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Meninos Rei exalta ancestralidade africana em estreia na São Paulo Fashion Week

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Foto: Bruno Gomes

Marca baiana faz sua primeira participação no evento na próxima quarta-feira (23), às 19h50

Há seis anos, o toque para Exú entoado pelos atabaques anunciava o primeiro desfile da recém lançada marca Meninos Rei, criada na Bahia pelos irmãos Júnior e Céu Rocha. Hoje, o orixá da comunicação, da linguagem, aquele que passa a mensagem e abre caminhos, é o tema da coleção “L’oju Esú”, tradução do iorubá para “Aos olhos de Exú”, que marca a estreia da Meninos Rei no evento de moda mais importante da América Latina: a São Paulo Fashion Week.

A marca estreia oficialmente no evento na próxima quarta-feira (23), às 19h50, apresentando o seu fashion filme com uma coleção-cápsula de cinco looks. Essa será a 51ª edição do evento que, pela segunda vez, é realizado de forma digital em função da pandemia. De 23 a 27 de junho, as 43 marcas do line-up apresentam suas criações em uma programação transmitida ao vivo através das plataformas digitais da SPFW (site spfw.com.br, YouTube e Facebook).  

Inspirada no movimento que a Meninos Rei atravessa, de trilhar novas possibilidades, a coleção exalta a ancestralidade dos criadores em uma homenagem ao orixá Exú e apresenta peças marcadas pelo exagero, intensidade e sensualidade. “Essa coleção é uma ode à nossa ancestralidade africana e a Exú, que sempre esteve olhando por nós e nos conduziu pelo caminho que nos trouxe até aqui”, destaca Júnior Rocha.

Novas modelagens nunca antes experimentadas pela marca, como a de ombros estruturados, dão ar altivo e imponente às peças. O dualismo aparece em composições nada óbvias, aflorando uma atmosfera de sensualidade e brincando com as possibilidades de um corpo livre. Os tecidos africanos, nessa coleção originários da Guiné-Bissau, e o patchwork, marca registrada da Meninos Rei, chegam em um mosaico de estampas ainda mais vibrante, com misturas quentes e explosivas, em que as cores se fundem em uma só, trazendo dúvidas de início e fim.

Foto: Bruno Gomes

Fashion Filme – “Tudo transita pelo viés das possibilidades, da ousadia, da liberdade, assim como é Exú. A essência da produção, desenvolvida por nós, pelo stylist Thiago Ferraz e seu assistente Gabriel Fabosa, aponta para a uma estética afro futurista, em que a profusão de informações transborda para além da roupa, causando um impacto visual chocante, imprimindo a imagem desse Exú high-tech, moderno, cosmopolita e tão presente no nosso movimento contemporâneo”, explica o designer de moda Céu Rocha.

Com pouco mais de dois minutos e meio, o filme teve concepção dos irmãos Rocha e foi dirigido por Ricardo Souza. Nele, os modelos Rodrigo Somália e Marcelo Lima desfilam cinco looks diferentes que ganham ainda mais significação com adereços de cabeça desenvolvidos pela designer baiana Kelba Varjão. Nos pés, completam os looks as sandálias Melissa que aparecem em composição com as meias da Casa das Kapulanas. Os acessórios são assinados pela Algaszarra.

Além dos modelos, o filme traz o bailarino Yuri Santanna, que entrega seu corpo com força e voracidade ao som da trilha desenvolvida pelo DJ baiano Telefunksoul. Beauty e hair são assinados por Ian Silva e Guilherme de Oliveira, respectivamente.

Projeto Sankofa – A Meninos Rei participa do SPFW a convite do Projeto Sankofa, idealizado pelo coletivo Pretos na Moda e pela startup de inovação social VAMO (Vetro Afro-Indígena na Moda), que selecionou oito marcas em todo o Brasil para um movimento que abre espaço para estilistas negros e indígenas nas passarelas do SPFW. Como parte do projeto, a marca foi amadrinhada pelo estilista João Pimenta, que orientou os criadores, partilhou conhecimento e contribuiu com o desenvolvimento da coleção especial para a SPFW.

Junto com ele, em São Paulo, a Meninos Rei realizou o sonho de cocriar uma peça especial que integra a coleção: um macacão em tecido africano, que recebeu modelagem sofisticada, com gola de blazer e os punhos de camisa, em um look super ousado, moderno e fora do convencional.

