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Com Adriana Barbosa e Luana Génot, evento reúne CEO’s e lideranças negras para discutir a equidade racial nas empresas

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Fotos: Arthur Nobre/Divulgação e Vans Bumbeers/Netflix

Nos próximos dias 29 e 30 de novembro, o Pacto de Promoção da Equidade Racial realizará a 1ª Conferência Empresarial ESG Racial no Teatro FECAP em São Paulo. Com a participação de CEO’s de grandes empresas, especialistas em indicadores de equidade racial e lideranças negras, o evento tem como proposta discutir sobre o Protocolo ESG Racial, criado pelo Pacto para mensurar e combater o racismo e a desigualdade dentro das organizações, os impactos do racismo no Brasil e as soluções para a dissolução dessas estruturas culturais, sociais e econômicas. Com apresentação da atriz e influenciadora digital Isabel Fillardis, a conferência acontece das 9h às 18h.

Serão dois dias de evento com uma intensa programação de painéis divididos por blocos temáticos nos quais os palestrantes irão discutir temas como os desafios para mensurar indicadores ESG, sutentabilidade pela otica da diversidade e inclusão, e os impactos dos 10 anos da política de Cotas para uma educação antirracista.  

Entre os nomes confirmados  estão: Adriana Barbosa, CEO da Pretahub e fundadora da Feira Preta; Celso Athayde, CEO da Favela Holdding; Soraia Cardoso, Gerente SR de Gente na VOX Capital; Ednalva Moura, Relações Institucionais da Associação Pacto; Alberto Cordeiro, Gerente de Engajamento na McKinsey e Compain; Rachel Maia, CEO da RM Consulting; Luana Génot, Diretora-executiva no IDBR; e Helena Theodoro, Presidente do Conselho Elas+.

Além dos painéis, no primeiro dia de evento (29), será divulgada  a pesquisa inédita “A mulher negra no mercado de trabalho brasileiro: desigualdades salariais, representatividade e educação entre 2010 e 2022”,  elaborada  pela Associação Pacto de Promoção da Equidade Racial, com o propósito de analisar e discutir a participação da mulher negra no mercado de trabalho nos últimos doze anos. “Ao considerar diferenças salariais e taxas de participação, as mulheres negras estão em posição desfavorável no mercado de trabalho brasileiro para o recorte analisado na pesquisa, mesmo considerando algumas regiões do país e o extrato de rendimento. Notamos também que, apesar dos resultados negativos, existem evidências de melhora desses indicadores ao longo dos anos”, explica Guibson Trindade, gerente executivo do Pacto. 

Para Gilberto Costa, diretor executivo da iniciativa, o evento servirá para ampliar o conhecimento, o engajamento e o desenvolvimento de soluções concretas para que a agenda ESG esteja no centro dos modelos de negócio e do processo de tomada de decisão das empresas. Só assim conseguiremos criar caminhos efetivos para a promoção da igualdade racial e a mudança da forma estrutural e estratégica do cenário de desigualdade enfrentado por profissionais negros na sociedade brasileira”, informa.

O desafio de mensurar a Equidade Racial

O protocolo ESG Racial não é apenas uma ferramenta de promoção da diversidade e inclusão, mas um importante propulsor de transformação social do país por meio da educação qualificada. Com suas métricas exclusivas, diretrizes e ações afirmativas, o protocolo propõe caminhos efetivos para ampliar a capacitação da população negra, gerando riqueza de perspectivas e oportunidades, fomentando o desenvolvimento de novos talentos e promovendo justiça social.

A expectativa é receber mais de 1000 pessoas nos dois dias de evento e que a Conferência passe a ter edições anuais em diferentes regiões do Brasil. A 1ª Conferência Empresarial ESG Racial é uma realização do Pacto de Promoção da Equidade Racial com a Anbima, apoio social da FECAP e patrocínio da Vale, Ambev, Mobile, L’Oreal e United Airlines. 

SERVIÇO

O que: 1º Conferência Empresarial de ESG Racial
Quando: 29 e 30 de novembro, das 9:20 às 18 horas
Onde: Teatro da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Av. da Liberdade, 532 – Liberdade, São Paulo – SP.

DIA 29 DE NOVEMBRO:

Abertura da Conferência – Gilberto Costa, Diretor Executivo do Pacto e Professor Fábio Vargas, Reitor da FECAP

Painéis

29/11 – Terça-feira

10H – O ESG RACIAL NO BRASIL SOB A ÓTICA DOS CEO’S 

Participantes: Adriana Barbora, CEO PretaHub; Gilson Finkelsztain, CEO B3; Patrick Hruby, CEO da MOVILE; José Berenguer, CEO XP SA; Celso Athayde, CEO da Favela Holdding.

