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TikTok e AfroGames anunciam parceria inédita para aumentar sustentabilidade e diversidade

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Foto: Reprodução

O TiKTok e AfroGames, primeiro centro de formação de atletas de eSports em favelas do mundo, anunciaram uma parceria inédita que tem como objetivo aumentar a sustentabilidade das ações do projeto na comunidade de Vigário Geral, no Rio de Janeiro. A iniciativa também visa dar suporte e oportunidades para uma nova geração de criadores gamers.

A primeira iniciativa da parceria foi a doação por parte do TikTok para substituição do sistema elétrico do centro de formação por energia solar, gerando economia financeira para o AfroGames e alinhando as atividades do centro de formação à Agenda 2030 da ONU com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7, com foco em garantir o acesso às diferentes fontes de energia, principalmente as renováveis, eficientes e não poluentes.

“A parceria com o TikTok viabilizou um sonho antigo de sermos sustentáveis! Era o que faltava pra um projeto de tecnologia inédito no mundo como o AfroGames. Estamos levando o mundo bilionário dos games pra dentro da favela e, agora, com energia solar. A parceria não torna só sustentável nosso centro cultural no sentido da energia limpa e sustentabilidade, mas demonstra a preocupação da marca em apoiar um projeto que aposta no fomento e na ampliação de diversidade no universo de games.” afirma Ricardo Chantilly, diretor executivo AfroGames.

Além da substituição do sistema elétrico, o TikTok também vai dar suporte para os alunos que desejarem desenvolver a sua conta na plataforma e oferecer a oportunidade de participar de eventos da área e outros treinamentos ao longo do ano. A plataforma irá promover workshops para capacitar os alunos do AfroGames como criadores de conteúdo gamer no TikTok e gravar materiais para seus perfis pessoais e do projeto.

“O AfroGames atende uma grande diversidade de gamers, incluindo mulheres, negros, pessoas com deficiência e membros da comunidade LGBTQIAP+. Um foco muito alinhado com os valores do TikTok, onde buscamos promover a conscientização, sustentabilidade e a abordagem de causas relacionadas a grupos sub-representados e comunidades das periferias. A parceria chega para reforçar a união com a comunidade gamer na plataforma, que vem se tornando um destino onde criadores de jogos conseguem alcançar novos públicos”, explica Handemba Mutana, líder do TikTok For Good no Brasil.

The Weeknd entra para o Livro dos Recordes como o artista mais popular do mundo

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Foto: Kevin Mazur/Getty Images / TW.

Abel Tesfaye, mais conhecido como The Weeknd, 33, é estatisticamente o artista mais popular do planeta, segundo dados publicados nesta última segunda-feira (20) pelo Guinness World Records – o Livro dos Recordes. O feito do cantor canadense foi registrado com base nos seus mais de 110 milhões de ouvintes mensais do Spotify. Essa foi a primeira vez que um artista conquistou o número dentro da plataforma, que é considerada a maior do mundo.

Com dezenas de sucessos, esse também não é o primeiro título Guinness de The Weeknd. Em 2016, o cantor recebeu dois certificados; um para o álbum mais transmitido no Spotify em 2015 e outro para o maior número de semanas consecutivas no Top 10 do Hot 100 da Billboard, com o sucesso ‘Blinding Lights’.

The Weeknd durante o Super Bowl 2021. Foto: Mike Ehrmann / Getty Images.

A carreira de The Weeknd é marcada por uma série de sucessos. Em 2013, ele lançou seu primeiro álbum de estúdio, “Kiss Land”, seguido por “Beauty Behind the Madness” (2015), que contou com os sucessos “Can’t Feel My Face” e “The Hills”. O álbum lhe rendeu vários prêmios, incluindo dois Grammy Awards. Em 2016, o artista lançou “Starboy”. A faixa título do disco que lhe rendeu outro Grammy Award. The Weeknd também colaborou com outros artistas, incluindo Daft Punk e Beyoncé, e se aventurou em outras áreas, como a atuação, aparecendo em filmes como “Uncut Gems” (2019).

