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“Dona Ivone Lara”, escrita e dirigida por Elísio Lopes Jr., estreia dia 29 no Teatro Sérgio Cardoso

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O musical “Dona Ivone Lara” estreia a temporada paulista no dia 29, no Teatro Sérgio Cardoso, após grande sucesso no Rio de Janeiro. Escrito e dirigido por Elísio Lopes Jr, tendo boa parte do processo auxiliado pela própria Dona Ivone, o espetáculo traz a atriz angolana, Heloísa Jorge, que interpreta “Gilda“, em “A Dona do Pedaço“, novela exibida às 21h na Rede Globo, ao lado de Dandara Mariana e Fernanda Jacob, em fases diferentes da sambista.

A cantora é mostrada em sua fase menina (Dandara Mariana), adulta (Heloísa Jorge) e madura (Fernanda Jacob). Elísio também dirige outros projetos na TV e cinema. Assina todos os programas estrelados por Lázaro Ramos e também é roteirista de “Medida Provisória”, filme de estreia de Lázaro como diretor. Além disso, ele também dirige “Tia Má Com a Língua Solta”, primeiro stand up estrelado por uma mulher negra e um sucesso nacional.

Já Heloísa, recentemente apresentou o “Prêmio Sim à Igualdade Racial“, cantando e dançando, além de apresentar a festa da representatividade. A atriz, que reside no Brasil desde os 10 anos, também está no badalado projeto infantil “Viagens da Caixa Mágica”, com Lázaro Ramos e Jarbas Bittencourt.

O espetáculo “Dona Ivone Lara” retrata a vida e a obra da cantora e compositora brasileira Yvonne Lara da Costa, mais conhecida como Dona Ivone Lara, e carinhosamente chamada de A Rainha do Samba. Tem samba no pé, poesia na garganta e a história de uma heroína brasileira. Uma mulher que foi no “miudinho” e encontrou o seu espaço na música popular brasileira.

Espetáculo “Oboró – Masculinidades Negras” estreia Teatro Sesi

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O espetáculo “Oboró – Masculinidades Negras”, retrata a realidade do homem negro, que vive à margem de uma sociedade onde está longe de ser prioridade e busca ganhar a vida na sombra cruel em que habita, mesmo diante das dificuldades, desafios e lutas. A estreia será hoje e a temporada vai até dia 1° de setembro, de quinta a sábado, às 19h e domingo, às 18h, no Teatro Sesi, na Avenida Graça Aranha, n° 1, Centro (RJ).

Em Yorubá, o termo “Oboró” é utilizado para designar Orixás do sexo masculino. A peça tem direção de Rodrigo França e elenco formado pelos atores Cridemar Aquino, Danrley Ferreira, Draysson Menezzes, Ernesto Xavier, Jonathan Fontella, Luciano Vidigal, Marcelo Dias, Orlando Caldeira, Reinaldo Júnior e Sidney Santiago Kuanza. Escrita por Adalberto Neto, apresenta os conflitos de vida dos homens que eles interpretam. Cada personagem apresenta características de um, entre os Orixás: Exu, Ogum, Oxóssi, Omolu, Xangô, Oxumaré, Osanyin, Logun Edé e Oxalá.

A hipersexualização do corpo negro, a busca pela perfeição em troca de um lugar ao sol e os riscos de habitar uma pele preta, são alguns dos temas abordados. São nove situações que traçam um paralelo da realidade desses homens da sociedade, permeadas por muita música e dança.

Os ingressos custam R$ 40 a inteira e R$ 20 a meia, faixa etária 14 anos. Para comprar, acesse: http://www.ingressorapido.com.

Sucesso de público, musical “Defeito’s de Família” fará temporada no Teatro Gregório de Mattos

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O espetáculo “Defeito’s de Família”, após sucesso de público na última temporada, volta à cena de 29 de agosto até 1º de setembro, sendo quinta e sexta às 19 horas, e sábado e domingo às 18 horas, no Teatro Gregório de Mattos, localizado na Praça Castro Alves, em Salvador. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). No feriado da Independência do Brasil, o grupo pega a estrada. Nos dias 7 e 8 de setembro, a equipe fará a peça no Cine Theatro Cachoeirano, em Cachoeira, Bahia.

