Em entrevista para a Revista Essence, Cynthia Addai Robinson afirmou que o que mais anima a atriz é o que seus entes queridos vão pensar quando a virem
Com uma semana de estreia no Prime Video, a série, Senhor dos Anéis: Os Anéis De Poder já é a mais assistida da plataforma de streaming com mais de 25 milhões de espectadores. Mesmo com todo esse sucesso, a produção tem recebido críticas na internet de alguns fãs que esperavam um elenco embranquecido.
Intérprete da rainha Míriel, Cynthia Addai Robinson contou em entrevista para a Revista Essence que está muito mais preocupada com o que seus familiares vão pensar quando virem a série. “O que tenho pensado muito recentemente é que tenho sobrinhas e sobrinhos que sabem que a tia está trabalhando em alguma coisa, mas não têm certeza do quê. Eles estão na idade em que podem realmente apreciar uma história desse escopo e desse nível de construção de mundo”, declarou.
A atriz também pontuou que não entrará em discussões de internet a respeito da diversidade dos personagens. “Há coisas que são ditas online sobre diversidade na fantasia, especificamente em Tolkien, e eu simplesmente não concordo. Então, eu não me envolveria em uma conversa que essencialmente não é uma conversa”.
“Este é o único caminho a seguir no gênero de fantasia em geral. Você quer ver o mundo como você sabe que é, mesmo que seja fantasia, e você quer ver o mundo como você deseja vê-lo”, continuou ela. “Seria chocante ver de outra forma. Eu sei que é isso que o público quer ver. Qualquer outra coisa é barulho, francamente, e eu simplesmente não presto atenção a isso”, finalizou a atriz.
A série estreou no dia 2 de setembro no Prime Video e, além das criticas à diversidade do elenco, Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder também tem sido questionada porque os personagens femininos tem mais expressão. O bilionário Elon Musk fez um post no Twitter alegando que Tolkien, autor dos livros que inspiraram a saga, estaria se revirando no túmulo.
Em busca de Júpiter, escrito pela americana Kelis Rowe, traz romance contemporâneo entre adolescentes negros inspirado no clássico de Shakespeare
Escrito pela norte-americana, Kelis Rowe, o romance “Em busca de Júpiter” conta a história dos adolescentes Ray e Orion, de dezessete anos, que vivem os conflitos típicos da adolescência. Ray não quer saber de se envolver romanticamente, pois sabe bem o que é amar alguém e perder essa pessoa. Ela é amante das artes e ama escrever poesias a partir de textos clássicos, além de ser bastante independente. Orion, por outro lado, gostaria de ser melhor com as garotas. Ele se porta como o atleta durão que o pai quer que ele seja, mas é um romântico incurável. Os dois se conhecem em um rinque de patinação, mas segredos familiares podem atrapalhar sua relação.
Inspirado no romance de William Shakespeare, o livro escrito por Rowe traz dois adolescentes negros como centro de uma história de amor. A autora ressalta que “Em busca de Júpiter” tem o objetivo de retratar a existência dos jovens independente das lutas raciais, para ela: “precisamos de mais histórias que retratem adolescentes negros existindo fora das lutas raciais e dos estereótipos amplamente vistos sobre a negritude. Na maioria dos dias, os adolescentes negros acordam e vão à escola, ou ao trabalho, à prática de esportes ou à igreja em dias preguiçosos de verão e se apaixonam por outros adolescentes negros. Eles merecem histórias que celebrem esses aspectos de suas vidas também”.
Foto: divulgação
Na entrevista concedida ao Mundo Negro, Kelis Rowe conta detalhes sobre o livro, lançado no Brasil no final de agosto.
Por que é tão importante escrever sobre o amor entre jovens negros?
