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Luciane Dom exalta o amor e a beleza negra no single “Si bu Kre”

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Foto: Reprodução

Lançado nesta semana, o single “Si bu Kre” de Luciane Dom traz clipe dirigido por Davidson Ilarindo, em que retrata muita cor, dança, e reflexões sobre afetividade e amor preto. A direção de arte foi feita por Victor Cantuária que trouxe referências afrourbanas, desde a festa Batekoo até o escritor e poeta Abdias do Nascimento. Com coreografia de Micaela de Paula, com referência de musical do High School e do Afropop.

A artista que está em um novo momento de carreira, com a aprovação no Edital de Aceleração da Oi Futuro edição Toca do Bandido, conta como surgiu a canção. “A inspiração veio da liberdade que é amar e se amar, e principalmente falando em amor entre pessoas pretas, porque somos sempre condicionados a sermos fortes, suportarmos a dor do racismo, a violência policial, mas e os afetos? Como a gente ama? Como criamos nossos filhos envoltos em amor?” – questiona a compositora e cantora.

Felipe Rodarte, CEO da Toca do Bandido, assina a produção musical, traduzindo nos sons a versatilidade desta artista nova geração da MPB, que tem um estilo musical que mistura reggae, pop, candomblé e uma visão moderna do jazz, com uma bagagem artística de mais de 10 anos atuando na música, um disco gravado no Rio de Janeiro  – Liberte esse Banzo, 2018 – e duas mixtapes gravadas em Nova York – Uranus e Jupiter, Found Sound Nation, 2018. “A Luciane Dom é uma artista com esse propósito, com esse olhar. “É um reggae pop, tipo contemporâneo. Podendo tocar em todas as rádios. Eu acredito muito nessa faixa.”, afirma Felipe Rodarte.

Assista agora o clipe de “Si bu Kre”:

Série de Steve McQueen inspirada em provérbio jamaicano estreia amanhã na Amazon Prime

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Letitia Wright (Pantera Negra) e John Boyega (Star Wars: Os Últimos Jedi) são dois dos nomes presentes no elenco de Small Axe, nova série do diretor Steve McQueen. O drama da BBC será uma antologia de seis episódios e contará cinco histórias diferentes sobre a comunidade de West Indian, em Londres, entre os anos 60 e 80. Nos Estados Unidos, a série será exibida pelo Amazon Prime Video.

Letitia Wright e John Boyega estrelam nova série de Steve McQueen na BBC

McQueen, responsável por filmes como 12 Anos de Escravidão, Shame e Viúvas, disse “sentir que essas histórias precisavam ser compartilhadas” e que adaptá-las será uma forma de investigar as jornadas de seus antepassados.

Eu queria reviver, reavaliar e investigar as jornadas que meus pais e a primeira geração de West Indians passaram para que eu estivesse aqui hoje, identificando-me como uma pessoa negra britânica. O que é importante sobre nossas histórias é que elas são locais, mas ao mesmo tempo globais”, completou o diretor em comunicado.

O título da série, que se traduz como “Pequeno Machado“, vem do provérbio jamaicano “Se você é uma grande árvore, nós somos pequenos machados”, que também inspirou uma música do cantor Bob Marley.

Além de Wright e Boyega, o elenco estelar de Small Axe ainda conta com Malachi Kirby (Black Mirror), Shaun Parkes (Perdidos no Espaço), Rochenda Sandall (Line Of Duty), Alex Jennings (The Crown) e Jack Lowden (Dunkirk).

Episódios de “Small Axe”

“Mangrove”
Acompanha o julgamento de um grupo de ativistas negros depois de um conflito com a polícia londrina na década de 1970. O nome do episódio é referência ao bar e restaurante em Londres que se tornou um ponto de encontro do movimento negro na cidade e, por isso, alvo de ações policiais

“Lovers Rock”
Ambientado numa noite nos anos 1980, em que um grupo de amigos se reúne para uma festa, discutindo música, romance e a violência que os cerca. Um dos mais elogiados pela crítica, o episódio mergulha fundo na trilha sonora da época, com clássicos como ‘Silly Games’, hit das festas clandestinas da comunidade

