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Márcia Silveira é a nova gerente de comunicação da L’Oréal Luxe no Brasil

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Márcia Silveira é a nova gerente de comunicação da  L’Oréal Luxe no Brasil e também será  responsável por acelerar as agendas de diversidade, inclusão e sustentabilidade da divisão de negócios da empresa, que é detentora de marcas como Lancôme, Giorgio Armani, Yves Saint Laurent, Ralph Lauren, Cacharel, Urban Decay, Mugler, Azzaro e Prada.  Márcia tem mais de 20 anos de experiência em marketing e comunicação e terá papel chave na jornada da construção da reputação da divisão baseada nos marcos supracitados.

Imagem: Divulgação

Márcia já passou por empresas como o Instituto Beleza Natural, especializado em soluções para cabelos crespos e cacheados, no Brasil e nos Estados Unidos, onde foi responsável pelo lançamento 360° do negócio e pela criação do Projeto Caravanas, spin-off do Beleza Natural. Mais recentemente, Márcia foi a primeira diretora negra do Sistema B Brasil, uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo redefinir o sentido do sucesso empresarial. Trabalhou a reputação de marcas como o time de vôlei Rexona-Ades e a empresa brasileira de cosméticos Beleza Natural.

A diretora de articulação e comunicação tem extenso currículo acadêmico na área, com MBA Executivo pela Coppead (UFRJ)  cursos de Empreendedorismo e Marketing, na Boston College, e de Reputação e Digital Marketing, na NYU, ambas nos Estados Unidos, além da experiência adquirida no curso de Design Thinking da IE Business School, na Espanha.

Nem síntese e nem antítese. Por uma alternativa ao Ocidente

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por Jonathan Raymundo

Infelizmente, por conta da vitória do sistema sócio econômico OCIDENTAL atual (capitalismo) e por conta dos erros e das promessas não cumpridas da crítica também OCIDENTAL (comunismo), muitos dos membros da comunidade negra têm caído no discurso hegemônico no qual não há alternativas possíveis ao capitalismo.

Talvez o Ocidente, cuja racionalidade produziu a síntese e a antítese, não possam mesmo pôr à mesa qualquer solução. Uma solução que perpasse por um desenvolvimento que respeite a natureza, que respeite a diferença, que não perca de vida o valor da vida e que saiba que mercadoria é mercadoria e gente é gente, que não tenha como nos ensina Marimba Ani a “hipocrisia como modo de vida”. Aliás, no livro de leitura obrigatória “Yurugu, Uma critica Africano-centrada do Pensamento e Comportamento Cultural Europeu” Ani nos ensina que:

“…o segredo que os europeus descobriram cedo em sua história é que a cultura traz regras ao pensamento, e que se você puder impor a sua cultura em suas vítimas, você pode limitar a criatividade de sua visão, destruindo a sua capacidade para agir com vontade e intenção em seu próprio interesse”

Se não retomamos a nossa cultura, reproduziremos ora as ideias produzidas pela estrutura branco capitalista, ora as críticas brancas à ele oriunda da mesma lógica cultural. Numa ou noutra, estaríamos falando outra língua, vestindo outra pele, sob um outro Deus, movendo sobre outro espírito, pensando com outra racionalidade, adorando outros deuses.

Ou seja, nossa crítica seria ainda dentro dos limites do projeto colonial que tirou de nós a autenticidade. Não só o nosso lugar, mas pior, a nossa fala. O perigo das políticas atuais de diversidade é o seu uso pra manutenção de uma máquina capitalista que não só se possibilitou pela acumulação primitiva do capital escravizando o nosso corpo, mas que tem na necropolítica a forma de gerenciar a economia global.

Diversidade não é o suficiente. Precisamos voltar a falar sobre fim do capitalismo. Estão trabalhando inclusão como caridade e usando nossa gratidão como moeda cristã de culpa para que usemos nossos corpos como escudo entre as empresas e a opinião pública crítica. As empresas capitalistas operam o lucro sobre o valor vida, sem isso não teriam sucesso.

Brasileiros no BET: Conversamos com Emicida, Djamila e Dricka

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Emicida e MC Dricka  foram indicados ao BET Awards 2021 nas categorias de Melhor Artista Internacional e Melhor Novo Artista Internacional, respectivamente.  Feito parecido aos dos artistas tinha sido de Djonga na versão de 2020 do prêmio.  Enquanto os artistas comemoram a possível premiação, a filósofa e escritora Djamila Ribeiro receberá homenagem no BET por sua atuação na luta pela igualdade racial e de gênero.

