainda estamos em situações de muita desigualdade. Esse diagnóstico se tornou clichê, mas é uma realidade”, ressalva Izak Dahora, intérprete de Malcolm. “Ele era cerebral e estrategista e, ao mesmo tempo, instintivo e dono de uma intuição poderosa e uma força demolidora”.

O texto segue atual, sendo que existe um debate dentro dos segmentos progressistas da população sobre como lidar com a desigualdade e a enorme segregação racial do Brasil, que se apresenta de forma mais sutil e insidiosa do que nos Estados Unidos.

Embora seja um crime, ainda temos uma tendência de escamotear o racismo, que no Brasil mata, fere, exclui e enlouquece. Esta montagem é mais uma para tocar nessa ferida. À medida que espetáculos trabalham essa temática, a gente contribui para a reflexão sobre esta realidade. Martin mostrou que vale a pena lutar e buscar uma sociedade mais igualitária e com mais equidade, sempre se valendo da diplomacia, cordialidade e pedagogia como ferramentas”, conta Rodrigo França, que vive Luther King Jr.

Os dois viveram na mesma época e historicamente fizeram diferentes trajetórias e só se encontraram durante poucos minutos, num rápido aperto de mãos. Além disso, foram assassinados na década de 1960 e com a mesma idade: aos 39 anos. Cada um, ao seu modo e com suas crenças, deu a vida por um ideal que continua sendo buscado em vários países, inclusive o Brasil, e deixaram marcas eternas na luta pelos direitos humanos.

A temporada fica até dia 11 de agosto, sempre de quinta à sábado, às 21h e no domingo, às 18h, no Teatro Anchieta – Sesc Consolação, na Rua Dr. Vila Nova, n° 245, Vila Buarque, em São Paulo. O valor do ingresso é 40 reais.

“Tudo é possível!”: Ao 49 anos, bailarina vítima de pólio, apresenta canal no Youtube sobre dança e autoestima

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“Minha história é carrega de muitas lutas, sofrimento e superação”. Adiane Pita teve suas capacidade motoras comprometidas ao contrair poliomielite aos 10 anos . Hoje com 49, com formação em dança e dona da sua própria Companhia de Dança Inclusiva, Adiane tem mais garra e planos que muita menininha.

“Tenho uma Cia de Dança inclusiva onde levamos mensagens através do corpo e da expressão corporal. Eu quero passar que tudo é possível dentro das possibilidades de cada um. Nós podemos sim escrever a nossa própria história e motivar outras pessoas”, explica Pita.

Ela além das atividades de dança, compartilha um pouco sobre sua vida e sua arte no seu canal no Youtube chamado Por que não?  A dançarina de Salvador, me explicou os motivos de levar um pouco sobre sua vida, para plataforma de vídeos na Internet.

“Meu objetivo com o canal é fazer com que as pessoas não se limitem com as limitações visíveis que elas possam ter, afinal todos nós somos limitados. Não quero que as pessoas com deficiência física sejam limitadas sobre como onde elas podem ir e o que podem fazer e como eles podem progredir. Temos dificuldades, mas tudo é possível para aquele que crê. Quero mostrar com a minha experiencia e rotina, que é possível se feliz sim”, detalha a dançarina.

Adiane tem uma presença de espírito tão grande quanto física. Crespa e com toda a altivez típica das mulheres negras baianas, ela faz do seu trabalho literalmente uma filosofia de vida. “Para ser feliz nós temos que trabalhar muito a nossa autoestima e força interior, além do amor próprio e  o amor ao próximo. Primeiro temos que nos aceitar, mas não como se sentindo o patinho feio, temos que nos aceitar do jeito que somos, mas sempre fazendo o que pudermos da melhora maneira possível, para podemos progredir”.

Que tal alongar um pouco seu corpo com essa professora de dança tão especial. Confira a aula:

Festival Latinidades terá encerramento com shows na Casa Natura Musical

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O maior evento focado nas mulheres negras da América Latina, o Festival Latinidades promete resgatar os mais pulsantes beats da música africana e latino americana no próximo dia 27 de julho, às 20h, na Casa Natura Musical. Pela primeira vez, uma edição inteira do festival acontece fora de Brasília, onde o evento é realizado a mais de uma década.

Cumbia, lambada, carimbó, afrobeat, arrocha, forró, brega, dub, reggae, zouk, cacicó, guitarrada e reggaeton são alguns dos ritmos dos shows que vão tomar conta do encerramento da décima segunda edição do evento. Este ano, o Latinidades permanece com uma programação variada: artistas vindos de Moçambique e dos Estados Unidos se juntam aos brasileiros, uma noite com curadoria especialmente para esta edição em São Paulo.

