A atriz Lidi Lisboa será uma das apresentadoras dos programas digitais do reality show Power Couple Brasil. Ao lado de Lucas Selfie, ela vai entrevistar os casais eliminados do reality e criar conteúdos para as plataformas digitais do programa. A dupla trabalhou nas lives de A Fazenda e agradou fãs e direção do programa.
Além de repetirem o formato de live com eliminados, que será exibida nas redes sociais, Lidi também estará na Cabine de Descompressão, programa que vai ao ar na Play Plus logo após a eliminação. Eles serão responsáveis por entrevistar os eliminados pela primeira vez, assim que saem do reality. Na Fazenda, Lidi comandou o quadro VAR da Lidi, onde ela assistia e reagia a alguns vídeos de melhores momentos do programa.
O elenco da nova temporada já foi definido pela Record e conta com ex-BBBs, cantores famosos e ex-participantes de realities de pegação da MTV e da Netflix.
Lidi está atualmente no ar com a comédiaA Sogra Que Te Pariu, na Netflix. Na trama, ela vive Alice, esposa de Carlos (Rafael Zulu), que passa a lidar com a presença inesperada da sogra, Dona Isadir (Rodrigo Sant’Anna), que decide, de forma unilateral, viver na casa do filho. O elenco também conta com Pedro Ottoni, Bárbara Sut, Ney Lima e participações especiais de Mumuzinho e Jojo Todynho.
Inédito, o último registro de Elza Soares foi gravado no Theatro Municipal de São Paulo e faz parte do disco e DVD “Elza ao vivo no Municipal”, que será lançado no dia 13 de maio
A cantora Elza Soares segue viva em suas canções e no legado eterno de sua contribuição para a cultura brasileira. Ela dizia que “Um país que não reconhece seus negros em vida é um país póstumo”. Ela, que por décadas passadas foi barrada em hotéis de luxo, aos 91 anos reinou no Theatro Municipal de São Paulo cantando ao lado de um pianista negro. O registro, feito nos dias 17 e 18 de janeiro de 2022, dias antes de seu falecimento, traz um álbum visual documental com linguagem cinematográfica com o patrocínio de Natura Musical.
O lançamento oficial do single digital de “Meu Guri” se dará no dia 22 de abril e o clipe no dia 25 pela Deck/Natura Musical. A música de Chico Buarque e cantada por Elza abre o álbum e DVD “Elza ao Vivo no Municipal”, que será lançado no dia 13 de maio. Elza é acompanhada do pianista Fábio Leandro e canta com a propriedade de quem perdeu um filho para a fome.
Do material está sendo lançado também um clipe, gravado na sala onde agora acontece a exposição Contramemória, parte da programação do centenário do movimento Modernista no Brasil. No vídeo inédito, a cantora dialoga, a partir de seu corpo, performance, músicas, vestes e adereços, com a própria estrutura do Theatro, tensionando assim a formalidade e o estilo neoacadêmico da construção.
Quem for conferir a exposição, em cartaz até 05 de junho poderá ver o clipe de “Meu Guri” por meio de um QR Code. O clipe tem direção geral de Pedro Loureiro e direção cinematográfica de Cassius Cordeiro, sócio fundador e diretor da produtora Broders e um dos idealizadores do projeto “Elza ao vivo no Municipal”.
O Rio2C 2022 apresenta uma exposição única de conteúdos em keynotes e painéis abordando temas urgentes e atuais dos diferentes segmentos da indústria criativa do Brasil e do mundo.
O maior evento de criatividade e inovação da América Latina, será realizado entre os dias 26 de abril e 1º de maio, nas Cidades das Artes, no Rio de Janeiro. Os ingressos estão com vendas abertas.
Foto: Divulgação
Entre as apresentações, a nossa CEO Silvia Nascimento, fundadora do site Mundo Negro, realizará uma palestra no painel “A Força da Criatividade Preta”, na Casa das Marcas, no dia 28 (quinta-feira), às 16h.
A head de conteúdo vai falar sobre a experiência de escrever sobre a comunidade negra há 20 anos e as parcerias do site com grandes marcas como XP Investimentos, Unilever, Avon, Bayer, L’oreal e Santander.
Ao lado dela, também estarão Patricia Garrid, diretora de marketing do Nubank, Ary Nogueira, diretor de criação da agência independente Gana, que potencializa pessoas pretas em campanhas e o Raúl Santiago da Silva, empreendedor social e CEO da BRECHA – Hub de inteligência da favela.