Imagem: Instagram

Para Emicida é mais uma conquista na carreira de um dos rappers mais influentes do nosso tempo. “Eu me conectei bastante com o BET ao longo da trajetória, mas fui surpreendido pela indicação, foi inesperado. Passei a vida inteira acompanhando o BET aí fui indicado e falam meu nome lá, eu pensei ‘nossa, parece que o jogo virou”, diz Emicida entre risos. Para Djamila, as notícias sobre pessoas pretas sendo reconhecidas amenizam em algum nível a sequência de notícias pesadas envolvendo a população negra. “Como diria Lélia Gonzalez, nosso legado não é só um legado baseado na dor. Geralmente a gente só é representado como objeto da repressão. Acho que a gente ter eu, Emicida, MC Dricka, nesse lugar de reconhecimento internacional tem uma força simbólica muito forte. Isso não vai mudar as estruturas, mas mostra que há outras possibilidades de existência e que essas possibilidades possam ser mostradas, exibidas e visibilizadas”, reflete Djamila Ribeiro, que tem visão parecida com a de Emicida: ”Minha trajetória é atípica, e essa atipicidade faz muitas vezes com que eu seja visto como um exemplo da possibilidade de vitória”, reflete o rapper que sabe que essas pequenas vitórias individuais não solucionam os problemas coletivos. “A gente precisa pisar no acelerador para que essas mudanças aconteçam com mais velocidade”, diz sobre as mudanças de mentalidade em relação às conquistas do povo preto”, diz o rapper.

Imagem: Helena Wolfenson

Fernanda Adriele, a MC Dricka, de apenas 21 anos,dona de hits como ‘Festa na Marina‘ e ‘Nós Tem Um Charme Que é Dahora‘, recebeu a notícia de que tinha sido indicada logo após acordar e quando soube da importância do prêmio não acreditou. “Eu falei ‘meu Deus! Nossa’. Já comecei a postar no feed”, conta a funkeira que é um fenômeno nas redes sociais”. Questionada sobre lançar música no Tik Tok, atual plataforma queridinha da internet, Dricka aponta os riscos de arriscar em um alvo só. “”Eu faço música para tocar em todo lugar. Não consigo compor uma música para uma coisa só. Se estourar no Tik Tok, amém, se não for tudo bem também. Ao mesmo tempo que o Tik Tok é bom para revelar vários artistas novos, ele é ruim por limitar muito o tempo das nossas músicas. Por isso eu procuro não focar a música a um único seguimento”, conta.

MC Dricka em propaganda na Times Square, em Nova York (Imagem: Instagram)

Em um mês que repercutiu casos de violência e racismo, o artista entende a importância de ver um homem preto virar notícia partindo de um lugar de não violência.Com fala sempre firme,mas calma, Emicida reflete sobre o momento sombrio em que o Brasil vive: “Nesse momento que a gente está vivendo é fundamental que a gente traga o amor Suplicy já lutou por isso, Jards Macalé já lutou por isso e acho que que o amor precisa voltar para o centro da bandeira nacional”, reflete sobre a frase que inicialmente faria parte da bandeira do Brasil, “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”, de Auguste Comte.

“É importante que a gente possa estar nesses lugares, que disseram, historicamente, que não era para nós. Que a gente possa se sentir confortável nesses lugares, porque às vezes a gente não se sente confortável, não conseguimos celebrar nossas conquistas diante de tantas atrocidades porque a gente se sente ocupado por essa estrutura, mas pelo contrário, a gente ainda é vítima dessa estrutura e a gente também está aqui lutando contra ela. Mesmo num lugar de visibilidade somos atingidos e neste lugar de visibilidade a gente não deve esquecer das pessoas negras”, diz a escritora em uma fala que cabe à MC Dricka, recentemente tema de uma projeção do Spotify na Times Square, em Nova York. “Meu Deus, eu não saía nem na capa do kisuco, quando saí, saí na Times Square. Eu acordei e tinha um monte de gente me mencionando. Sempre assim, eu acordando. Eu fico trampando nas minhas músicas. fico até tarde no estúdio. Bom dia para quem acordou com a cara na Times Square. Chamei as pessoas mais importantes da minha vida para poder comemorar. Para mim foi surreal. Ainda mais no telão. Fiquei maravilhada”, conta a funkeira.

O BET Awards será transmitido no Brasil pela MTV Brasil no dia 27 de junho, ás 21h. A premiação será exibida também AO VIVO pela Pluto TV, serviço de streaming gratuito da ViacomCBS

SERVIÇO – BET Awards 2021
Exibido AO VIVO pelo canal BET, através do serviço gratuito de streaming Pluto TV e também pela MTV, no dia 27 de junho, às 21h.
20h – PRÉ-SHOW
21h – EXIBIÇÃO DA PREMIAÇÃO
00h30 – AFTER SHOW

“Ao falar dele, eu percebi que estava falando de mim também”, diz Christian Malheiros sobre o motoboy Tony de Sessão de Terapia

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Créditos – Helena Barreto

A quinta temporada de Sessão de Terapia traz um espectro dos dramas de um Brasil lidando pelo segundo ano com o Coronavírus. Tem enfermeira com ataques de pânico (Miwa Yanagizawa como Lídia), mãe de primeira-viagem com depressão pós-parto (Letícia Colin como Manu) , uma mulher negra lidando com isolamento e compulsão alimentar (Luana Xavier como Giovana) , e Tony, um motoboy que viu seu trabalho mais do que duplicar com inúmeras entregas à domicílio durante a quarenta. Christian Malheiros, dá a vida a esse personagem que é um misto de revolta e resiliência.

“Acho que a pandemia já se encarregou de trazer outra visão sobre o trabalho dos motoboys. Um trabalho extremamente importante e que sofre cada vez mais com a desvalorização e o não acesso à direitos básicos”, explica Malheiros em entrevista ao Mundo Negro.

