Uma unha bem-feita e cuidada é um dos maiores sinais de autocuidado que uma pessoa pode ostentar. Seja com um vermelhão ou um base transparente, uma mão bonita deixa sempre uma boa impressão para quem olha para gente e deixa em nós aquela sensação de carinho e amor-próprio
A pandemia mudou nossa relação com a beleza, sobretudopara quem tinha hábitos de ir ao salão ou receber profissionais em casa.
Luciana Vitalina Conceição dos Santos e Monica de Araújo Castro Souza são manicures negras que lidaram com os desafios da pandemia e elas, juntamente com outras 11 profissionais da área participaram de um projeto junto com a Colorama para co-criar a linha de Manicures de Sucesso, estando envolvidas em todos processo de desenvolvimento das cores. Tô indecisa”, “Hoje tôbásica” e “Escolhe você”, são alguns dos nomes das tonalidades que representam a relação das manicures com suas clientes.
Monica disse que não sofreu muito com as perdas de clientes durante a pandemia e graças as redes sociais ,elaconseguiu ter uma clientela consistente. “Com o decorrer dos meses, algumas clientes diminuíram a frequênciaporque os esposos perderam emprego ou até elas mesmas,mas através do Instagram e divulgação do meu trabalho, novas clientes apareceram. De verdade, na pandemia, eu cresci muito. Sou grata”, explica.
Para Maria Belen Torrens, diretora da marca Colorama, é importante homenagear e ouvir as manicures que atuam no salão tanto quanto os outros profissionais da beleza, como os cabelereiros: “Elas são as nossas embaixadoras no salão de beleza e queremos exaltá-las nessa coleção, já que são a peça fundamental no segmento que atuamos. Além disso, elas conhecem muito bem as clientes e participam de forma muito próxima da vida de cada uma delas, como amigas confidentes, e isso faz com que tenhamos um conhecimento mais profundo e real das consumidoras também”, diz.
Para quem ainda está evitando ir ao salão ou receber uma manicure em casa por conta do isolamento, Luciana dá dicas para você mesma deixar sua unha perfeita.
“É importante hidratar a unha todos os dias, com ou sem esmaltação, usando uma pomada ou óleo hidratante para cutículas, usar bases de tratamento, até porque a gente está usando muito álcool em gel , então as cutículas ficam muito ressecada”, ensina.
Ele estava presente em quase todas as festinhas da escola! Representa a infância de muitos.
A receita de hoje é bolo de coco gelado embrulhado no papel-alumínio!
Qual sabor mais representa sua infância. Minha infância tinha bolo gelado de coco nas festas de aniversário.
Bolo de coco molhadinho
Ingredientes Massa:
3 ovos 3 xícaras de farinha de trigo 2 colheres de sopa de margarina 1 xícara de leite 1 xícara de açúcar 1 colher de sopa de fermento químico .
Cobertura:
1 lata de leite condensado 200g de coco ralado 400ml de leite de coco .
Modo de Preparo:
Em uma batedeira bata os ovos, margarina e açúcar até formar um creme. Adicione a farinha de trigo e o leite bata por 3 min, Coloque o fermento e misture bem. . Despeje em uma forma untada e leve para assar no forno a 180º por 30 min, Com o bolo ainda quente conte em pedaços e reserve.
Cobertura:
Em uma vasilha coloque o leite condensado e leite de coco e misture bem, Jogue essa mistura encima do bolo e coloque o coco ralado por cima. leve para gelar e deguste. Você degusta pq eu me acabo de comer.
Inclua o doce no caderninho de receitas e faça a alegria da criançada!!!
O bolo gelado é uma sobremesa tradicional e refrescante que agrada adultos e crianças. São vários os sabores que podem ser adaptados para a versão de geladeira, mas o carro-chefe é o de coco, que garante cremosidade extra à delícia.
