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Antes de fechar restaurante fundado pela mãe, empresária faz ação especial para pessoas carentes

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O tradicional restaurante Atrium, que construiu uma história de sucesso ao longo de 18 anos na região da Avenida Paulista, está fechando as portas. Sua operação acontece até o próximo sábado, dia 27 de março, com cardápio dos seus pratos clássicos, vendidos no delivery através de pedidos online.

Comandado pela empreendedora Cris Guterres, o Atrium é resultado do sonho de uma família negra que foi capaz de construir um legado para a história do afroempreendedorismo. Foram 18 anos de existência e resistência de uma empresa sólida e reconhecida não só pelo sabor de sua comida, mas pelo exemplo de luta de Eleni Guterres, mãe de Cris e que ousou ao montar seu restaurante numa das regiões mais ricas do país.

Cris e sua mãe Dona Eleni Guterres – Foto Arquivo pessoal

“Eu pensei muito antes de fechar a casa, mas uma das coisas mais valiosas que aprendi com os meus pais é que todo negócio, assim como as pessoas, chega ao fim e quando este fim chega ele precisa ser celebrado e os compromissos com as pessoas que ajudaram na construção precisam ser honrados, um empreendedor precisa saber a hora certa de parar”, contou Cris Guterres

O encerramento de suas atividades se deu diante as impossibilidades impostas pelo momento de pandemia de coronavirus e da ausência de políticas por parte dos Governos Federal, Estadual e Municipal para que fomentassem a resistência dos comércios em todo o Brasil.

Mesmo com o fechamento, o afeto é dos pilares do restaurante, que neste momento tão difícil, continua promovendo a campanha “Atrium do bem”,  que alimenta pessoas em situação de rua na região da Av. paulista. A campanha acontece até a próxima terça-feira (30), quando o estabelecimento fecha integralmente. Vai funcionar assim: todo o valor arrecadado será distribuído sendo que
40% para a produção de marmitas que distribuídas na região da Avenida Paulista e 60% para pagamento das verbas de rescisão dos contratos da equipe do Atrium Restaurante.

“Ao longo dos nossos 18 anos nós impactamos muitas vidas, entregamos muitos abraços através de uma comida saborosa. Fizemos pessoas lembrarem do sabor acolhedor da comida de suas mães, avós e tias sempre que vinham aqui. Fizemos amigos e alimentamos muitas pessoas que tinham fome, inclusive quem não podia pagar. Foram mais de 40 mil refeições distribuídas para pessoas em situação de extrema necessidade e neste final eu quis honrar esta história e colocar nossa cozinha disponível para cozinhar pra quem tem fome nesta pandemia. Nossos últimos cardápios alimentarão a população em situação de rua na região da avenida paulista”, completou Cris Guterres.

As refeições podem ser acompanhadas pelo instagram do restaurante, assim como os dados para a doação.

Dr Drauzio Varella realizará live sobre covid-19 para comunidade negra

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Foto: Reprodução/Dráuzio Varella/Vitor Del Rey

Pensando nos dados que confirmam que pessoas negras e periféricas são as maiores vítimas fatais de Covid-19 no Brasil e representam o menor número de pessoas vacinadas, o Instituto Guetto receberá o Dr Drauzio Varella em uma conversa sobre a realidade da pandemia nas comunidades, saúde pública e orientações para o enfrentamento ao vírus.

A live será realizada na próxima segunda-feira (29) às 18hrs. E a conversa será transmitida pelas redes sociais da ONG que atua com comunidades negras de todo Brasil

O objetivo da live é entender como a doença age nos corpos negrose debater sobre a urgência de políticas publicas e a proteção individual da comunidade negra. Entendendo a importância desse diálogo, o Instituto Guetto convida o Dr. Drauzio Varella  a uma conversa de modo a apresentar caminhos para o embate e trazer orientações para a proteção da comunidade negra perante a  pandemia.

Os dados são alarmantes: segundo a ONG Instituo Polis os homens negros são as maiores vítimas acometidas pelo covid (250 óbitos a cada 100 mil habitantes) seguido pelo número de mulheres negras (140 mortes a cada 100mil habitantes). 

E ainda existe uma tendência de aumento, já que os números da pandemia seguem em alta.

