A atriz Taís Araujo usou as redes sociais nessa sexta-feira (05) para afirmar que, mesmo quando a injustiça social parece ultrapassar as barreiras, não se pode parar de lutar pelas causas sociais em que se acredita.
Sempre engajada socialmente, Taís já havia falado nessa semana que ‘Se dizer antirracista é muito importante. Mas ser antirracista é verbo, é ação e pra isso é preciso trabalho.’ Ela também exaltou pessoas que lutam contra as desigualdades raciais e afirmou que para defender um povo exige-se coragem.
Dessa vez, a atriz usou o twitter para afirmar que não deixaria de lutar e defender a justiça. “Quando as tragédias nos calam, nos tiram o ar, quando o grito sai sem som, quando a dor faz o coração parar, quando a raiva gela a alma, quando a injustiça parece imperar, quando dá vontade de desistir, é aí que me levanto e não desisto, respiro e sigo. Justiça!”
Uma das cantoras mais amadas do Brasil, Alcione foi mais uma das vítimas dos ataques de Sérgio Camargo, Presidente da Fundação Palmares.
“Suas escolhas te definem. Por isso escolho Ella Fitzgerald e Jessye Norman. Artistas extraordinárias, mulheres honradas, que jamais pediriam agressão contra um negro por discordar de suas opiniões. Já aquela da direita é puro pesadelo auditivo e tem a mente escravizada!”, disse Camargo.
O ataque seria uma resposta a uma matéria do jornal O Dia que destacou uma fala da Marrom durante uma live da cantora Theresa Cristina. Alcione teria dito que teria vontade de “encher de porrada” o presidente da Fundação Palmares.
Sérgio interpretou a provocação em sentido literal.
“Bom dia, menos para quem afirma que um negro que tem opiniões próprias deve levar porrada e usa a classe artística para se fazer de vítima.”
Bom dia, menos para quem afirma que um negro que tem opiniões próprias deve levar porrada e usa a classe artística para se fazer de vítima.
Centro Afro Carioca de Cinema Zózimo Bulbul e a Odun Produções com apoio do CTAV apresentam o Cinema e Pensamento: Narrativas Negras – Qualificação Audiovisual Centro Afro Carioca de Cinema Zózimo Bulbul. Dentro do novo contexto vivido de isolamento social o curso será on-line, pela plataforma Zoom. “Faremos um intercâmbio de conhecimento com cineastas de todo o país”.
O Cinema e Pensamento: Narrativas Negras, é uma qualificação em audiovisual on-line para pessoas que já tenham experiência e precisam atualizar seus conhecimentos e/ou se especializarem em cinema negro. A formação se realizará em 4 cursos : Roteiro, Direção, Direção de Fotografia e Realização em Audiovisual. É possível se inscrever para participar apenas de um cursos de interesse.
As inscrições, que vão de 30 de maio a 15 de junho, tem a proposta de qualificar na teoria e prática, com objetivo de aperfeiçoamento profissional de cinema e suas inúmeras vertentes na linguagem do cinema negro. Além disso, o ato de revisitar o legado deixado por Zózimo bem como a história do cinema negro que atravessa todo o percurso de nossas ações. A ideia é que alunos de diversos lugares do Brasil participem da seleção. Os cursos terão um objetivo prático de realizar um curta metragem em isolamento.
Em dois dias, o grupo Pretos do ENEM reuniu mais de 6 mil voluntários para efetuar a taxa de pagamento de estudantes negros em condições de vulnerabilidades sociais. O valor de R$ 85,00 reais, muita vezes, é um empecilho para estudantes que não conseguiram isenção do valor.
A ação “Pretos no Enem” surgiu depois de a podcaster e publicitária cearense Lyara Vidal, de 24 anos, anunciar a ideia pelo Twitter na terça-feira (2). A ideia do movimento surgiu logo após os protestos contra a morte de George Floyd, em que manifestantes de todos os locais subiram placas intitulando-se antirracistas. “Essa sim, é uma forma de ser antirracista. Ajudando o povo preto.”
Os organizadores da ação explicam que, quem quiser se voluntariar, pode conseguir o acesso por meio do Instagram do Pretos no Enem.Professores que conheçam estudantes negros em situação de vulnerabilidade social também podem entrar em contato pela rede social para conseguir ajuda aos alunos.
Na terça-feira (2), o prazo para o pagamento da taxa de inscrição do Enem 2020 foi adiado porque aproximadamente 300 mil alunos não pagaram a taxa de inscrição, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Mais de 5,7 milhões de estudantes tiveram suas inscrições confirmadas para o Enem 2020, contando também aqueles que ficaram isentos do pagamento.