Participando de uma recente entrevista dentro do programa norte-americano The Daily Show, a cantora e atriz Janelle Monáe foi sincera ao declarar um novo aspecto em sua vida. Cantora revelou para Travis Noah que a pandemia a forçou a entrar dentro de si mesma e a refletir o que ela estava fazendo no mundo. “Eu sou maravilhosa, demorou um pouco para poder dizer isso. Eu não preciso provar mais nada a ninguém”, contou a cantora. “Houve um tempo em que eu não estava acreditando em mim mesma, eu estava ajudando outras pessoas, mas precisava de ajuda. Eu acho que a pandemia nos forçou a olhar para nosso interior e nos forçou a pensar ‘o que estou fazendo?’. Deveríamos estar vivendo nossas melhores experiências… No início da minha carreira eu tinha muita coisa para provar, eu era muito séria, tinha que provar que conseguia fazer tal tipo de música, mas agora, quero viver o melhor de mim, estou relaxando”.
As questões de identidade, memória, autodescoberta e a luta que Janelle contou em entrevista para Travis Noah se fazem presente em seu novo livro ‘The Memory Librarian’. O projeto literário funciona como uma extensão de seu aclamado álbum de estúdio Dirty Computer, lançado em 2018. No livro de ficção as memórias das pessoas – uma chave para autoexpressão e autocompreensão – podem ser controladas ou apagadas por outros indivíduos cada vez mais poderosos.
Capa norte-americana do livro ‘The Memory Librarian’. Foto: Divulgação / Amazon.
Desde o lançamento de seu primeiro EP, ‘Metropolis’, até a introdução de seu álbum ‘Dirty Computer’, Monáe construiu um mundo que desafia memórias, explora identidade e navega na tecnologia. ‘The Memory Librarian’, que ainda não possui data de lançamento no Brasil, é uma culminação de narrativas e imagens afro futuristas que se concentram no desejo de liberdade de Jane 57821, personagem criada pela cantora.
Do interior de Alagoas para o mundo, a vida da reconhecida e premiada jogadora Marta Silva vai virar filme. Ainda sem data de estreia ou elenco definido, obra utilizará como base as memórias de infância e adolescência da atleta, antes dela se consagrar como uma das maiores futebolistas do mundo.
A cinebiografia está em desenvolvimento pela produtora Conspiração, com roteiro de Helen Beltrame, direção de Andrucha Waddington e produção executiva de Ramona Bakker. Marta foi eleita 6 vezes a melhor jogadora de futebol do mundo pela FIFA, feito inédito para qualquer mulher. Considerada como a rainha do futebol brasileiro, a jogadora camisa 10 já fez mais de 118 gols pela seleção.
De acordo com Ramona Bakker, o projeto está sendo feito com total apoio de Marta. “Vamos contar uma parte da história da Marta que ninguém conhece. Fizemos uma viagem no tempo com ela a Dois Riachos de uma forma muito profunda“, contou a produtora. “Ao ouvi-la, conhecemos cada cantinho desse cenário que ainda nem visitamos fisicamente. E uma das coisas que mais me impressionou foi a maneira dela olhar para a vida. Ela é muito focada, ao mesmo tempo que é doce e leve.”
O país que mais mata pessoas trans no mundo também é o país que alcançou 279 candidaturas trans na última eleição em 2018. Ao passo que atingimos um crescimento de 275% no número de candidaturas, desde a última eleição, de acordo com a Antra, também perdemos 175 travestis e demais pessoas trans que foram assassinadas em 2020. O que explica essa contradição é o fator histórico, quando por anos nos foram negados o direito à voz e opinião; contudo, ocuparmos esses espaços é o primeiro passo para ver essa mudança.
Hoje, já possuímos referências políticas trans como Alexya Salvador, Érica Malunguinho, Duda Salabert e Jaqueline Gomes que provam que ao termos pessoas no parlamento que nos representam e, principalmente, representam nossos corpos, levaremos pautas e discussões essenciais para a sobrevivência da população trans no Brasil. Esta presença na política não leva apenas o tema que nos identifica, mas também amplia debates sobre políticas públicas LGBTQIAPN+, no geral, trazendo também uma visão sobre outros temas como racismo, violência e genocídio contra a população negra e indígena, ambientalismo e tantos outros.
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados.
Foram 30 pessoas trans eleitas na última eleição e acredito que, neste ano, podemos bater um novo recorde. Mesmo diante de um cenário político com diversos retrocessos no governo Bolsonaro, o impacto da representatividade alcançada em 2018 atesta que a nossa comunidade está agindo como um coletivo e se organizando no espaço público.
