O cantor e compositor Martinho da Vila foi homenageado nesta quarta-feira (17) no Grammy Latino por sua “Excelência Musical”. Hoje, além de concorrer na categoria Melhor Álbum de Samba e Pagode por Rio: só vendo a vista na premiação, é a vez da Sony Music lançar Semba Africano, um medley de Muadiakime/Semba dos Ancestrais gravada em duo com sua filha caçula Alegria, a mais nova artista da família.
Trata-se do quarto single de seu novo álbum Mistura homogênea que será lançado, na íntegra, em fevereiro, um mês que promete, já que no carnaval 2022 a Unidos de Vila Isabel terá justamente seu maior baluarte como enredo. Antes disso, porém, ainda este mês, a Sony lançará um “lyric video” do clássico Canta, canta minha gente como forma de celebrar a homenagem no Grammy, sendo ele um dos artistas com maior número de títulos em seu catálogo.
Como se sabe, em paralelo à sua carreira de sucesso, Martinho foi lançando suas crias no meio artístico, como Mart’nália, ainda nos anos 80, Maíra Freitas, nos anos 2010, afora os outros filhos, todos de alguma forma ligados à música. Desta vez, é efetivamente a primeira vez que Alegria participa de uma gravação e de um clipe com o pai, num clipe dirigido por Henrique Alqualo e Vanessa Anesi, gravado no Museu de Arqueologia de Itaipu, em Niterói (RJ).
Sua ligação com Angola, especialmente Luanda, vem de muito longe. Em 2017, ele recebeu o título honorário de “Embaixador Cultural de Angola e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa” pela Boa Vontade da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), por divulgar a lusofonia e incentivar as relações linguísticas do nosso idioma.
Com uma discografia imensa à beira dos 50 álbuns, quase todos gravados em selos que pertencem hoje à Sony Music, é possível perceber que Martinho da Vila jamais se acomodou. Fez parcerias com compositores e intérpretes dos mais diversos nichos musicais, flertou com a cultura dos países lusófonos e até gravou versões de seus sambas em outras línguas, isto fora o fato de que decidiu voltar às salas de aula cursar Relações Internacionais em 2017, à beira dos 80. Por essas e outras o samba-enredo da Vila que o homenageia no próximo carnaval diz: “Em cada verso, mais uma obra-prima / Ousar, mudar e fazer sem rima (…) Profeta, poeta, mestre dos mestres / África em prece, o “griô”, a referencia / O senhor da sapiência, escritor da consciência / E a cadência de andar, de viver e sambar”.
Os registros de abordagens policiais por meio de lives nas redes sociais têm sido usados como ferramenta de sobrevivência de homens negros que têm seus trajetos ou atividades interrompidas por supostas ações suspeitas.
Há algumas semanas, o influenciador Spartakus Santiago estava mexendo no celular quando dois Policiais Militares vieram em sua direção para revistá-lo. Ele na hora pegou seu celular e gravou tudo o que aconteceu.
Nesta quarta-feira, 17, por volta das 14h, o creatorJúlio de Sá, Fundador do perfil Carioquice Negra estava saindo de uma loja no centro do Rio de Janeiro quando foi abordado por um PM.
“Entrei na Renner depois de ter saído de um almoço e assim que saí da loja, um policial veio até mim no começo pedindo o meu CPF para uma ‘pesquisa’. Eu achei bem estranho”, detalha Júlio. “Depois, ele mudou o tom da conversa e começou a exigir meu documento e alegando coisas absurda como que eu teria entrado na loja quando os vi, sendo que que eu nem tinha visto eles. Também disseram que eu ‘’tinha algo de volume na minha cintura’, mas em momento nenhum ele quis me revistar. Depois disse que talvez o volume na minha cintura poderia ter sido o vento que ‘bateu’ e fez volume”.
Mesmo protestando após a chegada de mais um policial, ao todo chegaram cinco em frente à loja, Júlio acabou sendo detido durante a live que não foi interrompida. No vídeo, o creator chora pela situação no carro da polícia e teme pelo o que pode acontecer no momento que percebe que a bateria do celular está acabando.
Na delegacia, nem a família de Júlio é poupada. “Eles pegaram meu documento, falaram com a minha mãe os mesmos absurdos que falaram na live e ela de forma inteligente questionou todos eles que não souberam responder. O transtorno deixado foi horrível”, descreve Sá que foi liberado.