A direção é de Maurício Pedreira, e apresenta uma atualização do clássico de 1870, do autor França Júnior, ao deslocar a história da família Novais para Salvador em pleno século XXI, e propõe a reflexão sobre questões da previdência social, desmatamento para construção do BRT, “jeitinho brasileiro”, entre outros temas. Com banda ao vivo em cena e gargalhadas garantidas, o espetáculo se desenvolve através de um segredo que envolve um “defeito” de Josefina (Jéssica Marques). Tal problema direciona as ações e comportamentos do enredo.

Na história, Matias (Alan Luís) é um capitão de cavalaria que espera a visita de Arthur de Miranda (Vinicius Caires), um jovem baiano de Feira de Santana, filho de um rico fazendeiro, com quem pretende unir sua filha Josefina por meio dos laços da Santa Madre Igreja. Porém, a jovem esconde as visitas de André Barata (Júnior Moreira Bordalo) e este segredo que compartilha apenas com sua mãe, Dona Gertudres (Lailane Dórea). O atrapalhado criado estrangeiro, Ronald (Kaio Douglas), xodó de Senhor Matias, descobre as visitas secretas e, julgando erradamente, resolve dar fim a esta “pouca vergonha” tramando um plano para desmascarar as mulheres da casa. Finalmente, depois de inúmeros e divertidos eventos será descoberto qual é o defeito que tanto constrange o núcleo familiar.

Segundo o diretor, a motivação de revisitar o texto surgiu da vontade de entender quais eram os seus defeitos e quais “defeitos” que foram impostos pela sociedade em sua família. “A inquietação seguiu ao estudar a obra de França Júnior e perceber a luta do autor ao denunciar em seus trabalhos os benefícios que os estrangeiros, primeiro-mundistas, tinham no Brasil colonial em contraste aos próprios brasileiros que aqui viviam e também as lambanças que a família real portuguesa aprontava nestas terras tropicais. Logo percebi um link direto de 1870 com os tempos atuais. Os anos passaram e a nossa evolução ainda é pequena referente aos costumes que tínhamos. Essa obra vem para friccionar estes conceitos e quem sabe buscarmos a evolução social a partir do teatro com o rompimento dos rígidos alicerces que foram construídos pelo colonialismo conservador”, desejou.

Bruno Cândido relata racismo durante abordagem policial e explica o que deve ser feito nesses casos

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Foto: Arquivo Pessoal

É comum vermos denúncias nas redes sociais sobre a maneira agressiva que a Polícia Militar (PM) aborda pessoas negras durante as blitz nas estradas. Infelizmente, não foi diferente com o advogado Bruno Cândido, que foi abordado na madrugada do dia 6 de agosto, na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, enquanto voltava para casa. Cinco policiais brancos foram responsáveis pela abordagem.

Nenhum documento do advogado e nem do veículo foi solicitado. Após todo o constrangimento com a ação dos policiais, que o fizeram colocar as mãos no capô do carro para revistá-lo de forma grosseira, Bruno foi fotografado pelo celular pessoal de um deles, na foto também apareceu a placa. Todo o carro foi revistado e, obviamente, nada ilegal foi encontrado. Em seguida, ele foi liberado.

Em seu twitter, Bruno relatou a situação em detalhes e pessoas de todo o país mostraram indignação, mas também, causas similares a dele. O relato teve uma proporção imensa na rede social e nos mostra como o racismo atinge pessoas negras em qualquer lugar, independente da condição social.

Na madrugada de hoje a PM me fotografou com as mãos sob o capô do meu carro, sendo revistado por um policial, o que eles chamam de fichamento. Conheço o sistema, em meses posso ser indicado por ser negro, sendo reconhecido em um álbum de fotografia no modos “todo preto é igual”.

Conversamos com ele sobre o ocorrido e como reagir em situações como esta. Confira!