É tão importante que os leitores abram um livro e vejam a humanidade dos jovens negros. Em “Em busca de Júpiter”, uma garota artística que tem medo de amar conhece um atleta na pista de patinação nos últimos dias das férias de verão. Eles estão destinados a se amar, mas um segredo do passado ameaçará separá-los antes mesmo de sua história de amor começar. Os livros informam o que pensamos e sabemos sobre nós mesmos e os outros, e é importante pintar um retrato equilibrado da vida negra. Muitas vezes, somos entretidos por histórias populares sobre adolescentes negros que os mostram encontrando injustiça racial e social em recontagens históricas ou na ficção contemporânea moderna e até mesmo em fantasia e filmes, que podem ser poderosos e importantes para o público que se beneficia de uma exposição diferenciada para esses tipos de histórias. Mas se a arte imita a vida, então precisamos de mais histórias que retratem adolescentes negros existindo fora das lutas raciais e dos estereótipos amplamente vistos sobre a negritude. Na maioria dos dias, os adolescentes negros acordam e vão à escola, ou ao trabalho, à prática de esportes ou à igreja em dias preguiçosos de verão e se apaixonam por outros adolescentes negros. Eles merecem histórias que celebrem esses aspectos de suas vidas também.
Você acha importante que os jovens negros possam falar sobre suas vulnerabilidades? Por quê?
É preciso muita autoconsciência para que qualquer pessoa reconheça e seja capaz de articular suas vulnerabilidades e como elas afetam coisas como amizades, relacionamentos, desempenho acadêmico, ética de trabalho, etc. Os adolescentes geralmente não têm essa capacidade – muitos adultos também. Muito tempo e foco são gastos em medir os adolescentes pelo desempenho deles em relação a certos padrões relacionados a todas essas coisas. A adolescência tem tudo a ver com crescer em identidades e determinar interesses e ambições que nos lançam na idade adulta. Quando os adolescentes estão lidando com inseguranças, doenças mentais, enfrentando condições familiares desfavoráveis em casa ou mesmo desafios socioeconômicos, eles geralmente não sabem como essas coisas afetam o tipo de amigo que são, como tratam as pessoas e como se saem academicamente, o que pode ser muito desanimador para uma criança que quer fazer e ser melhor. Livros como “Em busca de Júpiter” podem nos mostrar as possibilidades de conexão, cura e crescimento que podem advir de nos permitir ser vulneráveis e deixar os outros saberem que precisamos de coragem, tempo e ajuda. Espero que “Em busca de Júpiter” encoraje os adolescentes a olhar para dentro e examinar como as feridas da primeira infância causadas por seus pais, por exemplo, podem estar afetando a forma como eles aparecem nos relacionamentos e no mundo. Os livros podem ser trampolins incríveis que inspiram os adolescentes a iniciar uma jornada em direção à cura e ao crescimento em versões incríveis de si mesmos e à vida adulta um pouco mais perto do todo.
Que características dos personagens do livro você identifica em si mesmo?
Escrever “Em busca de Júpiter” foi muito catártico para mim. Escrevi o livro que gostaria de ler quando adolescente, com a percepção que tenho agora como adulta. Perguntei a mim mesmo que história teria me ajudado na época e comecei a escrever uma história que ajudasse os leitores adolescentes. A mãe de Orion, inspirada por minha mãe, é tão gentil, carinhosa e intuitiva quanto eu como mãe para meu filho pequeno e adolescente. Como Ray, eu era uma adolescente alta, bonita e artística, que provavelmente poderia ter tido uma vida mais plena e confiado em outras pessoas com mais facilidade se tivesse experimentado um relacionamento amoroso e afirmativo com meu pai. Eu sei disso agora, mas quando adolescente, eu estava apenas vivendo e, sem saber, construindo um muro de proteção ao meu redor para evitar a rejeição, evitando amizades. Como Orion, eu era muito criativo, estudioso, atlético, tímido e tive um florescimento tardio. Eu queria mais do que tudo que meus pais estivessem satisfeitos comigo. Como Orion, reconheci as coisas que deixavam meus pais tristes ou estressados, então fiz o que pude para aliviar isso — trabalhei muito para ser uma criança perfeita. Eu era muito mais velha que Orion quando ele percebeu que tinha que começar a viver em seus próprios termos para ser verdadeiramente feliz. Da mesma forma, eu era décadas mais velha que Ray antes de perceber por que não confiava na maioria das pessoas para chegar muito perto. Na minha essência, eu realmente só quero que os jovens negros tenham vidas plenas e bonitas enquanto são jovens. Então, eu quero escrever livros que revelem a eles pedaços de si mesmos que eles podem não estar cientes, e mostrar a eles como é trabalhar para serem inteiros.