Promovido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-SP) e pela Rede Brasil do Pacto Global (ONU), segunda edição do evento reuniu grandes marcas apoiadoras
O Afro Presença 2021, idealizado e coordenado pelo MPT-SP (Ministério Público do Trabalho em São Paulo) e com realização da Rede Brasil do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas), concluiu três dias de atividade online e gratuita alcançando a marca de mais de 6 mil vagas de emprego ofertadas às pessoas negras inscritas. O projeto, que conta com o apoio do poder público, da iniciativa privada e da sociedade civil, visa encorajar o diálogo e ações afirmativas para a inclusão de universitários e universitárias negros e negras no mercado de trabalho.
Pensando em formas práticas de contribuir com a mudança da realidade, além de programação de palestras, aulas magnas, debates, painéis e oficinas, o Afro Presença se uniu à 99jobs, Cia de Talentos, EmpregueAfro e CIEE para viabilizar vagas de emprego em diferentes áreas. “Atualmente temos cerca de 34% de jovens negros na faculdade, mas vemos um cenário onde apenas cerca de 5% ocupam posições de liderança dentro das organizações. Além do desemprego e da falta de oportunidades de inclusão para pessoas negras, temos que insistir que essa população seja desenvolvida por parte das organizações e que, de fato, seja acolhida nos ambientes corporativos. Estamos falando de um grupo de pessoas que tem chegado cada vez mais no mercado de trabalho com altos níveis técnicos, com hard skills e soft skills, mas que infelizmente ainda não se sentem parte das organizações, ou não são devidamente valorizadas por elas”, explica Valdirene Silva de Assis, Procuradora do Ministério Público do Trabalho, Coordenadora da Coordigualdade do MPT-SP e do Projeto Nacional de Inclusão de Jovens Negras e Negros Universitários do MPT.
O evento contou ainda com a participação de marcas como B3, BASF, Bayer, Bradesco, BTG Pactual, Coca-Cola, Colgate, Dow Química, Itaú, J.P. Morgan Brasil, Natura, Santander, TIM e Unilever que trarão oportunidades de trabalho e conteúdos para a programação do Afro Presença 2021. “Estamos muito felizes por termos marcas empenhadas em mudar o mercado de trabalho no Brasil conosco neste evento. As mudanças são urgentes e precisamos do empenho do setor público e privado para cocriarmos um mercado mais inclusivo, diverso e igualitário” afirma Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global.
A cantora e apresentadora Ludmilla - Foto: Rodolfo Magalhães
No Brasil estudos mostram que o ser mais odiado da Internet é a mulher negra. Casada com uma mulher preta, negra retinta, de origem periférica, rica, independente e agora amiga do Akon, Ludmilla representa tudo aquilo que os racistas se empenham para que a gente não seja.
Para diminuir o prestígio de uma preta em ascensão os haters inventam fakenews e uma das que mais prejudicou a funkeira é de ela seria Bolsonarista.
Na noite de quinta-feira, 9, por meio dos seus stories no Instagram, Lud declarou quem nunca gostou de Jair Bolsorano. “Olha para mim, olha essa lata, olha se eu tenho cara de bolsominion”, debochou a musa do “Lud Session”.
É verdade que a artista fez shows durante a pandemia como muitos outros artistas que não foram criticados na mesma proporção.
Conversamos com o pessoal da Ludmilla Central para nos ajudar a refrescar a memória de momentos onde não é preciso se esforçar muito para concluir que a Lud não está satisfeita com a forma com que o Brasil está sendo conduzido.
“O que eu acho do governo atual é que ele é péssimo”
Queriam posicionamento político da Ludmilla? ENTÃO TOMA!
Ludmilla em entrevista ao podcast “Expresso Ilustrada” falou o porquê não de não ter se posicionado em 2018 e o que achava do governo atual tanto no geral quanto na questão de como ele lida com a pandemia. Confira: pic.twitter.com/v9sCqqGtIL
“Isso não é liberdade de expressão, mas sim liberdade de agressão!”
Não pode ser gente!
O Presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória que altera o Marco Civil da Internet, proibindo as redes sociais de removerem qualquer conteúdo que infrinjam as regras da plataforma, mesmo que seja um conteúdo criminoso.
Programa About Love vai contar com doação 2 milhões de dólares da Tiffany.
