A defesa de Lucas Nogueira Siqueira disse que o pedido de revogação foi feito por ele mesmo, já que teve uma oportunidade de trabalhar no exterior
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) revogou a nomeação de Lucas Nogueira Siqueira para o cargo de terceiro-secretário da carreira de diplomata da pasta. Ele foi eliminado do concurso por fraude nas cotas raciais, mas conseguiu a nomeação em uma vaga para negros, por decisão da Justiça, segundo informações do G1.
Em julho deste ano, o juiz Cristiano Miranda de Santana determinou a nomeação dele. Segundo o magistrado, a banca do concurso não apresentou “nenhum elemento concreto” para justificar o entendimento adotado. Segundo o juiz, Lucas apresentou fotos de diferentes etapas da vida e um laudo de dermatologistas que indicam que ele tem a pele parda.
A revogação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de sexta-feira (8) e atende a uma nova determinação judicial. O juiz que ordenou a nomeação do candidato, Cristiano Miranda de Santana, voltou atrás na própria decisão e determinou que a medida só ocorra após o trânsito em julgado do processo, ou seja, quando não houver mais recursos cabíveis.
Segundo o magistrado, “é razoável que o autor aguarde a estabilização da sentença para que possa deixar o seu emprego exercido fora do país, a fim de vir assumir o cargo público”. A defesa de Lucas Nogueira Siqueira disse que o pedido de revogação foi feito pelo próprio jovem, já que ele teve uma oportunidade de trabalhar no exterior.
Membros do Movimento Negro do Piauí realizaram um protesto na noite desta terça-feira (12), em frente ao Theatro 4 de Setembro, no Centro de Teresina, contra a atuação da ex-BBB Gyselle Soares no papel de Esperança Garcia, a primeira advogada negra do país, na peça “Uma escrava chamada Esperança”.
Para Sônia Terra, a ativista da Rede de Mulheres Negras do Piauí, a escolha de Gyselle para interpretar Esperança representa um embranquecimento da personagem histórica. “As crianças que vão assistir o espetáculo vão ficar na cabeça que a Esperança Garcia é uma pessoa branca”, afirmou a ativista.
A ex-BBB declarou que se considera “de todas as cores” e que, como atriz, pode viver qualquer papel. “As pessoas têm que comentar o que acham, a gente tem que respeitar o direito de resposta delas, e é importante pra mim como atriz poder ser qualquer coisa, posso viver o que quiser, se eu quiser ser uma leoa, vou ser uma leoa, se quiser ser uma escrava, vou ser uma escrava e viver de uma forma bonita”, disse.
“Eu me considero todas as cores, sem cor, um ser humano com coração que pode sentir tudo, de todo mundo. Estamos no mundo, somos todos iguais, nossa pele não tem cor, nosso coração não tem cor, não podemos nos definir assim”, completou.
Em entrevista à TV Clube, o diretor da peça, Valdson Braga, disse que a atriz não pode ser discriminada por conta de um papel. Valdson disse que chegou a procurar os movimentos negros antes da escolha da atriz que iria interpretar Esperança, mas não obteve retorno. Os manifestantes informaram que o movimento negro não foi procurado.
ESPERANÇA GARCIA — Esperança Garcia foi uma mulher negra escravizada na fazenda de Algodões, que escreveu uma carta em 6 de setembro, endereçada ao governador da capitania do Piauí. Em ato de insurgência às estruturas que a desumanizavam, ela denunciava as situações de violência que ela, as companheiras e seus filhos sofriam na fazenda de Algodões, região próxima a Oeiras, a 300 quilômetros da futura capital, Teresina.
A carta foi encontrada em 1979 no arquivo público do Piauí, pelo pesquisador e historiador Luiz Mott. Em reconhecimento da importância histórica do documento escrito por Esperança, atendendo às reivindicações do movimento negro no Piauí, a data de 6 de setembro foi oficializada como o Dia Estadual da Consciência Negra, em 1999. Em setembro de 2017, duzentos e quarenta e sete anos depois da escritura da carta, através de solicitação da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra do Piauí, Esperança Garcia foi reconhecida pela OAB/PI como a primeira advogada piauiense.