“Red, White and Blue”
Narra a história real de Leroy Logan, um rapaz negro que, depois de ver o pai sendo agredido pelas autoridades, decide ele próprio entrar para a polícia londrina e, assim, combater seu racismo

“Alex Wheatle”
Acompanha o escritor que dá nome ao episódio, de sua infância até sua prisão nos anos 1980, depois de um motim que terminou em confronto com a polícia

“Education”
A história de amadurecimento de um garoto de 12 anos que é fascinado por astronautas e pelo espaço, mas que, inesperadamente, se torna vítima de uma política de segregação na escola onde estuda, que o transfere para uma outra instituição de ensino

‘Sorriso rei’: Cantora Mahmundi apresenta seu novo projeto

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Imagem: Lucas Nogueira

Em parceria com a Universal Music, a cantora Mahmundi lançará amanhã, dia 20 de novembro, seu novo projeto, Sorriso Rei, que pretende reviver e homenagear artistas pretos da música.

O projeto é feito, em sua maioria, por pessoas negras e contará com duas novas canções que serão lançadas nas plataformas digitais no próximo dia 20 de novembro, data em que se celebra o Dia da Consciência Negra. Mahmundi, que assina a direção criativa e produção musical do projeto, pretende continuar com o projeto estender essas homenagens para os próximos meses.

Sobre as escolhas das músicas, a artista explica: “Eu acho que ‘Sorriso Rei’ tem muita coisa ainda para ser explorada e dita, para além do dia 20 de novembro, que eu até já esqueci completamente, porque a minha vida já é todo dia uma vida de consciência negra.”

Além dos dois singles, serão ainda divulgados dois clipes e um documentário, dirigido por Yasmin Thayná, cineasta carioca que recebeu o prêmio de “Melhor Curta-metragem” da Diáspora Africana da Academia Africana de Cinema (AMAA Awards 2017).

Os dois primeiros homenageados são Gilberto Gil, que terá seu clássico “Tempo Rei” revisitado por Xande de Pilares, Léo Santana e Priscila Tossan, e Jovelina Pérola Negra, que será homenageada por Mumuzinho, Malía, Mc Zaac e Ruby com a releitura de “Sorriso Aberto”.

“Uma noite em Miami” filme que une a história de Muhammad Ali, Sam Cooke, Malcolm X e Jim Brown ganha trailer ganha trailer pela Amazon

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Foto: Divulgação/Filme

A Amazon Prime Video divulgou o trailer de “One Night in Miami”, o filme tem como diretora, a atriz vencedora de 2 Emmy’s, Regina King que é estreante na direção de um longa-metragem e já tem o filme sendo cotado para o Oscar.

O filme é baseado em uma peça de mesmo nome, e se passa nos anos 60. Em “Uma Noite em Miami” acompanhamos a noite da vitória histórica de Muhammad Ali, (ainda como Cassius Clay) e sua celebração em Miami com 3 melhores amigos, o líder do movimento de direitos Civis Malcolm X, o cantor de Soul e R&B, Sam Cooke e o eleito 3x Jogador Mais Valioso de futebol americano Jim Brown.

O filme mostra Muhammad Ali – ainda Cassius Clay-, Malcolm X, Sam Cooke e Jim Brown debatendo sobre os direitos civis das pessoas negras nos EUA e perpassa pelas histórias de cada uma dessas personalidades, relatando os desafios enfrentados por eles, e também expõe como seus feitos impactaram e impactam o mundo de formas diferentes. 

Malcolm X é interpretado por Kingsley Ben-Adir, Eli Goree dá a vida a Muhammad Ali, Jim Brown é interpretado por Aldis Hodge e Sam Cooke é interpretado por Leslie Odom Jr.

A vencedora do Emmy, Jasmine Cephas Jones, Lance Reddick, Nicolette Robinson, Jeremy Pope também compõe o elenco. O filme será exibido em cinemas selecionados no dia 25 de dezembro e chega ao Prime Video dos EUA em 15 de janeiro, ainda não tem previsão de estreia no Brasil.