” Esse cenário demanda extrema atenção e se faz necessário uma intervenção imediata em diversos viés de nossa sociedade. A pandemia escancara a profunda vulnerabilidade da população negra, uma população que é negligenciada desde do acesso ao saneamento à empatia de seus empregadores. Essa live se faz necessária.  Autocuidado é sobre resistir!”, aponta Vitor Del Rey,  CEO e fundador da ONG carioca.

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Kim Janey toma posse, tornando-se a primeira mulher e a primeira prefeita negra de Boston

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Kim Janey toma posse ao lado da neta, que segura a bíblia para seu juramento

Kim Janey, que quando criança tinha pedras atiradas em seu ônibus escolar durante a era de desagregação de Boston, marcou seu nome na histórica como a primeira mulher e primeira pessoa negra a servir como prefeito da cidade com um cerimonial de juramento nesta quarta-feira (24).

Democrata, Janey substitui o colega Marty Walsh, que renunciou na segunda-feira para se tornar secretário do trabalho do presidente Joe Biden. Ela foi a presidente da Câmara Municipal e servirá como prefeita em exercício até uma eleição para prefeito no outono.

“Hoje é um novo dia. Estou diante de vocês como a primeira mulher e a primeira prefeita negra de Boston, a cidade que amo ”, disse Janey durante o evento na Prefeitura. “Venho até hoje com uma experiência de vida diferente da dos homens que vieram antes de mim.”

(Foto por Jessica Rinaldi/The Boston Globe via Getty Images)

Janey, 55, prometeu trazer urgência ao trabalho. Ela disse que seu governo será aberto para aqueles que se sentem desconectados da estrutura de poder da cidade. Além disse, falou em ajudar a cidade a sair da pandemia e criar uma economia mais justa estarão entre os principais objetivos de seu governo, de acordo com Janey, que se comprometeu a aumentar o acesso a testes e vacinas nos bairros mais atingidos pelo COVID-19.

A deputada americana Ayanna Pressley, que presidiu a cerimônia, foi a primeira mulher negra a servir no Conselho Municipal e a ser eleita para o Congresso por Massachusetts.

Pressley descreveu Janey como “uma orgulhosa filha da quarta geração de Roxbury,” o coração da comunidade negra da cidade.

Antes de se tornar prefeita em 2021, Janey fez história em 2017 quando foi eleita para o Conselho Municipal de Boston como a primeira mulher a representar o Distrito 7, que inclui Roxbury e partes do South End, Dorchester e Fenway. Em 2020, ela foi eleita por seus pares como Presidente do Conselho da Cidade de Boston. 

A posse de Janey foi amplamente vista como um novo capítulo na história política de Boston.

No dia do orgulho LGBTQIA+ Linn da Quebrada e Bia Ferreira conversam sobre identificação, acolhimento e transformação através da arte

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Foto: Reprodução/Instagram

Com apresentação de Sarah Oliveira, as convidadas Lin da Quebrada e Bia Ferreira celebram suas histórias e suas comunidades no novo episódio do podcast de Natura Musical

No quinto episódio do podcast ‘Nos Encontramos Na Música’, Sarah Oliveira conversa com duas artistas que utilizam a arte para promover uma mudança efetiva na sociedade, formando elos, comunidades, criando identificação e trazendo visibilidade para as pessoas negras e a população LGBTQIA+.

O quinto episódio tem como nome “O Poder da Comunidade Plural“, e quem falará sobre esses assuntos serão Bia Ferreira, cantora, instrumentista e compositora, artista que tem um trabalho guiado pela luta anti-racista e, através da música, mostra que a informação é a maior tecnologia de sobrevivência para pessoas pretas e LGBTQIA+, e Linn da Quebrada, cantora, atriz, roteirista, apresentadora e filosofa, que carrega em sua arte o ativismo social pelos direitos civis da população LGBTQIA+ e negra. Na conversa, as artistas debatem com a comunicadora Sarah Oliveira a importância das redes de afeto, da reflexão, da empatia e do senso de pertencimento para tornar a comunidade um espaço de real evolução.

“A música me fez perceber que eu não estou sozinha. A minha rede afeto se forma, principalmente, com as pessoas que eu fui me conectando através da arte. Eu passei a entender que, entre essas pessoas que trabalham comigo, eu posso construir uma rede afetiva, efetiva, material e econômica”, explica Linn da Quebrada.