Vereadora do Rio de Janeiro lança “Pequeno Manual de Antirracismo Obstétrico”

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Foto: Reprodução

A vereadora do Rio de janeiro, Thaís Ferreira, compartilhou hoje em suas redes sociais, o lançamento do “Pequeno Manual de Antirracismo Obstétrico”. “Estamos lançando, com muita alegria e responsabilidade, o “Pequeno Manual de Antirracismo Obstétrico” elaborado pelo nosso GT de combate ao Racismo Obstétrico”. 

O material reúne informações que ajudam gestantes e suas famílias a “identificar possíveis sinais” de violência e racismo obstétrico. A MãeData anunciou ainda que a iniciativa faz parte da campanha “21 dias de ativismo contra o racismo”.

Nos stories do Instagram, a parlamentar lembrou que são as mulheres negras as principais vítimas de violência obstétrica no país. “Mulheres negras são as que mais sofrem violência no momento da gestação, do parto, do pós parto e do puerpério, isso tem nome e a gente precisa aprender, é racismo obstétrico. E ele precisa ser combatido de forma irrestrita”, destacou. 

“E é por isso que a nossa MãeData e o nosso GT de Combate Racismo Obstétrico está lançando hoje, de forma virtual, o ‘Pequeno Manual de Antirracismo Obstétrico’”, celebrou ela. 

Para fazer o download do “Pequeno Manual de Antirracismo Obstétrico” clique aqui.

João Jorge, presidente do Olodum, é nomeado presidente da Fundação Palmares

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João Jorge, novo presidente da Fundação Palmares | Foto: Acervo Olodum

João Jorge Rodrigues, presidente do Olodum, foi oficializado como novo presidente da Fundação Palmares. A nomeação saiu nesta terça-feira (21) no Diário Oficial da União. 

Mesmo sendo oficializado só agora, João Jorge já tinha sido anunciado como novo presidente da instituição no final de dezembro de 2022 pela atual Ministra da Cultura, Margareth Menezes. Na época, a ministra disse que ele teria a missão de resgatar a Fundação Palmares após a polêmica atuação do bolsonarista Sérgio Camargo na presidência.

Em uma recente entrevista de João Jorge para o DW Brasil o novo presidente da fundação disse que fará uma limpeza física e social. “É como uma cirurgia num corpo que está doente. Para que ele possa sobreviver, é preciso fazer uma limpeza”, disse. Além de um dos idealizadores do bloco afro Olodum, João Jorge é advogado e mestre em Direito pela Universidade de Brasília e filiado ao PSB – Partido Socialista Brasileiro.

Pesquisa aponta que 89% das empresas trabalham a questão racial em seus programas de Diversidade e Inclusão

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Foto: Freepik

Um estudo realizado pela Blend Edu, HRtech e ESGtech especializada em diversidade e inclusão do Brasil, mostrou que 89% das empresas trabalham a questão racial em seus programas de Diversidade e Inclusão. Nomeada de “Pesquisa Benchmarking: Panorama das Estratégias de Diversidade no Brasil 2022”, a pesquisa está em sua segunda edição.

Dados da pesquisa mostram que as questões de gênero ficam em primeiro lugar na lista de prioridades das empresas que trabalham a D&I, representando. 95%, e que o tema raça vem logo atrás, ocupando o segundo lugar.

A pesquisa foi feita com 117 companhias nacionais e comparada com os dados coletados em 2020, quando a primeira pesquisa foi realizada, nota-se que temas como diversidade de gênero e de idade tiveram aumentos positivos dentro das organizações. A pauta LGBTQIA+ saltou de 68% para 86% e a geracional foi de 23% para 42%.

Apesar de representar a maioria da população brasileira, sendo 56% de acordo com o Ultimo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra ainda possui a menor média salarial quando comparada com pessoas brancas. Ela é 45% menor, de acordo com Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad).