Qualquer um que utiliza dos aplicativos de entrega vai sentir um certo desconforto ao ouvir Tony falar sobre olhares, descasos, fechadas no trânsito e sobretudo sobre a desumanização desses profissionais. Para Christian esse foi um dos maiores desafios em compor esse personagem como ele mesmo explica. “É justamente o que mais me interessa no processo criativo, humanizar essas figuras que a sociedade insiste em marginalizar e excluir”.

Tony fez com que Christian percebesse a necessidade de olhar e cuidar de si, por meio da terapia. “Meu encontro com o Tony, foi em um lugar muito íntimo, existem feridas dele que são minhas também. Muitas vezes ao falar dele, eu percebi que estava falando de mim também. E foi aí que vi o quanto era necessário cuidar de mim”, detalha o ator.

SINTONIA

Christian está Atualmente está em “Sintonia”, série da Netflix que vai para sua segunda temporada. Nela, ele dá vida ao protagonista Nando.

“Sintonia é projeto que eu tenho muito carinho. O grande público começou a conhecer meu trabalho a partir dali, mas o que eu levei disso, não foi só o reconhecimento, mas sim a representatividade e quanto que esse projeto foi palco pra muitas reflexões”, descreve o ator que diz que Nando vem “mais maduro e consciente do que quer,  mas isso vai exigir muito da sua responsabilidade” .

ATUAÇÃO PREMIADA EM SÓCRATES

Christian Malheiros iniciou sua carreira aos 9 anos de idade no teatro. Formado pela escola de Artes Cênicas “Wilson Geraldo” em Santos, atuou no teatro em espetáculos como: “Bailei na Curva”, “O Inspetor Geral”, “Égbè” “Medéia”, “Os Corpos Perdidos”, e “Fedra”, contracenando com grandes atores do Teatro Brasileiro.

Em 2018 fez sua estreia no cinema com o drama “Sócrates”. Por sua atuação como o jovem gay Sócrates, Christian foi indicado como melhor ator no Independent Spirit Awards 2019, e em 2020 recebeu o prêmio APCA de melhor ator com “Sócrates”.

Christian ainda fez uma participação em “Colônia”, do Canal Brasil, que estreia dia 25/06.

Conheça Moara Sacchi, multiartista que encantou o país após abrir o clipe da cantora Iza

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Imagem: Clipe/Gueto Iza

Modelo, dançarina, ativista do Movimento Negro, militante, atriz… Poderíamos usar várias linhas para falar sobre os talentos da baiana Moara Sacchi, que foi descoberta nacionalmente no clipe da Iza, lançado no dia 4 de junho, mas que tem uma trajetória na arte muito anterior a ele.

Natural de Belmonte, ela cresceu na vila de Santo André, em Santa Cruz Cabrália, começou a dançar nos palcos em 2011 e em 2015 iniciou como modelo depois de participar do concurso de beleza negra, em 2019 foi para São Paulo e passou atuar no eixo SP-RJ, em busca da conquista de sua visibilidade no cenário nacional. Por isso, participar do clipe Gueto da Iza venho depois de muito trabalho para Moara e serviu para escancarar portas que já estavam sendo abertas pela mesma.

“Comecei na dança desde pequena com o Ballet clássico, dança contemporânea e expressão corporal no Centro de Convivência e Cultura de Santo André, estudei lá por seis anos e participei como bailarina em três espetáculos promovidos pela companhia. Em 2015 iniciei o curso de dança afro, com uma professora norte-americana, fundadora do grupo de dança afro no qual fui integrante por mais três anos, o grupo AFEFE, e cursei em paralelo alguns cursos livres de capoeira, dança do ventre, jazz, dança de salão, danças do oeste africano (coupé-decalé)”.

Moara acredita que foi preparada desde pequena para sua arte, ela acompanhava várias referências que as destinaram a interpretar suas facetas e história. Filha de uma casal composto por uma mulher negra, líder comunitária e um pai branco, italiano e escritor, a menina cresceu tendo raízes na luta e na arte, usando esses dois alicerces para se expressar:

“Com minha mãe aprendi a importância do ativismo político, a ir às ruas, a me impor quando necessário e a necessidade do aquilombamento, das trocas e do fazer para e com a comunidade. Com meu pai o amor e a paixão pela arte, aprendi a me enxergar como arte, faço e crio porque eu sou, são impulsos que vem de dentro pra fora. Com ele aprendi a escrever, a questionar, e muitos dos meus valores e ideologia vem de nossas trocas e de referências que me foram apresentadas pelo meu pai.”

Reprodução/Clipe Iza

Sobre sua participação do clipe Iza, Moara falou com a gente um pouco mais:

Como foi o convite para participar do clipe Gueto?

Acho que o convite da Iza tenha  vindo da minha performance no clipe do Caio “Só” foi o meu primeiro trabalho com o Felipe Sassi, pelo casting da Amanda Hayar, ali eles conheceram meu trabalho e criamos uma relação de amizade, até por que eu sou toda dada rsrs cheguei falando pra caramba e fazendo graça rsrs adoro trabalhar com eles, o clima é sempre leve, além do profissionalismo impecável! Então, o convite veio assim, como já tínhamos trabalhado juntos eles já conheciam o meu perfil, a Amanda me apresentou o trabalho e perguntou se eu estaria disponível, respondi que sim na hora, mesmo se eu não estivesse, para trabalhar com a Iza eh daria um jeito! Ela me disse então que teria uma fala e se eu conseguiria fazer o sotaque de carioca, eu, brincalhona do jeito que sou respondi rapidinho com um áudio no WhatsApp “iiiih eu hein garota, me rexpeeita que eh sou cria do RJ… e continuei com o sotaque” era uma brincadeira, porque criamos essa relação de amizade também.