Para Bia Ferreira, a arte, além de construir comunidade, também salva vidas: “O papel da música na minha vida é a emancipação. A realização do ativismo que eu acredito. Se hoje eu posso me alimentar, é por conta da música. Se eu durmo tranquila, é por conta da forma como eu apresento a minha arte. A música é representatividade e salva vidas”. A cantora ainda salienta que a construção de um futuro possível, mais igualitário e plural, passa pela arte que está sendo feita atualmente no Brasil. “Eu me enxergo como um ser social, que pensa e propõe a transformação através de arte. A informação é o que liberta as pessoas. É a informação, o conhecimento e a história que vai fazer com que a gente não repita os mesmos erros que nos trouxeram até aqui”, conclui.

Sobre o podcast:

Liderado e produzido pela Virtue, agência criada a partir da Vice e responsável pela comunicação de @NaturaMusical, a série foi gravada de forma remota devido ao isolamento social provocado pelo novo Coronavírus. O programa recebe, nas cinco conversas que compõem a temporada, artistas e personalidades negras fundamentais para a construção e o legado da música e da cultura brasileira, como Gilberto Gil, Emicida, Rico Dalasam, Juçara Marçal, Elza Soares,, entre outros.

O 5º episódio já está disponível em todas as plataformas de reprodução de podcasts

Giras de conversas, vivências e sarau com artistas de países africanos acontecem na edição online do ‘Festival Afrikanse’

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Foto: Reprodução

O Festival Afrikanse que celebra, divulga e valoriza a cultura de matriz africana se realizará por meio de transmissão via plataformas digitais, entre 13 e 18 de abril, o festival exalta às expressões culturais de dois continentes. Com personalidades do Brasil, Angola, Camarões e Senegal, entre outros países, a programação contempla atividades variadas para o público, como giras de conversa, vivências artísticas e o tradicional Sarau Afrikanse. 

O evento, organizado por Ermi Panzo (Angola) e Rita Teles (Brasil), busca gerar protagonismo ao legado ancestral e diaspórico tanto nas atrações para o público quanto nos bastidores do evento, totalmente conduzido por profissionais negros e balizado por um intenso trabalho de mapeamento e conexão entre artistas e pensadores. “Há um contexto político na realização e seleção dos artistas e dos demais profissionais que participam do festival”, conta Rita, que defende a iniciativa como um fator de empoderamento. Panzo destaca que “alguns destes artistas, africanos residentes no Brasil, enfrentam de várias formas um preconceito velado quanto à sua situação de imigrantes. É preciso desfazer este paradigma”. 

A abertura dessa conexão África + Brasil será marcada por gira de conversa, e destacará as figuras femininas na cultura de matriz africana e contará com a participação de presenças notáveis, como Nega Duda (Brasil), Melanito Byouz (Camarões), Dona Jacira (Brasil) e Dona Engracia (Angola). No segundo dia da programação, é a vez da gira “Conexão Artes Visuais” com os artistas Mumpasi Meso (República Democrática do Congo), François Muleka (Brasil) e Jesse Jane (Moçambique).

A moda é assunto da gira “Estética e Resistência”, que reunirá profissionais do setor para um debate sobre empoderamento e valorização do segmento em vestuário e estilo. Participam dessa gira Nana Milumbe (Brasil), Tekasala (Angola), Hanayrá Negreiros (Brasil) e Tchiloya Vagnaide (Angola).

A atividade literária não poderia ficar de fora do evento, e esta será tema da gira de conversa “Narrativas Literárias”, que ocorrerá em 16/4 com as participações de Akins Kinté (Brasil) e Kunta Kinté (Senegal). Neste encontro os artistas compartilharão similaridades em seus processos de criação artística da palavra falada e da palavra cantada (ritmo + poesia).

O penúltimo dia da programação está reservado para uma vivência entre criadores de tendências e influenciadores sobre novas formas de pensar e revisitar as diversas culturas das áfricas na diáspora contemporânea com a participação de Mister Prav (Benin), Ndeye Fatou Ndiaye (Brasil-Senegal) e Vensan Iala (Guiné Bissau).