Cultne TV apresenta entrevista inédita com Beatriz Nascimento no Julho das Pretas

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Foto: Reprodução.

Lançamento do clipe da Música “Mulher negra é mais amor” e documentário sobre os 200 dias de mandato da vereadora Tainá de Paula também estão na programação do canal

O Canal de streaming 100% voltado para a cultura negra, CultneTV lança uma programação especial para o Julho das Pretas, mês de celebração da mulher negra latinoamericana e caribenha. Beatriz Nascimento relata para a equipe formada por Januário Garcia, Vik Bikbeck e Ras Adauto fatos marcantes do ativismo do movimento negro no ano do Centenário da Abolição. O lançamento da entrevista será na CultneTV no dia 17 de julho, data que Beatriz Nascimento estaria completando 79 anos.

A vereadora Tainá de Paula (PT/RJ) é a protagonista do documentário do Cultne para o mês de julho. Mãe, negra, arquiteta e urbanista e periférica, Tainá faz um balanço de sua vida e do seu mandato. O lançamento da entrevista será na plataforma Cultne TV no dia 19 de julho, quando Tainá completará 200 dias de mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

“Mulher negra é mais amor” é a mais nova produção do Grupo Afront e Cultne, celebrando as mulheres negras no Julho das Pretas. Participam do videoclipe mulheres inspiradoras como Zezé Motta, Flávia Oliveira, Léa Garcia, Luciana Barreto , Selminha Sorriso, Nilma Lino Gomes, dentre outras. A música tema do documentário “Mulher negra é mais amor” do compositor Nato Ferrera e interpretada por Jessica Ayó. “A música é uma homenagem, um convite à reflexão sobre beleza, afrovalor e resistência”, revela o compositor Nato Ferrera. O lançamento da entrevista será na plataforma Cultne TV no dia 25 de julho,

CULTNE TV — Todas as semanas, a plataforma exibe episódios inéditos do Café com Amor, de Aza Njeri; da série Nossas Histórias, com historiadores negros do país inteiro, do Cultne em Resenha, com diferentes convidados recebidos pelo jornalista Carlos Alberto Medeiros; e ainda, a série Histórias do Pós-Abolição.

São conteúdos atuais ou do acervo de 4 décadas de material captado em todo o Brasil e no exterior, em países como os Estados Unidos, Senegal e África do Sul. Tendências atuais e experiência. Memória e inovação. Essas junções estratégicas e potentes dão a linha de ação ao abranger gerações e segmentos diversos, ocupar lacunas de mercado e atender demandas históricas e políticas da população negra

Terreiros invadidos pela polícia em Goiás entram na Justiça pra impedir novas violações

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Terreiro de Francisco Ngunzetala foi invadido 8 vezes pela polícia em três dias. Foto: Rafael Holanda Barroso

O Instituto de Defesa dos Direitos das Religões Afro (Idafro), representando terreiros de Umbanda e Candomblé violados pela polícia, ingressou com um habeas corpus coletivo preventivo, no Tribunal de Justiça de Goiás, para paralisar as violações cometidas pelas forças policiais do estado de Goiás desde o último dia 15. As invasões tinham como pretexto as buscas por Lázaro Barbosa, fugitivo da justiça, buscado sem sucesso há 14 dias pela polícia.

O pedido, obtido em primeira mão pelo Mundo Negro, pede o deferimento do habeas corpus “garantindo que não seja
procedida busca domiciliar nos templos religiosos sem a observância das formalidades legais”. De acordo com o advogado Hédio Silva Jr. o pedido é para que as ações da polícia nos terreiros de religiões de matriz africana respeitem o que manda a lei. “A ideia é que o judiciário emita um salvo conduto para que os órgãos de segurança pública não realizem esse tipo de incursão sem estarem fundamentados num mandado judicial”, explica.

O Tumba Nzo Jimona dia Nzambi, uma das casas representadas no pedido liminar, foi invadida oito vezes pela polícia num período de três dias. Para Francisco Ngunzetala, líder dessa comunidade, a medida judicial é necessária para dar tranquilidade às centenas de terreiros da região. “Considero muito importante que o judiciário nos dê as garantias constitucionais para que a gente consiga se sentir seguro e contar com a polícia como ela deve ser: como uma força de proteção”, afirma o sacerdote.