Ela sorriu obviamente e respondeu “já passou no teste” pouco tempo depois me manda uma outra mensagem “você foi aprovada pelo diretor” e aí eu quase nem acreditei.

E sobre a fala icônica do clipe, como surgiu?

A minha fala já veio no briefing, acredito que tenha sido sugestão da Iza, mas não posso afirmar.

Fiquei muito surpresa, eu não esperava abrir o clipe! E também não esperava tanto sucesso, tem centenas de solicitações de mensagens no meu Instagram que ainda não consegui responder, pessoas falando que a frase não sai da cabeça, várias piadas rolando com o tema. Tá sendo incrível pra mim, já me pediram pra regravar um vídeo que fiz falando outros nomes, não sei se vou fazer, mas achei legal a ideia.

https://www.instagram.com/p/CPtaxEWgOEB/?utm_source=ig_web_copy_link

Moara sabe a importância da letra e de sua participação como artista, além da admiração pela cantora Iza, ela serve de inspiração para milhares de jovens negros que não conseguem enxergar seus talentos.

“De onde eu venho tem muito ouro! Potenciais artistas que se desconectam da arte por não terem oportunidades de ascensão fazendo aquilo que amam fazer! Eu tive que vir pra cá, mas não quero que eles precisem se mudar para se autoafirmarem artistas.”

Conheça o Ubuntu Yoga: ferramenta de autocuidado e fortalecimento da saúde mental para mulheres pretas

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Foto: Pri Correa.

“Trazer mais possibilidade de identificação e fortalecimento da própria subjetividade”, esse é um dos propósitos do Ubuntu Yoga. Idealizado por Tati Cassiano, criado há um ano e três meses, durante a pandemia, o projeto surge para aproximar a população preta e periférica do Yoga, sendo uma alternativa de contribuição para o autocuidado e saúde mental. São mais de 40 mulheres ativas no grupo que participam de forma gratuita.

Nesta segunda-feira (21), comemora-se o Dia Internacional do Yoga, oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e, diante do cenário caótico causado pela pandemia, em todo o mundo, o Yoga tem tido um papel fundamental na vida dos novos praticantes. A SEMrush realizou um levantamento onde mostra que a pesquisa pelo termo “Yoga” cresceu 50%, entre fevereiro e abril de 2020, nos mecanismos de busca. O termo “Meditação” cresceu 82% e a busca por tapetes de Yoga cresceu 735%, no mesmo período.

Não é apenas uma atividade corporal, o Yoga é capaz de alinhar o corpo e a mente, alivia as tensões e proporciona a cura. Além disso, aumenta a capacidade de concentração, combate estresse, ansiedade e possui ferramentas capazes de ajudar o praticante a lidar com traumas, isso foi comprovado cientificamente pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (EUA).  

Foto: Daniele Sampaulo

Quando essa realidade é trazida para a população preta, que diariamente lida com a violência e racismo, desde a época dos nossos antepassados escravizados, entendemos a importância de se entregar o Yoga, visto que, por meio dela, é possível encontrar um equilíbrio. Até hoje, mesmo com projetos como o Ubuntu Yoga, não é uma atividade completamente acessível ao povo preto. Priscila Mesquita, da página Kitandeira de Histórias, por exemplo, teve a oportunidade de aderir à prática por meio do projeto.

Eu, particularmente, conhecia só de ouvir falar. Achava que era algo muito distante para mim, não existia referência de yoginis pretas. Yoga, para mim, tem sido uma salvação diária, no meu psicológico, no meu físico, na minha força e no meu resgate à ancestralidade”, afirma. 

Atualmente, 40 mulheres participam de forma gratuita da Ubuntu Yoga.  As aulas são ministradas por Aline Inocêncio, instrutora de Hatha Yoga, Myrian Gomes, instrutora de Kundalini YogaTayla Cândido e Tati Cassiano, instrutoras de Vinyasa Flow. Graças ao projeto, essas mulheres se permitiram a este abraço, em meio às suas vulnerabilidades, e buscam se fortalecer através da troca de afeto, saberes e vivências.

Cassandra Veloso, assim como Priscila, tinha uma ideia bem distante de aproximação do Yoga. Apesar de querer, não se sentia pertencente e nem representada. O tempo a fez perceber e ter maturidade, diante da busca pela conexão com as suas origens.

Reconheci que o Yoga faz parte da minha ancestralidade. O projeto Ubuntu Yoga me ajudou a fazer essa conexão e avançar na compreensão de que eu sou porque nós somos, e que a herança preciosa de conhecimento, deixada pelos nossos antepassados, são poderosas ferramentas ancestrais. Fazer parte desse projeto me fez acreditar que sonhos se realizam e que existe uma força potente, criadora, criativa e inabalável quando mulheres pretas se unem”.