Nesta quinta-feira Júlio irá a delegacia com seu advogado para solicitar respostas dos responsáveis pela ação
“As acusações não tiveram fundamento, dizer que o vento deve ter batido na camisa é causado volume me enlouqueceu”, finaliza Sá.
Estamos em novembro, o mês da paciência negra. E quanto mais perto chegamos do dia 20, menor ela fica. Assim como a consciência de branco racista que se auto declara aliado da luta negra sem efetivamente fazer algo com e por nós. Ainda que, frequentemente tenha atitudes racistas e não as perceba, pois em sua mente, é impossível que alguém com tanto conhecimento político e cultural como ele, reproduza esse tipo de atitude.
Mas, meu caro amigo antirracista, eu sinto em lhe dizer que você ainda é racista. E isso talvez lhe doa, mas este não é para ser um texto confortável. A última vez que lembrou da população negra? Novembro do ano passado. Antes disso? No caso do George Floyd. É muito fácil se pronunciar sobre casos que tomam uma proporção enorme. Na verdade, é mais do que fácil, é benéfico. Faz com que você pareça inteligente, engajado, bem informado. Mas e quanto aos casos de racismo que acontecem na sua vizinhança, no seu trabalho, na faculdade? Você também se rebela ou finge que não sabe, afinal, pra que comprar uma briga que não é sua e ganhar fama de barraqueiro, não é mesmo?
Estamos em novembro, o mês da paciência negra. Mês esse em que além das empresas lembrarem da existência de mais de 54% da população, os outros 46% também lembram. A diferença entre um e outro é apenas o tipo de marketing, que no segundo caso, é o marketing pessoal. Compartilhar uma imagem dizendo ”Em uma sociedade racista não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”, é um tanto quanto fácil. Mas se questionarmos essas pessoas sobre como, no dia-a-dia , elas colocam essas ações antirracistas em prática…o som fica um pouco abafado, um murmúrio difícil de ouvir, uma desconversa.
Eu sei que provavelmente você crê que ter compartilhado uma foto preta há um ano e meio atrás com a #Blackoutthursday, é o suficiente. E pensa que se sentir atraído por um ”negão de black power” automaticamente te excluí desse texto. Eu sinto em lhe dizer, mas todo o conteúdo sobre história e cultura negra que você consome vindo de estudiosos brancos também não é o caminho. Esse não é um texto para te ensinar o que fazer ou não. Pesquise e saberá. Leia estudiosos negros, e se for encher de perguntas o seu amigo negro, sugiro que reduza tudo a uma e peça a ele para apontar quais atos racistas você já teve que são do conhecimento dele. Essa é uma violência que nem sempre é tão escancarada para quem faz ou para quem vê de fora. Mas para quem está na pele, cada detalhe conta.
Então, parafraseando um viral recente da internet: E fora dos stories, você é antirracista?
A atriz e cantora Leilah Moreno falou ao Gshow sobre o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista que recebeu aos 25 anos de idade. Desde a infância ela percebeu que a forma de se conectar e comunicar com as pessoas era diferente. Apesar de brincar e conversar com outras crianças, ela sentia que tinha um mundo particular.
A caminhada com vários diagnósticos começou aos 16 anos, quando disseram que ela tinha DDA (Déficit de Atenção), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), altas habilidades e superdotação. Aos 18 anos decidiu fazer exames ainda mais completos mas o diagnóstico final veio somente aos 25 anos.
“A forma de me comunicar, me conectar com as pessoas e ver o mundo eram diferentes. Achava que isso era porque eu era artista, criança ou aquariana. Tinha um mundo muito particular e imenso. Não fui uma autista não-verbal, fui comunicativa, mas tive momentos de isolamento, ainda tenho. Tinha bastante ressaca social. Convivia bem com a família, brincava, mas, sempre que acabava a festa, precisava me isolar. Isso me deixava encucada. Ficava sobrecarregada com barulho, muitas informações.”
Para superar esses incômodos, a cantora descobriu que o palco era seu espaço de segurança, que permitia criar conexão com as pessoas. “Entendi que quando estava no palco cantando era líder do meu espaço. Tomei a arte como meu hiperfoco que fez com que desenvolvesse a comunicação e socialização. Eu não conseguia manter uma relação duradoura com ninguém, acabava me afastando das pessoas. Hoje, mais madura, busco estar mais conectada com as pessoas. Entendo que isso tem que fazer parte de mim.”
Apesar do caminho de autoconhecimento e descoberta ser longo, Leilah acredita que foi o espectro que a ajudou a desenvolver seus talentos.