 

Diogo Almeida, protagonista de ‘Amor Perfeito’, concilia atendimentos psicoterapêuticos com gravações da novela

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Foto: João Miguel Júnior/Globo

Prestes a entrar no ar em “Amor Perfeito“, a próxima novela das 18h na Globo, o ator Diogo Almeida, 38, que dará vida ao médico Orlando, protagonista da trama, e celebra a sua atual fase na carreira. “Eu me emociono a cada capítulo e acredito que não vai ser diferente com as pessoas que irão acompanhar a trama. Eu acredito que o público vai torcer pelo Orlando”, diz Diogo, que é par romântico de Camila Queiroz na novela.

Fora de cena, o ator também realiza seu trabalho na área da saúde, com os atendimentos aos seus pacientes psicoterapêuticos. A iniciativa é direcionada a mulheres vítimas de violência e a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) através da terapia do cotidiano.

Como alguns pacientes não se expressam por meio da fala, o Diogo se adapta ao cotidiano da criança e estimula habilidades voltadas para educação e leitura. O propósito dos atendimentos é promover a autonomia dos pacientes para o mundo, respeitando sempre suas
particularidades e limitações.

Se na ficção Diogo criou uma relação de afeto com Levi Assaf, o intérprete de Marcelino, na vida real não é muito diferente. O artista, além de usar técnicas para desenvolver seus pacientes, também busca manter uma relação de amizade e confiança.

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Sucesso nas telas

Diogo Almeida nasceu em Campo Grande, no Rio de Janeiro, e iniciou a carreira artística aos 11 anos de idade no teatro. Formado em Artes Cênicas e Psicologia, o artista chamou a atenção de diretores da Globo após ser aprovado em testes para interpretar o Orlando em “Amor Perfeito”. Antes de se tornar protagonista da próxima trama das 18h, Diogo atuou em novelas, filmes, peças teatrais, campanhas publicitárias e séries.

Entre os papéis de destaque, está o personagem Pedro no filme argentino “Errante Corazón” (2021) ao lado do ator internacional Leonardo Sbaraglia. No ano de 2020, Diogo deu vida ao escravizado Manoel na série “Brasil Imperial“, da Amazon Prime Video. E, em 2014 e 2015, o artista brilhou no musical infantil “Mania de Explicação”.

Seu primeiro trabalho na televisão foi em 2008 com o personagem Rudolf Stenzel, em “Duas Caras”. Na novela, ele contracenou com grandes nomes da teledramaturgia brasileira, como Lázaro Ramos e Juliana Alves.

Devemos ignorar as atitudes erradas dentro da comunidade negra?

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Foto: Freepik

Texto: Ricardo Corrêa

A vida era mais fácil quando eu sentia que podia confiar mais em uma pessoa negra do que em uma pessoa branca. Enfrentar a realidade de que isso simplesmente não é assim é uma maneira muito mais difícil de viver no mundo.

   − bell hooks

Não importa qual o papel que a pessoa negra tenha na sociedade e o tamanho da sua influência no debate público, se teve comportamento problemático não podemos isentá-la de críticas. Essa deve ser a premissa para que consigamos evoluir como uma comunidade em permanente busca de coesão e radicalidade na luta por direitos interditados pelo racismo. Que se abra uma ampla discussão entre o povo negro em todos os lugares. Alguns ativistas e militantes dirão “mas as redes sociais não são o espaço certo para as críticas internas”. E eu respondo: qual é o lugar mais adequado já que somos uma enorme massa espalhada geograficamente? Ou devemos deixar “meia dúzia” de negros discutindo em algum clubinho aquilo que afeta a todos nós? Mesmo com todos os obstáculos existentes, as redes sociais são um espaço abundante de diferentes compreensões e possibilitam que possamos refletir e difundir as pautas em outros lugares. A partir das redes sociais, o debate pode ir parar no transporte público, no trabalho, nas escolas e universidades, nas organizações e movimentos sociais, na roda de amigos, e estimulam a produção de textos e reportagens, etc. 