O que fazer durante abordagens policiais desse tipo e o que não fazer? Você acredita que o racismo tem grande impacto sob essas ações policiais?

Abordagem Policial que seleciona e trata pessoas com perspectiva desumanizadora, dentro de uma atmosfera ambiental que favorece a gravidade da violência de emocional e mental para física, isto é, na periferia durante a madrugada, não deve, se possível, ser imediatamente combatida. Isto porque, a manifestação do agredido pode aumentar a violência para um espancamento e até homicídio, o que foi naturalizado e na atual conjuntura política legitimado.

De fato, a abordagem policial que coloca qualquer indivíduo que possui identificação e não apresenta qualquer comportamento ilícito é, não só ilegal, como inconstitucional. Ilegal porque o policial só pode fazer o que a lei autoriza, e é totalmente proibido fazer o que não tem previsão legal. Inconstitucional porque a condução do indivíduo que não esteja cometendo crime só é possível se ele não tiver um documento que o identifique, o que se chama de “Prisão para Averiguação”, um resquício do período escravocrata e ditatorial. Portanto, atribuir condições de suspeição sem justo motivo e ainda fotografar como se suspeito fosse viola frontalmente a dignidade humana do indivíduo que em verdade é vítima, o que é taxativamente proibido.

Vale dizer que esse comportamento na atividade policial, que tecnicamente é um “fichamento” e antecede o inquérito, tem sido prática ilegal policial que também aderiu ao uso da tecnologia dos celulares. Fichamento policial pois é fotografado em regra o rosto, uma identificação para localização, e criado um cenário suspeito. No meu caso, a identificação foi a placa do meu carro, o cenário suspeito legitimador seria o registro do imediato momento em que havia um policial atrás de mim fazendo revista pessoal, o que remete o leitor da imagem aos clássicos filmes americanos de dura policial. Em um dos casos que atuei, caso da dançarina negra, Baby, ela foi fotografada algemada e as imagens foram cedidas a um programa de rede nacional policial e sensacionalista, absolvemos de um dos dois processos que respondeu, isto é, ainda segue presa por conta dentre outras coisa, do cenário suspeito em que foi inserida, mesmo que tenhamos comprovado que ela estava em outro lugar na hora do crime em que foi acusada.

Por essas razões, viola a alma dar essa orientação… mas, a autoproteção vem antes, de qualquer coisa. Quem é recrutado nessa circunstância, para não piorar a situação, deve se valer do “mal menor” e seguir o “protocolo negro de sobrevivência”. Na minha situação, por mais que eu soubesse da ilegalidade, por mais que eu conheça o sistema e conheça o circuito que faz uma foto em um aparelho de policial, o silêncio me valeu como a melhor estratégia de sobrevivência. Doeu e ainda dói, mas estou vivo para combater essa prática contra meus irmãos no futuro.

No caso da pessoa que se sente agredida, o que pode ser feito? Qual procedimento ela deve seguir para realizar uma denúncia?

A pessoa deve procurar imediatamente advogados especialistas ou representações de direitos humanos, com recorte do grupo que faz parte. Pois, assegurada sua proteção, deve requerer que a corregedoria da policial militar, comando geral da policia militar sejam provocados a uma resposta aquela prática ilegal, e ainda motivando Processo Administrativo Disciplinar e criminal contra o(s) agressor(es).

Com a resposta, ou sem ela, o agredido pode intentar no plano pessoal, ação de reparação civil e contra o policial agressor e contra o Estado. É importante que tenha consigo o local, hora e se possível a identificação dos policiais e seu batalhão. No caso de não ter, o Comando Militar deve informar, no caso de blitz legal, quem eram os policiais de serviço naquele período e horário. No caso de ilegal, a apuração torna-se mais frágil.

Como você enxerga o que ocorreu contigo?