Beyoncé e Jay-Z anunciaram parceria com a Tiffany & Co. para criação do programa de bolsas estudantis About Love, que será concedido a cinco pequenas faculdades públicas e privadas selecionadas, que são? Lincoln University na Pensilvânia, Norfolk State University na Virginia, Bennett College na Carolina do Norte, University of Arkansas em Pine Bluff e Central State University em Ohio.
A parceria vai doar US$ 2 milhões em bolsas de estudo para Faculdades e Universidades Historicamente Negras, também conhecidas como HBCUs, para ajudar os alunos que buscam estudos em história, comunicação ou artes.
“Nós gostaríamos de agradecer a Fundação Shawn Carter, BeyGOOD, aos Carters e a família Tiffany & Co. por incluir a Lincoln University neste maravilhoso presente” disse Dr. Brenda A. Allen, presidente da Lincoln University. “Ao longo dos anos, nós desenvolvemos uma parceria maravilhosa sendo parte da Fundação Shawn Carter HBCU Bus Tour. A Lincoln University deu alta prioridade ao apoio às artes e humanidades em nosso campus. Fornecer apoio financeiro para os alunos que buscam essas especialidades aumenta sua capacidade de se envolver mais plenamente nos estudos”.
Os alunos devem se qualificar para auxílio financeiro conforme determinado pela HBCU que frequentam, e as bolsas serão concedidas aos alunos que atendam a todos os requisitos de elegibilidade. Estas bolsas de estudo apoiam os novos e atuais alunos interessados em buscar diplomas em campos criativos (artes visuais, mídia, performance, design, etc.), história e comunicação.
Será dada prioridade aos alunos que enfrentam dificuldades financeiras e precisam de assistência financeira emergencial. Os tamanhos dos prêmios variam por aluno, de acordo com a necessidade. As inscrições online serão abertas em cada escola participante na sexta-feira, 10 de setembro, e encerradas no domingo, 26 de setembro.
“Agradecemos o apoio da BeyGood, Fundação Shawn Carter, The Carters e Tiffany & Co.” disse o Dr. Jack Thomas, presidente da Central State University. “Esta oportunidade é oportuna, pois nossos alunos vêm de diferentes origens socioeconômicas. Esses fundos terão um enorme efeito sobre quem recrutamos e sobre o sucesso de nossos alunos à medida que avançam para as escolas profissionais e de pós-graduação e seguem suas carreiras “.
Antes de se formar em economia, Gabriela Mendes Chaves se formou no RAP. Desde pequena já sabia o que era racismo ao frequentar os shows do Racionais MC’s na pracinha do Campo Limpo. Nascida no Embu das artes, com 4 anos ela foi morar no Taboão da Serra, pertinho do Capão Redondo, onde passou toda a sua infância.
Filha do Sr. Elias, metalúrgico, e de dona Rozimeire, uma mulher com muitas profissões: costureira, segurança, cabeleireira, comerciante e assistente social, Gabriela tem três irmãos: Beatriz, de 23 anos, gestora de políticas públicas e mestranda em desigualdade racial no âmbito eleitoral pelo Departamento de Ciência Política (USP), e 2 irmãos mais novos, de 9 e 12 anos.
Ao longo de toda a sua infância e juventude foi o esforço de sua mãe que permitiu que Gabriela tivesse acesso a bons estudos. Estudou até a terceira série em escola pública, quando sua mãe virou agente de segurança e conseguiu o trabalho numa escola de elite em São Paulo. A regra permitia que filhos de funcionários fizessem uma prova, para concorrer a bolsas de estudos integrais. E nessa oportunidade, Gabriela aplicou e se qualificou para receber a bolsa.
Foi um choque gigantesco em muitas dimensões. As proporções eram muito diferentes. Essa escola tinha um sistema de ensino bastante complexo, e logo a primeira aula foi sobre soma de frações, assunto ao qual Gabriela não dominava. “Imaginava que não fosse conseguir acompanhar. Chorei quando cheguei em casa e pedi pra minha mãe pra desistir”, conta.
Com o apoio da sua mãe, insistiu, e a matemática, que era uma fraqueza, virou sua maior força. Inclusive, ganhou menção honrosa ao final do ensino médio por ter as maiores médias. “Com 10 anos eu dizia que seria a presidente do Brasil. Eu sempre fui uma criança ousada. Queria ser juíza, fazer direito e ter poderes para modificar as estruturas”, relembra.