Basta de acharmos que por ser negro é preciso ponderação na crítica ou “deixa quieto”, ou que estamos nos afastando em vez de nos unirmos. Eu sou daqueles defensores de uma conversa dura, na mesma medida do problema colocado. E de nada servirá unirmos com quem não é compromissado e age de maneira que ajuda os brancos na manutenção dos privilégios. Como lutaremos seriamente contra o racismo se ignoramos comportamentos condenáveis? Principalmente quando se trata  de negros considerados influenciadores e representantes dos movimentos negros. Não podemos ser seletivos nas críticas. Isso contamina outros irmãos e irmãs que estão no processo de amadurecimento da própria consciência racial; precisamos de bons exemplos para que eles percebam a “necessidade de juntar forças com seus irmãos em torno da causa de sua atuação – a negritude de sua pele – e de agir como um grupo, a fim de se libertarem das correntes que os prendem em uma servidão perpétua” como escreveu o revolucionário sul-africano Steve Biko. Lembre-se que o racismo se fortalece utilizando estereótipos, atribuídos a todos os negros, como se fosse da nossa natureza certas atitudes negativas. Ou seja, as atitudes individuais refletem em todos nós; combater o racismo é desconstruir esse julgamento que nos coloca em um lugar comum. 

E não é estranho ou motivo de surpresas que tenhamos tantos problemas, visto que o racismo atravessa cotidianamente a nossa sobrevivência e conforma a maneira com que vemos e agimos no mundo. Somos autênticos produtos da violência racial distribuída em distintas camadas na sociedade. Espero uma densa coalizão entre os diversos movimentos negros para enfrentarmos o inimigo comum, entretanto, nunca negligenciando aqueles que estão tumultuando e “queimando” a comunidade; do tipo, pessoas negras usando o debate do colorismo – não seriamente – só para nos fragmentar, outros defendendo amor negro e na prática agindo de maneira contraditória, negros defendendo orientações políticas que produzem miséria, fome, assassinatos e encarceramento do nosso povo, negros aliando-se aos brancos para nos atacarem, negros ocupando-se com atividades que visam lucrar e ganhar visibilidade em cima das nossas dores, entre outras situações. Diante disso, consideremos que errado é errado, não importa quem praticou a ação, como ensinou o revolucionário Malcolm X. No entanto, critiquemos de maneira construtiva sem buscar o “cancelamento”. Já bastam os julgamentos precipitados e irreflexivos que os racistas fazem todos os dias. E nunca reproduza o racismo para cima de quem vacilou, caso contrário, o criticado será você.

Viola Davis descobre que Michael Jordan exigiu que ela interpretasse sua mãe em “Air”

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Foto: Warner Bros/Divulgação

Na última semana, o filme “Air –  A História Por Trás do Logo”, que conta a história da parceria e legado de Michael Jordan com a Nike, teve sua estreia no SXSW, no Texas, um dos maiores eventos de inovações do mundo. Viola Davis, que interpreta Delores Jordan, mãe do Michael Jordan, descobriu no tapete vermelho que o próprio astro do basquete exigiu ao diretor Ben Affleck sua presença no longa.

Viola Davis descobriu que foi escolhida a dedo para o longa no tapete vermelho por um repórter, mas Davis disse se sentir honrada por isso. A atriz é considerada uma das melhores atrizes de Hollywood da atualidade. Recentemente ela ganhou o status de EGOT – pessoas que ganharam Emmy, Grammy, Oscar e Tony.

Foto: Reprodução

O diretor do filme, Ben Affleck, contou na estreia que o pedido para Violas Davis participar do filme aconteceu quando foi pedir a “bênção” para Michael Jordan e ele falou sobre a importância da sua mãe. “Ele [Jordan] me contou sobre seu pai. E então ele falou sobre sua mãe. Foi a primeira vez que vi esse olhar cruzar seu rosto. Era um olhar de reverência, admiração, amor, gratidão e inocência. Ele disse: ‘Nada disso teria acontecido sem minha mãe.’ Eu disse: ‘Quem você gostaria que interpretasse sua mãe?’ Ele disse: ‘Bem, tem que ser Viola Davis”, revelou.