Uma das principais ações do projeto, foi a distribuição de mats para todas as participantes do grupo. Com o apoio da empresa Yogini, todas as mulheres envolvidas foram presenteadas com tapetes de Yoga, enviados para SalvadorSão Paulo, Rio de JaneiroBrasília Manaus. Conversamos com Tati para conhecer um pouco mais do Ubuntu Yoga.

Foto: Daniele Sampaulo

Como surgiu o projeto?

O Ubuntu Yoga nasceu no meu coração, em 2019, quando identifiquei  a importância do Yoga na minha vida. Fui estimulada a compartilhar com outras mulheres negras pelas amigas Suellen, Suzana e Suzane Massena, com a ideia de criar um grupo de mulheres negras para praticar AcroYoga nos parques de São Paulo e orientá-las. Até então, minhas práticas de Yoga tinham sido em locais públicos em Salvador, em aulas abertas e gratuitas, promovidas por alguns grupos aos quais fiz parte, mas, quando cheguei em São Paulo, não tinham grupos abertos e fiquei sem praticar por muito tempo. Quando, junto com minhas amigas, tive a oportunidade de praticar e percebi o quanto me fazia falta essa prática.

Pouco tempo depois, me inscrevi na formação de 200hrs do Liquid Asana Vinyasa, oferecido pela norte-americana Micheline Berry, no estúdio YogaFlow, onde tive meu primeiro contato dentro de um estúdio, na Zona Sul de São Paulo. Observei que eu era a única preta, essa experiência me fez identificar o quanto essas práticas são distantes da minha realidade como mulher preta e periférica. O curso de formação é caro, longe e possuem espaços que nem sempre são acolhedores, eu nunca tinha visto prática de Yoga dentro da minha comunidade, todas as experiências que tive com a prática foram no centro ou em áreas onde pessoas com boas condições moravam.

Tati entendeu a necessidade do Yoga em sua vida quando viu as dificuldades de se manter em outra cidade, ela é natural de Salvador, do bairro de Pernambués. Em São Paulo, saia de casa às 5h30 da manhã, pegava dois ônibus e metrô para chegar às 8h no curso. Na mesma época, trabalhava como hostess em um restaurante, durante a noite e o curso durava o dia inteiro, até às 18h, corria para o restaurante, onde trabalhava até às 3h e chegava em casa às 4h.
Se olharmos com atenção para as mulheres pretas e periféricas, vamos perceber um padrão na falta de autocuidado. São mulheres que saem de casa às 5h para trabalhar, às vezes, sem hora para voltar. São vistas como aquelas que cuidam, mas, quem cuida delas? Se preocupam com a casa, filhos, trabalho, educação, segurança, mas, não priorizam a si mesmas. A saúde mental ainda é um tabu, estereotipada e taxada ainda como frescura.

O intuito de Tati é conscientizar, adentrar esses locais e mostrar a essas mulheres que sim, é possível praticar Yoga e viver. Não é sobre flexibilidade, é sobre viver bem, é sobre cuidar de si e olhar para dentro. Um dos propósitos do Ubuntu Yoga é tornar a prática acessível a essas pessoas, para que elas sejam capazes de lidar com as demandas internas e melhorar seu dia-a-dia e bem-estar.

Foto: Daniele Sampaulo

Quando você percebeu que era possível incluir o Ubuntu Yoga na rotina de pessoas pretas?

Quanto mais eu me aprofundava nos estudos, aprendia o quanto a prática do Yoga poderia ser benéfica para as pessoas que são expostas a situações traumáticas e opressoras por promover o equilíbrio do sistema hormonal graças às posturas de Yoga que estimulam a liberação de hormônios responsáveis pelo bem-estar. Num debate de justiça social, trazido pela professora Micheline no curso, foi feito um exercício em grupo de listar por quais lentes sociais nos enxergamos e enxergamos o mundo onde tive a oportunidade de trazer a tona o que eu, como mulher negra, tenho que lidar como: objetificação do meu corpo, meritocracia, racismo e muitas das pessoas que estavam ali, naquele espaço, não fazia ideia do que eu estava falando, mas, foi ali, naquele instante, onde decidi que faria um projeto que levasse Yoga para as comunidades e pessoas que precisam dessa ferramenta para ter qualidade de vida. 

Em 2020, no início da pandemia, devido às orientações da OMS, na contenção do avanço da contaminação pelo novo coronavírus, a necessidade se transformou em urgência. A falta de trabalho e o afogamento por tantas notícias negativas, em um cenário sem perspectiva, fez com eu fosse impulsionada, diante vários relatos de ansiedade, insônia, síndrome do pânico, os quais chegavam até a mim, criei um grupo no whatsapp para acolher essas mulheres. Convidei Tayla Cândido, Aline Inocêncio e Myrian Gomes. Aline entrou com a intenção de fazer as aulas e acabou se tornando uma das facilitadoras, promovendo práticas para o grupo também.

Diante dos padrões relacionados a Yoga, no Brasil e no mundo, qual o diferencial do seu projeto e o que tem oferecido de importante a população preta?