O estilista moçambicano Pinto Música, que já vestiu celebridades como Dama do Bling, Marlene Iveth, Miss Zav e Miss Didy, apresenta sua nova coleção pela primeira vez em São Paulo. Já as criações de moda brasileiras, serão representadas por Mônica Anjos (BA), Baobá Brasil (RJ) e África Plus Size (SP).

A abertura da noite terá a energia da DJ Donna no comando das pick-ups, vinda de Brasília e ganhadora do prêmio Melhor DJ no Women’s Music Event 2018. Iniciando os shows, a cantora, compositora e multi-instrumentista americana, A. M. Strings, que apresenta as músicas de seu repertório, com participação da brasileira Laylah Arruda. Depois, as luzes da Casa Natura Musical vão iluminar a “rainha da porra toda” de Moçambique, Zav. Encerram a noite, as brasileiras Bia Ferreira e Doralyce, com o lançamento do show Preta Leveza.

O Latinidades tem programação gratuita. O evento acontece entre os dias 23 e 27 de julho, no Centro Cultural São Paulo, a festa de encerramento é a única atração com venda de ingressos. A classificação etária é de 16 anos. Os ingressos estão a venda apenas pelos sites: http://casanaturamusical.com.br e http://sympla.com.br.

O evento na Casa Natura é uma das atividades da programação do Latinidades – Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha, considerado o maior festival de mulheres negras da América Latina e um dos mais importantes do gênero. Confira a programação completa no site www.latinidades.com.

Confira o lineup:

20h Abertura com Dj Donna (DF)
20h30 Desfile África Plus Size (São Paulo)
20h45 Desfile Baobá Brasil (Rio de Janeiro)
21h Desfile Pinto Música (Moçambique)
21h15 Desfile Mônica Anjos (Salvador)
21h30 Show A.M strings (EUA) participação Laylah Arruda (Feminine Hifi)
23h15 Show ZAV (Moçambique)
0h Bia Ferreira e Doralyce – lançamento do show Preta Leveza (MG/PE)

Lívia Zaruty: “Sou contra pessoas que fazem da negritude, uma profissão”

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A pluralidade está em todo lugar e na nossa comunidade negra não é diferente. O pensar diferente, o famoso sair da bolha, é só feito pelos muito corajosos. Se falarmos de produtores de conteúdo na Internet então, não é para qualquer um expressar sua opinião de forma diferente das abraçadas pelos grandes veículos e marcas e falar o que pensa.

É como se para ser um comunicador negro, você tivesse pautas pré-autorizadas e outras que você não deveria tocar no assunto para não pegar mal com a militância. E não poder falar o que pensa, é ser livre?

Livia Zaruty vem na contra-mão de tudo isso. Por meio do seu canal homônimo no Youtube, ela ganhou alguns inimigos por falar o que quer, sem auto-censura, mas sem dúvida o número de admiradores é bem maior. Prova disso é  que ela ganhou duas vezes as sonhadas  placas de prata que o Youtube dá aos criadores de conteúdo que têm mais de 100 mil inscritos em seu canal. Livia conseguiu essa façanha no seu canal pessoal Livia Zaruty e no canal sobre gastronomia, o Sambacooking.

Foto: Arquivo pessoal

Ex-modelo da famosa agência Elite, Zaruty mora na Itália onde com o apoio do governo do país, conseguiu se especializar na área de webdesign.  ” A minha formação é de Marketing Digital e Webdesign. Eu cheguei a cursar uma Universidade no Brasil, mas eu tranquei. Aqui na Itália eu recebi apoio do Estado Italiano três vezes com o Dote Lavoro. Isso me permitiu me tornar profissional em Adobe, e em toda essa parte de comunicação e linguagem de programação”, explica Lívia. E o canal dela realmente é lindo, mas o que faz ser tão popular é o conteúdo. 

Foto: Divulgação

Há vídeos com críticas severas aos militantes do movimento negro, como Djamila Ribeiro, Youtubers como Raíza Nicássio, mas ela vai além e fala de tudo o que ela quiser. Psicologia, fofoca, política, relações pessoais com a família (inclusive um vídeo sobre o relacionamento delicado dela com a própria mãe) e , assuntos sobre a nossa comunidade negra.

Ela é contra a militância patrocinada, não considera pardos como pessoas que sofrem racismo de forma tão acentuada, critica influenciadores sem economizar adjetivos. Ela é dona do seu espaço e exerce seu direito de falar o que pensa. 