Aos 17 anos, obcecada em cursar Direito em uma faculdade pública, se dedicou ainda mais aos estudos, mas não obteve nota suficiente para ser aprovada. Através do ProUni, conseguiu entrar em economia, na PUCSP. Indecisa quanto a cursar economia, consultou um professor, certa de que não queria trabalhar em banco. Desse professor recebeu muitos incentivos e conselhos, e resolveu tentar. Apesar do primeiro dia ter sido difícil, se apaixonou pela ideia de ser uma cientista econômica.
“Economia é sobre como a gente produz e distribui coisas numa sociedade. Ninguém é uma ilha, e a gente precisa trocar o tempo todo. Muito além do dinheiro, a economia é o estudo desta produção e distribuição de valores na sociedade. Tangíveis e intangíveis”, diz.
Apesar de bolsista, cursar uma faculdade de ponta exigia dinheiro para arcar com os custos de alimentação, transporte, gastos com cópias, entre outros, e Gabriela começou a procurar emprego, para ajudar a custear suas despesas. Encontrou uma posição no mercado financeiro, onde passou quase três anos.
Incentivada a buscar seu lugar ao sol, e explorar toda a sua base de conhecimento, conquistada com muito esforço, Gabriela foi atrás da sua missão, que sempre foi democratizar o acesso ao mundo dos investimentos. E assim, em 2018, surgiu a NoFront.
“É possível conquistar as coisas através do investimento, e não somente do endividamento. A gente naturaliza a dívida”, diz. Assim que fundou a NoFront, Gabriela entrou no mestrado em Economia Política Mundial na UFABC, que ampliou ainda mais o seu universo de possibilidades. Entre 2019 e 2020, foi convidada a fazer algumas formações no Zimbábue e na Nigéria, na África.
“Meu trabalho se estrutura entre o empreendedorismo e a academia: estudos de gêneros e discussões sobre economia política.” O começo da NoFront foi um momento de muita luta. Tiveram o apoio de algumas organizações, que cederam sua infra e espaço físico, para que o projeto ganhasse vida. E assim começou a jornada de democratização do acesso à economia, para os periféricos.
“Todo mundo é impactado pela economia, não importa qual o papel. E ao longo dos últimos anos já foram mais de 5.000 pessoas formadas por nós. Três anos depois, a gente vê as pessoas se organizando em relação a reservas de emergência, alunos conseguindo quitar suas dívidas, fazer intercâmbios, reformar suas casas, eliminar endividamentos crônicos.”
Além das formações, Gabriela se dedica a palestras, lives, que ganharam ainda mais força na pandemia, sempre com foco em orientar as pessoas a como trabalhar com a nova realidade de salários cortados pela metade, auxílio emergencial, desemprego, e garantir sua sobrevivência, dignidade e saúde.
Gabriela conta que a dívida adoece as pessoas. Estresse, pressão alta e diabetes também podem ser causados por essas preocupações e pela falta de paz, em razão do telefone que não para de tocar.
A NoFront atua em três eixos. O eixo digital, que usa a tecnologia para transformar a vida das pessoas com educação financeira, através de conteúdos e produtos digitais, cursos, mentorias e palestras. O eixo social, que busca articulação com Organizações da Sociedade Civil, com a missão de chegar em quem não tem condições de bancar os cursos e formações. E o eixo empresarial: que atua na formação de colaboradores das empresas, através de palestras, workshops, e produtos para empresas que querem treinar seus colaboradores.
“Atuamos para que as empresas percebam que é necessário investir nas pessoas de forma sustentável. Muito além de empréstimos consignados, contas bancárias, que em muitos casos só geram mais dívidas, enquanto deveria ser o contrário.” Gabriela conta que as empresas que se adequaram ao século XXI deixam de ter o lucro como único fator de sucesso. O lucro a qualquer custo já não cabe mais em nossa sociedade. A humanidade não está mais disposta a pagar esse alto preço.