O filme “Marte Um“, de Gabriel Martins, foi o indicado pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2023, que será realizado em março do ano que vem. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (5), após reunião do Comitê de Seleção.
“Marte Um”, está em exibição nos cinemas desde o dia 25 de agosto. Em janeiro, estreou em janeiro no Festival de Sundance, um dos maiores eventos de cinema independente, nos Estados Unidos.
Foram 28 longas-metragens inscritos e habilitados a concorrer à vaga. Pela primeira vez, a eleição foi realizada em dois turnos e “Marte Um” disputou o segundo turno com “A Viagem de Pedro”, “A Mãe”, “Carvão”, “Pacificado” e “Paloma“.
“O Brasil estará muito bem representado por esse filme sensível e com grande capacidade de despertar afetos e esperanças. Toda ação que transforma a vida nasce da nossa capacidade de sonhar”, escreveu Bárbara Cariry, presidente do Comitê de Seleção da Academia Brasileira de Cinema.
O filme já foi premiado no Festival de Gramado nas categorias Melhor Filme do Júri Popular, Melhor Roteiro, Melhor Trilha Musical e Prêmio Especial do Júri.
“Marte Um” marca a estreia de Gabriel Martins em um longa solo. No elenco, estão Rejane Faria, Carlos Francisco, Camilla Damião, Cícero Lucas, Ana Hilário, Russo APR, Dircinha Macedo, Tokinho e Juan Pablo Sorrin.
“Marte Um” conta a história de uma família negra de classe média baixa de Contagem (MG), que seguem a vida entre seus compromissos do cotidiano e seus desejos e expectativas, mesmo com a tensão de um governo conservador que acaba de assumir o poder no país. Em meio a rotina, Tércia cuida da casa enquanto passa por crises de angústia, Wellington quer ver o filho virar jogador de futebol profissional, Eunice tem um novo amor e o pequeno Deivinho sonha em colonizar Marte.
A plataforma de streaming Netflix anunciou nesta segunda-feira (5) o lançamento da iniciativa ‘Segundo Ato’, projeto que tem o objetivo de aumentar o número de roteiristas negros e indígenas no mercado brasileiro.Segundo a empresa, estão sendo empregados R$ 5 milhões em programas de desenvolvimento de profissionais do mercado audiovisual brasileiro.
“Agora em 2022 estamos investindo R$ 5 milhões em programas de desenvolvimento de profissionais no mercado audiovisual como parte do nosso compromisso com a indústria local“, disse Elisabetta Zenatti, vice-presidente de Conteúdo da Netflix no Brasil, em entrevista ao site Telepadi. “São projetos que tem como objetivo colaborar com a expansão e aperfeiçoamento da rede locais e também impulsionar a narrativas mais diversas e inclusivas a partir da aproximação identificação e formação de pessoas de grupos historicamente sub-representados“.
Série ‘Sintonia’. Foto: Netflix.
O mercado criativo negro já se mostrou extremamente lucrativo para as empresas. Ao longo dos últimos anos, cada vez mais produções lideradas, roteirizadas e produzidas por profissionais negros estão ocupando o topo das paradas de sucesso. Aliado à isso, organizações internacionais continuam pressionando as empresas para que aumentem os pacotes de diversidade em suas criações, seja nos bastidores ou em frente às câmeras.
