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Naomi Osaka tem apenas 23 anos, mas já é uma das atletas mais conhecidas da atualidade, sendo vencedora de quatro Grand Slams e sendo a primeira tenista asiática a liderar o ranking mundial. Mas não é sobre as conquistas dentro de quadra que reside o foco do documentário “Naomi Osaka – Estrela do Tênis” da Netflix.
![Naomi Osaka é eleita uma das 50 pessoas mais influentes do mundo - Todos Negros do Mundo](https://todosnegrosdomundo.com.br/wp-content/uploads/2021/05/naomi-osaka-of-japan-celebrates-with-the-trophy-after-news-photo-1600008619.jpg)
Dirigido pela experiente documentarista Garret Bradley (‘Time’), o documentário acompanha a vida da tenista ao longo de dois anos, divididos em três episódios que passam rápido, visto a figura interessante que é Osaka. A diretora escolhe por deixar a narração por conta da retratada, com algumas poucas falas das pessoas que a cercam (pais, irmã, treinadores). Essa escolha faz com que vejamos de forma mais íntima a forma com que Naomi encara o mundo, com reflexões simples e diretas sobre como enxerga sua trajetória e como sente o processo de interação com o mundo após virar uma estrela mundial.
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A câmera mostra sua protagonista em festas de família, mudança de casa e durante partidas importantes. Em todas as situações fica a impressão que a campeã está constantemente desconfortável dentro da situação, com exceção de quando participa dos protestos do Black Lives Matter.
Justamente no trecho final, quando mostra a decisão da tenista de usar sua plataforma para falar sobre racismo, nacionalidade e dúvidas existenciais, a produção cresce. Naomi reflete sobre sua condição de japonesa negra que é questionada pelos dois lados quanto à sua raça, a dor de ter perdido um amigo, o astro da NBA Kobe Bryant (morto em janeiro de 2020 em acidente de helicóptero) e se sua vida está mesmo sob seu pleno controle.
É possível sentir um certo desconforto pela personagem e sua sensação de inadequação em ensaios fotográficos e entrevistas. A torcida é para que ela consiga logo sair dali e entrar em quadra ou ir para casa. Curiosamente, pouco antes do lançamento do documentário, Naomi Osaka abandonou o Aberto da França por se sentir mal em dar entrevistas após os jogos.
Filha de mãe japonesa e pai haitiano, Naomi é mostrada como uma mulher que ainda questiona seu lugar no mundo, mas sem negar nenhuma de suas origens e mesmo sem demonstrar personalidade expansiva, impõe sua voz. Os três episódios passam rápido e devido à complexidade da personagem passa longe de soar como uma obra precoce, como pode acontecer ao se retratar jovens personalidades surgindo para o mundo.
Disponível na Netflix.
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