No Brasil, o fechamento das unidades educativas por conta da pandemia de coronavírus afetou 8,9 milhões de bebês e crianças de 0 a 5 anos. Para entender o efeito dessa medida no aprendizado das crianças, os pesquisadores Mariane Koslinski e Tiago Bartholo, do Laboratório de Pesquisa em Oportunidades Educacionais (LAPOPE), da Universidade Federal do Rio De Janeiro (UFRJ), lançam o inédito “O impacto da pandemia do COVID-19 no desenvolvimento das crianças na pré-escola”. Apoiada e financiada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, o estudo foi divulgado hoje, 07/10, durante o IX Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância .
No total, a pesquisa acompanhou o desenvolvimento de 671 crianças matriculadas em 21 escolas da rede conveniada e privada da cidade do Rio de Janeiro. Dessas, 460 frequentaram o segundo ano da pré-escola em um contexto de normalidade em 2019, e 211 crianças frequentaram o segundo ano da pré-escola em 2020, em um cenário pandêmico. Para chegar aos resultados, todas as crianças participaram de testes individuais, em dois momentos, que permitiram medir o desenvolvimento delas ao longo dos respectivos anos letivos.
Os resultados sugerem impactos em diferentes dimensões do desenvolvimento infantil. Entre os principais dados, o estudo observou que o fechamento das escolas afetou o aprendizado das crianças. As crianças se desenvolveram em um ritmo mais lento, o que significou uma perda de até quatro meses no desenvolvimento delas em linguagem e matemática, se comparado com o desenvolvimento das crianças em 2019. O impacto é maior do que o observado em pesquisas internacionais – em geral perdas de 2 a 3 meses.
As crianças que vivenciaram o segundo ano da pré-escola em 2020 aprenderam 66% em linguagem e 64% em matemática, quando comparadas com as crianças que frequentaram a mesma etapa em 2019. As crianças de nível socioeconômico mais baixo aprenderam ainda menos – aproximadamente 49% para linguagem e 47% para matemática, comparadas com as crianças que tiveram a oportunidade de frequentar a pré-escola com atividades presenciais.
A pesquisa demonstra que, ao final do ano letivo em 2019, 60,1% das crianças eram capazes de identificar números de dois dígitos e fazer contas mais simples. No grupo de 2020, apenas 50,6% das crianças desenvolveram a habilidade.
“Os dados da pesquisa reforçam o papel central da educação infantil no desenvolvimento e bem-estar das crianças. As crianças que vivenciaram o segundo ano da pré-escola no ano de 2020 aprenderam em um ritmo mais lento. Os resultados podem ser explicados pelas características das atividades remotas que limitam as brincadeiras e as interações criança/professor e entre as crianças, as oportunidades de aprendizagem em casa, assim como, o tempo total de interrupção das atividades presenciais nas escolas”, explica Tiago Bartholo, professor da UFRJ e coordenador da pesquisa.
A pesquisa procurou entender também se houve impacto na aptidão física e habilidade motora das crianças. Comparando os dois grupos estudados (2019 e 2020), foi possível perceber um crescimento de 14% de crianças que deixarem de realizar movimentos simples de sentar e levantar do chão sem necessidade de um apoio ou apresentaram desequilíbrio. “Diminuição das atividades físicas realizadas na escola, mudanças na rotina impostas pela pandemia e o aumento do tempo sedentário em tela podem explicar os resultados descritos”, conta Bartholo.
Aumento das desigualdades
Mas não é só isso. O levantamento buscou responder quais os efeitos da interrupção das atividades presenciais nas desigualdades de aprendizagem. Sob essa perspectiva, os resultados sugerem que a desigualdade entre as crianças de diferentes níveis socioeconômicos aumentou. Há uma diferença equivalente de até 2 meses de aprendizado entre as crianças de nível socioeconômico mais alto e mais baixo.
“Crianças em situação de maior vulnerabilidade social foram mais fortemente impactadas e aprenderam em um ritmo mais lento do que seus pares. Por isso, o primeiro passo a ser dado é a realização de um diagnóstico para identificar quais crianças experimentaram menores oportunidades de aprendizado durante o fechamento das escolas para atividades presenciais. Em seguida, elaborar um plano individual de aprendizagem para apoiar o desenvolvimento das crianças, priorizando as mais vulneráveis e mais afetadas pela pandemia. O foco no retorno deve ser no acolhimento, bem-estar, readaptação à escola e socialização da criança”, completa Mariane Koslinski, também professora da UFRJ e coordenadora do estudo.