Confira o trailer ainda sem legenda:

Série do Fantástico terá especial de Consciência Negra com Jessica Ellen neste domingo

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Foto: Divulgação

Neste domingo, 22 o programa ‘Fantástico’, da Rede Globo, prepara para esse um episódio especial da série “Mulheres Fantásticas”, em homenagem ao Dia da Consciência Negra. Comemorada essa semana, a data faz referência à morte do Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares. Muito se fala sobre ele, mas pouco se conhece sobre sua mulher. Dandara era uma mulher corajosa, que se uniu aos quilombolas na luta contra a escravidão e seguiu lutando pela liberdade de todos até morrer. Dandara é a personagem retratada na animação da série deste domingo e tem sua história narrada pela atriz Jessica Ellen.

Em seguida, Poliana Abritta conta a história de outra mulher fantástica, a médica Andreia Beatriz Silva dos Santos, que há 15 anos atua como médica em um complexo penal de Salvador, além de dar aulas de Medicina e liderar um movimento comunitário que prove discussões e reflexões sobre os negros no Brasil. “A gente sempre foi estimulado a entender que esse marcador da pele, ele é um marcador que conta muito da história e conta muito de uma maneira que as pessoas têm de nos olhar”, adianta a médica. “O que o processo de escravidão fez foi trazer tornar esses marcadores negativos. E a gente vive as marcas disso até hoje”, complementa. 

Foto: Divulgação

Filha de pai empacotador e mãe empregada doméstica, Andreia lembra os ideais de seu pai, expostos em uma carta que ele escreveu para sua mãe em 1966, antes mesmo da filha nascer: “Juntos haveremos de vencer para tornar fácil aqueles que no futuro dependerem de nós.” Andreia explica o significado disso para ela: “Essa carta ela funciona para mim como um manual de sobrevivência negra, num mundo tão hostil contra pessoas negras.” E carrega os ensinamentos de seu pai com ela, na educação de seu filho.

E comenta de que maneira 2020 ficará marcado pra ela: “2020 marca mais um ano de dor e sofrimento, que o ódio racial contra negros ele foi escancarado pro mundo mais uma vez. (…) Que ele sirva também para que as pessoas brancas também possam contribuir nessa luta”, desabafa Andreia. 

Saiu o trailer de “Safety” filme baseado na história de Ray McElrathbey

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Foto: Reprodução Stomp and Stammer

O Disney+ divulgou nesta semana o trailer nacional para o filme “Safety”. Com estreia marcada para 11 de dezembro, o longa é baseado na história de Ray McElrathbey. O jovem que concilia os estudos da faculdade com os treinos e jogos de futebol americano. Sua carreira começa a decolar, um romance surge em sua vida, até que sua mãe adoece.

Sem ter quem cuide de seu irmão pequeno, a solução seria encaminhá-lo à um orfanato. Então Ray decide tomar uma atitude ousada, levá-lo para viver com ele no dormitório da universidade. E é assim que a trama se desenvolve a partir dessa nova relação que se cria entre os irmãos.

Confira o trailer:

Morgan Freeman, Gloria Maria e a ridicularização dos negros mais velhos

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Morgan Freeman e Gloria Maria : Podemos discordar, o que não pode e desrespeitar

Parece que em 2020, o famoso vídeo do Morgan Freeman foi usado mais com tom jocoso do que como um conteúdo relevante para se refletir sobre consciência negra.

Para quem não se lembra, em uma entrevista a CBS News em 2006 no programa “60 Minute’s” com Mike Wallace, quando questionado sobre a importância do dia da consciência negra, Freeman respondeu que era contra. “Você vai renegar minha história a um único mês?”. Wallace perplexo perguntou então sobre soluções para diminuir o racismo e o ator respondeu: “Pare de falar sobre ele”.

Não há uma forma única de interpretar o que ele disse, mas ouvir uma pessoa negra mais velha falando de racismo e não contextualizar de onde ela veio é bem desonesto. É ignorar o impacto violento do racismo na percepção dessa pessoa sobre a sua própria humanidade e sobre o seu coletivo.