11H50 – INOVAÇÃO E INDICADORES ESG – O DESAFIO DE MENSURAR A EQUIDADE RACIAL

Participantes: Soraia Cardoso, Gerente SR de Gente na VOX Capital; Carla Crippa, VP Corporate Affairs and Positive Impact AMBEV; Vilma Pinto, Instituição Fiscal Independente – Senado Federal; Leandro Camilo, Membro do Conselho Global de Inclusão e Diversidade da PWC; Fernanda Camargo, Wright Capital Wealth Management

14H10 – PROPOSIÇÕES DE COMBATE AO RACISMO ESTRUTURAL

Participantes: Ednalva Moura, Relações Institucionais da Associação Pacto; Jéssica de Paula, Corporate Venture da GERDAU; Carolina Sierra, Cultura e Diversidade VIVO – Telefônica; Elisa Lucas, Secretária Adjunta de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo; Vânia Neves, CTO Vale; e Zizo Papa Neto, Fundador da Trace Brasil e do Pyaar.

15H10 – ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E O MERCADO CORPORATIVO EM UMA AGENDA DE TRANSFORMAÇÃO RACIAL
Participantes: Jéssica Rios, Co Founder Black Win; David Hodge, Consulado Geral dos Estados Unidos; Marina Peixoto, Diretora Executiva no Mover; Carlo Pereira, CEO Pacto Global – ONU; Maria Inês Pastori, Superintendente Executiva de Pessoas no BANCO FIBRA; e Jandaraci Araújo.

16H40 – DIVERSIDADE E INCLUSÃO: COMPROMISSOS COM A SUSTENTABILIDADE
Participantes: Selma Moreira, Vice Presidente de Diversidade, Equidade e Inclusão no JP Morgan; Alberto Cordeiro, Gerente de Engajamento na McKinsey e Compain; Adriana Alves, Vice Presidente de Diversidade BNP PARIBAS; Andrea Albuquerque, Corporativa de Diversidade e Inclusão no SESI/SENAI; Marina Quental, VP Global de Pessoas da Vale; e Bruno Caldas Aranha, Diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES.

17H20 – LANÇAMENTO DO ÍNDICE ESG DE EQUIDADE RACIAL MULHERES NEGRAS

30/11 – Quarta-feira 

9H –  PACTO DE PROMOÇÃO DA EQUIDADE RACIAL
Participantes: Guibson Trindade, Gerente Executivo na Associação Pacto; Theo Van Der Loo, CEO NatuScience S.A.; Fabio Alperowich, Diretor FAMA Investimentos; Mônica Marcondes, Executive IB – Banco Santander; Jair Ribeiro, Presidente da Parceiros da Educação; Rachel Maia, CEO RM Consulting

10H30 – INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO EM EQUIDADE RACIAL
Participantes: Luana Genot, Diretora Executiva no IDBR; Isabel Clavelin, Gerente do Fundo de Empreendedorismo Negroda BrazilFoundation; Paula Fabiani, CEO at IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento; Ana Buchaim, Pessoas, Marketing, Comunicação, Sustentabilidade e Investimento Social na B3; Giovanni Harvey, Diretor Executivo do Fundo Baobá.
11H30 – O PAPEL DA FILANTROPIA NA TRANSFORMAÇÃO RACIAL NO BRASIL 

Participantes: Anna Karla, CEO na Ayo Consultoria; Cassio França, Secretário Geral no Gife; Márcia Silveira, Head de Diversidade e Inclusão da L’Oreal; Jair Ribeiro, Presidente da Parceiros da Educação; e Helena Theodoro, Presidente do Conselho Elas +.
14H – EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA – 10 ANOS DE COTAS 

Participantes: Beth Scheibmayr, CEO Uzoma Diversidade Educação e Cultura; Prof. Ricardo Henriques, Superintendente Executivo na Instituto Unibanco; Jésus Gomes, Doutor em Ciências Sociais, Professor da Fecap; José Vicente, Reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares; e Frei David, Diretor da Educafro

15H – GOVERNANÇA CORPORATIVA COMPROMETIDA COM A EQUIDADE RACIAL

Participantes: Daniel Teixeira , Diretor Executivo na Ceert Equidade Racial; Alexsandra Ricci, Comitê ESG da Fecomercio SP; Cristina Pinho, Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa; Fernanda Tauffenbach, Partner in Financial Advisory – Deloitte; Marcelo Billi, Superintendente de Educação e Certificação na Anbima
16H – LIDERANÇAS NEGRAS E ESPAÇOS DE PODER

Participantes: Gilberto Costa, Diretor Executivo da Associação Pacto; Kwami Alfama, CEO at Tereos Starch & Sweeteners Brazil; Edvaldo Vieira, CEO na Amil; Claudio Silva, Diretor de Implantação na ADP Latam; Viviane Moreira, C Level e Conselheira 101; Eduardo Santos, General Manager – EF Education First

Encerramento da Conferência – Gilberto Costa, Diretor Executivo do Pacto

Atividade Cultural – Samba das Moças

Sobre o Pacto de Promoção da Equidade Racial 

O Pacto de Promoção da Equidade Racial é uma iniciativa que propõe implementar um Protocolo ESG Racial para o Brasil, trazendo a questão racial para o centro do debate econômico brasileiro e atraindo a atenção de grandes empresas nacionais e multinacionais e da sociedade civil para o tema.

No Rio de Janeiro, cinema promove semana especial com filmes que celebram a Consciência Negra

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Foto: Divulgação.