Em uma perspectiva segmentada por escola, os resultados apontam que as crianças matriculadas nas escolas de nível socioeconômico mais baixo aprenderam um pouco menos da metade, se comparado com o grupo que frequentou a escola em 2020. Já as crianças matriculadas nas escolas de nível socioeconômico mais alto aprenderam aproximadamente 75%, se comparado com o ganho do grupo de 2019.
A criadora de Insecure (HBO) Issa Rae revelou em uma entrevista para revista MIC que apesar de seus roteiros sempre serem pensados para histórias só sobre pessoas negras, ela foi aconselhada a inserir personagens brancos.
“Garota se você quiser fazer acontecer, você tem que colocar um personagem branco aí para que as pessoas brancas se importem. Só assim a NPR (importante site sobre cultura) vai escrever sobre o seu programa”, descreveu Issa dizendo como foi a abordagem aconselhada por alguém da área. E ela a princípio ouviu o conselho e inclui dois homens brancos em um dos seus primeiros projetos “Awkward Black Girl”, em 2011.
Tempos depois na HBO em Insecure, projeto onde ela atua a frente e atrás das câmeras, Issa também criou uma personagem branca a Frieda ( Lisa Joyce) sua colega de trabalho. Porém quando ela, a protagonista pede demissão nenhum outro personagem branco tomou o lugar de Frieda. “Foi aí que eu pensei, ’Ai meu Deus’ minha série agora só tem gente preta e isso sim é algo novo’“.
Para quem como a gente, já está sentido saudade de tanta gente preta linda na HBO, a nova e infelizmente a última temporada se Insecure estreia dia 24 de outubro.
Região do Vale do Ribeira, umas das mais pobres do Estado de São Paulo, concentra benefícios indicados em prol dessa população
Em contraposição aos subsequentes retrocessos conduzidos pela administração pública brasileira – em suas diferentes representações -, um dos segmentos que mais receberam apoio financeiro pelo mandato de Erica Malunguinho, primeira mulher trans no poder legislativo de nosso país, foi o das comunidades quilombolas. Suas emendas parlamentares destinaram um montante total de R$852.000, entre 2020 e 2021, para fomento ao desenvolvimento desta população. Desta forma, numa resposta à escalada da extrema direita, sua atuação na Assembleia Legislativa de São Paulo ganha cada vez mais notoriedade enquanto um dos mais significativos trabalhos de proteção a comunidades em situação de vulnerabilidade.
“O racismo institucional mantém as comunidades quilombolas invisíveis aos olhos do Estado, que não se compromete com políticas públicas de demarcação de terra, preservação do patrimônio e memória destes povos. É nosso dever lutar pela garantia de direitos e contra todo tipo de violência direcionada a essas populações”, diz a deputada.
Guiada por um setor de articulação política e pesquisa atento às necessidades urgentes desse grupo, ainda majoritariamente subjugado por preconceitos enraizados socialmente, Malunguinho promove ações educacionais, de saúde e até assessoria jurídica para estas comunidades tradicionais, em especial àquelas alocadas no Vale do Ribeira, uma das regiões mais pobres do Estado de São Paulo.
Para o período referente a 2020 no calendário da Alesp, seu gabinete indicou como beneficiários a Escola Maria Princesa Chules (Município de Eldorado), que foi contemplada com aquisição de computadores e material de informática num valor de R$ 100 mil; a prefeitura municipal de Eldorado em custeio para UBS João Victorino Ferreira (R$150 mil), além de investimento, em prol deste mesmo município, de R$150 mil em recursos para a saúde. A Equipe de Articulação e Assessoria às Comunidades Negras do Vale do Ribeira (EEACONE) foi contemplada em suas atividades, incluindo a realização do Encontro Regional de Cultura dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais do Vale do Ribeira, nos dois últimos anos, num valor total R$202mil.