Ousada, Gabriela sempre conversou com as músicas dos Racionais MC’S procurando aprendizado sobre autoestima e racismo.“Várias músicas foram um suporte muito importante, no sentido de saber que ser quem eu sou pode não ser facilmente compreensível, mas eu tenho um lugar no mundo”, contou.
Gabriela acredita que a arte tem o poder de transformar quem produz e quem nela imerge. Por anos, o rap foi estigmatizado, por suas letras duras, que retratam a realidade.
“No contexto que vivemos, não dá pra ser suave. O rap pode assumir muitas formas. Luta para ser reconhecido enquanto gênero artístico musical. Rap não é sobre dureza. É sobre nomear em primeira pessoa as coisas que estão no âmbito do intraduzível.”
Hoje, aos 26 anos, analisa que o maior desafio que enfrentou e está enfrentando está relacionado à valorização financeira.
“Chegar lá é um conceito que muda a todo momento na vida. É muito importante apreender os problemas no curto, médio e longo prazo. E no longo prazo tudo é possível, de acordo com as ações que estamos tomando no curto prazo. Não é fácil, mas é muito importante investir na sua dignidade e na sua verdade”, conclui.
Obras do acervo foram disponibilizadas pelo Rei Ooni de Ifé.
Acervo de peças de Sua Majestade OOni de Ifé já recebeu milhares de acessos desde seu lançamento em julho
A busca pelo conhecimento e conexão com a ancestralidade são pontos determinantes para o sucesso da exposição virtual “Tesouros dos Nossos Ancestrais”. Lançada em julho, a mostra virtual traz à cena parte do acervo da maior coleção de arte iorubá fora da África pertencente à sua Majestade o Rei OOni de Ifé com o propósito de contar a história de Oduduwa e seus descendentes através de esculturas produzidas na vasta terra iorubá, por artistas de povos como Egba, Oyo, Ifé, Ijexa entre outros.
Dividida em duas partes, Asé e Ori, a exposição apresenta obras milenares e contemporâneas, um verdadeiro tesouro histórico, religioso e cultural, que configura mais uma importante forma de aproximar as culturas, auxiliando o povo brasileiro a conhecer melhor suas origens, heranças, histórias e até feições, possibilitando este intercâmbio cultural entre povos irmãos, trabalho que vem sendo feito de forma intensa pela Casa Herança de Ododuwa, através , de palestras e cursos oferecidos, atualmente de forma virtual.
Em dois meses de exibição, “Tesouros dos Nossos Ancestrais” já contabilizou mais de duas mil visitas ao site onde o acervo se encontra disponível para visitação, o que enche de orgulho os idealizadores do projeto encabeçado por sua Majestade.
“Não existe caminho possível para o futuro da humanidade sem olhar para o continente africano e compreender o legado que nossos ancestrais nos deixaram. Sem dúvida, é essa herança que irá auxiliar a construirmos juntos um mundo melhor para todos. Nossos ancestrais deixaram conhecimento vitais para os problemas da humanidade e tenho certeza de que o futuro é ancestral”, conta Ooni de Ifé – rei de Ilê Ifé/Nigéria.
Pensado primeiramente para ser uma um evento presencial, “Tesouro dos Nossos Ancestrais: arte iorubá” é resultado de um esforço pessoal do rei de Ifé, Ojaja II, atualmente a maior autoridade tradicional e religiosa do povo iorubá, que originariamente habitava o Reino de Ifé e reinos ao redor, áreas atualmente do Benin e da Nigéria. Com curadoria de Carolina Maíra de Morais, o projeto, que está sendo realizado totalmente online, abarca, além da exposição virtual, dinâmicas que envolvem rodas de conversas e masterclass com estudiosos e personagens que são referências importantes dentro do segmento artístico-histórico-cultural preto.
“Como historiadora, é uma honra acompanhar este processo curatorial e ver a arte transbordar para vida, porque não estamos apenas falando de objetos de arte, estamos falando de epistemologias, estética, filosofia, concepção de mundo a partir da visão iorubá, e como esse conhecimento múltiplo é atravessado pela ancestralidade,” relata Carolina Maíra Morais, quem comanda a Comissão Curatorial .