Em alguns dos seus vídeos dá a impressão que você se sente mais à vontade sendo negra na Europa do que no Brasil, país de maioria negra. É isso mesmo?

R: A questão é que no Brasil não somos maioria, isso ai é uma falácia que foi inventada depois de 2010 de que negro no Brasil é uma maioria. Negro no Brasil não é uma maioria, por isso que nós temos problemas, porque nós somos minoria conforme diz o IBGE até no seu último levantamento em 2017.

Esse é um dos videos que eu produzi no meu canal logo no início que eu justamente falei sobre a porcentagem de negros no Brasil. Eu não me lembro a porcentagem, acho que é 12,8,  8,2 a porcentagem de negros no Brasil. Pessoas pretas são minoria, a palavra negro desde 2010 virou uma construção, uma questão política, como você se sentir negro, você não é mas na sua mentalidade política você se diz negro.

É aquilo que combate meu canal até hoje, essas pessoas que fazem ser negro uma profissão mesmo que fisicamente eles não sejam negros então, no meu canal ainda hoje eu deixo muito claro a diferenciação entre a palavra negro, aquela visão militante criada desde 2010 com o estatuto da igualdade racial que foi feito pela militância negra, por isso que não pode dizer que não tem uma instituição. Foi a militância negra que criou o estatuto, e não tem nenhuma validade para o IBGE. Então, nós somos minoria como eu sou minoria aqui na Italia. É fato que foi aqui na Italia que eu vi pela primeira vez um africano, uma pessoa preta verdadeiramente, 100% pura. No Brasil nós somos mestiços.

Seu conteúdo divide opiniões. Se por um lado você exercer sua liberdade em atacar a militância negra, isso também pode ser visto como uma forma de enfraquecer os negros do Brasil, pela exposição das nossas brigas. Qual seu objetivo em expor essas pessoas que você não gosta no seu canal?

R: O meu canal divide opiniões e também muita gente gosta daquilo que eu falo, da graças a Deus, por ter um canal igual ao meu, mas esconde, tem medo, porque hoje você é proibido de se manifestar. Existe uma panelinha onde uma vez que você entrando você é aceito, mas se você não corresponde às regras da cartilha da militância, você está fora. Então provavelmente a maioria das pessoas que segue o meu canal são essas pessoas que não aguentam mais essa mentira, tem medo de falar por sofrer perseguições e eu justamente falo por conhecimento de causa. Eu estive muito próxima do movimento negro, o verdadeiro movimento negro, aquele de raiz, coisas que jovem de 20 anos de 15 anos não sabem porque eles começaram a se reconhecer negros ou os pardos só depois em 2010.

Eu ataco o movimento negro que é uma estrutura política, uma estrutura de mafia onde até no governo do Lula era uma mafia que rendeu quase 10 milhões de reais, só o AfroReggae faturava 2 milhões de reais por ano, e quem ousava abrir a boca você sabe o que acontecia.

E sobre essa coisa de dizer que enfraquece os negros do Brasil, da ver que esse papo não cola, né?  Enfraquecer quem? Enfraquecer negros? Não, enfraquece o movimento que enriqueceu às custas dos pretos brasileiros. Eu passei a expor algumas brigas que aconteceram como pessoas brancas expõem brigas que acontecem entre eles né?  Então treta news, canais de notícias, só que o problema é que o negro é tão invisível que ninguém está nem aí para as questões que acontecem entre nós, as polêmicas. Então eu seria quase como a treta news dos negros. Além disso nós precisamos aprender a arte de conhecer o nosso “inimigo”, é o nosso “inimigo”, entre aspas porque eu não considero nosso inimigo, que são  eles que nos fazem tornar conhecidos, são eles que dão força, então bem ou mal eu falar dessas polêmicas que acontecem entre o mundo negro virão também conteúdo.

Nos meus primeiros videos eu fazia uma crítica muito clara aos pardos  que se dizem negros, então se você for olhar meu canal eu não ataquei pessoas pretas eu ataquei os falsos militantes negros os “Negros de Taubaté” ou “Negros made in China”, se você for olhar o meu canal e pesquisar por esses nomes você vai ver os meus videos onde eu falo sobre esses militantes negros pardos, então eu nem acho que eles devam ser considerados representantes dos negros porque pra mim, por mais que pareça radical, pessoas negras são aquelas de cor retinto na pele.

Então eu não contribuo para o grupinho tentando ganhar dinheiro às nossas custas, mas eu sou uma das influenciadoras negras  mais fortes do Brasil.