Apesar de não revelar detalhes sobre a forma como os recursos serão trabalhados com a sociedade, de acordo com a própria Netflix, novas produções estão sendo feitas sob a ótica do desenvolvimento brasileiro. “Queremos que nossos parceiros de criação e produção tenham a melhor experiência ao trabalhar conosco para que possamos levar histórias incríveis para o público brasileiro. Ainda que o cenário hoje seja muito diferente de quando começamos, uma coisa não muda: nosso compromisso com a indústria nacional. O Brasil é parte fundamental da nossa estratégia”, destacou Elisabetta.
A vencedora do Oscar Viola Davis visitará o Brasil com o objetivo de divulgar o filme ‘A Mulher Rei’. Informação foi anunciada pela Sony Pictures nesta segunda-feira (5). Sem maiores detalhes, sabe-se que o novo longa estrelado pela atriz estreia dia 22 de setembro. “Mal posso esperar pelo Brasil”, descreveu Viola nas redes sociais. Dentro da obra, que foi descrita como uma jornada épica, ela dará vida à guerreira africana Nanisca.
ESSE MOMENTO É NOSSO! 🇧🇷 A nossa rainha suprema virá ao Brasil! Agojie 👑⚔️
“Este filme é uma ilustração da beleza insuperável, força, vulnerabilidade, feminilidade e poder absoluto da mulher negra retinta“, disse Davis sobre ‘A Mulher Rei’. “É a nossa maneira de redefinir quem somos. E acredito que desde o primeiro momento em que você entrar neste filme, você verá isso de uma maneira muito bonita.”
Na trama, que estreia dia 22 de setembro, acompanhamos a história memorável de Agojie, uma unidade de guerreiras compostas apenas por mulheres, com habilidades únicas e jamais vistas, diretamente do reino africano de Daomé nos anos 1800. De acordo com a própria Viola, em entrevista para a Collider, além da história emocionante, o filme servirá para destacar uma parte esquecida da história que, durante séculos, foi suprimida por narrativas colonialistas e de povos brancos.
A cantora Rihanna foi ao restaurante Caviar Russe, em Nova York, nos Estados Unidos, junto com seis amigas para jantar e pediu para que o estabelecimento ficasse aberto até às 2h, após horário de fechamento, para que pudesse aproveitar a noite, segundo o site Page Six. Quando a estrela encerrou a noite, decidiu ajudar os funcionários a limpar e empurrar os bancos do bar de volta ao lugar certo, disse a fonte.
Na ocasião, um paparazzi capturou o look da artista. Ela vestia jeans largos, uma camisa grande da marca No Limit Records, um par de saltos com cadarço e joias da Tiffany and Co. O mesmo visual que ela exibiu em uma selfie com a amiga Melissa Forde.
Foto: Reprodução/Instagram
Depois do nascimento do bebê, a estrela tem feito poucas aparições públicas. A primeira foi em julho deste ano, para prestigiar o show do namorado A$AP Rocky, no Wireless Festival, no Crystal Palace Park, em Londres. Segundo a People, a cantora tem descansado muito em sua casa, em Los Angeles, Estados Unidos.
Emmy 2022
Neste final de semana, a coreógrafa Parris Goebel da Savage X Fenty, marca da Rihanna, levou um Emmy na categoria de “Melhor coreografiaem variedade ou reality” pela terceira edição do desfile “Savage X Fenty Show Vol. 3“.
O evento faz parte dos Creative Arts Emmy, onde foram premiadas as categorias técnicas na TV. A premiação principal do Emmy 2022, será realizada no dia 12 de setembro.
Sérgio Camargo, ex-presidente da Fundação Palmares e candidato a deputado federal em São Paulo (PL), compartilhou no sábado (3), que o motorista da Uber roubou a comida que seria servida na inauguração do seu comitê eleitoral.
“Um motorista esquerdopata de Uber roubou toda comida da inauguração do meu comitê eleitoral, em São Paulo. Disse que sou um racista FDP e foi embora levando centenas de salgadinhos, além de tortas, pães e bolos. Acionamos a polícia”, escreveu no Twitter.