O último dia de festival levará ao público o tradicional Sarau Afrikanse. O espetáculo multilinguagem, apresentado pela artista e ativista de direitos humanos Prudence Kalambay (República Democrática do Congo), contará com a participação de renomados artistas africanos já estabelecidos na diáspora brasileira: Fanta Konaté (Guiné Conacri), Ermi Panzo (Angola), Daphney Mapaseka Tukisi (África do Sul), Vocal Kuimba (Angola), Tyno Val (Togo), Vindas d´África (Cabo Verde e Angola), Jessica Areias (Angola) e outros.

Convidados: Prudence Kalambay (República Democrática do Congo), Fanta Konaté (Guiné Conacri), Ermi Panzo (Angola), Daphney Mapaseka Tukisi (África do Sul), Vocal Kuimba (Angola), Tyno Val (Togo), Vindas d´África (Cabo Verde e Angola), Jessica Areias (Angola) e outros.

As transmissões do Festival Afrikanse ocorrerão simultaneamente via página do Facebook da Núcleo Coletivo Das Artes e também no canal do YouTube das Edições Afrikanse.        

Confira a programação:

As Mamas – Mulheres em Conexão – 13/4, às 16h

Com Nega Duda (Brasil), Melanito Byouz (Camarões), Dona Jacira (Brasil) e Dona Engracia. (Angola)

Conexão Artes Visuais – 14/4, às 16h 

Com Mumpasi Meso (República Democrática do Congo), François Muleka (Brasil) e Jesse Jane (Moçambique)

Estética e Resistência – 15/4, às 16h

Com Nana Milumbe (Brasil) Tekasala (Angola), Hanayra Negreiros (Brasil) e Tchiloya Vagnaide (Angola)

Narrativas Literárias – 16/4, às 16h

Com Akins Kinté (Brasil) e Kunta Kinté (Senegal)

Rotas Contemporâneas – 17/4, às 16h

Com Mister Prav (Benin), Ndeye Fatou Ndiaye (Brasil-Senegal) e Vensan Iala (Guiné Bissau)

Sarau Afrikanse – 18/4, às 16h

Luedji Luna apresenta seu novo álbum “Bom mesmo é estar debaixo d’água” no MIMO digital

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Imagem: Divulgação

Um dos eventos mais tradicionais durante 16 anos, ocupando espaços do patrimônio cultural de cidades históricas do Brasil e da Europa, terá uma edição especial em 2021, online e gratuito.

Shows inéditos e exclusivos, filmes, palestras e workshops serão transmitidos pelo canal do MIMO Festival no YouTube. O festival dedicará um dia de evento para cada cidade que faz parte de seu roteiro presencial: o MIMO São Paulo acontecerá no dia 26 de março (sexta), o MIMO Rio de Janeiro em 27 de março (sábado) e o MIMO Olinda em 28 de março (domingo).

Luedji começou a compor suas canções aos 17 anos, onde já cantava informalmente em bares da sua cidade natal. No ano de 2007 foi aprovada no vestibular e ingressou no curso de Direito, da Universidade do Estado da Bahia. Apesar disto, optou por não exercer a profissão para dedicar-se exclusivamente a música e disse que estava extremamente feliz pela oportunidade de apresentar seu álbum em um festival tão importante como o MIMO.

“Estou muito feliz em apresentar o show do meu disco novo no MIMO. “Bom mesmo é estar debaixo d’água” foi lançado durante a pandemia e não tivemos condições de fazer os shows e turnê de lançamento como planejavamos. Por isso escolhemos alguns momentos especiais para apresentá-lo virtualmente, em lives.” Explicou ela.

“Espero muito pelo momento da retomada dos shows presenciais após a vacinação da população para completar o ciclo deste trabalho em contato olho no olho com o público.” Completou.

No line-up, abrindo as apresentações do primeiro dia, Duda Brack, artista que já foi eleita pela crítica como artista revelação, traz estrutura e signos do pop de forma totalmente oxigenada. A paulista Cida Moreira aproveita o momento para lançar em primeira mão o álbum “Um copo de veneno”, entre outras atrações.

Além das atrações musicais, o evento contará ainda com Workshops, levando conceitos técnicos da área musical, e o Fórum de Ideias, trazendo nomes de peso e temáticas atuais relevantes para o debate.