O Dia da Consciência Negra está sendo celebrado em todo o país neste dia 20 de novembro. Comemorando essa data, a rede Estação Net de Cinema promove a Mostra FILMES NEGROS IMPORTAM, com 20 obras nacionais e estrangeiros, entre clássicos e inéditos, que discutem as questões afrodiaspóricas em sua amplitude, a potência da cultura e a importância histórica no mundo contemporâneo.

A mostra abre com a comédia Na Rédea Curta, novo longa de Ary Rosa e Glenda Nicácio, que retrata de forma bem humorada o cotidiano de uma mãe e seu filho na periferia de Salvador. Na seleção, os inéditos e premiados: 7 Cortes de Cabelo no Congo, de Luciana Bezerra, Gustavo Melo e Pedro Rossi, Exu e o Universo, de Thiago Zanato, Mato Seco em Chamas, de Joana Pimentel e Adirley Queirós, A troco de Nada, de Patrick Granja.

‘Marte Um’. Foto: Divulgação.

Programação
Estação NET Rio – Sala 4: Marte Um” todos os dias de manhã para escolas – Exceto Sábado, Domingo e Quinta (24/11)

Preço único: R$ 12,00

Domingo (20/11)

15h – Na Rédea Curta (PRÉ) De: Glenda Nicácio e Ary Rosza 100 min

17h – A Troco de Nada De: Patrick Granja 75 min

19h15 – Zinder De: Aicha Macky 82 min

21h – Chateau-Paris De: Mody Barry e Dédric Ido 81 min

Segunda (21/11)

14h30 – Mali Twist (PRÉ) De: Robert Guediguian 129 min

17h – Broder De: Jeferson De 93 min

19h – Timbuktu De: Abderrahmane Sissako 96 min

21h – Exu e O Universo (PRÉ) De: Thiago Zanato 85 min

Terça (22/11)

15h – A Troco de Nada De: Patrick Granja 75 min

16h50 – Na Rédea Curta (PRÉ) De: Glenda Nicácio e Ary Rosza 100 min

18h50 Faça a Coisa Certa (1989) De: Spike Lee 120 min

21h10 Na Boca do Mundo De: Antônio Pitanga 100 min

Quarta (23/11)

14h15 – O Mandato De: Ousmane Sembène 105 min

16h20 – Zinder De: Aicha Macky 82 min

18h – Mato Seco em Chamas (PRE) De Adirley Queirós e Joana Pimenta 153 min

21h – Febre da Selva – Jungle Fever (1991) De: Spike Lee 121 min

Quinta (24/11)

19h – Chateau-Paris De: Mody Barry e Dédric Ido 81 min

21h – Broder De: Jeferson De 93 min

Sexta (25/11)

15h – Zinder De: Aicha Macky 82 min

16h50 – O Mandato De: Ousmane Sembène 105 min

19h – Compasso de Espera De: Antunes Filho 94 min

21h – Filhas do Vento De: Joel Zito Araújo 84min

23h59 – SESSÃO DUPLA
Faça a Coisa Certa (1989) De: Spike Lee 120 min
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Jungle Fever (1991) De: Spike Lee 121 min

“Afrofuturismo é desenhar o futuro imaginando o mundo que a gente quer ver” diz Juliana Vicente diretora do doc. sobre os Racionais

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A diretora de cinema Juliana Vicente - Foto: Divulgação

Hoje foi o último dia da a IV edição do Festival Afrofuturismo, que aconteceu no Centro Histórico de Salvador, e teve como tema “Por uma abolição econômica”. Duas mesas muito potentes aconteceram no Teatro Gregório de Mattos e quem estava acompanhando não teve tempo para segurar as lágrimas, assim como os palestrantes. 

A primeira conversa foi com Juliana Vicente, sobre “Diversidade e Mídia” e mediação da atriz e apresentadora Sara Barbosa. Juliana é diretora, roteirista, produtora e fundadora da Preta Portê Filmes. Um de seus trabalhos mais recentes é a direção do documentário “Racionais: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo”, que teve sua estreia na última quinta-feira, dia 16, no Netflix. Juliana compartilhou com a gente um pouco da sua trajetória e na sua história era possível sentir uma inspiração vinda de seus pais, a inspiração em empreender, em atravessar barreiras do universo e ocupar espaços. Olhar para as posições que estamos ocupando e para os serviços que estamos prestando, se estamos conseguindo mudar as estruturas. 

A inquietação do empreender vem muito de um lugar de inconformação, um cansaço de passar por tantas situações de racismo, de não ter a voz ouvida. E quando conseguimos fazer esse movimento (que não é fácil), passamos a falar não só com os nossos, mas também passamos a construir uma narrativa para que todos entendam a partir do nosso olhar, passamos a trazer reflexões e provocações. 

A produção do clipe dos Racionais, colocou no caminho de Juliana a criação do documentário “Racionais: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo“, e não estamos falando sobre contar a história dos quatro integrantes do maior grupo de rap, é sobre contar a história de um monte de gente e ouvir “Racionais foi o pai que eu não tive”, como compartilha Juliana durante a conversa, que emocionou a todos, assim como o depoimento de uma das ouvintes que estava na plateia, quando mencionou que a produção é sobre se sentir representado ali, é sobre tantos outros bairros de Salvador ser o “Capão Redondo” dos anos 80. Quando a gente se dá conta de quando uma produção é conduzida a partir de um olhar como o nosso, a construção da narrativa conversa com a gente, com quem a gente é. 