“O dono da padaria, apoiador da minha campanha, registrou boletim de ocorrência. Esquerdistas que roubam salgadinhos não impedirão minha eleição”, escreveu. Em seguida, ele Sérgio Camargo corrigiu a informação e disse que a padaria não fará uma queixa à polícia por temer retaliações.
Mas ainda segundo o ex-presidente da Fundação Palmares, o motorista era negro e roubou um valor total R$700 em comida. “Quando a padaria ligou, o motorista disse que racistas não passarão. Os verdadeiros racistas estão todos na esquerda. Ele é a prova disso”, disse.
Na mesma noite, a médica Nise Yamaguchi levou comida para o evento. “Se o esquerdopata do Uber achou que ia matar a direita de fome, se enganou. Dra Nise, gentilmente, trouxe comida para festa de inauguração do comitê. Obrigado, amiga. Que belo gesto!”, falou no vídeo publicado.
Depois da apresentação no palco Sunset do Rock in Rio, Emicida revelou com exclusividade ao Mundo Negro que está estudando para um novo trabalho musical
Entrevista: Maycon Cabral
Emicida se apresentou na noite de ontem (4) no palco Sunset do Rock in Rio e agitou a plateia ao lado de Drik Barbosa, Rael e Priscilla Alcântara. Depois do show, o rapper concedeu uma entrevista exclusiva para o enviado especial do Mundo Negro ao festival, Maycon Cabral, os dois falaram sobre a potência do disco AmarElo, lançado em 2019, dos trabalhos voltados para a comunidade negra e sobre planos para um novo trabalho musical.
Cabral abriu a entrevista perguntando a Emicida qual mensagem o rapper quer transmitir ao público com o trabalho realizado em AmarElo. “Sabe quando você tá meio descrente da sua vida, e você não consegue encontrar inspiração em nada e entra em um estado de espírito onde você deixa de sentir prazer em coisas que sempre te enfrentaram alegria, mas chega um momento no qual você põe um fone de ouvido e encontra um melhor amigo e ele fala uma coisa parecida com o estado de espírito que você tá vivendo. Ele resgata você. É como se a mão daquele cara ou daquela mina entrasse dentro da sua alma e falasse: ‘não mano, levanta’. AmarElo foi concebido dessa maneira”, revela.
Veja a entrevista em vídeo completa:
AmarElo foi lançado em um momento de tensão no Brasil, trazendo uma mensagem positiva sobre a vida que, ao mesmo tempo, conflitava com o contexto político e social que estávamos vivendo na época. A Maycon Cabral, o rapper contou que a recepção de parte do público não foi tão calorosa à mensagem do álbum. “No momento em que AmarElo saiu, várias pessoas super torceram o bico. Falara ‘não, mano, Emicida tá viajando. Nesse momento, falar isso’. Era um momento de muita densidade, como continua sendo, mas acho que se é importante que a gente seja amoroso e afetuoso nos momentos de paz, é crucial, cirúrgico que a gente seja nos momentos de guerra”.
Sobre as novidades, o cantor não descartou a possibilidade de um trabalho novo e destacou que está sentindo vontade de voltar para o estúdio. “O que eu posso dizer é que eu tô me sentindo agora com vontade de voltar para o estúdio. A gente tem voltado no sapatinho, eu tenho pesquisado, tenho estudado muito. Porque é um desafio. Música é um negócio competitivo, competitivo bonito, competitivo de uma forma bonita, a gente compete entre nós no palco, mas é uma competição super saudável e eu estou estudando para poder fazer justiça a expectativa que se cria ao meu redor”, revelou Emicida durante a entrevista.
Sobre a mensagem que o músico gosta de passar para o público nos shows, Emicida afirma que “Eu gosto muito de fazer com que as pessoas sintam que o jogo não acabou e que é capaz dele virar”.
Ao final da entrevista, Emicida celebrou a importância da representatividade de seu trabalho e do Mundo Negro. “É maravilhoso tá [sic] aqui, é maravilho encontrar com vocês aqui. É muito bacana poder ser o que faltou para gente em outro momento da história. Faltou um site Mundo Negro para várias pessoas no passado, mas hoje, graças a Deus não falta mais. Faltou um Emicida, mas hoje graças a deus não falta mais. E que a oferta de opções seja cada vez maior”.