Entendo como uma violência discriminatória. Clássico racismo institucional. A não exigência de identificação foi uma clara manifestação de que os policiais já tinham certeza de uma identidade atribuída a mim, através do imaginário de criminoso ideal ou inimigo público número um que tem dentro de outros elementos que se intersecciona cor como égide determinante. Ainda que eu tivesse pelo menos cinco documentos institucionais que pudessem me abonar de qualquer intervenção de atividade suspeita.

Inicialmente, por qual motivo decidiu não registrar a denúncia?

Na verdade, antes o receio era de retaliação, visto que, um mês antes também fui parado, também não foi pedido identificação e ao término da revista do veículo, ao ser liberado o policial disse: “vai lá Doutor”, mesmo não havendo nada que me identifique como advogado em qualquer lugar do meu carro. Pela possibilidade de estar na mira de policiais e com o aumento das blitz na vias expressas, sempre e apenas sentido periferia, onde moro, tive receio a minha integridade física. Em especial, pelo sentimento de pena de morte instaurado pelo Governador Witzel que, inclusive, além dos discursos de genocídio, concedeu veículos de última geração e armamento novo aos policiais de um Estado que não muito tempo, estava falido…

Com o apoio da Frente de Juristas Negros e Negras do Rio de Janeiro, Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ e ainda o interesse da ONU nas violações de advogados negros e negras no Brasil, converti medo e sentimento de vulnerabilidade em energia e decidi representar formalmente a denúncia a corregedoria, bem como ser representado juridicamente pelo Núcleo de Combate ao Racismo da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. Ainda acredito que vestes institucionais não protegem corpos pretos mas, realmente tenho medo da atual transição de violência racial no Rio de autorização velada nos governos de esquerda a legitimação e fomento no atual (des)governo.

Um príncipe em NY 2: As princesas originais retornam na sequência do longa

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A atriz Shari Headley fará parte do longa “Um príncipe em Nova York 2”. Ela está na versão original de 1988 e de acordo com o site Deadline, ela retorna como Lisa McDowell, esposa do príncipe Akeem, papel de Eddie Murphy 

A atriz Shari Headley

Vanessa Bell Calloway, a belíssima noiva escolhida pelos pais de Akeem no primeiro filme também volta para interpretar  Imani Izzy mais uma vez.  

A atriz Vanessa Bell Calloway

“Um príncipe em Nova York 2” adicionou um grande número de atores conhecidos que foram divulgados pela imprensa nos últimos dias, entre eles Wesley Snipes, Leslie Jones, Rick Ross além de outros atores da versão original como Arsenio Hall, James Earl Jones e John Amos.  

A sequência segue com a história do Príncipe Akeem , agora Rei de Zamunda que  descobre que ele tem um filho na América ,que ele nunca tinha ouvido falar.  Junto com seu melhor amigo, Semmi, ele retorna para os EUA para conhecê-lo e torná-lo príncipe, desejo de seu pai.  

O criador do seriado Black-ish,  Kenya Barris é o roteirista do filme que será dirigido por Craig Brewer. A vencedora do Oscar de melhor figurino pelo filme Pantera Negra, Ruth E. Carter será a responsável pelos modelitos dos atores do longa.  

 O filme tem estreia prevista para Agosto do ano que vem.  

Lázaro Ramos sobre a volta de O Topo da Montanha: “Enquanto for necessário falar de amor, estaremos no palco “

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Com algumas pausas, a peça O Topo da Montanha, que tem no elenco Taís Araújo e Lázaro Ramos já completou 4 anos. Nessa quarta-feira, o casal esteve no programa da Fátima Bernardes, na Rede Globo e falou um pouco sobre esse projeto baseado no texto de Katori Hill, que volta em cartaz no Rio de Janeiro nesse final de semana.

Para eles o espetáculo é muito mais que é uma peça de teatro. “Continua sendo surpreendente, era apenas para ser dois meses e a peça acabou tendo um valor além do teatro, tem um momento de acolhimento entre as pessoas. A comunicação violenta está muito forte e lá as pessoas riem, se abraçam, trocam afeto. Enquanto for necessário falar de amor, estaremos no palco”, explicou Lázaro.