Confira o depoimento de Tata Ngunzetala sobre as invasões ilegais da polícia:

“Além do habeas corpus, nós vamos ingressar com uma representação criminal pelos crimes de violação de domicílio, abuso de autoridade, racismo religioso, lesão corporal, crimes contra a honra, depredação de símbolos religiosos, dano ao patrimônio cultural, entre outros crimes que esses agentes públicos praticaram”, explica o advogado Hédio Silva Jr.

Nenhuma das mais de quinze invasões realizadas pela polícia tinha mandado judicial e algumas foram realizadas no período a noite, o que é ilegal mesmo quando existe um mandado.

RACISMO RELIGIOSO — Após o início das buscas por Lázaro Barbosa pelo assassinato de uma família na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal, as casas de tradição de matriz africana perderam a paz. Isso porque, após a invasão do terreiro Ilé Asè Oba-Omin de Iemanjá Ogunté, fotos da casa liderada por pai André de Iemanjá foram publicadas na imprensa como sendo da casa de Lázaro, que estaria realizando “rituais satânicos” com os corpos das vítimas.

Em relatos dados por familiares de Lázaro a imprensa, ela relata que o mesmo é pregador evangélico e que realizava cultos mesmo dentro da prisão. “Você sabe qual é um livro que Lázaro carrega? O livro que Lázaro carrega é uma Bíblia Sagrada, dada por um major do Corpo de Bombeiros, lá em Brasília”, afirmou Jorcilei Sales, melhor amigo de Lázaro ao portal Metrópoles

O advogado Hédio Silva Jr. acredita que se trata de mais um caso de racismo religioso. Foto: Reprodução.

“Eu entendo que se trata de mais uma demonstração do racismo religioso porque, com certeza, se se tratasse de uma denúncia de um padre que tivesse praticado pedofilia, nenhuma paróquia, nenhuma igreja, nenhuma catedral católica seria invadida com truculência, com emprego de força com agressões a pessoas, a pretexto de se localizar um eventual padre fugitivo da polícia”, argumenta Hédio Silva Jr.

Assinam o pedido de habeas corpus os advogados Hédio Silvia Jr, Silvia de Souza, Antônio Basílio Filho, Jáder Freire de Macedo Jr. Anivaldo dos Anjos Filho e Elaine Quirino.

Anielle Franco lança livro com textos da irmã, Marielle, e de outras mulheres negras

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Anielle Franco; Imagem/Divulgação

Com organização de Ana Carolina Lourenço (Mulheres Negras Decidem) e Anielle Franco (Instituto Marielle Franco), em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, a obra reúne escritos, entrevistas, projetos de leis e discursos de mulheres negras que dão as pistas do porquê de sua presença, na política, pode representar mudanças na qualidade da nossa democracia e sociedade.

O livro ‘A Radical Imaginação Política das Mulheres Negras Brasileiras‘ é uma contribuição no processo de visibilização das respostas e soluções empreendidas pelas mulheres negras brasileiras frente ao atual contexto de crise social, política e econômica.

A publicação terá evento de lançamento virtual no dia 21 de junho, às 19 horas, no canal do YouTube da Fundação Rosa Luxemburgo e contará com as participações de Christiane Gomes (mediação), Anielle Franco e Ana Carolina Lourenço (organizadoras do livro) e Vilma Reis (uma das autoras).

Dentre as autoras que aceitaram o desafio da escrita e cederam seus textos para a coletânea estão Andréa Lopes, Áurea Carolina, Benedita da Silva, Diana Mendes, Erica Malunguinho, Fabiana Pinto, Gabrielle Abreu, Juliana Marques, Leci Brandão, Renata Dias, Regina Sousa, Vilma Reis, Lúcia Xavier e Talíria Petrone; além das “escrevivências” de Lélia Gonzalez, Luiza Bairros e Marielle Franco.

“A ideia de organizar este livro surgiu no primeiro semestre de 2020, em um momento em que o Brasil vivia o aprofundamento da sua crise social e política agravada pelos efeitos da pandemia da COVID-19, em meio a organização das eleições municipais do mesmo ano. A publicação é uma coletânea de textos inéditos e não inéditos sobre a imaginação política das mulheres negras brasileiras nas últimas décadas. Acompanhamos escritos, entrevistas, projetos de leis e discursos de mulheres negras que dão as pistas do porquê de sua presença, na política, significar mudanças na qualidade da nossa democracia e sociedade. Mais do que uma sofisticada qualidade crítica, essas mulheres apontam caminhos, denunciam, propõem e efetivam” explicam as organizadoras, Ana Carolina Lourenço e Anielle Franco.