Através da Lei Aldir Blanc, o MIMO São Paulo é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. O MIMO Olinda é uma realização do Governo do Estado de Pernambuco. O MIMO Rio de Janeiro é uma realização do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, com patrocínio Estacio, Trem do Corcovado e Windsor Hotéis.

O festival já realizou mais de 500 concertos, como as apresentações memoráveis dos artistas Philip Glass, Chick Corea, Herbie Hancock, Pat Metheny, Buena Vista Social Club, Gotan Project, Jacob Collier, Goran Bregovic, Emir Kusturica, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Nelson Freire, Naná Vasconcelos, entre muitos outros grandes nomes.

Senador propõe lei que veta aborto em caso de violência sexual e dá auxílio financeiro a vítimas

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Foto: Reprodução/Internet

O projeto de lei que seria votado essa semana prevê a criação do “Estatuto da Gestante” se aprovada, a PL tira o direito ao aborto legal em casos de gestação que coloca em risco a vida da mulher, sendo em casos de estupro e quando o feto é anencéfalo, direito que mulheres brasileiras obtiveram na Justiça.

O PL 5435/2020 criado pelo senador Eduardo Girão pretende criar um auxílio para as mulheres vítimas de estupro, o auxílio serviria para incentiva-las a gerarem o feto fruto da violência sexual. Segundo Girão, a mulher receberá “suporte subsidiário que assegure o nascimento da criança concebida”

A proposta foi apelidada pelas ativistas dos direitos das mulheres como “Bolsa estupro” em que a mulher aceitaria gerar uma criança pelo valor de um salário mínimo durante 18 anos. O caso gerou repercussões negativas nas redes socias

Mulheres negras são as maiores vítimas de estupro no Brasil:

Segundo dados do Sistema Único de Saúde em estudo realizado pela Rede de Observatórios da Segurança de 2009 a 2017 mulheres negras sofreram 73% dos casos de violência sexual registrados no Brasil, enquanto as mulheres brancas foram vítimas em 12,8%. 

Já de acordo com dados referentes ao primeiro semestre de 2020, o percentual das mulheres negras vítimas de estupro foi de 52%. O levantamento foi realizado pelo Monitor da Violência, em parceria com G1, Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo informações do “O Globo” A senadora Simone Tebet (MDB-MS) ainda está trabalhando na criação de um substitutivo para o texto original e disse que não há previsão de quando a proposta entrará na pauta do plenário do Senado.

Segundo a senadora, o novo texto ainda está em elaboração e será criado para apresentar um contexto de normas gerais de proteção às gestantes, para eventualmente criar leis referentes ao atendimento humanizado, à amamentação e à atenção psicológica a mulheres que acabaram de dar à luz. Segundo ela, o incuirá aborto.

“Não temos o texto pronto ainda, mas não podemos trabalhar em cima do texto original porque ele já não existe mais” disse Simone, que garantiu que o texto do senador Eduardo Girão não será levado ao plenário. “De forma alguma.”

Ficará de fora do texto da senadora o auxílio financeiro a gestante vítima de estupro proposto por Girão. 

O assunto ficou entre os mais falados do twitter na última terça-feira (23) Confira a reação dos internautas sobre o assunto:

‘Festival de Fotografia Popular’ lança galeria com 40 fotógrafos de comunidades do Rio de Janeiro

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Imagem: Na ordem - Arthur Viana; Beatriz Santana; Adriano Rodrigues

O ‘FRENTE’, Festival Carioca de Fotografia Popular Emergente, selecionou no último mês 40 fotógrafos moradores de comunidades e regiões periféricas do Estado do Rio de Janeiro para uma exibição de trabalhos em uma galeria online. A ideia do projeto, que tem o apoio da Lei Aldir Blanc, é incentivar a produção de artistas e olhares que emergem do silenciamento social, econômico, artístico e cultural.

Além da galeria, que pode ser conferida no frentefestival.com.br, todos os selecionados receberam um curso gratuito de Photoshop da Brainstorm Academy, um voucher com direito a 15 impressões fotográficas, lives com homenageados. Também foram realizadas capacitações com ações pedagógicas e estratégias em como manter e gerenciar suas carreiras, versando sobre assuntos como mercado da fotografia, formalização das atividades, precificação e remuneração dos trabalhos e registro profissional.