“O autismo não é um castigo. Se eu não tivesse o espectro, não teria desenvolvido as minhas aptidões com tanto afinco. Estar dentro do espectro autista me deu muitas vitórias. Trabalhar com o público era para ser a coisa mais difícil do mundo e é o que me torna mais forte. Tive que estudar e entender quando entrei nesse universo, me conheci. Foi a coisa mais importante e bonita que podia ter acontecido comigo, sou muito feliz por isso”, afirma.
Rappers subvertem a cultura da ostentação para celebrar os empreendedores negros que se somam ao Mercado Livre por meio de parceria com a Feira Preta
Referências na cultura atual do rap nacional, Djonga e Tássia Reis lançam música e vídeo clipe que exaltam o poder e a originalidade da cultura negra. Batizada “Ostentação da Cultura”, a composição contribui com os debates em torno do tema consciência negra, e faz parte da campanha sobre afro-empreendedorismo do Mercado Livre para a data.
Disponível nas principais plataformas de streaming e com estética afrofuturista, o single assinado pelos rappers é uma das ações afirmativas do Mercado Livre para a data. Assinada pela GUT São Paulo, agência global independente, a campanha exalta os empreendedores negros que usam a plataforma Mercado Livre para levar suas criações a consumidores de todo o Brasil.
“Por meio da música, Djonga e Tássia nos ajudam a valorizar e enaltecer a cultura negra no Brasil. Esse projeto, que pelo formato engajador nos ajuda a levar nossa mensagem de diversidade e inclusão a mais pessoas, reforça o nosso compromisso com o incentivo ao empreendedorismo negro”, destaca Thais Souza Nicolau, diretora de Branding do Mercado Livre para América Latina.
Na música, Djonga e Tássia fazem uma alusão à cultura da ostentação, só que no lugar de exaltar marcas internacionais, como acontece em muitas músicas de sucesso do gênero, marcas nacionais assinadas por criadores negros são colocadas em posição de objeto de desejo. São citadas marcas autorais como “Da Minha Cor”, “Resisto OPM”, “Preta Pretin”, Modash e “Soul Brio”, marcas que fazem parte do time de empreendedores da Feira Preta, e estão na loja oficial da Feira no Mercado Livre.
Cada vez que uma das marcas é mencionada no clipe, há um link que levará o público a outra página onde será possível conhecer mais não só sobre a história da marca, mas também sobre a experiência pessoal de seus criadores. O filme transporta o público para um cenário idílico, repleto de pessoas negras e cheio de elementos culturais e incentiva que todo o público, olhe para os criadores negros e incentivem seus negócios.
“Vejo esse clipe como uma oportunidade de criar um novo imaginário em que pessoas pretas são prósperas e vivem em harmonia. Poder dirigir um projeto como esse, é uma das melhores experiências para mim enquanto diretora preta”, comenta Thatiane Almeida, diretora de cena do clipe.
Os principais protagonistas dessa ação são os empreendedores negros, que lutam no dia a dia para que seus trabalhos ganhem cada vez mais espaço e protagonismo. O Mercado Livre se coloca como um canal para amplificar a voz dessas pessoas, não só sendo uma plataforma que procura facilitar a vida desses microempresários, como também investindo em ações como “Ostentação da Cultura” que trazem vozes poderosas como Djonga e Tássia para levantarem um debate.
Neste ano, em conjunto com a PretaHub, o Mercado Livre lançou a loja oficial da Feira Preta na plataforma, que oferece ao público uma curadoria exclusiva de marcas de empreendedores negros. Todas as marcas mencionadas no clipe estarão disponíveis na loja e em uma página desenvolvida exclusivamente para a ação. “Por meio da parceria de longa data que mantemos com a PretaHub, estamos acelerando a digitalização dos negócios que fazem parte da Feira Preta. A loja oficial permite dar ainda mais visibilidade para essas marcas durante todo ano, conectando os empreendedores com nossos milhões de usuários no Brasil. Além disso, oferecemos descontos de tarifas e atendimento personalizado para que os empreendimentos possam impulsionar suas marcas no comércio digital”, comenta Laura Motta, gerente de Sustentabilidade do Mercado Livre.
A plataforma é parceira da PretaHub desde 2018 e, após três anos colaborando com a empreendedora social Adriana Barbosa e promovendo edições online da Feira Preta, ampliou sua parceria como patrocinadora da Casa Preta HUB e parceira de conteúdo do Afrolab Digital, que já capacitou mais de 200 empreendedores do Brasil e da Colômbia somente neste ano. Neste ano, a Feira Preta comemora 20 anos com evento co-organizado pelo Facebook e com apoio do Mercado Livre.