E é por isso que estamos hoje falando a respeito do nosso futuro, o afrofuturismo.  

Para Juliana, “o afrofuturismo se remete ao mundo que queremos viver. É desenhar o futuro imaginando como é o mundo que a gente gostaria de ver, construir uma realidade a partir de um pensamento. É introduzir a espiritualidade, que faz parte da vida e é algo natural, no processo de criação”. 

Quando nos damos conta de que os encontros em Salvador estão sempre fazendo a espiritualidade entrar na conversa, é fluído. Passamos a entender que a conexão com África é muito mais forte do que pensamos, ela pulsa dentro de nós nos reconectando com nossos ancestrais para construirmos novas narrativas. Toda vez que um africano vem à Salvador pela primeira vez, como aconteceu com Kamil Olufowobi, esse sentimento é de pertencimento e de estar numa extensão desse lugar ancestral mágico e singular.

A segunda mesa: “Como conectar a diáspora africana com a internet?”, contou com a mediação de Paulo Rogério – co-founder da aceleradora Vale do Dendê, AFRO.TV e possui especialidade de nova mídia, ideias e estratégia, marketing, diversidade e inclusão, e os convidados palestrantes Kamil Olufowobi e Baynna. 

Na segunda mesa tivemos duas atrações internacionais e mediação de Paulo Rogério, os palestrantes Kamil Olufowobi e Bayyina sobre o tema “Como conectar a diáspora africana com a internet?”. Kamil Olufowobi viveu, estudou, trabalhou e/ou visitou mais de 30 países em 5 continentes. Bayyina Black é executiva de mídia. Paulo Rogério é co-fundador da aceleradora Vale do Dendê, AFRO.TV e um dos idealizadores do festival.

Kamil Olufowobi viveu, estudou, trabalhou e/ou visitou mais de 30 países em 5 continentes. Possui mestrado em Assuntos Globais com foco em Economia, Relações Internacionais e Direito Internacional. Com mais de 20 anos de experiência de trabalho global, ele desenvolveu uma perspicácia comercial global com um histórico comprovado de liderança e entregas excepcionais. E Bayyina Black é executiva de mídia, e fala sobre impacto, propósito, sustentabilidade, disparidade de riqueza racial e empreendedorismo social. Foi uma conversa muito inspiradora com relação à potência da nossa cultura e como difundi-la a partir do digital.

O final desta enriquecedora troca de experiências, foi uma premiação à Paulo Rogério feita por Kamil Olufowobi, como reconhecimento por sua contribuição em transformar, empoderar e impulsionar todo esse movimento negro, a questão dos negócios, do afrofuturismo e do Brasil.  Paulo nos compartilhou um pouco da emoção em receber esse prêmio tão importante que premia os afrodescendentes mais influentes do mundo (MIPAD): “Eu fiquei muito emocionado porque foi um encontro fantástico de uma família, o fato de Kamil ser um africano iorubá vindo pra bahia me entregando esse prêmio de surpresa foi muito emocionante. Esse prêmio não é pra mim, pessoa física, é para todos os afrodescendentes brasileiros que se identificam com a cultura africana e que trabalham no dia a dia para que a nossa cultura seja melhor reconhecida e tenha protagonismo econômico”.

Copa 2022: Álbum de figurinhas antirracista quer enaltecer jogadores negros

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Álbum da Copa/Reprodução

Apesar da frustrante atuação da FIFA em casos de racismo, eis que chega mais uma copa, a de Catar, que começa neste domingo, 20, e nossos olhos sempre ficam atentos à presença negra dentro dos campos.

Acompanhando a febre dos álbuns de figurinha tão populares nesse período, a faculdade Zumbi dos Palmares lançou um álbum totalmente dedicado aos jogadores negros: o álbum antirracista. Impresso em quantidades limitadas, o álbum pode ser impresso (clique aqui), e preenchido com as figurinhas da editora Panini.

Nas páginas do álbum, para além das figurinhas, há informações importantes sobre a contribuição desses atletas negros para a história do futebol mundial.

Cada página do álbum representa um país onde é possível aprender mais sobre a contribuição dos jogadores negros que jogaram ou jogam, pela seleção ou clubes locais.

“Este álbum foi criado, não para falar dos casos de racismo que estão na mídia, mas para enaltecer as conquistas dos jogadores que fizeram e seguem fazendo seu nome no futebol”, diz o Prof. José Vicente Reitor, Diretor-geral da Faculdade Zumbi dos Palmares.

O projeto da Zumbi ainda inclui uma petição para que a FIFA exclua países com casos de racismo em aberto envolvendo o esporte de seu torneio em 2026.