O livro se subdivide em duas partes: a primeira, Ecos do agora, abre com um texto da historiadora Gabrielle Abreu acerca da longeva e, ao mesmo tempo, breve história das mulheres negras na política institucional. A segunda parte do livro, Itinerário do fazer, é composta pela variedade de temas, formatos e proposições que marcaram a atuação das mulheres negras na política institucional desde a redemocratização.

Assim, a ideia principal do livro é oferecer, ao mesmo tempo, o registro do que deve ser lembrado, a confirmação do que deve ser reivindicado, a celebração do que foi conquistado e o prenúncio do que está por vir.

Serviço:

Lançamento do Livro A Radical Imaginação Política das Mulheres Negras Brasileiras

Data e hora: 21 de junho, às 19h.

Participantes: Christiane Gomes (mediação), Anielle Franco e Ana Carolina Lourenço (organizadoras do livro) e Vilma reis (autora).

Transmissão:

YouTube da Fundação Rosa Luxemburgo

YouTube do Movimento Mulheres Negras Decidem

YouTube do Instituto Marielle Franco

Para conhecer e fazer o download em PDF da publicação: https://url.gratis/QOM5C

Em entrevista a Will Smith, Kevin Hart fala sobre bronca da filha mais velha após caso de traição

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Em entrevista ao também ator Will Smith, Kevin Hart, astro de ‘Paternidade’, novo filme da Netflix, revelou ter levado uma bronca de sua filha primogênita, Heaven Hart, após o escândalo de sobre a traição que ele cometeu em 2017.  Na época ele flagrado traindo Eniko Parrish, sua atual esposa, quando ela estava grávida de Kenzo Hart, atualmente com 3 anos de idade. “Você nunca faz ideia do impacto real dos seus erros. Quando crianças acabam envolvidas é um sentimento diferente”, disse Hart quando perguntado sobre o episódio de quatro anos atrás. “A minha filha pegou pesado comigo, até hoje ela pega pesado comigo. Fazê-la compreender que eu me sentia arrependido, que eu errei e que aquilo era real”, disse o comediante.

Kevin Hart e Heaven Hart, sua filha mais velha (Imagem: Instagram)

“Por causa da minha exposição pública eu acabei criando uma armadura. É muito difícil me chatear. Mas quando a sua filha fica decepcionada e expõe esse sentimento, ‘eu não compreendo’, você precisa ter esse tipo de conversa, a sua cabeça cai pela primeira vez. Você compreende uma ligação emocional que ninguém mais consegue entender”, refletiu Hart sobre como a traição impactou a relação com a filha mais velha.

Em decorrência da polêmica, Kevin Hart fez algumas declarações públicas na época que desagradaram sua filha. Ele também falou do incômodo da filha com os comentários públicos feitos por ele sobre a mãe dela: “A minha filha teve uma conversa comigo sobre a mãe dela que mexeu comigo. Ele me colocou no meu lugar. Ela disse, ‘eu quero que você pare de falar essas coisas porque quando você diz isso e aquilo…’, ‘Mas querida, não é para valer, é da boca para fora’. ‘Não importa, papai’. ‘Querida eu estou apenas sendo eu mesmo’. ‘Papai, você não pode’”. descreveu o ator, que atualmente encontra-se em paz no casamento.  “Tenho muita sorte de ter essas duas mães maravilhosas. Eu e a minha primeira esposa, nós tivemos os nossos altos e baixos, mas estamos em um ótimo momento de compreensão”, concluiu.

A conversa entre os dois foi exibida na última  edição do programa ‘Red Table Talk’, normalmente apresentado pela esposa de Smith, a atriz Jada Pinkett Smith, mas conduzido pelo ator em edição especial celebrando o Dia dos Pais nos Estados Unidos – data comemorada ontem (20 de junho).