O mesmo vale para Gloria Maria que virou motivo de piada na Internet por uma fala durante uma entrevista com a Joyce Pascowitch , onde ela também não agradou ao dizer . “Hoje tudo é racismo, é preconceito. Acho um saco”.

Não estou aqui defendendo as falas que também não me agradam,  mas usar pessoas negras idosas para criticar o racismo estrutural é poupar praticantes do racismo da exposição. É deixar brancos que saem nos jornais falando de racismo reverso, falando que negros são vitimistas e defendendo a abolição das cotas se safarem.  

Quem aqui ainda se lembra do empresário Rodrigo Branco falando que Maju Coutinho só conseguiu emprego na Globo por ser negra?

Freeman nasceu em 1937, Glória Maria em 1949. Eles pensam como nossos pais, tios e avós. Nascerem e cresceram em uma época com muito mais racismo e menos direitos.  

Se a ancestralidade que você respeita é a que pensa igual a sua bolhinha da Internet, esteja preparado para ser “cancelado” pelos seus descendentes quando o idoso for você.

E “parabéns” para bolhinha da Internet que invisibilizou Zumbi dos Palmares no dia da sua morte para falar fazer piadinha sobre o que um ator gringo disse há 14 anos.

“Will e Tia Vivian” fazem as pazes na celebração de 30 anos de ‘Um Maluco no Pedaço’

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Foto: HBO Max / Reprodução

Com a estreia da série ‘Um Maluco no Pedaço’ na HBO Max, ontem, Will Smith e Janet Hubert, atriz que interpretou Tia Vivian nas três primeiras temporadas da série, fizeram as pazes após 27 anos sem se verem. 

O motivo dos desentendimentos foram, segundo o próprio ator, a falta de empatia com Hubert após sua gravidez. A partir das discussões que ocorriam entre os dois no set, a atriz foi desligada da série e substituída. Mas não foi só isso, Will contribuiu para espalhar uma má reputação sobre Hubert, que ficou conhecida em Hollywood por ser uma “mulher difícil”. 

A substituição ocorreu por Daphne Maxwell Reid, Hubert conta que seu emocional mudou durante este período. “Durante a terceira temporada, quando engravidei, muitas coisas aconteceram na minha vida e na vida de Will também. A vida em casa não era nada boa. Eu não estava mais rindo, brincando porque havia coisas acontecendo que ninguém sabia”, disse a atriz.

Neste meio tempo, Will teve três filhos, e então pode compreender parte do que Hubert vivia na época. “Durante aquele período da gravidez dela, eu não fui sensível. Agora que tive três filhos, aprendi algumas coisas que não sabia na época. Eu faria as coisas muito diferente. Eu vejo como tornei o set muito difícil para Janet”.

A série foi disponibilizada na plataforma de streaming HBO Max, mas ainda não tem previsão de estreia no Brasil.  As informações são do E! Online. 

Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino e o afroempreendedorismo durante a pandemia

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Foto: Reprodução instagram

No dia 19 de novembro, é celebrado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o intuito de homenagear as mulheres e seus negócios próprios. Sabemos que 48% do total de microempreendedores individuais (MEI) brasileiros são mulheres. E segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), apenas nos últimos dois anos, o número de mulheres que empreendem como principal fonte de renda subiu de 38% para 45%. Mas, a verdade é que sempre precisamos analisar este tipo de pauta e celebração do ponto de vista da mulher negra, pois é a partir do recorte racial que parte nossa régua. 

Por isso, nesta data o Mundo Negro conversou com a afroempreendedora e consultora de negócios Caroline Moreira, CEO da rede Negras Plurais – uma startup e aceleradora de negócios de mulheres negras. Caroline é graduada em Ciências Contábeis, especialista em autoconhecimento e responsabilidade social. Além disso, também atua como facilitadora do Afrolab da Feira Preta e como curadora e Gerente de Projetos do Canal Preto do MPT, OIT e ONU.