Mais de 50 anos depois que o líder dos direitos civis foi baleado e morto, dois homens condenados pelo assassinato de Malcolm X devem ser livres.
Informações são do ‘O New York Times’ que revelou o anúncio sobre os dois homens, conhecidos na época do crime como Norman 3X Butler e Thomas 15X Johnson, segundo o jornal, a soltura dos dois poderia acontecer esta semana.
Norman 3X Butler Condenado pela morte do ativista
Julgadoras e condenados, eles passaram décadas na prisão pelo assassinato de 21 de fevereiro de 1965 no Audubon Ballroom do Harlem. No entanto, há dúvidas sobre suas convicções desde o início da notícia do assassinato.
Malcom foi morto no dia 21 de fevereiro de 1965, aos 39 anos, ele foi morto com 13 tiros quando discursava no Harlem. Jamais foram encontradas provas, mas suspeitou-se do envolvimento da “Nação do Islã” no assassinato.
O cantor Chico César foi vítima de comentários racistas em um programa de rádio na cidade do Conde, Litoral Sul da Paraíba. Durante a transmissão ao vivo na internet, na última segunda-feira (15), o apresentador do semanário ‘Fala Conde’ citou Chico e se referiu ao artista em tom pejorativo, com termos como “neguinho” e “praga”.
O apresentador Byra de Jacumã, autor dos comentários, conversava sobre carnaval e mencionou Chico César como “aquele neguinho que tocava violão nu” que teria mudado o foco da festividade.
Em nota, a Prefeitura do Conde, município da Paraíba que se localiza a rádio, afirmou que não tem vínculo com o programa e que repudia qualquer tipo de discriminação. Uma denúncia sobre o caso foi aberta junto ao Ministério Público Federal, mas os detalhes dos trâmites estão sob sigilo para proteção do denunciante.
Com a repercussão, Byra foi às redes sociais se desculpar com o cantor e disse ‘que não tinha intenções de ofender ninguém com base na raça, visto que, enquanto homem negro, também sofre racismo’.
“Chico, não gostar das suas músicas não me dá o direito de agir assim contra você. Por isso peço desculpas pela insanidade que dias atrás fiz contigo, até porque já sinto isso na pele desde que nasci”, publicou o apresentador.
Procurada pelo veículo G1, a assessoria do cantor Chico César afirmou que ele prefere não se manifestar já que as imagens falam por si só. Chico agradeceu, ainda, o carinho e a preocupação do público que saiu em sua defesa contra o ato de racismo.
Ganhador do Kikito de Ouro na categoria de Melhor Ator pelo filme, que estreia dia 25 de novembro o ator ainda aguarda a estreia de mais três longas-metragem.
Com o Kikito de Ouro em mãos e trabalhando em histórias com tramas mais densas, Nando Cunha observa sua trajetória profissional – e quer ir além. Vencedor do prêmio de Melhor Ator na última edição do 49º Festival de Cinema de Gramado pelo papel de Mauro no filme “O Novelo”, de Claudia Pinheiro, que estreia no circuito no dia 25 de novembro, o ator ainda estreia este ano três filmes e duas séries.
No longa-metragem que lhe rendeu um dos prêmios mais importantes do cinema nacional, Nando vive Mauro, o mais velho de cinco filhos abandonados na infância pelo pai que, com a morte da mãe, acaba criando os irmãos mais novos. “Na idade adulta, por volta da década de 1990, eles seguem caminhos diferentes, e Mauro se torna um microempresário incapaz de lidar com seus sentimentos. É uma história linda, de protagonismo negro, onde não se fala de racismo e ninguém pega em arma. São atores simplesmente interpretando seres humanos”, desabafa.
Ainda a respeito da premiação, Nando rememora. “Eu já ganhei o mesmo prêmio no Festival de Gramado com um outro personagem denso. A diferença é que aquele era protagonista de um curta-metragem. Para além dessas premiações, me pergunto se serei mais respeitado como ator agora, ou se vão continuar me rotulando como comediante ou humorista. Temos caminhado, mas a mudança ainda está por vir. Nossa revolução será silenciosa”, salienta o carioca, que possui 27 anos de caminhada profissional.