Márcia Silveira é a nova gerente de comunicação da L’Oréal Luxe no Brasil

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Márcia Silveira é a nova gerente de comunicação da  L’Oréal Luxe no Brasil e também será  responsável por acelerar as agendas de diversidade, inclusão e sustentabilidade da divisão de negócios da empresa, que é detentora de marcas como Lancôme, Giorgio Armani, Yves Saint Laurent, Ralph Lauren, Cacharel, Urban Decay, Mugler, Azzaro e Prada.  Márcia tem mais de 20 anos de experiência em marketing e comunicação e terá papel chave na jornada da construção da reputação da divisão baseada nos marcos supracitados.

Imagem: Divulgação

Márcia já passou por empresas como o Instituto Beleza Natural, especializado em soluções para cabelos crespos e cacheados, no Brasil e nos Estados Unidos, onde foi responsável pelo lançamento 360° do negócio e pela criação do Projeto Caravanas, spin-off do Beleza Natural. Mais recentemente, Márcia foi a primeira diretora negra do Sistema B Brasil, uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo redefinir o sentido do sucesso empresarial. Trabalhou a reputação de marcas como o time de vôlei Rexona-Ades e a empresa brasileira de cosméticos Beleza Natural.

A diretora de articulação e comunicação tem extenso currículo acadêmico na área, com MBA Executivo pela Coppead (UFRJ)  cursos de Empreendedorismo e Marketing, na Boston College, e de Reputação e Digital Marketing, na NYU, ambas nos Estados Unidos, além da experiência adquirida no curso de Design Thinking da IE Business School, na Espanha.

Nem síntese e nem antítese. Por uma alternativa ao Ocidente

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por Jonathan Raymundo

Infelizmente, por conta da vitória do sistema sócio econômico OCIDENTAL atual (capitalismo) e por conta dos erros e das promessas não cumpridas da crítica também OCIDENTAL (comunismo), muitos dos membros da comunidade negra têm caído no discurso hegemônico no qual não há alternativas possíveis ao capitalismo.

Talvez o Ocidente, cuja racionalidade produziu a síntese e a antítese, não possam mesmo pôr à mesa qualquer solução. Uma solução que perpasse por um desenvolvimento que respeite a natureza, que respeite a diferença, que não perca de vida o valor da vida e que saiba que mercadoria é mercadoria e gente é gente, que não tenha como nos ensina Marimba Ani a “hipocrisia como modo de vida”. Aliás, no livro de leitura obrigatória “Yurugu, Uma critica Africano-centrada do Pensamento e Comportamento Cultural Europeu” Ani nos ensina que:

“…o segredo que os europeus descobriram cedo em sua história é que a cultura traz regras ao pensamento, e que se você puder impor a sua cultura em suas vítimas, você pode limitar a criatividade de sua visão, destruindo a sua capacidade para agir com vontade e intenção em seu próprio interesse”

Se não retomamos a nossa cultura, reproduziremos ora as ideias produzidas pela estrutura branco capitalista, ora as críticas brancas à ele oriunda da mesma lógica cultural. Numa ou noutra, estaríamos falando outra língua, vestindo outra pele, sob um outro Deus, movendo sobre outro espírito, pensando com outra racionalidade, adorando outros deuses.

Ou seja, nossa crítica seria ainda dentro dos limites do projeto colonial que tirou de nós a autenticidade. Não só o nosso lugar, mas pior, a nossa fala. O perigo das políticas atuais de diversidade é o seu uso pra manutenção de uma máquina capitalista que não só se possibilitou pela acumulação primitiva do capital escravizando o nosso corpo, mas que tem na necropolítica a forma de gerenciar a economia global.

Diversidade não é o suficiente. Precisamos voltar a falar sobre fim do capitalismo. Estão trabalhando inclusão como caridade e usando nossa gratidão como moeda cristã de culpa para que usemos nossos corpos como escudo entre as empresas e a opinião pública crítica. As empresas capitalistas operam o lucro sobre o valor vida, sem isso não teriam sucesso.

Brasileiros no BET: Conversamos com Emicida, Djamila e Dricka

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Emicida e MC Dricka  foram indicados ao BET Awards 2021 nas categorias de Melhor Artista Internacional e Melhor Novo Artista Internacional, respectivamente.  Feito parecido aos dos artistas tinha sido de Djonga na versão de 2020 do prêmio.  Enquanto os artistas comemoram a possível premiação, a filósofa e escritora Djamila Ribeiro receberá homenagem no BET por sua atuação na luta pela igualdade racial e de gênero.