Em 2021 as verbas destinadas à comunidades quilombolas foram destinadas à Defensoria Pública do Estado para a realização de tribunais comunitários com os povos e comunidades tradicionais (R$100 mil) e para o Fundo Municipal de Iporanga, em custeio do posto de saúde / UBS ‘Quilombo Porto Velho’, que recebeu R$150 mil em insumos.
Outras áreas destacadas nos investimentos implementados por Malunguinho são o LGBT+, que recebeu, via instituições e atividades um valor de R$1.528.000,00 nos últimos dois anos; ações voltadas à Matriz Africana, que contaram com R$ 700.000,00 em recursos, além de projetos em defesa e desenvolvimento de ações para mulheres, que receberam, também, R$ 450.000,00 em emendas.
Sistema geopolítico, as expressões do capitalismo, o neoliberalismo e o liberalismo clássico são alguns dos temas que serão abordados durante o mês de outubro no canal do professor e filósofo Silvio Almeida. E ele não fará isso sozinho. A série especial que começou no dia 2, contará com a presença do psicanalista e professor da Universidade de São Paulo Christian Dunker em segundo episódio que estará disponível a partir das 11h do dia 9 de outubro.
Nos encontros sempre disponíveis aos sábados, Silvio receberá professores, pesquisadores, economistas, entre outros convidados para se aprofundar sobre temas que envolvem o sistema econômico e político.
No Youtube Silvia Almeida tem mais de 130 mil inscritos no seu canal.
Já faz um tempão que animações não fazem mais parte somente do universo infantil. O interessante é que mesmo quem é adulto volta a se sentir crianças por conta da doçura das narrativas contadas nesses “desenhos”.
Em homenagem ao mês da criança, selecionamos nossos curtas favoritos, com personagens negros (mas que não falam sobre racismo). São filmes de até 10 minutos com histórias que tocam o coração de pessoas de todas as idades. Dá para assistir com as crianças, com adultos ou sem ninguém.
Tem histórica com uma menina autista, com idosos, com mulheres, tudo com muita representatividade e histórias incríveis que não reforçam estereótipos.
Canvas : Netflix Um avô em luto se esforça para recuperar sua paixão pela pintura depois de sofrer uma perda encontra a inspiração para criar novamente.
Juntos novamente: Disney +
Em uma cidade vibrante, pulsando com ritmo e movimento, um homem idoso e sua mulher de espírito jovem reacendem sua paixão juvenil pela vida e um pelo outro em uma noite mágica.
Hair Love – Sony Pictures disponível Youtube
Pai e filha fortalecem sua relação por meio dos cuidados com o cabelo. Um curta sobre as possibilidades que o cabelo crespo tem e como o amor resolve tudo.
Loop – Disney +
O curta mostra a história de Rene, uma menina de 13 anos dentro do espectro autista e que não se comunica oralmente, e Marcus, um jovem que nunca entrou em contato com esse universo. A história é sobre como essa relação se desenvolve durante um passeio de canoa, veículo pelo qual os dois são apaixonados.
20 e poucos – Disney +
Dentro de uma boate cheia, Gia precisa lidar com os desafios e inseguranças de se tornar uma adulta durante o seu aniversário de 21 anos.
Parte dos integrantes da Chapa Preta. Foto: Divulgação.
Formada por Joana Mendes na presidência, tendo Gabriela Moura como sua vice-presidenta, Israel Bastos e Robson Rodriguez como diretores administrativos, Epaminondas Paulino e Heitor Caetano como diretores de cultura, Erick Willmer e Jessyca Silva como diretores de divulgação, Alan de Sá e Renan Damascena como diretores de editorial, Pedro Balle e Thamara Pinheiro como diretores de relações sociais e Marcelo Augusto e Mariana Mendes como diretores secretários, a Chapa Preta nasceu de um incômodo de seus componentes por só verem diversidade no discurso das empresas e das instituições que dizem os representar.
O Clube de Criação é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1975 e que, anualmente, realiza um dos festivais de criatividade mais importantes e celebrados do país, tendo, ainda, o seu anuário como registro histórico dos trabalhos mais criativos da área. Porém, poucos membros dos júris técnicos e palestrantes do festival promovido pela entidade, foram pessoas pretas. O custo para se associar ao Clube de Criação não condiz com a realidade salarial do mercado, tampouco com a situação econômica em que o país se encontra.