A manifestação é em protesto pelas pessoas assassinadas e ações violentas da polícia contra negros e pobres. Acontecerão também manifestações das torcidas organizadas antifascistas e outros movimentos sociais no mesmo local “que unirá forças conosco”.
“Diante dos assassinatos ocasionados pelas polícias de São Paulo e por nossas ações reivindicativas via internet e redes sociais não serem ouvidas pelo Estado, o movimento negro organiza o ato Vidas Negras Importam”, o ato acontece no domingo (7) às 14h no MASP em São Paulo.
“Estaremos nas ruas porque fomos obrigados, pois os governantes não estão garantindo nosso direito ao isolamento, estão nos matando dentro de casa e nas nossas comunidades”.
No estado de São Paulo, de acordo com dados oficiais do governo paulista, a cada 16 horas um negro foi morto pela Polícia Militar de São Paulo no primeiro trimestre. Essa é, infelizmente, uma realidade nacional.
“Nós, moradores de periferias de São Paulo, militantes do Movimento Negro do estado de São Paulo, nos unimos para dar um basta a essa política que tira nossas vidas. Exigimos o fim do genocídio negro e o fim da militarização da vida”.
O programa Em Pauta entrou para história do telejornalismo ao ser apresentado pela primeira vez com um time exclusivo de jornalistas negros na noite dessa quarta feira, 3 de junho.
Heraldo Pereira apresentou o jornal no lugar do jornalista Marcelo Cosme, juntamente com as jornalistas, Maju Coutinho, Aline Midlej, Lilian Ribeiro, Zileide Silva e Flávia Oliveira.
“Sabe qual foi o jornal que mais me marcou em 21 anos de carreira? O que eu não apresentei. Foi o do dia 3/06/2020! Todos contra o racismo”, disse Cosme em sua conta no Twitter.
A Globonews havia sido criticada por ter, na noite anterior, discutido racismo com um grupo de jornalistas brancos.
Os jornalistas repercutiram a forma que a sociedade vem discutindo a questão racial e fizeram relatos pessoais. A maioria de origem muito humilde, valorizou a importância da educação.
Heraldo ficou emocionado quando Lilian contou sobre sua história. “Meu pai tinha uma única calça jeans para poder pagar a mensalidade da minha escola da escola. Ele lavava e deixava secando atrás da geladeira, para poder usar no dia seguinte”, explicou a jornalista da Globonews.
A Internet celebrou o momento.
Nas considerações finais Maju Coutinho agradeceu a participação, mas destacou a importância de ter rostos negros falando sobre outros assuntos. “Que nós negras e negros não fiquemos em uma segunda escravidão que é só falar sobre esse tema (racismo). Falemos de racismo, mas temos muito mais a oferecer. É importante que se normalize nossa presença falando de diversos assuntos”, disse a apresentadora do Jornal Hoje.
Zileide Silva e Flavia Oliveira entraram para a equipe de jornalistas do Jornal das 10, apresentado por Heraldo Pereira.
Após os tristes e revoltantes acontecimentos nas últimas semanas, milhares de pessoas foram às ruas e muitas outras se mobilizaram online contra a violência policial que segue matando negros em diferentes lugares do mundo.
No Brasil, a morte do adolescente João Pedro foi o estopim para levantar uma onda de insatisfação com as recorrentes operações policiais nas favelas do Rio de Janeiro.
Nos EUA, o assassinato de George Floyd gerou a mesma revolta, porém com respostas diferentes partindo da população.
Enquanto no Brasil as respostas vieram através das redes sociais, com textos expondo a violência policial, desenhos de todas as crianças mortas pelas mãos dos seguranças do Estado e cobranças nas redes de TV.
Nos EUA, no dia seguinte do assassinato do ex-segurança negro pelas mãos de policiais brancos, as ruas de Minneapolis já estavam cheias de manifestantes, que atearam fogo na delegacia da cidade.
Os protestos se espalharam por diversas cidades dos EUA, e ganharam forças até mesmo em outros países.
A população acordou para cobrar os culpados pelos crimes que há anos vem sido cometidos, porém, são silenciados.
Na última terça-feira (2), as redes sociais foram tomadas por imagens de fundo preto, onde as pessoas reafirmavam seus posicionamentos e se declaravam antirracistas.
A divulgação de perfis e procura por influenciadores, pesquisadores e ativistas negros aumentaram.
E mobilizações como essas geraram muitos debates. Até onde os brancos que aderiram o #blackouttuesday estão dispostos a ir em uma luta antirracista?
Será que os últimos acontecimentos era o que faltava para que eles percebessem a gravidade do racismo no país? Estão dispostos a mudarem seus hábitos diários na intenção de construir uma sociedade antirracista, ou somente aproveitaram o engajamento da mobilização para se autopromover?
No Brasil o racismo está presente nas escolas, empresas, mídia e nos ambientes mais inusitados possíveis, o Brasil ainda não é um país seguro para negros, e de que forma podemos mudar isso?