Confira a entrevista completa:

Mundo Negro: Conte sua trajetória no empreendedorismo, dores e glórias.
Caroline Moreira: Minha trajetória como empreendedora começa aos 16 anos quando eu comecei a trabalhar e já decidi que teria uma renda extra, a partir da venda de bolos e doces. Isso foi algo que aprendi com a minha mãe e com a minha avó. E sempre gostei muito de vender, então comecei entendendo isso quanto um bico, e não empreendedorismo. Em 2000, quando entrei na faculdade, no curso de Ciências Contábeis, comecei a fazer renda extra vendendo trufas. Então, a minha trajetória começa muito desse lugar de entender que a trufa não era só uma trufa, mas sim um negócio. Dalí, passei a montar uma rede de revendedoras de trufas na faculdade, e isso foi se ampliando. Depois disso, trabalhei em diversas empresas, mas sempre tendo outros trabalhos autônomos em paralelo. O trabalho por si só, nunca me satisfazia, então eu sempre tinha que continuar o comércio de alguma coisa. Eu vendi bolsas, bijuterias, marmitas, doces, pizza, estava sempre vendendo algo durante todo o meu período de formação – que foi bem longo, pois levei mais de 10 anos para me formar. Mais tarde, quando eu me vi mãe, e ainda na faculdade, entendi que existia um outro lugar e que eu gostaria muito de entender, que era sobre mim, sobre me entender quanto mulher negra, sobre o que significava o racismo na minha vida, e foi aí que fui começando a me descobrir negra. A partir deste despertar, eu entendi que existia um caminho que era o do afroempreendedorismo, ou seja, um empreendedorismo pautado nas questões raciais. Neste momento, a faculdade já não estava mais dando conta dessa expectativa que eu estava, desta descoberta que eu estava vivendo e deste empreendedorismo que eu estava conhecendo. Então comecei com algumas amigas a criar alguns projetos, o último deles foi o “Três Tons de Preto”, a primeira produtora de cultura negra em Porto Alegre. Este trabalho teve uma repercussão nacional, o que levou à grupos de influenciadoras, intelectuais e artistas negras. E foi aí que eu comecei a entender que existiam vários processos nossos enquanto mulheres negras, e que eu poderia ser uma facilitadora pela minha rede de contatos. 

Mundo Negro: Como foi o processo de começar a levar esse conhecimento para outras mulheres?
CM: Tive a ideia de fazer um evento, reunindo as mulheres negras que passaram a me ensinar muito sobre negócios e negritude. Meu objetivo era ampliar esse conhecimento, de levar à outras mulheres. E aí eu criei a rede Negras Plurais, que é o meu empreendimento atual, desde 2018. Apesar da rede ter sido o meu reposicionamento no mercado quanto empreendedora solo, eu queria que fosse um trabalho coletivo, trazendo as mulheres que me ensinaram e proporcionando conhecimento à novas mulheres. Então daí a criação da rede Negras Plurais teve esse norte de levar o conhecimento por meio de workshops. Os temas abordados são crenças limitantes e processos internos, além das técnicas que precisamos para manter os nossos negócios de forma competitiva no mercado. E com esses processos eu também fui aprendendo, estudando, até para que quando faltasse alguém para falar de determinado tema, eu estivesse pronta a apresentar. Como sou formada em Ciências Contábeis, acabou que a parte de finanças e precificação, comecei a abordar tanto nos workshops, quanto para empresas. Assim, a Negras Plurais foi tomando um rumo dentro do que eu já imaginava que seria, que era a criação da plataforma digital. 

Mundo Negro: Pensando nesta data do Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, você acredita que as afroempreendedoras realmente comemoram esta data?
CM: Existem vitórias que às vezes não conseguimos nem comemorar, ou porque não dá tempo em meio a tanta correria, ou mesmo porque nos sentimos constrangidas. É como se fosse errado podermos exaltar que demos certo em nosso projetos, sendo que na minha concepção esse dar certo para nós pessoas negras, vai muito além do dinheiro. Me vejo como um caminho, de facilitar que mais mulheres negras possam chegar aonde outras chegaram, mas de forma mais leve, mais consciente e conectada com seus propósitos e sua ancestralidade.Eu apanho muito do sistema que decidi combater, que é o racismo. Mudei a minha forma de trabalhar, pois trabalhava muito no meio da militância, e então passando a trabalhar mais no meio do empreendedorismo hoje coloco foco nas potências, ao invés das dores. Eu aprendo todos os dias com todas as mulheres que mentoro e que estão na minha rede. 