Saiba mais detalhes aqui: http://www.albumantirracista.com.br/

Celebrando o dia da Consciência Negra, A Cultne TV exibe o “Festival Ori”, que nesta edição foi nomeado ‘Narrativas Negras’

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Imagem/Divulgação

O festival Ori, evento multi-linguagem para celebrar o 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, vai ser exibido em parceria com o Sesc RJ, pela Cultne TV. Neste ano, uma série de programas da Terceira Edição do Festival Ori, intitulada: Narrativas Negras.

O lançamento será feito através da plataforma Cultne.TV e do canal do Youtube do Sesc RJ. A ação é o marco de encerramento virtual do Festival Ori 2022, onde a atriz e cantora Isabel Fillardis recebe Helena Theodoro, Maria Ceiça, Lica Oliveira, Luciene Lacerda e Dom Filó para debates importantes acerca da cultura negra, além de um show Voz&Violão de Altay Veloso.

A estreia é as 15h e você pode conferir em: www.youtube.com/@portalsescrio .

O festival conta ainda com a presença de Preta Gil, Altay Veloso, Serjão Loroza, Helena Theodoro e outras grandes personalidades, a programação está recheada com quadros de humor, entrevistas em estúdio, economia, moda, beleza e música, contemplando a diversidade e a riqueza cultural da população negra no Brasil.

Afroconsumo: levantamento mostra hábitos de consumo da população negra e alto movimento financeiro na economia do país

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Reprodução/Getty Imagens

A Nielsen, empresa especialista em insights de audiência, dados e análises, apresenta o estudo “Afroconsumo – O protagonismo preto no consumo brasileiro”. Desenvolvido no Brasil, junto com o seu grupo de diversidade organizacional Sustainable Active Black Leadership & Empowerment (SABLE), o levantamento tem como objetivo mostrar como a comunidade tem movimentado a economia do país por meio de seus hábitos de consumo.

Realizado entre os dias 10 e 14 de outubro deste ano com uso de questionário online para 1000 pessoas de todo o país, sendo 56% dos entrevistados pretos ou pardos, o estudo analisou comportamentos de consumo, inserção no mercado de trabalho e mundo acadêmico, preferências na mídia, visão da comunidade sobre marcas, plataformas de streaming preferidas, entre outros dados.

“Nos últimos anos, o potencial de consumo da população preta vem ganhando relevância. Com isso, o mercado como um todo, independente de produtos específicos ou não, pode enxergar um potencial de expansão nesta frente. Conectar os clientes às audiências, alimentando a indústria de mídia com soluções inteligentes que auxiliem na compreensão do que as pessoas precisam, assistem e ouvem. Com essa proposta, temos a missão de fornecer uma visão mais completa do comportamento da comunidade em diversas frentes”, contextualiza Sabrina Balhes, líder de Measurement da Nielsen Brasil.

Além de ajudar a entender o perfil da audiência como um todo, de suas particularidades, a pesquisa apresenta as preferências de conteúdos produzidos por influenciadores, presença no ambiente online e opinião sobre representatividade em propagandas e produções de TV, fazendo um comparativo entre a comunidade e a população em geral. Confira abaixo os destaques do levantamento:

Consumo de mídia e tecnologia em alta

Segundo o levantamento Nielsen, 33% do público preto/pardo utiliza, em média, smartphones por mais de 20 horas por semana. Além disso, 67% afirmou ter realizado compras online nas últimas quatro semanas. Entre as plataformas de streaming, 88% da comunidade tem acesso à Netflix. Na sequência aparecem Amazon Prime (55%), HBO Max (43%), Disney+ (36%) e Paramount (16%). Com isso, a população preta afirma que séries e filmes são considerados os conteúdos com mais presença de temas raciais. Entre conteúdos produzidos por influenciadores, as preferências são músicas (56%), séries (48%) e filmes (45%).

Hábitos, preferências e planos de consumo

O estudo aponta que os produtos mais comprados pelo público preto são dos segmentos de higiene, moda e beleza. O ramo de beleza concentra o maior percentual de produtos direcionados, com 62% da preferência dos respondentes. Mesmo com a identificação com determinados produtos, 1 a cada 4 respondentes da população preta/parda acredita ser razoavelmente difícil encontrar itens para pessoas da comunidade. Para as duas principais datas de consumo do segundo semestre, 62% da comunidade planejam comprar eletrodomésticos na Black Friday, enquanto 47% consideram comprar fragrâncias e perfumes no Natal. Quando o assunto é a relação com as marcas, dois terços da comunidade se sentem próxima ou muito próxima das ações que as elas fazem voltadas para o público negro.

Inclusão e representatividade: 75% dos respondentes consideram que seu ambiente de trabalho é um local inclusivo. No meio digital, 54% da comunidade considera que os conteúdos que consome têm uma alta representatividade de pessoas pretas.

Conectividade e consumo: Mais de um terço utiliza smartphones por mais de 20 horas por semana e 67% fizeram compras pela internet nas últimas quatro semanas;
Streaming: Entre as plataformas mais acessadas pela população preta, Netflix lidera com 88%. Amazon Prime (55%), HBO Max (43%), Disney+ (36%) e Paramount (16%) também dividem as preferências do público.