O acesso ao mercado de vinhos ainda parece algo distante da realidade popular. O consumo elitista que parece rondar esse universo pode afastar pessoas negras, impossibilitando que estas estejam não só servindo a bebida, mas se especializando e sendo referência no assunto.
Nascido na favela de Maguinhos, subúrbio do Rio de Janeiro, Renato Neves, foi eleito o Melhor Sommelier do Brasil. O título que ele carrega se tornou algo ainda mais representativo porque Neves é um homem negro de origem pobre que ganhou destaque em sua área de atuação até ser eleito o melhor, sendo o representante brasileiro no mundial que acontece no ano de 2023, em Paris.
A história de Renato ao mesmo tempo que inspira também nos faz refletir sobre a importância de acesso a oportunidades que nos permitam escolher o que fazer da vida. Ainda na pré-adolescência vendia frutas no farol e bebidas em um isopor para os banhistas na praia de Copacabana. Para conseguir ingressar na Escola de Hotelaria da FAETEC, aos 17 anos, ele teve que dormir no ponto de ônibus que ficava em frente ao prédio da instituição, assim não correria o risco de perder o horário de início da distribuição de fichas, que começava às 7h. “Alguns anos se passaram e eu continuei por aí encarando filas em portas de escolas, dormindo em bancos de rodoviárias e tentando a qualquer custo concluir a formação que havia almejado”, contou ele, que afirma que a gastronomia transformou sua vida. “A gastronomia mudou a minha vida. O vinho mudou a minha vida”, disse.
Em entrevista para o Mundo Negro, Renato Neves, que é diretor de operações do restaurante carioca Casa Camolese, conhecido como um dos melhores do Rio de Janeiro, falou sobre a importância do universo da gastronomia e do vinho em sua vida.
Foto: arquivo pessoal
O mercado de vinhos ainda é muito embranquecido. O que faz uma pessoa negra se interessar pelo assunto e, principalmente, ingressar em uma carreira na área?
Meu grande interesse, na verdade, sempre foi pelo mundo da gastronomia. Sou filho de uma cozinheira e cresci acompanhando as jornadas da minha mãe. O universo dos restaurantes me fascinava imensamente, pois era inclusivo e oferecia muitas oportunidades para jovens de periferia como eu. Uma vez dentro da gastronomia, enxerguei no vinho uma grande chance de crescimento e me agarrei. Mesmo enfrentando muitas dificuldades e preconceitos, decidi fazer o melhor e crescer na carreira. Hoje trabalho arduamente para que mais jovens negros e periféricos tenham equidade para lutar.
O ramo da gastronomia é realmente inclusivo, mas as pessoas enxergam você como profissional bem sucedido desde que você esteja servindo vinho. Um negro ou um nordestino servindo vinho é maravilhoso, mas elas não te aceitam tão bem se você estiver no palco dando uma palestra, por exemplo, falando sobre mercado. Você é o mesmo profissional, você tem a mesma competência, mas em posições diferentes as reações são diferentes.
Eu sinto isso nos restaurantes. As pessoas adoram, falam para os amigos: “Olha, esse é o Renato, melhor sommelier do Brasil”, mas vejo em outras posições, quando eu tenho que dar uma palestra e falar para um público mais elitizado, os olhares não são os mesmos, não existe o mesmo afeto. Eu tive que passar por cima disso, continuo passando e vou continuar.
Foto: arquivo pessoal
Você acredita que o consumo de vinho seja uma prática elitizada? Ou acredita que é para todos? Como mostrar isso para o público em geral?