“O FRENTE se propõe a ser uma vitrine, uma janela contra o silenciamento e a invisibilidade, um espaço de acolhimento e compartilhamento de saberes e também de ocupação e posicionamento no campo artístico/poético/político. Infelizmente, vivemos em um sistema que não nos permite compreender rapidamente e nos custa muito tempo até entender que o que fazemos é Arte. Sabemos que muitos circuitos de arte formais e institucionais têm suas portas fechadas para esses artistas, e enquanto for assim, vamos criar nossos circuitos, com interlocução com outros que dialogam da mesma forma. O que muitos consideram à margem e chamam de periferia, para nós é e sempre será central, pois se trata de nossa origem, de nossas raízes”, apresenta Giuliano Lucas, idealizador do projeto.  

Imagem: Ana Carla Souza

O festival reuniu fotógrafos profissionais e iniciantes de comunidades em Nova Iguaçu, Niterói, São Gonçalo, Queimados, Belford Roxo, Complexo da Maré, Rocinha, Jacaré, Bangu, Complexo do Alemão  além de vários outros pontos da cidade. Na galeria e no Instagram do Festival, cada um mandou sua mini bio, destacando seu amor pela fotografia.

“Após a seleção para o Festival Frente, pude conhecer o trabalho incrível de diversos fotógrafos. O Frente é um grande canal de fotógrafos periféricos que além de criar conexões entre comunidades, fomenta o trabalho de todos os envolvidos”, diz Yuri Perini, um dos 40 selecionados, morador de Paciência.

Imagem: Arthur Viana; morador do Complexo da Maré

Jornais, novelas, programas de auditório e a normalização do sofrimento de pessoas pretas na TV

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Foto: Reprodução/TV Globo

Por muito tempo reclamávamos da falta de representatividade na dramaturgia e quaisquer outros programas na TV brasileira. Após anos de protagonismo de pessoas brancas na televisão, pessoas negras passaram a boicotar e reivindicar seus rostos nesses espaços. Com muita luta e insistência, nos últimos anos, ainda que em pequena quantidade, mais pessoas negras eram escaladas em elencos de novelas e ganhavam um espaço na programação mensal de grandes emissoras.

Porém, por anos nossos papéis caíam em lugares estereotipados e é assim até hoje, atrizes negras encenando como empregadas, atores negros como bandidos, cantores e outros artistas negros como coadjuvantes nos programas famosos. A tal “representatividade” que tanto solicitamos geralmente vinha com um racismo sutil ou [descarado mesmo]. E mais uma vez nossos papéis eram delimitados pelos senhores brancos

Quem não lembra dos quadros apelativos dos programas de TV que com frequência mostrava pessoas pretas e pobres se humilhando para conseguir reformas na casa, ou um dinheiro para a realização de um sonho? Hoje essa prática ainda se repete, grandes emissoras seguem lucrando com nossas dores e fazem delas um espetáculo para ser exibido em dia de domingo.

Como se não bastasse a realidade do país racista em que vivemos, onde nos deparamos com violência e discriminação contra pessoas negras diariamente no jornal, essas cenas são reproduzidas em outros horários, de diferentes formas e com ar de entretenimento na programação das emissoras.

Na última semana, no dia do combate a discriminação racial (21/03) o vídeo de um casal negro militante e criadores do Ateliê Afro Cultural, projeto que reúne um acervo de objetos e livros ligados à herança cultural do povo negro viralizou nas redes sociais. Em um discurso, o homem mencionou diversas dores que o povo preto sofreu e sofre até hoje, enquanto Luciano Huck, a plateia virtual e milhares de brasileiros assistem.

“Somos oriundos de um povo que é capaz de sorrir, mesmo estando de barriga vazia. Primeiro, fomos arrancados de nossas pátrias. Fomos amarrados, acorrentados, torturados, humilhados, arrastados… Já levamos 80 tiros, já levamos 111 tiros. E as balas perdidas sempre nos acham”, disse Wil em uma tentativa de declaração a sua esposa.

O discurso emocionou muitos telespectadores, que reproduziram o vídeo nas redes sociais, mas o que incomoda é a forma como as nossas dores sempre são lembradas e geram lucros para as emissoras, em momentos propícios ou não.