Além do longa que lhe rendeu o prêmio, Nando aguarda ainda a estreia de mais três filmes – “Os Suburbanos”, com direção de Luciano Sabino; o “O pulo do gato”, de Marcelo Adnet, e “Malês”, de Antonio Pitanga.
“Estou muito grato por este momento, pelas oportunidades e emoções que nunca vivi. Foi o que eu esperei a vida toda! A pandemia mostrou a todos os atores o perrengue que nós, atores negros, sempre passamos por falta de oportunidades. Tudo que a gente quer é oportunidade, mostrar que podemos normatizar a possibilidade de viver um galã, por exemplo, e não precisar responder mais como é a sensação de viver isso. Somos além da nossa cor!”, reforça o ator que recentemente participou das séries “Cinema de Enredo” (Luís Antônio Pilar / Prime Box Brasil) e “Me Chama de Bruna” (Fox Premium).
Na TV, aliás, a trajetória de Nando é longa. O ator esteve no elenco da novela “As aventuras de Polianna” (SBT) e, na TV Globo, em “Geração Brasil”, “Araguaia”, “Dalva e Herivelto”, “Desejo Proibido”, “Força Tarefa” e “Salve Jorge” onde, na pele do hilariante Pescoço, foi consagrado. No cinema marcou presença nos filmes “Apaixonados”, “Trinta”, “Tim Maia”, “Lascados” e “Querô” de Carlos Cortez. No teatro contabiliza mais de 15 montagens, dentre elas “O filho do pai”, ao lado de Antônio Pitanga; “Cartola e a história do grande sambista”; “O homem da cabeça de papelão”, de João Batista; “O último dia”, de Sergio Brito; “O mundo é grande”, de João Batista; “Estatuto de Gafieira”, de Aderbal Freire Filho, entre outros.
São belos e inusitados os caminhos pelos quais a indústria da moda reflete o chamado Zeitgeist – o “Espírito do Tempo” – para continuar a se reinventar. No Brasil da pandemia, em plena crise de abastecimento de água e energia, uma chance interessante de conferir essa interação é a nova coleção do artista plástico e estilista Silverino Ojú. Intitulada “Hídrica”, ela revisita e atualiza a alfaiataria tão cara ao baiano radicado em São Paulo e terá suas primeiras peças exibidas no Afro Fashion Day 21, evento de moda do jornal Correio* (Salvador / BA), no próximo dia 20 de novembro, pela internet.
Foto: Rafael Berezinski
“Não existe nada mais inquietante do que a luta pela sobrevivência. Há tempos que os líderes mundiais e o mercado da moda estão cientes do aquecimento global e da escassez hídrica e do quanto a indústria de tecidos gasta de água para sua produção, e do descarte subsequente, o que gera ainda mais poluição”, elabora Silverino Ojú, destacando que o reuso de peças, que ganha status no nicho do second hand, e o reaproveitamento de materiais e tecidos, são algumas das formas de pôr em prática um discurso possível de sustentabilidade. “A receita e o contexto freiam o consumo”, sintetiza.
No novo trabalho, ele mantém produção em baixa escala e um trabalho considerado com tempo e afeto, sem a pressão do mercado. Na cadeia produtiva, apenas Reinaldo Conceição, o assistente do saudoso mestre alfaiate Leonardo Ramos, último alfaiate vivo na Rua da Independência, Centro Antigo de Salvador, região onde ocorreu a Revolta dos Alfaiates; e Maria Angélica, moradora da comunidade da Capelinha do São Caetano, em Salvador. Em São Paulo, Ojú conta com a colaboração de Maria José, alfaiate pernambucana, ex-professora da Escola de Alfaiataria de São Paulo, atualmente fechada por causa da pandemia.
Foto: Rafael Berezinski
Arte e contexto
Momentos importantes da história da humanidade, de guerras a pandemia ou catástrofes naturais, impactam esteticamente a indústria da moda, que hoje movimenta cerca de US$ 2,5 trilhões e emprega direta e indiretamente mais de oito milhões de pessoas no Brasil. O resultado, muitas vezes, é a diminuição no uso de tecidos considerados nobres e de produção mais custosa (como seda, lã e couro), e um investimento em pesquisa em matérias primas sintéticas como alternativa. Foi assim que materiais como o nylon, o acrílico e a viscose, conhecidos como artigos de substituição, passaram a ser usados na indústria da indumentária.