A inclusão de corpos plurais, através de uma abordagem que reconhece que todos os corpos têm a sua potência e memória e que honra o histórico de vida de cada um desses corpos. O respeito pela subjetividade de cada indivíduo,  respeitando suas filosofias de vida e crença pessoal. Valorizamos a cultura e filosofia africana, fazendo ligações com essas filosofias a partir do olhar afrodiáspora e reconhecemos a origem do Yoga ser na Africa. Apesar de todas as facilitadoras oferecerem aulas de Yoga indiano. 

O que vocês almejam no futuro?

Promover aulas abertas e gratuitas em comunidade, praça ou parques, nas cidades de São Paulo e Salvador, pelo menos uma vez ao mês. Oferecer aulas com valores acessíveis. Se tornar uma escola que ofereça formação de Yoga por um valor mais acessível ou gratuito.

Fazer Yoga não exige muito espaço ou ferramentas, é uma boa forma de relaxamento, cumprindo as necessidades de um exercício caseiro. O Ubuntu Yoga funciona como um espaço de acolhimento e rede de apoio, que visa promover transformação pessoal e coletiva, além de ressaltar a importância do aquilombamento, mostra o quão desafiador é viver em uma pandemia, sendo um corpo preto.
Um dos maiores impulsos do projeto, é o desejo de que todas as mulheres se priorizem, reconheçam a própria potência e possam assumir a narrativa de suas vidas, tendo consciência de que são suficientes e merecedoras de afeto. Para ajudar e saber mais, entre em contato através do e-mail: contato@ubuntuyogabrasil.com ou acesse o site: https://www.ubuntuyogabrasil.com

MC Soffia ganha primeiro prêmio Internacional com o clipe “Empoderada”

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Foto: Reprodução

Prêmio CLAIFF23, do Texas, foi comemorado com rima nas redes sociais da rapper

A rapper brasileira MC Soffia, ganhou na sexta-feira (18) o prêmio CLAIFF23, na categoria Melhor Vídeo Musical, seu primeiro prêmio internacional.

“Estou muito emocionada com o prêmio internacional que ganhei, é muito bom saber que minhas músicas são conhecidas no mundo, o clipe Empoderada é especial pela mensagem para as meninas negras, pelo visual, coreografia, dançarinos, equipe de produção e o trabalho da diretora Herotildes Nai, que ficou maravilhoso”, diz a rapper.

A cantora usou suas redes sociais para rimar em comemoração ao feito. Confira:

O CLAIFF23 ofereceu uma rara mostra de filmes e vídeos da América Latina (Norte,Central,América do Sul e Caribe) e da Península Ibérica. O festival de cinema celebrou filmes e vídeos feitos por ou sobre pessoas latinas nos Estados Unidos ou no resto do mundo, bem como filmes e vídeos feitos por ou sobre grupos indígenas das Américas. 

O clipe Empoderada foi lançado no dia 11 de outubro de 2020, Dia Internacional da Menina no tributo “She ‘s My Hero” que aconteceu em Los Angeles.

“Acredito muito na nossa potência coletiva e na união de mentes. Fizemos tudo com muito respeito a trajetória da Mc Soffia e a intenção é de evidenciar a potência ancestral que essa menina mulher empoderada carrega.” Diz Herotildes Nai, diretora do filme.

Nos 10 anos de carreira, a rapper MC Soffia, vem  conquistando um espaço muito importante no segmento do Hip Hop, educação e movimentos sociais. “Ainda sou muito nova e sei das barreiras que tenho que enfrentar, machismo, racismo, invisibilidade das mulheres negras, mas não desisto porque, acredito nos meus sonhos e amo música.” Revela MC Soffia.

A empresária e mãe da MC Soffia, responsável por sua carreira, aposta no trabalho independente e acredita que é um segmento que está crescendo muito.A Soffia já recebeu muitos prêmios, mas um prêmio da música no exterior coroa muito todo o trabalho que temos, com poucos recursos e tendo que transpor tantas barreiras, principalmente nesse momento de pandemia. Estou muito orgulhosa e acreditando que tudo vai melhorar e muito,  só tenho a agradecer a minha equipe e ao talento da MC Soffia”, diz Kamilah Pimentel.

Em 2018, MC Soffia foi indicada ao prêmio BET AWARDS, na categoria “Artista Revelação Internacional”, com apenas 14 anos de idade.

“Essa personagem vai além de ser uma mulher trans”, diz Liniker sobre Cassandra, protagonista de ‘Manhãs de Setembro’

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Imagem: Amazon Prime Vídeo

No próximo dia 25 de junho, a Amazon Prime Vídeo lançará a série “Manhãs de Setembro“, que conta a história de Cassandra, personagem interpretada pela cantora e atriz Liniker. Na trama, é mostrada a trajetória Cassandra, uma mulher preta, trans e cantora, que se descobre mãe.

Cassandra acaba de conquistar sua independência, seu apartamento, namorado e empregos, fazendo cover musical à noite e entregas durante o dia. Contudo, sua paz começa a ficar ameaçada com a chegada de Leide (Karine Teles) e Gersinho (Gustavo Coelho), uma criança com 10 anos de idade que sempre sonhou em conhecer seu pai, que, na verdade, é mãe.