Mesmo que o congresso seja ocupado em sua maioria por homens brancos cis héteros conservadores, as candidaturas LGBTQIAPN+ estão sendo vistas e serão lembradas na história como a transformação da política. Dentre as 30 pessoas trans vitoriosas na eleição de 2020, 53% foram de partidos de esquerda. Também tivemos uma maior presença feminina, sendo 28 travestis eleitas e 2 homens trans eleitos. Quando fazemos o recorte de raça, 57% são pessoas brancas e 43% são pessoas negras, de acordo com dados analisados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Contudo, dentro do Brasil, onde pessoas diariamente violentam e objetificam corpos trans, ocupar o poder legislativo não é nada fácil para nós. Na verdade, o Dossiê de violências contra pessoas trans brasileiras da Antra, analisado em 2020, aponta que 80% das pessoas trans eleitas não se sentiram seguras para o pleno exercício dos seus cargos e que ataques transfóbicos se tornaram mais frequentes, após a ascensão do governo vigente.
Portanto, é importante ocuparmos esse lugar para que, de alguma forma, nossas vozes sejam ouvidas e que políticas públicas sejam revistas. Devemos lembrar que a sociedade é moldada conforme seu governo, por quem ocupa as bancadas e por quem rege as leis. Estar neste lugar pode, de certa forma, desmistificar um padrão social de que pessoas trans e travestis só servem como um corpo objetificado.
*Stefan Costa é influenciador digital de empoderamento Trans Negro e Embaixadorie Z1, banco digital da Geração Z.
O impacto da covid-19 nas gestantes e a mortalidade materna pelo vírus tem cor. Desde o início da pandemia, as mulheres negras foram 1.095 das gestantes e puérperas que morreram da doença, o que representa 54% deste grupo até 23 de março de 2022, segundo dados do Observatório Obstétrico Brasileiro, que reúne informações e análises dos casos de gestantes e puérperas notificados no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe).
As gestantes e puérperas negras também foram as mais contaminadas pelo vírus (56%), em comparação com brancas (42%), indígenas (0,9%) e amarelas (0,8%). Somente em 2021, foram 5941 gestantes e puérperas negras com covid-19. Elas também foram as que mais desenvolveram complicações, representando 48% do total de internações, e utilizaram 47,5% dos leitos de UTI entre as mulheres desse grupo.
Ao Gênero e Número, Carla Andreucci Polido, obstetra e professora na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), disse que não há notícia de outro país que tenha tido um número tão significativo de morte materna por covid como o Brasil. Uma pesquisa publicada no periódico médico International Journal of Gynecology and Obstetrics, em 2020, já mostrava que o país estava na dianteira das mortes de grávidas no mundo (era responsável por 77%).
O Brasil, segundo Polido, deixa a desejar em relação à redução de morte materna há muito tempo, e isso está diretamente relacionado ao acesso à saúde. Existe um prejuízo à saúde obstétrica no país por conta de falhas em várias etapas do atendimento. No caso da morbidade materna grave e da morte materna, ela destaca que os estudos propõem a teoria das três demoras que justificam esse cenário: no atendimento, na identificação do fator de risco e no acesso ao lugar de atendimento e procedimentos tardios ou inadequados no atendimento a essa gestante.
“Não existe uma questão biológica envolvida, é uma questão de racismo estrutural que ainda impacta negativamente uma população brasileira. Mesmo as gestantes brancas sofrem com essas demoras relacionadas à assistência obstétrica, mas isso atinge mais a população mais vulnerável, como mulheres pretas e pessoas que moram nas periferias de grandes centros ou no interior do Brasil”, pontua a obstetra. “As pretas têm uma maior vulnerabilidade de acesso à saúde. Nas mesmas condições das mulheres brancas, elas chegam e são intubadas mais tardiamente, por isso, têm uma resposta pior porque o tratamento chega mais tarde. Estamos falando do acesso à saúde limitado a essa esfera da população”.
Um estudo da Universidade de Oxford, publicado em julho de 2020, já apontava para esse cenário. De acordo com a análise, a mortalidade de mulheres negras grávidas ou no pós-parto devido à covid-19 era quase o dobro da observada em mulheres brancas pela mesma causa no Brasil. Além disso, o estudo evidencia que mulheres negras foram internadas em pior estado e apresentaram maiores taxas de internação em unidade de terapia intensiva, ventilação mecânica e óbito. Para os pesquisadores, o racismo e o sexismo, assim como a falta de acesso à saúde e de oportunidades para a população negra, “aprofundam a tragédia das mortes maternas por covid-19, particularmente quando o país não está adotando medidas verdadeiramente eficazes de contenção da pandemia”.