Tais Araújo acrescenta: “Martin Luther King era um homem especial, mas era um homem possível. Qualquer um de nós pode ser um Luther King, pode ser um agente de mudança. A peça faz 4 anos e as pessoas não param de ir”. O casal contou que além de famílias, há casais que vão a peça para comemorar até aniversário de casamento. “Teve um casal que foi assistir para celebrar os 50 anos de casado” revelou o ator que fala de como a história do líder americano, toca a plateia: “O posto de herói não fica distante porque a peça mostra um Martin Luther King com falhas. Dá para gente fazer a diferença, sendo quem nós somos”.

Sobre o Topo da Montanha

O Topo da Montanha faz alusão ao último grande discurso de Martin Luther King (I’ve Been to the Mountaintop). Martin Luther King é interpretado por Lázaro Ramos, e Camae, encenada por Taís Araújo, é a misteriosa e bela camareira em seu primeiro dia de trabalho no estabelecimento onde o líder americano se hospeda na última noite de sua vida. Repleta de segredos, ela confronta o líder em clima de suspense e simultaneamente debochado.

O texto e de Katori Hall com tradução de Silvio Albuquerque. Lázaro Ramos além de atuar, dirige o espetáculo.

Serviço
O topo da Montanha
Somente de 16 a 25/8
Oi Casa Grande/Rio.
Sextas – 21h, Sábados – 20h e Domingos – 18h
Ingressos: https://checkout.tudus.com.br/oi-casa-grande-o-topo-da-montanha/selecione-seus-ingressos

Dona Diva é capa da revista Gol: “Busquei vingança por todo o preconceito que os negros sofrem”

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Nunca é tarde para reverenciar nossos idosos.  Alguém como a Dona Diva Guimarães, 80 anos, professora aposentada que ficou conhecida durante uma participação na mesa de Lázaro Ramos durante Flip de 2017, é uma cidadã brasileira de alto calibre. Inteligente e altiva ela tem um orgulho em relação a sua negritude o que é muito raro para quem nasceu em uma geração onde a escravidão, apesar de abolida era muito presente.  

A queridinha do Lazinho e de todos nós é a capa da revista Gol do mês agosto. Na entrevista ao jornalista Décio Galina, ela fala de sua infância sofrida, onde foi vítima de racismo e abuso nas mãos das freiras de um colégio interno em São Paulo.  

Dona Diva diz que a saúde está em dia e que quer viver muito apesar de não ver com muito agrado a maneira com que os jovens de hoje trataram os idosos. “O pior preconceito com uma pessoa velha é achar que ela é idiota. Escuto: ‘Esses velhos só incomodam, por que não ficam em casa?’” 

A professora aposentada tem fala mansa, quer dedicar seu tempo para lutar pela educação e igualdade e a literatura, seu maior prazer, virou uma grande aliada.   “Sempre fui rebelde e busquei vingança por todo o preconceito que os negros, os índios e os pobres sofriam, e sofrem, neste país. Queria sair arrebentando tudo, mas o correr dos anos ensina que o grande desafio da terceira idade é justamente não perder a cabeça; não perder a fé em si mesmo. Temos que aproveitar a vida com o que mais gostamos. No meu caso, é a leitura. Sou fã de Jorge Amado, Darcy Ribeiro e José Mauro Vasconcelos. Ler é como se eu estivesse fazendo um exercício físico. Às vezes, atravesso a madrugada abraçada a um livro; nunca durmo antes da meia-noite.” 

O conteúdo da revista com a entrevista com a dona Diva, está disponível em PDF clique aqui para ler https://www.voegol.com.br/pt/servicos-site/Magazine/GOL_209_Completa.pdf 

Artistas baianos abrem a Mostra Itinerante Mahomed Bamba 2019 em grande estilo

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A cerimônia de abertura da Mostra Itinerante Mahomed Bamba (MIMB) deste ano será realizada na próxima quarta-feira (14), no SESC Pelourinho, em Salvador. Além das exibições de filmes nacionais e internacionais, o evento conta com shows de artistas baianos da nova geração, como a banda Afrocidade, a cantora Nêssa, o rapper Yan Cloud, e participações mais que especial de Margareth Menezes!