O vinho, em todos os cantos do mundo é um produto feito por gente simples e para gente simples, mas aqui no Brasil, infelizmente, o elitizamos por muito tempo e restringimos o acesso da maioria das pessoas. Felizmente isso vem mudando. Hoje o vinho está na lista de prioridades de compras de bebidas para 34% dos moradores de comunidades, e além disso, a grande força trabalhadora do setor da gastronomia (garçons, cozinheiros, maîtres, bartenders) consomem e propagam sua cultura por todos os cantos. São profissionais com grande conhecimento no assunto. O vinho não enxerga fronteira e não há quem possa pará-lo. O produto que antes era oferecido apenas em lojas especializadas e restaurantes de elite, hoje ocupa as prateleiras de supermercados, é vendido na internet e tem grande visibilidade nas mídias de massa. O vinho “engravatado” ficou no passado e as empresas do setor que ainda insistem em elitizá-lo se tornarão obsoletas em breve.
Quais seus vinhos favoritos?
Estou vivendo em uma grande lua de mel com os vinhos do Alentejo (importante região localizada no centro sul de Portugal) e também com os excelentes vinhos brasileiros. Depois de duas décadas de profissão e tendo provado alguns milhares de vinhos, é muito difícil dizer quais rótulos são meus favoritos… a lista teria centenas de nomes (risos).
Quais foram os prêmios que você recebeu como sommelier?
Sou um homem muito batalhador e muito abençoado por Deus, então em minha jornada tive a felicidade de disputar e vencer três concursos muito importantes como sommelier:
• Certificação Profissional pela Associação Brasileira de Sommeliers (2017)
• Melhor Sommelier do Ano (2019) • Melhor Sommelier do Brasil (2021)
Nos próximos meses disputarei mais dois concursos importantíssimos:
• Melhor Sommelier dos Vinhos do Alentejo no Brasil 2022 (Évora, Portugal)
• Melhor Sommelier do Mundo 2023 (Paris, França)
Foto: arquivo pessoal
Como é para você hoje, olhando sua trajetória, sendo uma pessoa negra, conquistar esses espaços?
Não foi uma trajetória fácil e em muitos momentos o sofrimento foi imenso. Faltou grana (os cursos na área ainda são muito caros), faltou apoio, compreensão, tempo e sobrou cansaço. Nunca briguei em condições de igualdade, sempre foi muito mais difícil. Mas hoje os sentimentos que preenchem o meu coração são orgulho, felicidade, gratidão e responsabilidade. Quero poder falar para a garotada da periferia que vale a pena empunhar a espada, erguer a cabeça e lutar com bravura, pois assim como o vinho, não podemos ser parados por nada, nem por ninguém.
Com mais de 70 mil ingressos vendidos, o cantor The Weeknd interrompeu o show em Los Angeles, nos Estados Unidos, na noite deste sábado (3), após perder a voz no meio da apresentação. Ele cantou apenas quatro músicas , pediu desculpas para a plateia no estádio SoFi e mandou o público ir embora.
De acordo com o site TMZ, quando a banda começou a tocar “Can’t Feel My Face“, o cantor não estava no palco e todos aguardaram por ele durante 15 minutos.
Quando retornou, afirmou que estava sem voz e por isso não poderia continuar o show: “Isso está me matando”. E completou: “Eu não posso dar a vocês a apresentação que eu quero dar”. O público o aplaudiu durante a fala.
O artista deu o comunicado enquanto segurava as lágrimas. Ele prometeu que todos receberiam o dinheiro de volta pelo show, que faz parte da turnê After Hours Til Dawn e será remarcado em breve.
Nas redes sociais, o cantor voltou a se pronunciar sobre o ocorrido. “Minha voz parou durante a primeira música e estou arrasado”. The Weeknd também prometeu que vai se recuperar com uma nova data.
A página The Weeknd Brasil, do fã clube do cantor, publicou um vídeo em que o rapper Kanye West (Ye) aparece nos bastidores do show e foi levantado rumores na internet de que ele também se apresentaria com The Weeknd.
— Diversos rumores apontam que ele se apresentaria com o cantor, mas por conta dos problemas vocais de The Weeknd, o show teve que ser cancelado.pic.twitter.com/SgHZ5weqDU