Canais de TV e streamings destacam filmes e séries com protagonismo negro para celebrar o Dia da Consciência Negra

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Foto: Divulgação

Em celebração ao Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, a TV Globo e GNT prepararam uma programação especial de filmes com protagonismo negro para exibição. Já a Disney+ e a Star+ fizeram a coleção “Celebre as Histórias Negras”, destacando diversos filmes e séries para assistir. São produções de diferentes gêneros, com produções impactantes e de relevância social. Confira a lista abaixo:

Programação – TV Globo

No domingo, dia 20, será exibido o filme ‘Projeto Gemini’, protagonizado por Will Smith, às 16h10 no ‘Campeões de Bilheteria’. Já no ‘Domingo Maior’, às 00h15, vai ao ar ‘Corra!’, estrelado por Daniel Kaluuya. O filme levou o Oscar de Melhor Roteiro Original em 2018.

Na segunda-feira, na ‘Tela Quente’, às 22h, é a vez do filme ‘Harriet – O Caminho para a Liberdade’, inédito na TV aberta. A produção conta a história de Harriet Tubman, uma mulher escravizada que se tornou abolicionista.

Programação – GNT

Na segunda-feira, 21, será exibido o filme ‘Sobre Nós’ que discute os impactos do racismo no amor e na afetividade das mulheres negras, a partir de depoimentos de 11 brasileiras de diversas origens, idades e vivências. 

No dia 28, vai ao ar o documentário ‘Elza Infinita’. O filme tem origem no ‘Musical Elza’ e acompanha a trajetória artística da cantora Elza Soares.

Catálogo Globoplay

Medida Provisória

O movimento negro brasileiro exige uma reparação pelo passado escravocrata, mas em troca, o governo brasileiro aprova uma medida que obriga os cidadãos negros a se mudar para a África para “retomar as suas origens”. A aprovação afeta diretamente a vida do casal formado pela médica Capitú e pelo advogado Antonio, além de seu primo, o jornalista André, que mora com eles no mesmo apartamento. O filme é dirigido por Lázaro Ramos. 

Mulheres do Movimento

O movimento pelos direitos civis dos negros contado por mulheres que fizeram parte dele é o tema central da minissérie antológica. Com produção executiva de Jay Z e Will Smith, a obra é baseada na história real de Mamie Till-Mobley, uma das precursoras do Movimento após ter seu filho assassinado.

Pixinguinha

O longa conta a história do famoso músico, menino negro de classe média baixa que ficou conhecido como o pai da MPB. Tem Seu Jorge no papel de protagonista, além dos atores Taís Araújo, Milton Gonçalves e Danilo Ferreira no elenco.

Catálogo Disney +

Pantera Negra

Em clima de lançamento de Pantera Negra 2, você pode assistir o primeiro filme para matar a saudade do Chadwick Boseman. O longa é um símbolo de representatividade. Após a morte do pai de T’challa, ele volta para casa numa isolada e tecnologicamente avançada nação africana para triunfar e assumir seu lugar como rei. Mas, quando um poderoso antigo inimigo reaparece, o poder de T’Challa como rei – e Pantera Negra – é testado ao ser atraído para um formidável conflito que coloca o destino de Wakanda e de todo mundo em risco.

Soul 

Por que você é… VOCÊ? Nesta animação da Pixar, Joe Gardner, um professor de música, recebe a chance de tocar na melhor casa de jazz da cidade. Mas um pequeno passo em falso o leva das ruas de Nova York para o pré-vida, um lugar fantástico onde novas almas obtêm suas personalidades, peculiaridades e interesses antes de irem para a Terra.

Black is King 

Este álbum visual de Beyoncé reinterpreta lições de “O Rei Leão” para jovens reis e rainhas em busca de suas próprias coroas. As viagens de famílias negras, através do tempo, são honradas em um conto sobre a jornada transcendente de um jovem rei pela traição, amor e autoidentidade.

Catálogo Star+

Vale Night 

Um “vale night” é o sonho de consumo de todo casal com filho pequeno. Daiana (Gabriela Dias) cansada das responsabilidades do primeiro filho, resolve passar a noite com as amigas, mas para isso precisa deixar o filho com o pai da criança (Pedro Ottoni). Ele, também entediado, decide levar o bebê para o baile funk, onde tudo vai bem até que ele perde o menino. Linn da Quebrada, Yuri Marçal, Jonathan Haagensen e Neuza Borges também estão no elenco do filme. 

Pose 

“Pose” é um drama que destaca as lendas, os ícones e as mães ferozes da cultura do baile underground de Nova York, um movimento que ganhou destaque na década de 1980. Fazendo história na televisão, a série apresenta o maior elenco de atores transgêneros da história, assim como o maior elenco de atores LGBTQ. O elenco transgênero inclui Mj Rodriguez, Dominique Jackson, Indya Moore, Hailie Sahar e Angelica Ross, que coestrelam ao lado de Billy Porter, Ryan Jamaal Swain, Angel Bismark Curiel, Dyllón Burnside, Sandra Bernhard e Charlayne Woodard.