Os influenciadores negros no Brasil não são tão valorizados quanto os influenciadores brancos, independente do conteúdo apresentado.
As mulheres negras ainda lideram o cargo de empregadas domésticas e serviços gerais e representam menos de 1% em cargos de liderança em grandes empresas.
Negros representam mais de 60% de desempregados no país. E são maioria também nos trabalhos informais.
De que forma os brancos antirracistas estão dispostos a mudar a realidade da população negra brasileira, atrasados e prejudicados diretamente pelo racismo do país?
Um desafio on-line doentio, no qual as pessoas posam para fotos com um joelho no pescoço de um amigo, numa falsa reencenação da maneira como George Floyd morreu nas mãos dos policiais, está se espalhando pelas redes.
Nesta quarta-feira (3) os assassinos de Floyd tiveram a pena aumentada, o ex-policial Derek Chauvin, filmado com o joelho sobre o pescoço de George Floyd, teve sua acusação aumentada para homicídio em segundo grau (assassinato intencional não premeditado, quando o autor tem intenção de causar danos corporais à vítima) pelo promotor-geral de Minnesota, Keith Ellison. Os três demais policiais que também participaram da ação com ele serão detidos e receberam acusações de ajudar e favorecer homicídio em segundo grau.
O ator e comediante americano Marlon Wayans, compartilhou as fotos do challenge, onde pessoas brancas aparecem sorrindo e reproduzindo a forma como George Floyd foi assassinado. Na publicação, Marlon questionou: “Isso é engraçado? Eu não acredito”.
O desafio fez com que o Facebook removesse as postagens com a hashtag. Ao buscar pela #GeorgeFloydChallenge nenhum resultado é apresentado “estamos cientes e estamos removendo essas postagens por violar nossos padrões da comunidade”, disse um porta-voz do Facebook ao New York Post.
Na últimas horas diversas marcas brasileiras se posicionaram publicamente nas redes sociais como apoiadoras do Movimento Black Lives Matter.
Muitas delas, apenas traduziram o posicionamento global da empresa para o português, e não se deram ao trabalho de pensar em algo personalizado para a realidade brasileira.
Se posicionar nesse momento é extremamente importante, já que as marcas fazem parte da criação do imaginário e da opinião de seus consumidores e exercem papel crucial na sociedade por conta disso.
A dúvida aqui é se elas possuem de fato compromisso com a negritude ou se estão apenas surfando na onda do oportunismo. E a resposta, nós infelizmente já sabemos.
Vidas negras realmente importam para as marcas brasileiras? Eu arrisco dizer que não.
Iniciativas como a Black Influence que trabalha com influenciadores negros, fizeram provocações nas redes para incentivar por exemplo, a contratação de profissionais pretos por essas marcas. Essa é uma ótima alternativa para valorizar esses perfis e se posicionar da maneira adequada, sem se apropriar do assunto que eles dominam.
“Todos os dias vidas são interrompidas brutalmente pelo racismo." – texto criado com consultoria do Grupo Raízes, coletivo de colaboradores Natura para questões raciais, criado em 2019. Nós da Natura reconhecemos que devemos e podemos fazer mais. #VidasNegrasImportampic.twitter.com/5tcjLMGZ9C
David, João Pedro, João Vitor, George Floyd e tantos mais.
Ficar em silêncio é ser cúmplice, e eu não vou mais me calar.
Eu tenho um compromisso e um dever com meus assinantes, funcionários, criadores de conteúdo e talentos negros. #vidasnegrasimportam em qlqr lugar do mundo https://t.co/kqPtBnLhBi
O ex-policial Derek Chauvin, filmado com o joelho sobre o pescoço de George Floyd, teve sua acusação aumentada para homicídio em segundo grau (assassinato intencional não premeditado, quando o autor tem intenção de causar danos corporais à vítima) pelo promotor-geral de Minnesota, Keith Ellison.
Os três demais policiais que também participaram da ação com ele serão detidos e receberam acusações de ajudar e favorecer homicídio em segundo grau, segundo o advogado da família Floyd, Benjamin Crump. Thomas Lane, J. Kueng e Tou Thao tinham sido demitidos, mas não foram presos nem acusados anteriormente.
Chauvin tinha sido preso e acusado de homicídio culposo (sem intenção de matar) e assassinato em terceiro grau (quando é considerado que o responsável pela morte atuou de forma irresponsável ou imprudente).
George Floyd morreu em 25 de maio após ser prensado pelo joelho de Chauvin em Minneapolis. O ex-segurança, que era negro, foi alvo da operação policial em a ação que durou mais de oito minutos, e Floyd repetiu que não conseguia respirar, até que ficou inconsciente.