Na coleção “Hídrica”, Silverino Ojú não abre mão da estética dos povos tradicionais de matriz africana, presente em no seu trabalho anterior, o projeto Coleção Fest a Pret’a, que levantou a discussão racial, geopolítica e valorização de ofícios manuais no processo de produção da moda. “Estamos reaproveitando um tecido comprado no ano passado para uma produção e eu voltei para dentro do ateliê, em busca de tecidos e aviamentos já existentes”, conta.
Ojú se mantém fiel à alfaiataria, desta vez deixando de lado os conjuntos de ternos estruturados vistos na coleção anterior, para testar uma camisaria social desconstruída e casual, com e sem manga, fluida, com aplicação de fita sianinha no tecido, inspiração no bordado ancestral das saias usadas pelas mulheres negras. Também alterna o modelo da calça entre o corte italiano e outro modelo cuja referência é de uma viagem que fez ao Marrocos, no norte do continente africano. “Assim surge a calça Marrakech”, explica.
E se a água aparece no tema da coleção, ela também está presente num aviamento que Ojú resolveu resgatar e que frequenta a memória de muitos brasileiros: a sianinha, espécie de fita em zigue-zague arredondado, geralmente de algodão, usada como acabamento ou adorno em vestidos. “A fita sianinha remete ao desenho de ondas do mar. Eu cresci viajando na barra das saias com fita aplicada, é um material que eu vinha juntando para trabalhar em um dado momento e que se encaixou”, analisa.
Foto: Rafael Berezinski
Lançamento de marca homônima
Para o Afro Fashion Day 21, ele vai apresentar os dois primeiros looks da coleção “Hídrica”. Na ocasião, ele também estará lançando sua marca, que leva seu nome. “Todos os meus trabalhos podem ser vistos no website www.silverino.com.br Embora com toda a crise, pretendo desenvolver uma série de cada peça e vender pelo e-commerce no próprio site. “Na coleção, a transparência, leveza e suavidade dos tecidos propõem casualidade e frescor sem perder a elegância. É também uma alusão a busca por uma moda transparente e responsável, cujo o sucesso está para além da venda, consumo e lucro”, especifica.
“O desafio proposto em Hídrica é fazer uma moda que não destrua e nem se descarte desnecessariamente, e que se proponha a pensar formas de circular, com sustentabilidade, não apenas sobre poluição do meio ambiente e consumo desenfreado, mas com justiça para os trabalhadores da moda e para o planeta. Tudo com aquele tempero de representatividade e diversidade”, resume.
Tudo indica que a briga já famosa entre Drake e Kanye West chegou ao fim. Os dois estiveram juntos e Ye postou uma foto ao lado de Drake em suas redes sociais nesta terça-feira (16). Na legenda da foto, um emoji de uma pomba da paz. Há alguns dias, Ye já havia expressado sua vontade de se reconectar com o ex-amigo, com quem tem brigado há alguns anos.
Na foto, eles aparecem ao lado do empresário J. Prince. O músico e empresário também estava empenhado em unir os dois em torno da causa de buscar a liberdade de Larry Hoover.
https://www.instagram.com/p/CWW6_4PIuEX/
Hoover foi líder da gangue Gangster Disciples. Ele está preso desde 1973, mas a sua condenação por assassinar o traficante Pooky Young é discutida. Depois de condenado, ele recebeu outras seis acusações e foi condenado a prisão perpétua em todas elas.
“Estou fazendo este vídeo para abordar as idas e vindas contínuas comigo e com Drake. Tanto eu quanto Drake ‘atiramos’ um no outro e é hora de acabar com isso. Estou pedindo a Drake para se juntar a mim, no dia 7 de dezembro, como um convidado especial para apresentarmos os dois maiores álbuns do ano, ao vivo, em Los Angeles, com o objetivo final de libertar Larry Hoover. Acredito que este evento não será apenas uma conscientização para a nossa causa, mas uma prova para as pessoas em todos os lugares o quanto mais poderíamos realizar se deixarmos nosso orgulho de lado e nos unirmos”, disse Kanye em vídeo.
I met with @kanyewest night in Htown at the Rothko Chapel. It wasn’t in my plans to meet him there but I must say I’m glad I didn’t allow a worship place for God to detour our meeting. pic.twitter.com/GM9FIN80Uj
Em 2018 Kanye West se encontrou com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pedir clemência para Hoover. Este ano, West incluiu Larry Hoover Jr., filho de Larry, no álbum Donda. Nas faixas Jesus Lord e Jesus Lord, Pt. 2, Hoover Jr. fala sobre problemas no sistema de justiça criminal dos Estados Unidos e sobre o impacto do encarceramento do pai.