Há uma série de incômodos no cenário da publicidade: campanhas que não falam para e com a comunidade preta, estratégias de divulgação que não contemplam veículos de mídia especializados, ausência de cargos de liderança ocupados por pessoas negras, desenvolvimento profissional de pessoas pretas, entre outros. Os diversos assuntos de Diversidade & Inclusão estão andando à passos lentos, mas passou a ser um tema discutido, finalmente. Comitês de Diversidade estão sendo criados, assim como áreas de Cultura, Gente & Gestão e parcerias com consultorias.
Divulgação Chapa Preta
Mas para esse movimento acontecer agora, muitas situações aconteceram. E entre elas, um filme lançado em setembro pelo Clube de Criação, juntamente com a agência Wieden + Kennedy São Paulo, para divulgar o Festival de 2021, intitulado “Crise. Crie”. Nele, momentos históricos trágicos, como a Inquisição, escravidão nos Estados Unidos, Guerra Civil Espanhola, Segunda Guerra Mundial e a recente Pandemia da covid-19 foram destacadas como crises e subvertidas em “oportunidades” para se criar movimentos artísticos, sociais e culturais.
Não tardou para que o erro fosse apontado, principalmente no que se referia ao movimento Black Power como resultado criativo frente à organização supremacista branca Ku Klux Klan. A polêmica se espalhou pelas redes sociais, a entidade em questão e a agência retiraram o vídeo do ar e, como resultado, as lideranças da Wieden + Kennedy foram derrubadas por estarem à frente do erro.
Depois do ocorrido, o Clube de Criação confirmou as inscrições de duas chapas para concorrer à sua diretoria, pleiteando a gestão dos próximos dois anos. Uma delas é composta integralmente por publicitários negros, com o intuito de promover maior diversidade e avançar em iniciativas que, de fato, promovam a equidade na propaganda brasileira: a Chapa Preta.
A Chapa Preta acredita que diversidade alimenta a criatividade. Dentre as suas propostas, destacam-se:
● Criação de um Conselho Colaborativo, com pessoas do mercado à parte da diretoria, dentro da proporcionalidade da população, englobando pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+, pessoas com deficiência e pessoas em situação de refúgio;
● Parceria com o Observatório da Diversidade e entidades correlatas, visando promover e publicar pesquisas com dados estatísticos sobre a diversidade na propaganda;
● Aproximar o Clube de estudantes de instituições menos visadas ou fora do eixo SP-RJ, com iniciativas que os façam acompanhar e engajar os debates do Festival do Clube de Criação e garantam fácil associação. Buscando potencializar a iniciativa dos Embaixadores do Clube de Criação;
● Incentivar o aumento do número de associados negros e não-brancos, entre outras.
As eleições para a diretoria do Clube de Criação acontecem no próximo dia 25 de outubro. Movimentos como este, são revoluções e transformações no mercado.
Ambev, Americanas, Arcos Dorados-McDonald’s, Coca-Cola Brasil, O Boticário e Magalu. Essas são algumas empresas que fazem parte do MOVER ( Movimento de Equidade Racial), formado por 46 empresas, com o compromisso de até 2030 gerar 10 mil posições de liderança para pessoas negras e 3 milhões de oportunidades através de capacitação e conexão com o mercado de trabalho.
Nesse sexta-feira, 8, foi anunciado um grande reforço para iniciativa. O ID_BR fechou uma parceria com o MOVER e dará suporte em iniciativas relacionadas à formação antirracista e ao desenvolvimento de lideranças, propiciando a qualificação pessoal e profissional de integrantes das 46 empresas associadas do Movimento.
“Ter o ID_BR como parceiro, e contar com todo conhecimento e visão complementares aos das empresas de quem tem legitimidade e já atua na causa, nos ajudará a tomar melhores decisões e direcionar nossos esforços onde podemos ter maior impacto. O Fórum Sim à Igualdade Racial é um bom exemplo de ação colaborativa onde teremos a chance de aproximar as empresas dos milhares de jovens e talentos negros que participam do evento, gerando um grande potencial de conexão e empregabilidade”, destaca Marina Peixoto, diretora-executiva do MOVER.