Atlanta 

Sucesso de crítica e público, “Atlanta” gira em torno de Earnest “Earn” Marks (Donald Glover), um solitário que retorna à sua cidade natal, Atlanta, Geórgia, após abandonar Princeton. Em sua chegada, ele descobre que seu primo Alfred (Brian Tyree Henry) se tornou o rapper de maior sucesso da cidade.  A série mostra os primos em seus caminhos através do cenário rap de Atlanta, onde suas visões opostas sobre arte, comércio, sucesso e raça farão com que suas buscas não sejam nada fáceis. Earn é extremamente inteligente, observador e perdido. Como um eterno desiludido, ele luta para encontrar sua vocação ou “marca” e sente que o jogo da vida está estabelecido de forma que ele nunca pode vencer.

Afrofuturismo: quando uma mesa é na verdade uma grande roda de empoderamento

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Samira Soares, Carla Akotirene, Ashley Mlia - Foto: Reprodução Instagram

Com o tema sobre “Mulheres pretas e o mundo digital: como usar as mídias e tecnologias a nosso favor?”, o Festival Afrofuturismo , que começou nessa sexta-feira, 19, em Salvador, ofereceu ao público um momento emocionante. A mesa mediada por Sara Barbosa, teve convidadas de fazer a gente parar tudo para só ficar admirando (e aprendendo): Carla Akotirene – assistente social, Doutora em Estudos de Gênero, Mulheres Feminismos – UFBA e autora do renomado livro “O que é interseccionalidade?, da coleção Femininos Plurais, de Djamila Ribeiro; Ashley Mlia – jornalista e influenciadora digital, produz conteúdo sobre autoestima, beleza, autocuidado e literatura; e Samira Soares – mestre e doutoranda em literatura pela UFBA, ativista do MNU e produtora de conteúdo pelo Narrativas Negras.

A resenha foi além das mídias sociais, foi uma troca entre essas mulheres que são comunicadoras negras, de diferentes gerações, mas que se encontram no mesmo lugar, mesmo ponto de partida: o propósito com a luta antirracista. E dentre uma conversa e outra, entendendo como o papel da internet é importante e marca determinados momentos da nossa vida, como a transição capilar, aquela hora em que você se redescobre, primeiro no processo de “tornar-se negro” e se sente perdido sem saber como cuidar do cabelo. “Essa é uma pauta que não é apenas sobre beleza, é sobre um encontro com a nossa ancestralidade, é sobre “encontrar referências que nos conectam com nossa identidade”, disse Sara. Carla Akotirene nos lembra o que nunca deveríamos esquecer, a importância de cuidar do orí, do mental para que a gente esteja belo por inteiro.”

Foto do do debate: “Mulheres pretas e o mundo digital: como usar as mídias e tecnologias a nosso favor?”, no Festival Afrofuturismo – Foto: Camila Prado

Quando uma força potente de mulheres se encontra, uma combustão acontece. Já nos ensinou Sobonfu Somé que viver em comunidade é necessário, é importante pra gente não esquecer quem somos e de onde viemos, pra não nos esquecermos de nossos ancestrais. Veja só, uma mesa sobre o mundo digital e a tecnologia nos remetendo ao sagrado, à potência que os os encontros têm, a humanização do outro. É entender que não é sempre ter uma autocobrança sobre planejamento de conteúdo, trends e ganhar seguidores, é sobre estar contribuindo na transformação do coletivo, de permitir não se manifestar quando algo nos atinge profundamente ou compartilhar ensinamentos.

Samira compartilhou com a gente que estar nessa mesa com Carla e Ashley foi “como se sentir entre irmãs. Entender os nossos corpos negros e como a tecnologia vem funcionando, é algo que foi muito fácil de poensar, porque nossa ancestralidade sempre foi tecnológica, vejamos os nossos Orixás, como eram estratégicos, como aspecto de sobrevivência, mas branquitude ganhou recurso em cima disso.”.

Não tem como finalizar esse texto sem mencionar o quanto me emocionei em ver ali, naquela mesa, uma gratidão profunda das meninas – Samira e Ashley – à Carla, por ter arado este caminho antes delas. Essa é a nossa tecnologia ancestral: não esquecermos que nossos ancestrais, que aqueles que vieram antes da gente, preparou o caminho pra que hoje estejamos aqui.

Para Samira, “o afrofututurismo como uma perspectiva de um futuro melhor pro nosso povo, onde nós tenhamos representações positivas sobre os nossos corpos, nossas vivências. Que a gente não viva só no elemento da dor, mas que a gente também tenha como futuro uma esperança de um amor, de uma efetividade possível. E entendo como tecnologia, a gente se ver num futuro positivo, é algo que a gente está prosperando”.

Mais informações sobre o festival: https://afrofuturismo.com.br/festival/vem-ai-a-quarta-edicao-do-festival-afrofuturismo/

“Baldlocs”: Afroempreendedor cria técnica para colocar dreads em pessoas calvas

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Divulgação

Segundo dados da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), mais de 42 milhões de brasileiros são afetados pela alopecia, também conhecida como calvície. A pesquisa também aponta que 80% dos homens após os 80 anos sofrem de calvície e 30% das mulheres com mais de 50 anos também podem apresentar alguma experiência com a queda dos fios de forma acentuada.