A história foi gravada nas ruas do Uruguai, por conta da pandemia, mas representou um cenário muito familiar para os brasileiros: as ruas de São Paulo de forma real e visceral, com uma discografia e dublagem com vozes negras, de acordo com as próprias roteiristas.

O Mundo Negro conversou um pouco com as protagonistas Liniker e Karine Teles sobre suas interpretações e as histórias únicas que foram mostradas, e matou algumas curiosidades sobre a série com o diretor Luis Pinheiro e as roteiristas Josefina Trotta e Alice Marcone.

Na entrevista, as atrizes falaram um pouco sobre o desafio em mostrar as duas mães de forma tão sensível e profunda:

A série apresenta Cassandra muito além de ser uma mulher trans, como uma pessoa com os problemas e desafios de uma mulher preta que se torna mãe. Quanto existe entre a personagem e o público da própria Liniker?

Liniker: Muito! O trabalho foi de humanizar essa personagem justamente por saber do corre que é ser uma mulher preta na sociedade e dar conta de tudo para poder sobreviver, seja profissionalmente, seja fazendo com que o afeto se torne parte das nossas vidas, quando muitas vezes não é, já que estamos desassociadas de sociedade, família, romance, carinho e pessoas que acolhem. Cassandra dialoga com muitas pessoas que conheço e que estão na minha vivência cotidiana, essa personagem vai além de ser uma mulher trans, ela foi construída com uma humanidade que precisa ser legitimada e foi de onde eu parti. Consegui ver minha mãe nela, uma mulher preta que no corre criou dois filhos sozinhas e deu todo suporte que pode. Então, nessa Cassandra, a nova mãe, que vai sempre atrás do corre, eu vejo muito da minha.

Como foi passar, atuando com uma criança, esse incômodo da Cassandra em ser sempre chamada de pai, além de fazer essa distinção entre a mãe cis e a mãe trans?

Liniker: Acho que desafiador. Porque a Cassandra tava sendo invadida e esse incômodo vinha daí, mas tinha algo além disso, que é uma criança que estava procurando um pai. Isso mexe com a trajetória e identidade da Cassandra todos os dias. Então, a dureza dela em se permitir ser mãe é porque esse título vem junto com a invasão de uma criança que ela nem sabia da existência, trazendo a Leide que também fez parte de um passado dela. Então, eu sinto que a Cassandra tem um trabalho de educar, mesmo não querendo, tanto a criança quanto ao recorte de gênero dela. É algo complexo.

Para a própria Leide, não?! Educar a Leide em conjunto com a criança?

Karine Teles: Total! Tem uma dificuldade nessa personagem [Leide] em encontrar em mim o apoio para não julgar as atitudes repreensíveis dela. Acho que a Leide cumpre um papel de explicitar a ignorância e o preconceito, mesmo tendo suas dores e estar sozinha com o filho, mas são atitudes que eu no lugar da Cassandra ficaria até mais incomodada do que ela ficou. Por isso, a parceria da Liniker como atriz foi fundamental, porque tínhamos confiança uma na outra e nos momentos de conflito foram primordiais, já que foram os mais delicados.

A série passa por Vanussa até Alcione. Como essa relação da música para com a Cassandra mostra a conexão com o seu próprio filho?

Liniker: Acho que é o lugar seguro dela, onde ela canta e dança com as amigas. Acho que é o lugar em que a Cassandra pode se humanizar e dentro da dureza e ter lazer porque, muitas vezes, pessoas pretas, acha que é só trabalhar e dar conta, mas a música traz para a Cassandra, por 30 minutos ou 10 minutos, uma conexão com ela mesma.

Para a Liniker também? Como é a Liniker nesse espaço?

Com certeza! Para a Liniker também. A música é meu trabalho, minha sobrevivência e onde eu consigo reformular todas as violências que eu sofro, todos os recortes que tenho e onde existe um lugar no mundo que é meu.

Imagem/Reprodução: Amazon Priem vídeo

A série, mesmo sendo filmada em um outro país, mostra referências a figuras brasileiras que tiveram suas falas silenciadas de forma dolorosa, como a ex-vereadora Marielle Franco, que foi lembrada em alguns capítulos da história.

Confira a entrevista com o diretor e as roteiristas:

Marielle Franco é referenciada na série, o que isso quis dizer?

Luis Pinheiro [Diretor]: Tudo que fazemos é politico e acaba se referindo à politica, tínhamos que nos posicionar, de uma certa maneira, às barbaridades que aconteciam no Brasil – mesmo tendo essa série sendo gravada em outro local. Então, não é algo que é uma bandeira de frente, nossa série não é politico, mas temos orgulho de colocar o ícone de Marielle Franco na série, como outras representações que estão nas imagens representando nosso anseio politico.

Como foi a escolha dessas atuações, vozes e interpretações na série?

Josefina Trota [Roteirista]: Não só as atrizes são negras, a voz que interpreta a Vanusa é da atriz Elisa Lucinda, que é uma mulher e atriz negra, as dubladoras para outros países para dublar a Liniker são atrizes trans e isso está no DNA da série.  E na discografia pensamos em mulheres fortes e autoras, já que a maioria da nossa sala é mulher, então pensamos em trazer essa força para qualquer coisa que envolvesse a série.