A pesquisadora e doutora em Saúde Pública com ênfase em Epidemiologia (ISC/UFBA) Emanuelle Góes concorda. “Na verdade, a covid evidenciou o que a gente já vivia particularmente, as mulheres negras já lideravam as mortes maternas antes do contexto da pandemia. E a gente atribui isso ao racismo estrutural e às diversas barreiras que as mulheres negras sofrem até chegar ao serviço de saúde. Elas sofrem barreiras territoriais, de acesso e institucionais. Isso mostra um mapa da desigualdade que vai direcionando as gestantes e puérperas negras para a morte, infelizmente”.
O primeiro episódio da série The First Lady estreou na última segunda-feira (18) na Paramount+ e a expectativa para ver a interpretação que Viola Davis daria a Michelle Obama estava nas alturas. No entanto, a entrega não agradou nem à crítica, nem ao público em geral. O principal motivo do desagrado são as caras e bocas que Viola fez ao tentar ficar parecida com Michelle. As tentativas ficaram mais semelhantes a caricaturas e, em alguns momentos, chamam mais atenção do que o contexto geral e o diálogo das cenas.
As caras e bocas não ficaram só por conta de Viola, pelo menos no primeiro capítulo da série. Gillian Anderson também faz uns trejeitos com a boca na interpretação de Eleanor Roosevelt, numa atuação que não chega ao mesmo ponto de caricatura, mas também não chega a ser natural.
A série se dedica a contar as histórias de três primeiras-damas dos Estados Unidos em três momentos diferentes da história americana. Eleanor Roosevelt, vivida por Gillian Anderson, foi primeira-dama de 1933 a 1945. Michelle Pfeiffer intepreta Betty Ford, primeira-dama americana entre 1974 e 1977. Michelle Obama, primeira-dama entre 2009 e 2017, é interpretada por Viola Davis.
A vida das primeiras-damas para além da existência de seus maridos presidentes e a influência delas para a construção da carreira política deles é o tom do primeiro episódio, que mostra as disponibilidades delas em impor os limites até onde estão dispostas a ir para construir as carreiras dos companheiros.
As fragilidades dos homens no ambiente doméstico, a força que as mulheres empregam para levantá-los e os conflitos decorrentes de quando eles “chegam lá”, mas elas seguem em segundo plano parece ser um bom exemplo do ditado que diz que “por trás de um grande homem existe uma grande mulher”, e até que ponto elas estão dispostas a continuar “atrás” destes homens.
Uma interpretação exagerada ou fora da curva pode acontecer até para grandes atrizes do quilate de Viola, ganhadora do Oscar, do Emmy e do Tony Awards, as maiores premiações do cinema, televisão e teatro, respectivamente. Isso não desabona a carreira brilhante da atriz, mas é, sim, uma frustração para quem esperava uma interpretação bombástica quando o assunto é a união de dois grandes ícones de representatividade para mulheres negras, como Michelle e Viola.
O primeiro episódio da série está disponível na Paramount+ e pelo Amazon Prime Video.
O ator volta à pele do personagem da série que lhe rendeu duas indicações ao Emmy, grava novos filmes e ainda lança dois projetos pela Netflix.
Começando as gravações da 4ª temporada da série “Impuros” (Star+), Raphael Logam segue em franca atividade. Ele acabou de encerrar as gravações de “Mato ou Morro” (direção de Caco Souza) e já tem previsto para este ano outro filme do diretor, “O Faixa Preta – A verdadeira história de Fernando Tererê”, baseado na história verídica de um dos maiores lutadores de jiu-jitsu da história, e ainda a estreia da série “Nada Suspeitos” (de Cesinha Rodrigues) e do filme “Carga Máxima” (de Tomás Portella), ambos pela Netflix.
“Em ‘Mato ou Morro’ eu faço o Marcos, um médico que tem uma pousada em Gramado e, quando finalmente consegue fazer a reforma no local, se depara com um casal gringo morto na pousada. Na série ‘Nada Suspeitos’ faço o Darlison, que trabalha como assessor e sonha em ser presidente da empresa. Um assassinato acontece e todos viram suspeitos, inclusive ele. Em ‘Carga Máxima’ sou o Danilo, ex-piloto de fórmula truck que é convencido a entrar num esquema de roubo de carga para salvar a equipe financeiramente”, adianta o carioca de 36 anos.
Duas vezes indicado ao Emmy pelo papel de Evandro do Dendê em “Impuros”, aos 23 anos de carreira o ator mantém os pés no chão enquanto vislumbra alcançar as estrelas. “Retomar a série é sempre gostoso porque, se estamos retomando, significa que a temporada anterior deu muito certo, ou seja… uhuuu! Além disso, ‘Impuros’ jogou meu nome para o mundo. Pisar no red carpet é um reconhecimento que todo ator sonha. Sou eternamente grato a este projeto e ainda vamos conquistar muitas coisas juntos. Que venha mais e mais”, vibra.