Algumas peças, extraviadas do continente africano durante o processo de colonização dos séculos XIX e XX e posteriormente recuperadas, serão exibidas pela primeira vez ao público, no entanto, a ideia é que a exposição chegue a um circuito internacional, em um movimento de aproximação de povos e disseminação de ideais. De certa forma, a impossibilidade de fazer um circuito mundial da mostra, por conta da pandemia da COVID19, reitera o propósito de aproximação entre as culturas, fazendo com que o projeto circule mais rapidamente ao redor do mundo.
Entre as 27 obras expostas virtualmente, a máscara Geledé, uma das mais conhecidas do mundo quando se aborda o tema iorubá, é destaque na mostra virtual. Usada em festivais de honra aos poderes espirituais das anciãs conhecidas como awon iya wa, o artefato, segundo a tradição oral, criado em Ketu, Benin, no século XVIII, é símbolo do poder dessas mulheres e pode ser usado em benefício ou destruição da sociedade, o que torna necessária a realização de cerimônias para aplacar a sua fúria e o seu poder destrutivo e manter o equilíbrio da comunidade. Homens e mulheres mais velhos desempenham importantes papéis na preparação das performances dos mascarados, sempre do sexo masculino.
O ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva, o Lula, foi convidado do episódio da semana do Mano a Mano, podcast comandado pelo rapper e ativista Mano Brown. Durante sua participação no programa, chamou a atenção a falta de habilidade do petista em abordar de forma mais tranquila e consciente, tópicos que já deveriam ser considerados vencidos na chamada ala “progressista” da política.
É triste, mas é preciso dizer: mesmo com anos de participação da população negra engrossando as fileiras de sindicatos, partidos e movimentos totalmente identificados com a pauta trabalhista e de esquerda, os grandes nomes desses partidos e suas lideranças pouco ou nada se dispuseram a ouvir e aprender com estas participações, relegando a participação dos pretos e pretas dentro dos partidos a um número de filiação ou até algum prestígio interno que não passe da página dois.
Questionado por Mano Brown sobre a participação de negras e negros na política, Lula recorreu ao argumento de época, que a gente tanto conhece. “Na minha época a política era branca, a cultura era branca, tudo era branco” e prosseguiu, atribuindo as mudanças que têm ocorrido a uma “evolução política dos negros” e a aquisição de uma “consciência de que não basta ser vítima”.
É de se lamentar profundamente que um grande nome da política nacional, que se orgulha de ter incluído a população negra nas políticas públicas e transformado a realidade da população negra em termos de acesso a educação e emprego, por exemplo, ainda recorra ao “mimimi”, para se referir às transformações que o povo negro tem operado no Brasil desde que aqui pisou.
Indo um pouco adiante, isso revela mais um viés da invisibilização da atuação de homens e mulheres negras integrantes dos movimentos negros que foram as mentes pensantes por trás das políticas de inclusão racial dos governos petistas, cujos louros só recaem sobre a figura de Lula, que abraça esse bônus sem nem pestanejar.
“Quando eu assumi a presidência eu tomei a decisão de colocar na educação básica o ensino da história africana. Porque eu queria, porque eu achava que o preconceito você não resolve colocando na Constituição que é crime inafiançável o preconceito”. Neste trecho da entrevista, Lula ignora completamente que a inclusão do Ensino de História e Cultura Africana e Afrobrasileira nas escolas, a então chamada Lei 10.639 não aconteceu por simples vontade do presidente. Mas pelo trabalho incansável de militantes históricos dos movimentos negros brasileiros, que elaboraram formações, políticas e articulações para que chegássemos a aprovação da Lei.
Na sua retórica, Lula ainda apresenta o PT como o “único partido que tem setoriais de negros, de mulheres, LGBT e que vai ter do direito dos animais”, o que qualquer pessoa que já tenha ouvido falar sobre as organizações de partidos políticos no Brasil sabe que não é verdade, nem no espectro da esquerda, nem da direita.