A banda Afrocidade, que é uma das novidades musicais mais potentes produzidas na Bahia, tem uma mistura dançante, do afrobeat, pagode, ragga, dubjamaicano, reggae e outras expressões da música negra com letras politizadas, que contam a história do povo negro. O grupo traz seu groove percussivo incapaz de deixar qualquer um parado!

Já a cantora Nêssa e o rapper Yan Cloud aquecem a noite e os corpos antes da banda Afrocidade. Nêssa emplacou clipes com mais de 60 mil visualizações no YouTube. Em 2019, em parceria com Yan e Nininha Problemática, lançou a música “Que Calor” que atingiu a marca de 38 mil visualizações e hoje virou um dos hits do circuito popular e alternativo de Salvador. Os ingressos estarão disponíveis no Sympla com valores populares de 10,00 (meia) e 20,00 (inteira). Clique aqui para comprar.

A Mostra

A Mostra tem o objetivo de ampliar as janelas de reprodução dos conteúdos nacionais e internacionais produzidos por realizadores negros. Em sua segunda edição, a MIMB traz apresentações culturais, oficinas, palestras, exposição e circulação de novos conteúdos dos cinemas negros nacionais e internacionais. Serão exibidos longas e curtas-metragens de ficção, documentários, animações e obras experimentais, a fim de dialogar com adultos e crianças de bairros populares e periféricos da cidade de Salvador.

Qual a ligação entre “O Rei Leão”e a filosofia africana? O escritor Alê Santos explica

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O remake do filme O Rei Leão está no topo das bilheterias brasileiras pela quarta semana seguida. O filme já arrecadou US$ 1,334 bilhão em todo o mundo. Desde a estreia no Brasil, ele já rendeu R$ 228 milhões reais. Mais de 780 mil ingressos vendidos entre a última quinta-feira (8) e o domingo (11). Dirigido por Jon Favreau, estreou dia 18 de junho e já é a animação com a maior bilheteria da história.

O escritor Alê Santos fez uma thread no Twitter falando sobre a “camada de filosofia africana” e o significado do Ciclo sem Fim introduzida no filme. Ele fez uma analise da narrativa do filme a partir disso, onde fala da jornada de Simba para se conectar a sua ancestralidade. Confira o texto abaixo:

A filosofia africana e o ‘ciclo sem fim’ em “O Rei Leão”, por Alê Santos.

A base de muitas sociedades africanas é a busca por um equilíbrio, que vai muito além dos seres vivos: é uma harmonia entre o mundo dos ancestrais, o mundo físico e dos espíritos. Todas as coisas estão conectadas ao princípio da existência, chamado de Ntu para os Bantus. A grande Savana, próspera e tocada pelo sol representa a conciliação de todas as forças existentes. É a expressão das forças em que se expressam Ntu (O homem, o tempo, as coisas, os sentimentos). Essa concepção também considera os recursos naturais e a vida e morte das espécies.

O primeiro contraste que encontramos dessa realidade é o Scar, em uma caverna afastada, solitário, isolado da comunidade. Alguém que se desconectou do equilíbrio e do Ciclo sem Fim. Scar não é tratado como um “vilão” por Mufasa, porque não há essa dicotomia entre bem e o mal. Todas as forças que atuam como sentimentos e expressões humanas estão em uma só categoria da filosofia africana, a Kuntu. Não existe a divisão entre do bem e do mal, somos todos passíveis dessas formas de atuação, isso explica Mufasa não banir seu irmão e aceitar sua proximidade. Existe uma tradição linda que mostra esse pensamento africano, expressa nas palavras Sawabona/Shikoba.