Manter um personagem ao longo de tanto tempo é um exercício para os intérpretes. “Mas Evandro não muda – o que muda são as situações (risos)… Ele continua sendo família e fazendo tudo pela família e pelo trabalho. Quem ousa atrapalhar isso sofre as consequências, seja dentro ou fora do Brasil. Mas isso não significa que o Evandro vá vencer sempre. Mas ele não vai medir esforços para conseguir”, reflete Logam, que passou a repensar seus trabalhos após perceber que estava sendo convidado para papeis que estigmatizam os negros em papeis violentos.
“Gosto do que me desafia, do que me faz estudar. Não sou de escolher personagem, minha profissão e paixão é interpretar. Mas sei o que não quero. Depois de um tempo tomei coragem e comecei a negar alguns personagens. E isso tem a ver diretamente com as pessoas que só consegue ver a gente nesse lugar, que só colocam a gente nesse lugar. Minha missão é mostrar que na favela tem de tudo, de tudo mesmo. Não só o que a galera do achismo pensa”, pontua o ator, que cresceu na Gávea e tem família no subúrbio e na Baixada Fluminense.
Sobre a vivência enquanto um cidadão negro, Raphael não nega que já passou por situações delicadas. “Mesmo eu sendo uma pessoa conhecida, infelizmente a cor da minha pele ainda é alvo de um racismo perverso e cruel. E isso não é uma suposição ou achismo, isso é estatística. Eu sou uma pessoa muito correta, só tenho medo de covardia. Mas também sei que sou preto, então tem certos lugares que eu não frequento em certas horas, porque até provar que focinho de porco não é tomada…”, observa.
Os passos profissionais de Logam já vêm de longe. “Comecei a fazer teatro aos 12 anos na escola municipal em que eu estudava. Me identifiquei, gostei, pirei e segui. Fui pra extinta Casa da Gávea e lá fiquei anos mergulhando e aprendendo com a família Thiré. Em 2003 fiz a minha primeira peça profissional e, depois de muitas participações, fiz o meu primeiro protagonista na TV, em ‘A turma do Pererê’ (TV Brasil). Amo todos os personagens que faço, por isso aceito. Se eu acreditar no projeto, já estou amando”, celebra o ator, que integrou ainda o elenco de peças como o infantil “Macunaíma, uma história de amor”, pela qual foi indicado na categoria de Melhor Ator no Prêmio Zilka Salaberry”. “
Mestre de Capoeira, é na atividade extra que Logam equilibra seus dias. “A capoeira é minha vida. Comecei aos dois anos, levado pelo meu avô e meu pai, que já eram praticantes. Aos oito entrei na Escola Nestor Capoeira, onde me firmei e estou até hoje. Foi a capoeira que me deu a oportunidade de viajar pelo mundo e conseguir negar alguns trabalhos”, finaliza.
124 instituições e organizações civil brasileiras e internacionais pediram numa carta enviada nesta segunda-feira (18), ao ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco, que o governo federal faça um convite para que uma missão daONU (Organização das Nações Unidas) avalie a questão racial no Brasil.
No documento, as entidades destacam a violência policial como “um problema crônico de direitos humanos no País”, e que impacta “desproporcionalmente a população negra, que tem quase três vezes mais chances de ser morta pela polícia do que população branca”.
Ministro das Relações Exteriores Carlos Alberto Franco. Foto: Divulgação
Els recomendam a atuação do Mecanismo Internacional de Especialistas Independentes para Avançar em Direção à Justiça e à Igualdade Racial no Contexto da Aplicação da Lei atue antes da 51ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, prevista.
“Convidar o mecanismo seria uma medida positiva que demonstraria a disposição do governo para trabalhar com os órgãos da ONU no combate ao racismo e a discriminação racial, particularmente na aplicação da lei. Uma visita oficial daria aos membros do mecanismo a oportunidade de coletar informações, reunir-se com representantes do governo e do sistema de justiça, policiais, organizações da sociedade civil e comunidades diretamente afetadas. Sua avaliação independente e recomendações podem auxiliar as autoridades federais e estaduais a desenvolver e implementar reformas necessárias para defender os direitos fundamentais e promover a justiça e a igualdade”, complementam.
O grupo que assina a carta conta com entidades como a Anistia Internacional Brasil, Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras, Coalizão Negra por Direitos, Coletiva Periferia Segue Sangrando, Conectas, Human Rights Watch, Instituto Marielle Franco, Pastoral Carcerária Nacional, entre outras.