Enquanto nas novelas…

Após anos longe do protagonismo, com o lançamento da novela “Amor de Mãe” nós esperávamos a mudança nessas narrativas, a novela foi anunciada com um grande protagonismo negro e pela primeira vez, parecia que os personagens pretos teriam suas histórias contadas longe do olhar de sofrimento, longe das dores do racismo que nos assombrou e assombra até hoje, mas estávamos enganados. A ficção realmente imita a vida, mas em tempos como esses vivenciar e assistir essas experiências simultaneamente é doloroso.

Confira uma parte da trajetória das personagens negras da novela ‘Amor de Mãe’

Não há pausa no sofrimento de pessoas negras nem mesmo na ficção, com o retorno da novela após a pausa devido à pandemia diversas cenas já foram apontadas como problemáticas por influenciadores e militantes negros:

Na última semana uma cena envolvendo o personagem Marconi, interpretado pelo ator Douglas Silva despertou gatilhos em muitos jovens negros:

Marconi, jovem negro e traficante, foi interpretado pelo incrível ator Douglas Silva – que representaria bem de um rei a um traficante, papel que lhe é muito dado na televisão –  foi executado a tiros por um policial após a sua rendição e mostrou um único desejo, o de não ser esquecido. Ter a dignidade de poder ser enterrado como gente e não como mais um dos milhares de garotos negros que morrem a cada 23 minutos no Brasil.


Outras análises sobre a novela aqui


Na semana seguinte, a polêmica foi com a personagem Camila, interpretada pela atriz Jessica Ellen que já vinha de uma sequência de acontecimentos desgraçados em sua vida [foi abandonada recém-nascida, sofreu um aborto, perdeu o útero, levou um tiro] agora na 2º fase da novela, Camila é atropelada e ficará um tempo usando cadeira de rodas por conta de um edema na região cervical. Essa representação dos personagens negros nos incentiva a desacreditar nos dias melhores e até mesmo nos conformar com as desgraças.

Foto: Reprodução/TV Globo

O questionamento que fica é: quando seremos felizes, se até na ficção a vida é extremamente difícil e não alivia para pessoas pretas?

Conheça 8 fotógrafos negros que trazem um novo olhar para a representação negra na moda

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Moda é muito mais sobre gente do que sobre roupa e durante muitos anos a indústria da moda foi majoritariamente branca. 

As mudanças e movimentos ainda tímidos e impulsionados pelos acontecimentos recentes trouxeram discussões importantes sobre a representação de corpos negros em todos os espaços da moda. 

O setor é um dos mais lucrativos do mundo movimentando US$ 2,5 trilhões em receitas anuais globais por ano antes da pandemia e registrando uma alta de 44,2% nos seus volumes de produção em julho de 2020. Segundo levantamento feito em 2017 pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, a Abit, cerca de 1,5 milhão de empregos diretos e 8 milhões de postos de trabalho indiretos são gerados pela indústria da moda no Brasil. 

Apesar de movimentar muito dinheiro e empregar muitas pessoas, alguns espaços na moda ainda estão restritos a pessoas brancas, em sua maioria homens e héteros. É um desafio ver pessoas pretas ocupando posições de direção e liderança em grandes publicações, editoriais, desfiles e campanhas de moda.

Indo na contramão dessa falta de diversidade, existem pessoas criativas pretas que trazem um frescor para a moda por meio da representação e ocupação de espaços que há pouco tempo não eram ocupados por pessoas pretas. Conheça esses profissionais que revoluciona a fotografia na moda:

1. Bruno Gomes (@brunogomesph)

O fotógrafo carioca Bruno Gomes é um dos nomes mais recorrentes na fotografia de moda na atualidade. Bruno que também é diretor criativo tem 23 anos e mora em São Paulo. Seu processo criativo se baseia na pesquisa e com foco em pessoas pretas através de múltiplas informações visuais, o que resulta em fotos impactantes e de cores deslumbrantes. O fotógrafo já assinou projetos para marcas como Avon, Google, Samsung, Adidas dentre outras, além de assinar editoriais de moda para publicações como Vogue e Elle.

2. Caroline Lima (@carolinelima.co)

Apesar de ser de Salvador, Caroline Lima de 28 anos mora em São Paulo. Formada em arquitetura, Caroline sempre se encantou com a fotografia ainda aos 13 anos.  Assinando projetos autorais e comerciais, o diferencial de Caroline está na incorporação da sua ancestralidade em cada fotografia. Já foram fotografadas por Caroline os artistas Emicida, Xênia França, Luedji Luna, Liniker, Anitta, dentre outros. A fotógrafa baiana já assinou capas para Glamour Brasil, Marie Claire e GQ Brasil.