O papel de um rei africano não é relacionado apenas ao seu povo, mas ao equilíbrio de toda a comunidade com as forças da natureza e dos ancestrais. Isso é expresso no diálogo famoso do Mufasa com Simba na pedra do rei e me lembra um Adinkra (que inclusive eu tenho tatuado). Nea ope se obedi hene daakye não, firi ase sue som ansa / Aquele que quer ser rei precisa primeiro aprender o que é servir. – esse Adinkra simboliza a liderança com sabedoria e dignidade, não é sobre subserviência, mas sobre servir ao equilíbrio que mantém o povo em unicidade.

As Terras Sombrias são um prenúncio de desequilíbrio mortal, quando a ganância e o benefício direcionado à um único grupo coloca em risco toda a sobrevivência da Savana. Reis que não respeitam seus ancestrais e o ciclo da vida podem colocar a sociedade em perigo. Assim como Scar as Hienas representam essa força predatória e desgovernada, elas não respeitam a liderança de Mufasa e por isso transformaram suas terras em um grande cemitério.

Longe da Savana encontramos outro lado da desarmonia. Enquanto Scar e as Hienas representam o desequilíbrio baseado na ganância, Timão e Pumba simbolizam a desconexão com o ser e com os ancestrais. Simba tenta esquecer seu passado e acaba esquecendo quem é. Por motivos diferentes, Simba, Timão e Pumba, são emblemas de quem se desconecta do seu povo, seus costumes. Para alcançar uma tranquilidade eles até criam uma filosofia própria e o Leão passa a viver como se não fosse um, mesmo que os outros animais o enxerguem como tal.

Rafiki, o oráculo/sacerdote que me lembra Ocô, um orixá da agricultura que tem forte ligações com as árvores e um cajado de madeira como símbolo. Ele é a ligação com a realidade dos ancestrais no filme e confronta o jovem leão perguntando “Quem é você”? Reconhecer a si mesmo, na visão africana, significa reconhecer sua história e dos que vieram antes de você, sua conexão com todos os que já passaram por este mundo. Simba só restaura sua essência quando olha o rosto de seu pai no espelho d’água.

Ao aceitar sua ancestralidade, o jovem está pronto para enfrentar Scar e assumir o seu papel como Rei Leão. Existem ainda muitos outros aspectos como a matrilinearidade e a importância das leoas como rainhas-mães, conselheiras e guerreiras defensoras do reino. Entender as cosmovisões presentes na África enriquecem nosso conhecimento sobre suas narrativas.

Com 17 anos, ela se tornou a primeira comissária de bordo com necessidades especiais

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Com apenas 17 anos,  Shantell “Shannie” Pooser nasceu com um defeito no coração e outros na parte respiratória e passava horas no avião fazendo bate-e-voltas entre a Denmark (Carolina do Sul )onde mora, até Cincinnati (Ohio), cidade do Hospital onde ela se trata. 

Tanto vai e vem que se tornaria entediante para muitos, no caso dela, fez surgir um amor por voar de tal forma, que ser comissária de bordo se tornou um dos seus sonhos. 

Em entrevista ao jornal americano WIS 10 News, Deanna Pooser mãe de Shannie,  disse que ao todo foram 57 viagens para que a filha pudesse se tratar e daí surgiu esse sonho. “Ela um dia viu a comissária de bordo e disse, ‘Mãe, que quero ser comissária também'”.  

Depois de uma recuperação fora do normal após uma grande cirurgia, onde na UTI ela cantou o tema de Frozen Let it go”, surpreendendo a equipe médica, Shannie entrou para o noticiário americano por conta da sua vontade de viver.  

Quando ela fez 17 anos, em Outubro de 2018, a American Airlines ajudou a realizar um dos maiores sonhos da adolescente e nomeou Shannie que tem Síndrome de Down como a primeira comissária de bordo com necessidades especiais. Além de comemorar o aniversário dentro do avião, a jovem ganhou o uniforme da empresa para usar toda vez que for viajar.   

Apesar da jovem não poder voar por longas horas por causa dos seus problemas de saúde, Shannie trabalhou com uniforme quatro vezes desde seu aniversário e sua mãe espera que quando sua filha fizer 18 anos, seja contratada oficialmente como funcionária da American Airlines.  

Inclusão na prática é isso aí! 

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