Imagem: Instagram

Para Emicida é mais uma conquista na carreira de um dos rappers mais influentes do nosso tempo. “Eu me conectei bastante com o BET ao longo da trajetória, mas fui surpreendido pela indicação, foi inesperado. Passei a vida inteira acompanhando o BET aí fui indicado e falam meu nome lá, eu pensei ‘nossa, parece que o jogo virou”, diz Emicida entre risos. Para Djamila, as notícias sobre pessoas pretas sendo reconhecidas amenizam em algum nível a sequência de notícias pesadas envolvendo a população negra. “Como diria Lélia Gonzalez, nosso legado não é só um legado baseado na dor. Geralmente a gente só é representado como objeto da repressão. Acho que a gente ter eu, Emicida, MC Dricka, nesse lugar de reconhecimento internacional tem uma força simbólica muito forte. Isso não vai mudar as estruturas, mas mostra que há outras possibilidades de existência e que essas possibilidades possam ser mostradas, exibidas e visibilizadas”, reflete Djamila Ribeiro, que tem visão parecida com a de Emicida: ”Minha trajetória é atípica, e essa atipicidade faz muitas vezes com que eu seja visto como um exemplo da possibilidade de vitória”, reflete o rapper que sabe que essas pequenas vitórias individuais não solucionam os problemas coletivos. “A gente precisa pisar no acelerador para que essas mudanças aconteçam com mais velocidade”, diz sobre as mudanças de mentalidade em relação às conquistas do povo preto”, diz o rapper.

Imagem: Helena Wolfenson

Fernanda Adriele, a MC Dricka, de apenas 21 anos,dona de hits como ‘Festa na Marina‘ e ‘Nós Tem Um Charme Que é Dahora‘, recebeu a notícia de que tinha sido indicada logo após acordar e quando soube da importância do prêmio não acreditou. “Eu falei ‘meu Deus! Nossa’. Já comecei a postar no feed”, conta a funkeira que é um fenômeno nas redes sociais”. Questionada sobre lançar música no Tik Tok, atual plataforma queridinha da internet, Dricka aponta os riscos de arriscar em um alvo só. “”Eu faço música para tocar em todo lugar. Não consigo compor uma música para uma coisa só. Se estourar no Tik Tok, amém, se não for tudo bem também. Ao mesmo tempo que o Tik Tok é bom para revelar vários artistas novos, ele é ruim por limitar muito o tempo das nossas músicas. Por isso eu procuro não focar a música a um único seguimento”, conta.

MC Dricka em propaganda na Times Square, em Nova York (Imagem: Instagram)

Em um mês que repercutiu casos de violência e racismo, o artista entende a importância de ver um homem preto virar notícia partindo de um lugar de não violência.Com fala sempre firme,mas calma, Emicida reflete sobre o momento sombrio em que o Brasil vive: “Nesse momento que a gente está vivendo é fundamental que a gente traga o amor Suplicy já lutou por isso, Jards Macalé já lutou por isso e acho que que o amor precisa voltar para o centro da bandeira nacional”, reflete sobre a frase que inicialmente faria parte da bandeira do Brasil, “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”, de Auguste Comte.

“É importante que a gente possa estar nesses lugares, que disseram, historicamente, que não era para nós. Que a gente possa se sentir confortável nesses lugares, porque às vezes a gente não se sente confortável, não conseguimos celebrar nossas conquistas diante de tantas atrocidades porque a gente se sente ocupado por essa estrutura, mas pelo contrário, a gente ainda é vítima dessa estrutura e a gente também está aqui lutando contra ela. Mesmo num lugar de visibilidade somos atingidos e neste lugar de visibilidade a gente não deve esquecer das pessoas negras”, diz a escritora em uma fala que cabe à MC Dricka, recentemente tema de uma projeção do Spotify na Times Square, em Nova York. “Meu Deus, eu não saía nem na capa do kisuco, quando saí, saí na Times Square. Eu acordei e tinha um monte de gente me mencionando. Sempre assim, eu acordando. Eu fico trampando nas minhas músicas. fico até tarde no estúdio. Bom dia para quem acordou com a cara na Times Square. Chamei as pessoas mais importantes da minha vida para poder comemorar. Para mim foi surreal. Ainda mais no telão. Fiquei maravilhada”, conta a funkeira.