Mano Brown ainda tentou aprofundar o debate, trazendo a questão da tradição, família e propriedade, como pilares defendidos pela direita e esquecidos pela esquerda, como se isso não interessasse ao povo preto brasileiro. “Tem-se uma ideia de que o negro é o negro do carnaval, da bagunça, do samba, que o Brasil é feliz porque o negro é feliz. Mas na vida real não é bem assim”, alertou Brown, mas ainda não foi dessa vez que Lula conseguiu entrar neste aspecto da discussão.
Para ilustrar seu confuso pertencimento racial, Lula citou o pai que “era mais negão” , “mais moreno” do que ele. Além disso, citou as palavras do chanceler senegalês Cheikh Tidiane Gadio, que disse, em 2005, que Lula era o primeiro presidente negro do Brasil, pela importância que deu à relação do Brasil com países do continente africano.
No entanto, ao falar sobre as diferenças de oportunidade de trabalho entre negros e brancos, Lula citou a si mesmo como exemplo de um homem branco que teria mais oportunidades do que Brown, em uma seleção de emprego. Quando questionado diretamente sobre como ele se identifica racialmente, a resposta foi a pior possível. “Eu sou o Lula do jeito que eu sou. Eu sou preto, sou branco, sou qualquer coisa, eu sou um ser humano. Um ser humano que tem noção da minha irmandade com todos aqueles que pensam diferente de mim, que tem cores diferente de mim, religiões diferente de mim, que torce por times que massacram o meu Corinthians”.
Infelizmente, ainda estamos vivendo nos tempos das grandes concessões em nome de ter no poder alguém com quem seja possível estabelecer algum tipo de ponte em busca de sensibilidade para as nossas pautas. No entanto, mesmo depois de tantos anos e tantas referências pretas na política, Lélia Gonzalez, Abdias do Nascimento, Benedita da Silva, Leci Brandão, Marielle Franco e várias outras e outros parecem não convencer os representantes brancos de que outra política é possível, urgente e necessária.
Campanha #AMúsicaSalva contará com ‘lives’ de música, debates e conversas com Emicida, Gilberto Gil, Preta Gil e outros artistas, além de especialistas e criadores do TikTok, a partir do dia 10
A partir desta sexta-feira (10), o rapper Emicida e o TikTok desenvolveram uma extensa programação de lives na plataforma sobre saúde mental e prevenção ao suicídio, com especialistas, criadores de conteúdo e outros artistas. Além Emicida, Gilberto Gil, Preta Gil e outros artistas participarão como convidados especiais da programação. A ideia do projeto é mostrar que as pessoas não precisam enfrentar situações de sofrimento mental sozinhas, e exaltar a vida com a campanha #AMúsicaSalva.
As lives foram desenvolvidas a partir de três pilares: trazer informações relevantes para pessoas que estejam passando por sofrimentos emocionais e também para os amigos e familiares que têm pessoas próximas passando por momentos de vulnerabilidade; apresentar os principais canais de ajuda disponíveis; e mostrar como a música pode ser um elemento de conexão emocional que ajuda a lidar com questões de saúde mental, sempre levando em consideração a diversidade de experiências e realidades, destacando vozes negras, indígenas, mulheres e da comunidade LGBTQIA+.
Entre as atividades da programação haverá um bate-papo no dia 10 de setembro, às 20h, com a Dra. Karen Scavacini, do Instituto Vita Alere, e Drik Barbosa, que terá como tema “Você importa – Como lidar com o sofrimento e emoções ruins?”. Além dessa conversa, no dia 17, às 20h, as criadoras de conteúdo indígenas Kaê Guajajara e Cunhaporanga vão dar dicas de autocuidado e autoestima para fortalecimento do amor-próprio e do bem-estar.
No dia 23, às 20h, as criadoras Manu Mendes e Fernanda Evan, que é psicóloga, mostram como lidar com as emoções de um jeito mais leve. Já no dia 26, às 16h30, Gilberto Gil e Preta Gil chegam para falar da importância de amigos, familiares e pessoas próximas em momentos difíceis e como receber esse amparo é importante para driblar as adversidades. No dia 28, às 19h, a psicóloga Bárbara Tranquillini vai bater um papo com Fióti sobre o universo de artistas independentes. Para acessar a programação completa da campanha, basta entrar na página exclusiva de #AMúsicaSalva dentro da plataforma.