Suas críticas já te renderam algum problema judicial?

R: Não, as minhas críticas não me renderam nenhum processo judicial. Pessoas militantes processar uma mulher negra por ela expor a sua opinião vai completamente contra o ideal daquilo que é ser negro. Como é que faz? Um militante negro que é pró do feminismo negro processar uma mulher negra porque ela deu uma opinião? Esse é o primeiro ponto. Quando eu tava no Brasil, teve um jornalista que tentou me processar mas não conseguiu, chegou até a ir na Ordem dos Advogados ele foi. Para você ter ideia quando chegou la mostrou o meu blog a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ficaram do meu lado, curtiram o meu conteúdo porque eu não era aquela que fazia toda àquela narrativa dos negros extremistas, onde ser mestiço é genocídio, onde você não pode casar com branco. Então eu nunca passei por um processo judicial acho que dificilmente eu vou passar e se passar para mim vai dar mais mídia, porque eu vou expor esse processo, não tenho dinheiro para dar. Eu acho muito engraçado essa moda no Brasil de todo mundo processar por qualquer coisa, um exemplo. A MC Carol expôs toda minha vida no Facebook dela e ficou zombando de mim porque eu era casada com branco e eu não vi necessidade de censurar, de processar MC Caro. A minha crítica à Mc Carol foi que ela usou a morte da Marielle Franco pra vender CD, pra ganhar dinheiro.

Eu acho difícil essa militância que morre de medo de ser descoberta querer me processar, além disso eu não moro no Brasil eu moro na Itália então tudo se torna mais difícil.

O nome do canal antes era Etnia Brasileira, o que te levou a mudar? Qual seria a Etnia brasileira?

R: Primeiro porque muita gente dizia que eu falava muito mais de negros , olha só que absurdo, para eles falarem Etnia Brasileira não é sobre negros, esse é o primeiro absurdo, nós somos estrangeiros no Brasil. Segundo é que eu comecei a trazer um conteúdo mais pessoal voltado ao narcisismo, sobre a minha experiência, sobre eu ser uma sobrevivente de um relacionamento abusivo, de um relacionamento tóxico. Então, não bateria falar de narcisismo, de questões do feminismo na questão minha pessoal num canal chamado Etnia Brasileira então eu fiz o meu nome, um canal voltado para mim.

https://www.instagram.com/p/Bz84yDvCMz8/

Lembrando que eu tenho um outro canal que eu também mudei o nome. Antes era ‘SambaCooking’ e agora é ‘Zaruty Network’ que é um canal de gastronomia onde eu vou estar retornando agora nesse mês a produzir conteúdo.

A Etnia Brasileira somos todos nós tanto que o lema da minha antiga chamada era “somos únicos, somos todos Etnia Brasil. Etnia Brasileira não é só pessoas brancas não é só pessoas pretas, Etnia Brasileira são as pessoas misturadas, que tem uma origem múltipla é por isso que se chama Etnia Brasileira. Etnia Brasileira era também o tema do meu documentário.

Seus vídeos estão mais variados e você fala bastante de si mesma. Questões familiares, com sua mÃe inclusive foi tema de vídeo. Você vai diminuir a temática racial na produção do seu conteúdo?

R: Sim, vou reduzir, porque eu estou enjoada de falar disso, eu estou de saco cheio de ficar falando só “Ah, não gosto que negro fale isso”. Eu me considero uma pessoa como todo mundo e eu acho que pessoas negras são capazes de falar de outros assuntos como política, como relacionamento, maquiagem, mas eu acho que na Internet nossa presença está sendo muito focada em cabelo, cabelo cacheado, tradição capilar que no fim é de um publico mestiço e pardo. Então, eu sou o primeiro canal onde tem uma mulher negra, uma apresentadora negra, onde fala da atualidade, muito sobre o universo da população negra assim como o seu portal (Mundo Negro), só que o meu é versão video e bem polêmico, bem estilo “Treta Afro”.  Eu posso dar a informação, mas no momento polarizado que está o Brasil, eu não vi uma grande contribuição, então eu decidi mudar a temática do meu canal e falar algo que possa ajudar a todos.

Qual tipo de conteúdo que te inspira e que você gosta?