O BET Awards será transmitido no Brasil pela MTV Brasil no dia 27 de junho, ás 21h. A premiação será exibida também AO VIVO pela Pluto TV, serviço de streaming gratuito da ViacomCBS

SERVIÇO – BET Awards 2021
Exibido AO VIVO pelo canal BET, através do serviço gratuito de streaming Pluto TV e também pela MTV, no dia 27 de junho, às 21h.
20h – PRÉ-SHOW
21h – EXIBIÇÃO DA PREMIAÇÃO
00h30 – AFTER SHOW

“Ao falar dele, eu percebi que estava falando de mim também”, diz Christian Malheiros sobre o motoboy Tony de Sessão de Terapia

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Créditos – Helena Barreto

A quinta temporada de Sessão de Terapia traz um espectro dos dramas de um Brasil lidando pelo segundo ano com o Coronavírus. Tem enfermeira com ataques de pânico (Miwa Yanagizawa como Lídia), mãe de primeira-viagem com depressão pós-parto (Letícia Colin como Manu) , uma mulher negra lidando com isolamento e compulsão alimentar (Luana Xavier como Giovana) , e Tony, um motoboy que viu seu trabalho mais do que duplicar com inúmeras entregas à domicílio durante a quarenta. Christian Malheiros, dá a vida a esse personagem que é um misto de revolta e resiliência.

“Acho que a pandemia já se encarregou de trazer outra visão sobre o trabalho dos motoboys. Um trabalho extremamente importante e que sofre cada vez mais com a desvalorização e o não acesso à direitos básicos”, explica Malheiros em entrevista ao Mundo Negro.

Qualquer um que utiliza dos aplicativos de entrega vai sentir um certo desconforto ao ouvir Tony falar sobre olhares, descasos, fechadas no trânsito e sobretudo sobre a desumanização desses profissionais. Para Christian esse foi um dos maiores desafios em compor esse personagem como ele mesmo explica. “É justamente o que mais me interessa no processo criativo, humanizar essas figuras que a sociedade insiste em marginalizar e excluir”.

Tony fez com que Christian percebesse a necessidade de olhar e cuidar de si, por meio da terapia. “Meu encontro com o Tony, foi em um lugar muito íntimo, existem feridas dele que são minhas também. Muitas vezes ao falar dele, eu percebi que estava falando de mim também. E foi aí que vi o quanto era necessário cuidar de mim”, detalha o ator.

SINTONIA

Christian está Atualmente está em “Sintonia”, série da Netflix que vai para sua segunda temporada. Nela, ele dá vida ao protagonista Nando.

“Sintonia é projeto que eu tenho muito carinho. O grande público começou a conhecer meu trabalho a partir dali, mas o que eu levei disso, não foi só o reconhecimento, mas sim a representatividade e quanto que esse projeto foi palco pra muitas reflexões”, descreve o ator que diz que Nando vem “mais maduro e consciente do que quer,  mas isso vai exigir muito da sua responsabilidade” .

ATUAÇÃO PREMIADA EM SÓCRATES

Christian Malheiros iniciou sua carreira aos 9 anos de idade no teatro. Formado pela escola de Artes Cênicas “Wilson Geraldo” em Santos, atuou no teatro em espetáculos como: “Bailei na Curva”, “O Inspetor Geral”, “Égbè” “Medéia”, “Os Corpos Perdidos”, e “Fedra”, contracenando com grandes atores do Teatro Brasileiro.

Em 2018 fez sua estreia no cinema com o drama “Sócrates”. Por sua atuação como o jovem gay Sócrates, Christian foi indicado como melhor ator no Independent Spirit Awards 2019, e em 2020 recebeu o prêmio APCA de melhor ator com “Sócrates”.

Christian ainda fez uma participação em “Colônia”, do Canal Brasil, que estreia dia 25/06.

Conheça Moara Sacchi, multiartista que encantou o país após abrir o clipe da cantora Iza

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Imagem: Clipe/Gueto Iza

Modelo, dançarina, ativista do Movimento Negro, militante, atriz… Poderíamos usar várias linhas para falar sobre os talentos da baiana Moara Sacchi, que foi descoberta nacionalmente no clipe da Iza, lançado no dia 4 de junho, mas que tem uma trajetória na arte muito anterior a ele.