A parceria inclui também, entre outras ações, a coparticipação do MOVER na realização do Fórum Sim à Igualdade Racial de 2021, marcado para dia 23 de outubro. O Fórum, criado em 2016 pelo ID_BR, é considerado o maior evento latino-americano de conexão de profissionais negros e indígenas com empresas que investem em ações de diversidade e inclusão.
As empresas que compõem o Manifesto são Alcoa, Aliansce Sonae, Ambev, Americanas, Arcos Dorados-McDonald’s, Atento, Bain & Company, BRF, Cargill, Coca-Cola Brasil, Colgate-Palmolive, CSN, Danone, Descomplica, DHL Supply Chain, Diageo, Disney, EF, General Mills, Gerdau, GPA, Grupo Boticário, Grupo Carrefour Brasil, Heineken, JBS, Kellogg, Klabin, Kraft Heinz, L’Oréal Brasil, Lojas Renner, Magalu, Manserv, Marfrig, MARS, Michelin, Mondelëz International, Moove, Nestlé, PepsiCo, Petz, RD – Raia Drogasil, Sodexo, Tenda Atacado, Vale, Via e 3M.
Movida pelo desejo de apresentar uma imagem representativa para suas sobrinhas e outras crianças negras, a analista contábil Luciana Santos criou ocanal Luttita, onde ela dá vida à personagem Luttita, que realiza atividades infantis, brincadeiras, cuidados com a estética e também inglês para crianças.
Luciana vive nos Estados Unidos desde de 2015, e foi lá que o projeto nasceu. “Meu primeiro trabalho foi limpando casas, até aprender o idioma. Em 2016, consegui uma oportunidade de babá para uma família americana. Ao cuidar de crianças brancas, de classe média e alta, percebi que havia pouca representatividade na televisão e internet. Foi em 2018, quando minhas duas sobrinhas começaram a crescer e assistir televisão que comecei a me preocupar com o tema”, conta Luciana.
Foi então que Luciana foi conversar com outras mães, para saber quais referências de apresentadoras e personagens negras elas tinham para a apresentar às suas crianças, e a resposta era geralmente a mesma: “Não tem”.
“Eu costumo dizer que a ‘Luttita’ nasceu de uma pessoa indignada; Indignada de que em 2021 ainda não há uma protagonista preta em um programa infantil. E assim nasceu o projeto de vídeos educativos com uma protagonista preta, bilíngue e que se ama e se aceita”, relembra.
Apesar de temas como empoderamento feminino e da população negra em geral esteja em alta, Luciana acredita que esta questão ainda não chegou de forma adequada até as crianças.
“Uma jovem que deseja se tornar atriz tem grandes nomes para se espelhar como Ruth de Souza, Zezé Motta e Taís Araújo. Porém, minha sobrinha de 5 anos não tem nenhum programa infantil que ela se sinta representada e pense “Eu também posso ser aquela pessoa”, avalia.
Apesar de muitas críticas terem sido feitas às figuras de apresentadoras de programa infantil para as gerações dos anos 80 e 90, como Eliana, Angélica e Xuxa, até o momento não surgiu nenhuma apresentadora ou protagonista de destaque para as crianças que tenha características da população negra.
“Temos grandes influenciadores, negros e negras, falando sobre cabelo, maquiagem, peso para adultos, mas pouco existe material para o publico infantil. Me pergunto o porque não estamos tratando este problema na raiz? Cuidando da saúde mental das nossas crianças para que elas possam desde de pequenas se sentir empoderadas?”, questiona Luciana.
“A missão do projeto ‘Luttita’ é alcançar milhões de crianças, não só no Brasil mas também em outros países, já que essa não é somente uma problemática brasileira. Meu sonho é ver uma pessoa negra enchendo estádios e teatros com shows dedicados ao público infantil, sendo essa pessoa a Luttita ou qualquer outra pessoa negra. Acredito que tratando deste tema já na infância poderemos ajudar melhor a criar negros e negras mais confiantes ao invés de tratar isso somente na vida adulta”, conclui.