Qual a expectativa para o público receber essa série, que é tão forte e tão bonita?

Alice Marcone [Roteirista]: Quero que mobilize afetos e pessoas, que sentimentos em diversas pessoas e segmentos do público. Nas diversas pessoas e pessoas diferentes, com expectativas diferentes. Nós temos uma história muito universal tratando de um tema como maternidade e conselhos diferentes sobre isso. Qualquer pessoa em qualquer lugar pode se identificar com isso, mas nós estamos trazendo de forma única, personagens únicas e convivências únicas que são quebradas pelo afeto e podem ser demostradas em nosso país e país afora.

Manhãs de Setembro estará disponível a partir de 25/06 na Amazon Prime Video. Confira o trailer:

Nesta festa junina, vá de cajuzinho!

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Imagem: Aline Chermoula

Quando criança toda festa junina que ia tinha ele, hoje nem ouço mais falar e quando ouço são palavras de nostalgia, boas lembranças de um tempo bom.

Cajuzinho é um doce brasileiro feito de amendoim, comum em festas de aniversário. O docinho, depois de pronto, é normalmente moldado na forma de um caju, imitando a fruta com uma castanha no topo, o que justifica seu nome. Originalmente, o cajuzinho era feito com polpa de caju nas regiões Norte e Nordeste. Com a migração nordestina, o doce chegou ao Sul e Sudeste. A partir daí sua composição foi alterada – a polpa de caju deu lugar ao amendoim sendo mantido apenas o tradicional formato.

O amendoim é originário da América do Sul, onde existe há milhares de anos. Desempenhou desde sempre um papel importante na dieta alimentar dos Incas e de outros Índios nativos da América do Sul e do México.Os exploradores espanhóis e portugueses que descobriram o amendoim no Novo Mundo, levaram-no para a África, onde se climatizou e passou a ser consumido entre suas populações.

Plantado em diversos países africanos, floresceu e passou a fazer parte das culturas alimentares locais. Chegou a ser reverenciado como um alimento sagrado e, no início do comércio de escravos, era transportado nos barcos que iam de África para a América do Norte sendo assim introduzido nesta região.

Vamos à receita:

INGREDIENTES:

• 1 kg de amendoim torrado e moído sem casca

• 2 xícaras de açúcar

• 250 g de chocolate em pó

• Leite o suficiente

• Açúcar granulado ou cristal

• Amendoim inteiro para decorar

PREPARO

• Torre o amendoim, tire as cascas e moa.Junte o açúcar e o chocolate. Acrescente leite o suficiente para dar liga, formando uma massa. Faça os formatos de cajuzinhos, passe pelo açúcar granulado ou cristal e coloque 1 grão de amendoim na parte superior.

Você já reparou que as festas juninas atuais deixaram de oferecer o cajuzinho como iguaria? Em sua opinião qual motivo desta apagamento?

“Eu abracei o teatro, o cinema, a televisão”, diz Tia Má, em elenco de nova série da Netflix

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Foto: Magali Moraes.

A comediante, jornalista e agora, atriz, está no elenco de nova série da Netflix e anuncia a publicação de um novo livro em breve

Maíra Azevedo, a Tia Má, está no elenco anunciado esta semana para a nova série de comédia da Netflix, ainda sem nome divulgado. Investindo na carreira de atriz, ela conta, sem detalhes, o que podemos esperar da personagem interpretada por ela na série. “O que posso dizer é que vocês vão rir e também vão se emocionar com ela. Ela é cheia de mistérios, como a série toda”, adianta.

A série vai contar a história de um excêntrico milionário que convida várias pessoas para um fim de semana em sua mansão e todos os convidados se tornam suspeitos de matá-lo. “Pra mim é um desafio muito grande levar a comédia para outro nível. Eu sou jornalista de formação, de repente eu subo num palco com um stand-up e agora eu venho para uma série que é filmada como cinema, a mesma qualidade do cinema. Ainda que eu saiba que é uma personagem, é a minha cara ali, imortalizada”, disse Tia Má.

Forjada na militância do movimento negro, para Maíra o novo papel traz consigo uma responsabilidade muito maior do que apenas com a sua própria carreira. “Tenho consciência de que é muita responsabilidade porque é mais uma mulher preta ocupando esse espaço e a gente sabe que a gente está ali naquela tensão e apreensão para representar os nossos e as nossas, e também toda nossa ancestralidade”.

Com uma multiplicidade de talentos e frentes de atuação, Maíra descreve esse fazer múltiplo como uma das condições impostas às mulheres negras por conta das diversas opressões da sociedade. “Eu abracei o teatro, a televisão, o cinema e os livros – já estou escrevendo meu segundo livro. E percebo que, ainda que em uma condição diferenciada, eu sou mais uma mulher preta que precisa colocar em prática as suas diversas habilidades para sobreviver”, avalia.

“Nós fomos criados por mulheres pretas que eram empregadas domésticas, costureiras, administradoras, terapeutas, professoras, exatamente porque a gente precisava, por conta de um espaço de opressão, ter vários talentos. E a gente segue dessa forma, com várias habilidades, mas cada vez mais ocupando espaços e abrindo portas para que outras com a cara e o corpo igual ao nosso possam ocupar também”, conclui.

Confira o trailer da série:

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