3. Edgar Azevedo (@edgarazevedo)

Também é da Bahia que vem o fotógrafo Edgar Azevedo, de 26 anos. Com processos criativos sempre pautado na construção da representatividade positiva da pele negra nos campos visuais, Edgar coleciona trabalhos memoráveis, como a capa da edição impressa da Elle Brasil com Djamila Ribeiro. Baseado em Salvador, Edgar também já deixou sua marca registrada em publicações como Glamour Brasil, Quatro Cinco Um e Vogue Brasil. 

4. Lilo Oliveira (@lilo.oliveira_)

A fotógrafa de Niterói Lilo Oliveira, é o nome que assina as fotos apaixonantes do projeto Proteja Seus Sonhos, lançado em 2020. Com uma estética única e processos criativos com foco em valorizar o que há de melhor na população preta, Lilo também integra o @coletivo.asmarias, coletivo de fotógrafas negras cujo objetivo é registrar narrativas, corpos e subjetivação de pessoas pretas. Também é de Lilo Oliveira a direção de arte dos últimos singles da cantora e atriz Késia Estácio, Clima de Prazer e Tua Hora. 

5. Lucas Silvestre (@_silvestrelucas)

Lucas Silvestre de 24 anos se divide entre a carreira de fotógrafo, modelo e criador de conteúdo. Lucas tem como grande característica em sua estética fotográfica o realce das cores seja por meio dos destaques de figurinos e maquiagem. A valorização das formas e proporções também são um diferencial em seu trabalho, stills e editoriais autorais. Lucas já assinou fotos na Harper’s Bazaar Brasil e já fotografou artistas como Yuri Marçal, Kiara Filippe, Jeniffer Dias e o grupo de performance vocal Cristinas Cantam, composto por Lilith Cristina, Elen Cristina, Thaís Cristina.

6. Mylena Saza (@mylenasaza)

A Maranhense Mylena Saza de 22 anos apesar de nova, já colhe os frutos de seu trabalho focado em fotografia de moda desde que se mudou para São Paulo em 2019. Mylena assinou no ano passado sua primeira capa para a revista Glamour, e teve passagens pelas editorias de moda da GQ Brasil, Marie Claire e Claudia. Também já colaborou para a Vogue Brasil além de ter seu trabalho apresentado na versão digital da Vogue Itália. 

7. Rafael Freire (@rafaelfreiiire)

O fotógrafo mineiro Rafael Freire acumula milhares de seguidores em suas redes sociais em função do impacto de suas fotos cuja essência é valorizar a beleza e estética negra. Rafael também é o criador dos projetos @euvireimodelo e @aflorfavela que visam oportunizar editoriais autorais a crianças e adolescentes do aglomerado da Serra, a maior favela de Minas Gerais. Rafael também já assinou capas dos álbuns das rappers Iza Sabino e Mayí.

8. Rafael Pavarotti (@rafaelpavarotti_)

É de Belém do Pará, que vem Rafael Pavarotti, um dos principais nomes da fotografia de moda brasileira que atua neste mercado há mais de 15 anos. Fugindo das narrativas estereotipias muita vezes associadas a população preta, Rafael  tem a representação positiva do corpo negro como foco do seu trabalho. Considerado um dos 100 criativos mais inovadores do mundo em 2019 pela New Wave: Creatives, lista  anual do British Fashion Council, Pavarotti já assinou fotos de tirar o fôlego para Dior e publicações internacionais como Vogue e iD Maganize. 

 

De norte a sul do Brasil, uma nova geração de fotógrafos entregam em seus trabalhos muito mais do que qualidade técnica, mas também um novo olhar para como pessoas pretas devem ser entregues e valorizadas através de seu potencial criativo. Um olhar que vai para além da estética e dos padrões de beleza que foram estabelecidos no mundo da moda e que hoje já não fazem sentido algum. São eles que estão ditando o presente e ditarão o futuro da moda

Que esse legado continue e seja algo normal nas grandes publicações, agências e desfiles de moda. 

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