R: O tipo de conteúdo que mais me inspira que eu mais gosto é o de psicologia, é tanto que eu até reduzi a quantidade dos meus videos porque eu estou lendo muito, eu leio diariamente, até quando eu estou indo pro trabalho eu tenho vários livros sobre a temática de análise transacional, narcisismo, três estados do eu, são temas que foram pouco abordados no Brasil e por eu estar na Europa tem muito mais material de estudo para eu poder trazer para o canal. Então aquilo que me apaixona muito mais é falar disso porque eu vejo a felicidade das pessoas, eu vejo a gratidão. É tudo diferente dos comentários, não tem ódio, as pessoas não tem essa coisa de direita e esquerda, não tem essa coisa de negro e branco quando eu falo de temas onde o foco é inteligência emocional, é você ter uma saúde emocional. A gente sempre fala muito de saúde física e a questão espiritual, mas a emocional a gente não trabalha, o crescimento emocional, e é o meu modo também de eu me cuidar, eu sou uma sobrevivente, eu estudo para me ajudar e aquilo que eu estudo eu transmito para as pessoas.

Livia e Ruth de Souza (Arquivo pessoal)

Então é uma coisa que eu consigo compartilhar, eu consigo ganhar com isso e também me ajudar, e através da minha experiência pessoal ajudar outras pessoas. Lembrando que eu ainda não sou coach, eu poderia fazer aqui na Itália, ao menos até esse ano você se tornar um coach de psicologia, aqui é tudo muito diferente do Brasil, aí tudo você precisa de diploma, nível superior e aqui eu tenho formação em pilates, eu trabalho com pilates.

E eu amo gastronomia, então é um outro projeto. Eu quero me tornar Chef e me dedicar ao meu canal. Vou tornar chef por necessidade, como proteção porque eu acabei sofrendo um roubo muito grande, seja de material seja de clientes ou conteúdo, de um antigo relacionamento, então isso me fez aprender a me proteger, então eu tive arquivos do meu computador roubados, cabos, material de produção roubados por essa pessoa e até minha marca que era SambaCooking foi roubada. O meu projeto de gastronomia me rendeu meu próprio programa no Discovery Mulher (atual Discovery Home and Health) que era “Um dois, feijão com arroz”.

E é fato que foi uma experiência muita traumática esse programa porque infelizmente a verdadeira Lívia não foi conhecida e foi a partir daí que eu dei uma pausa no meu canal de gastronomia e decidi retornar pro meu outro canal, que até então não existia, que é o Livia Zaruty que se chamava Etnia Brasileira.

 O que falta na sua opinião para comunidade negra avançar?

R: O que falta pra comunidade negra avançar é “ajude o seu inimigo a crescer”. Seja aliado de um outro negro, mas não aliado pra passar pano, não pra fechar. Eu já ajudei muitas pessoas que em prática são ou poderiam ser meus inimigos, eu ajudei nos bastidores, porque sem eles eu de certa forma perco minha força, então eu acho que está faltando isso. Eu acho que está faltando também capacitação, muitos negros choram mas não buscam estudar mais as ferramentas se pode gravar com o celular, então você acaba fugindo, sendo excluído, comprado então eu acho que o movimento negro não vai crescer enquanto aceitarmos sermos comprados pelos outros.

O negro quando consegue ter um destaque, ele vira refém do dinheiro, refém do ganho que eles tem então por conta desse dinheiro, seja por bem ou por mal ou pra direita pra esquerda eles se isolam e não fazem nada, e aqueles que fazem pela comunidade eles fazem refém. Eles poderiam criar um curso de formação para edição de video, para produção de conteúdo, para comprar camêras, porque nos Estados Unidos eles conseguem criar sua própria emissora, porque nos Estados Unidos temos diretores negros e aqui não tem. Então seria quase, não o ideal, mas o teatro experimental do negro poderia ter toda uma chance, foi o teatro experimental do negro que fez o Brasil conhecer Ruth de Souza, mas não resistiu por conta de toda essa corrupção e também toda essa rivalidade que existe entre nós. Eu acho que a comunidade negra vai crescer no exato momento em que aceitarmos as vozes diferentes dos negros, até Fernando Holiday, que eu não suporto ele, faz parte da comunidade negra, porém a militância considera negro só quem dita a cartilha, então por mais que você odeie Fernando Holiday ele é um negro, ele tem uma mentalidade e uma visão de mundo diferente da nossa e ele é negro e gay, e não é considerado porque para muitos ele esta jogando contra a militância porque ele é contra cotas, como se nós fossemos obrigados a seguir algum tipo de pauta, então viramos refém dessa militância. E não existe diálogo então, Glória Maria foi excluída, todos os negros que conseguem ter um destaque, eles são ignorados. Então eu acho que o movimento negro não vai crescer enquanto ele for dominado por pessoas com sede de poder, com sede de dinheiro, e a gente for refém de cartilha da militância.

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