Na página exclusiva, haverá ainda vídeos de artistas e criadores sobre saúde mental e informações sobre locais para buscar ajuda, direcionando para o Centro de Segurança do TikTok. O Centro de Segurança do TikTok traz dicas de autocuidado para pessoas que estão em busca de apoio ou que querem levar informações e ajuda para alguém próximo que esteja vulnerável emocionalmente, além de contatos das principais instituições de apoio emocional de diferentes países, como o Centro de Valorização da Vida, que presta atendimento voluntário e gratuito no Brasil para todos que querem e precisam conversar sobre seus sofrimentos emocionais. As conversas são realizadas sob total sigilo por telefone, e-mail e chat, 24 horas e todos os dias.
Nina Silva e Licinio Januário são criadores do Movimento Black Money e da Wolo TV. Foto: Reprodução.
Wolo TV e Movimento Black Money estão entre as empresas que receberão investimento do Black Founders Fund.
O Google for Startups Brasil anunciou as 12 novas empresas selecionadas para receberem investimentos do Black Founders Fund, fundo destinado a apoiar startups criadas e lideradas por pessoas negras no Brasil. São elas: Akintec, BancoAfro, Barkus, Clube da Preta, Conta Black, Financier, Fluke, GoPhone, iBench, Mooba, Movimento Black Money e Wolo.
Nesta nova leva de empresas apoiadas, as mulheres fundadoras ou em cargo de liderança são maioria. Ao todo, são oito ocupando esses cargos em sete das doze startups selecionadas. Um dos destaques é a iBench, fundada por duas mulheres, e o outro é o Movimento Black Money, criado por Nina Silva, uma das maiores referências no assunto no país.
“Há um ano, comunicamos a primeira leva do Black Founders Fund com o intuito de selar o nosso compromisso em promover um ecossistema cada vez mais diverso e igualitário, endereçando a lacuna racial do mercado de investimentos brasileiro”, comenta André Barrence, Diretor do Google for Startups para América Latina. “É um orgulho inenarrável que essa nova leva traga tamanha representatividade feminina no afroempreendedorismo, ajudando a reforçar e expandir o nosso comprometimento com a diversidade e a igualdade”, complementa o executivo.
Outro ponto importante é que esse novo grupo conta com um número significativo de fintechs e edtechs voltadas para educação financeira. Mesmo com foco primário em atender a comunidade negra, muitas dessas startups oferecem seus serviços para a população em geral. Além disso, o grupo conta com startups atuando com clubes de assinatura, cashback e cupons de desconto, serviços de telefonia móvel e plataforma de streaming com foco em narrativas negras.
As startups selecionadas para o fundo também receberão créditos em produtos do Google e terão à disposição uma rede de mentores para ajudar nos seus desafios. Além disso, as empresas poderão ser selecionadas para participar dos programas realizados pelo Google for Startups no Brasil.
Os empreendedores que desejam participar do fundo devem estar em busca de uma rodada de investimento seed para financiar o próximo estágio de desenvolvimento e já ter um negócio em operação com base em tecnologia, ou seja, já possuir um produto lançado com usuários e possíveis clientes. É necessário também indicar como planejam usar o dinheiro. As inscrições para o fundo permanecem abertas por meio de um formulário no site da iniciativa.
Com esse anúncio, o total de empresas selecionadas para o Black Founders Fund desde o seu lançamento, em setembro de 2020, chega a 29, e mais empresas serão selecionadas até o fim de 2021.
Fintech que, através de financiamento aberto, transforma pequenas empresas em áreas de vulnerabilidade em agências bancárias e pessoas em banqueiros pessoais.
Escola de educação empresarial do futuro, cujos produtos estão focados no mercado financeiro, capacitando as pessoas a tomarem melhores decisões para suas vidas.
Fornecedor de soluções digitais para laboratórios, reunindo mais de 170.000 produtos e dezenas de fornecedores, tornando o processo de compra muito mais eficiente.
Centro de inovação que promove a autonomia digital e a presença de empresários negros, com foco na comunicação, na educação e no desenvolvimento de empresas negras.