Mundo Negro: Com a chegada da pandemia e do isolamento social, como você se organizou pessoalmente e quanto empresa?
CM: Eu já estava em isolamento, pois tinha acabado de ganhar minha filha. Eu já tinha planejado o que iria fazer em 2020, então quando todo mundo parou, eu apenas segui com os meus planos. Para mim, a pandemia acabou sendo uma oportunidade, pois eu vi que estava acontecendo um desespero em massa dos afroempreendedores sobre o que seria dessas marcas com a pandemia. Então quis promover uma tranquilidade de vivência, explicando que crise é algo que o povo negro sempre viveu, e a pandemia era apenas mais uma experiência para atuarmos como gestores de crise. Com tudo isso, decidi impulsionar o meu negócio, e por fim, colocar essa plataforma oficialmente no mercado. Oficialmente, porque já fazem 5 anos que eu sou uma referência para curadoria de pessoas, que me pedem indicações devido à minha grande rede de contatos. Isso também era fundamental, já que eu preciso ampliar o meu negócio quanto startup e trazer novas possibilidades. Quando a gente se torna essa plataforma, ficamos sem tempo de executar o que realmente queremos, que é essa transformação social. Essa ideia da plataforma digital já estava no papel desde a criação da Negras Plurais em 2018, porém eu ainda não tinha os recursos necessários. Então criamos o financiamento coletivo e o aplicativo já está pronto, na última fase de planejamentos para o lançamento oficial. A ideia é que esta não seja apenas mais uma ferramenta, estamos entrando no mercado para competir com os grandes do mercado, nos mais variados segmentos: moda, alimentação, beleza, entre outras. E sim, é importante ressaltar que nós negros temos que pensar que vamos competir e principalmente, em como seremos um diferencial nessa concorrência. Eu tirei esse mês de novembro para focar nos estudos, estou fazendo cursos todos os dias da semana, para ser assertiva com este lançamento.

“Somos negras durante todos os 12 meses do ano, não será novembro que determinará o quão relevante é o meu trabalho.”

Silvio Almeida recebe Emicida para conversa virtual sobre a grandeza das “pequenas alegrias da vida adulta”

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Foto: Divulgação

A música aponta formas alternativas de observar o cotidiano de trabalho de um homem, negro, pai e trabalhador, trazendo diversas reflexões. Como sobreviver e, ao mesmo tempo, no mesmo espaço, defender as suas próprias concepções de existência? Como apesar de todas as dificuldades e das marcas do preconceito, defender no cotidiano as pequenas alegrias da vida?  Serão os assuntos abordados no bate-papo

O encontro cheio de reflexões e afeto acontece na semana da Consciência Negra, no recém lançado canal no Youtube do advogado, professor e doutor em direito Silvio Almeida, juntos Silvio e Emicida debatem sobre a importância de seguir evidenciando a grandeza das “pequenas alegrias da vida adulta”, mesmo em tempos difíceis como o atual.

O mês tem sido de muitas conquistas para o rapper Emicida, seu álbum AmarElo venceu a categoria Álbum do Ano do Prêmio Multishow, uma das mais relevantes premiações da música brasileira. E nesta semana a Netflix divulgou o trailer do documentário “AmarElo – É tudo pra ontem”, e apenas o teaser do documentário fez grande sucesso nas redes sociais. 

O bate-papo é repleto de afeto, abordando memórias, reflexões sobre música, política e arte. A produção é do estúdio de conteúdo Play9, dos sócios Felipe Neto, João Pedro Paes Leme e Marcus Vinícius Freire e vai ao ar no próximo sábado, dia 21 de novembro.  

O conteúdo faz parte do quadro “Entrelinhas”, que é lançado por temporadas. Nesta primeira, as conversas são referentes ao Brasil, passando por discussões de eleições, política, construção da brasilidade, entre outros temas relacionados. No quadro, Silvio já recebeu convidados como o rapper Mano Brown e o historiador, professor e escritor carioca Luiz Antônio Simas.

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