Natural de Belmonte, ela cresceu na vila de Santo André, em Santa Cruz Cabrália, começou a dançar nos palcos em 2011 e em 2015 iniciou como modelo depois de participar do concurso de beleza negra, em 2019 foi para São Paulo e passou atuar no eixo SP-RJ, em busca da conquista de sua visibilidade no cenário nacional. Por isso, participar do clipe Gueto da Iza venho depois de muito trabalho para Moara e serviu para escancarar portas que já estavam sendo abertas pela mesma.

“Comecei na dança desde pequena com o Ballet clássico, dança contemporânea e expressão corporal no Centro de Convivência e Cultura de Santo André, estudei lá por seis anos e participei como bailarina em três espetáculos promovidos pela companhia. Em 2015 iniciei o curso de dança afro, com uma professora norte-americana, fundadora do grupo de dança afro no qual fui integrante por mais três anos, o grupo AFEFE, e cursei em paralelo alguns cursos livres de capoeira, dança do ventre, jazz, dança de salão, danças do oeste africano (coupé-decalé)”.

Moara acredita que foi preparada desde pequena para sua arte, ela acompanhava várias referências que as destinaram a interpretar suas facetas e história. Filha de uma casal composto por uma mulher negra, líder comunitária e um pai branco, italiano e escritor, a menina cresceu tendo raízes na luta e na arte, usando esses dois alicerces para se expressar:

“Com minha mãe aprendi a importância do ativismo político, a ir às ruas, a me impor quando necessário e a necessidade do aquilombamento, das trocas e do fazer para e com a comunidade. Com meu pai o amor e a paixão pela arte, aprendi a me enxergar como arte, faço e crio porque eu sou, são impulsos que vem de dentro pra fora. Com ele aprendi a escrever, a questionar, e muitos dos meus valores e ideologia vem de nossas trocas e de referências que me foram apresentadas pelo meu pai.”

Reprodução/Clipe Iza

Sobre sua participação do clipe Iza, Moara falou com a gente um pouco mais:

Como foi o convite para participar do clipe Gueto?

Acho que o convite da Iza tenha  vindo da minha performance no clipe do Caio “Só” foi o meu primeiro trabalho com o Felipe Sassi, pelo casting da Amanda Hayar, ali eles conheceram meu trabalho e criamos uma relação de amizade, até por que eu sou toda dada rsrs cheguei falando pra caramba e fazendo graça rsrs adoro trabalhar com eles, o clima é sempre leve, além do profissionalismo impecável! Então, o convite veio assim, como já tínhamos trabalhado juntos eles já conheciam o meu perfil, a Amanda me apresentou o trabalho e perguntou se eu estaria disponível, respondi que sim na hora, mesmo se eu não estivesse, para trabalhar com a Iza eh daria um jeito! Ela me disse então que teria uma fala e se eu conseguiria fazer o sotaque de carioca, eu, brincalhona do jeito que sou respondi rapidinho com um áudio no WhatsApp “iiiih eu hein garota, me rexpeeita que eh sou cria do RJ… e continuei com o sotaque” era uma brincadeira, porque criamos essa relação de amizade também.

Ela sorriu obviamente e respondeu “já passou no teste” pouco tempo depois me manda uma outra mensagem “você foi aprovada pelo diretor” e aí eu quase nem acreditei.

E sobre a fala icônica do clipe, como surgiu?

A minha fala já veio no briefing, acredito que tenha sido sugestão da Iza, mas não posso afirmar.

Fiquei muito surpresa, eu não esperava abrir o clipe! E também não esperava tanto sucesso, tem centenas de solicitações de mensagens no meu Instagram que ainda não consegui responder, pessoas falando que a frase não sai da cabeça, várias piadas rolando com o tema. Tá sendo incrível pra mim, já me pediram pra regravar um vídeo que fiz falando outros nomes, não sei se vou fazer, mas achei legal a ideia.

https://www.instagram.com/p/CPtaxEWgOEB/?utm_source=ig_web_copy_link

Moara sabe a importância da letra e de sua participação como artista, além da admiração pela cantora Iza, ela serve de inspiração para milhares de jovens negros que não conseguem enxergar seus talentos.

“De onde eu venho tem muito ouro! Potenciais artistas que se desconectam da arte por não terem oportunidades de ascensão fazendo aquilo que amam fazer! Eu tive que vir pra cá, mas não quero que eles precisem se mudar para se autoafirmarem artistas.”

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