Independente do sexo, o cabelo é um dos principais fatores que influenciam na autoestima dos seres humanos e lidar com a perda dele não é um processo tão simples.

Pensando nesses dados, Lucas Preto, CEO da Africarioca, desenvolveu o Baldlocs, técnica que possibilita pessoas com calvície usarem dreads. A modalidade desenvolvida pelo profissional atende desde o formato do rosto até a classificação capilar de uma pessoa com calvície e tem atraído pessoas de todas as partes do Brasil por renovar a autoestima de homens e mulheres que sofrem com a perda dos cabelos.

“Só quem sofre com calvície sabe o desafio que é estar de bem com o espelho. Nossa pretensão é conseguir espalhar isso pelo mundo e ajudar o máximo de pessoas possíveis”, comenta Lucas Preto, CEO da Africarioca Conceito e desenvolvedor dos Baldlocs.

A técnica dos Baldlocs foi desenvolvida por Lucas há um ano e meio, como ideia para inovar no mercado da beleza afro. Autodidata no ramo da estética capilar, todo o processo criado pelo empreendedor, desde a produção da base do cabelo até a aplicação nos clientes, é autoral. O procedimento é realizado com needle technique (técnica de agulha) e não utiliza nenhuma substância danosa ao couro cabeludo, possibilitando e estimulando o crescimento nas regiões ainda propícias a terem fios.

“Costumo dizer que a ideia dos Baldlocks foi um presente que Deus me deu. Criei a técnica na minha cabeça, passei mais de 19 horas fazendo no primeiro cliente e deu muito certo. Não existe nada no Brasil ou no mundo parecido. Ver o que a Africarioca tem se tornado é a validação de todo o trabalho duro que estamos fazendo. Quem diria que aquela barbearia que começou com R$ 3 mil emprestados por um amigo iria se tornar essa potência”, ressalta Lucas Preto.

Mais do que nunca, neste mês da Consciência Negra, celebrada no dia 20 de novembro, a arte de fazer dreads é uma forma de demonstrar resistência frente ao racismo, que perpassa a estética de pessoas pretas. Marginalizados, os dreads, as tranças e o black power são hoje símbolos que marcam a luta de movimentos sociais e resgata a cultura africana. Com um público majoritariamente negro e periférico, sendo 70% da Zona Norte e da Baixada Fluminense, a Africarioca também tem sido responsável pela recuperação da autoestima de pretos e pretas cariocas.

”Pessoas pretas e periféricas também podem chegar em qualquer lugar”: Conheça alguns indicados ao Prêmio Gastronomia Preta

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Criado pelo professor de gastronomia Breno Cruz, o Prêmio Gastronomia Preta visa enaltecer o papel de pessoas da nossa comunidade dentro do ramo. Ao todo cerca de 25 profissionais serão premiados, em 21 categorias diferentes. “O prêmio veio para evidenciar pessoas pretas que estão invisibilizadas em muitas cozinhas e salões de bares, restaurantes e gastrobares. Tem muita gente boa que não é conhecida – obviamente em função de serem pretas”, explica o idealizador.

A premiação acontece no próximo dia 28 em uma cerimônia para convidados no Muhcab, Museu de História e Cultura Afro-brasileira, no Rio de Janeiro.

A ideia do projeto é não somente focar nos chefs de cozinha, mas em toda a equipe necessária para o funcionamento de um bar ou restaurante. Por isso, também concorrem categorias como garçom, garçonete, hostess, maitre entre outros. Conheça a seguir dois finalistas ao prêmio e em qual ou quais categorias concorrerem.

Vagner Luiz Santos da Silva, concorre nas categorias Melhor Chef, Melhor Restaurante pelo Atlântida Restaurante e Melhor Criação pelo prato Croquete de Peixe. Além do trabalho no Atlântida, ele também desenvolve projetos sociais. “Sou também idealizador do @Jacacozinha que é uma cozinha solidaria na favela do Jacarezinho em parceria com a Gastromotiva”, explica ele, que também já trabalhou em restaurantes como Casa Camolese, Sal Gastronomia e Sal Grosso, ambos do chef Henrique Fogaça. “Me sinto lisonjeado e agradecido por estar concorrendo, mostrando para a minha comunidade que nós pessoas pretas e periféricas também podem chegar em qualquer lugar“, afirma.

Francis Tavares concorre nas categorias Melhor Restaurante e Melhor Empreendora. Ela comanda o Nossas Raízes Bistrô, na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro. “Estou super feliz de estar representando minha cidade nas categorias melhor restaurante e melhor empreendedora do Prêmio Gastronomia Preta. Empreendendo há quase 20 anos em outro negócio de gastronomia, vivi uma época com poucas referências, esta indicação tem um valor muito especial , sinto que incentivará outros empreendedores pretos a acreditarem em seus negócios”, deseja Francis.

O Nossas Raízes Bistrô, nasce no final de 2019, num momento de renovação de pensamentos , onde a busca das nossas referências ancestrais está se tornando cada vez mais essencial. Nossas receitas são das mulheres da família, com temperos naturais , e ingredientes simples, são pratos conhecidos mas que não ganhavam protagonismo como cozinha afro brasileira”, detalha.

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