O longa conta a história da relação do astro do basquete com a marca Nike e como surgiu o primeiro Air Jordan. Hoje a Jordan vale milhões e é um dos carros fortes da marca esportiva. O filme tem sua estreia prevista no Brasil para o início de abril.

BBB 23: Fred e Bruna acusam Domitila de ‘tendenciosa’ após expor racismo no grupo e Aline rebate: “é o lugar de fala dela”

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Fotos: Reprodução/Globo

Racismo foi o tema principal na última madrugada, no BBB 23! A emparedada Domitila Barros e Bruna Griphao ganharam direito a um jantar de pizza no lado externo da casa, após ganharem as plaquinhas de “protagonistas” no jogo da discórdia, e a Miss Alemanha não perdeu a oportunidade de falar sobre tudo o que lhe afligia em relação a atriz e o quarto Deserto, com seus comportamentos racistas. 

Domi afirmou que Bruna e seus amigos não estão acostumados em lidar com uma pessoa como ela, sem estar em posição de serventia, e deixou um questionamento: “Quando você fala é normalizado, e quando eu falo é agressão?”.

https://twitter.com/domitila_barros/status/1638017455841787905

Bruna então a acusou de tendenciosa e recebeu o apoio do Fred Desimpedidos. “Ela sempre fala ‘no seu privilégio’, ‘não tô aqui pra te servir’, ‘você é milionário’, ‘a favela venceu’. Ela vem com umas paradas muito bem planejada. É o jogo dela”. Porém, Aline Wirley não gostou da conversa e chamou a atenção deles. “É delicado falar que é um jogo, tá? Porque na verdade é o lugar de fala dela.”

https://twitter.com/domitila_barros/status/1638048673715167232

Em seguida, a ex-Rouge desabafou com a Sarah Aline sobre a possibilidade de não estar enxergando as questões raciais dentro da casa. “Tive um clarão, eu acho… Tô confusa. Na conversa que a Bruna teve com a Domitila, acho que em algum lugar a Domi também traz isso, sabe? E aí, ouvindo me deu algo tipo ‘será?’”, disse sensibilizada.

Na manhã desta terça-feira (21), Aline voltou a falar sobre o assunto no Raio-X. “Ontem a noite eu tive uma espécie de insight, que ainda tô elaborando, sobre a Aline, sobre a minha condição como mulher, como mulher preta e ainda tô tentando entender muita coisa”, contou.

Domitila está no nono paredão contra o Fred Desimpedidos e o Gabriel Santana. De acordo com as parciais, a disputa está acirrada entre a modelo e o jornalista. 

Nosso Brasil é o da igualdade racial

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Foto: Ricardo Stuckert / PR.

Anielle Franco – Ministra da Igualdade Racial

Não é possível contar qualquer história honesta sobre a pauta da justiça social e racial no Brasil sem ter a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – Seppir como referência e farol. A Seppir, que hoje completa 20 anos, trouxe o Brasil real para dentro do Estado Brasileiro, marcando decisivamente o país com a formulação de políticas públicas específicas, transversais e, até então, inéditas.

Minha geração frutificou destas políticas, as maiores medidas de reparação que o Brasil já experimentou, consolidadas em importantes marcos legais que interromperam ciclos de violência e exclusão pelas desigualdades. Eu fui cotista da Uerj, me tornei professora, mestra, hoje sou doutoranda e estou Ministra da Igualdade Racial, comandando uma estrutura composta majoritariamente por mulheres negras, competentes e comprometidas, a maioria com histórico de acesso a direitos via políticas públicas desenhadas pela Seppir.   

Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial. Foto: Jacqueline Lisboa.

Esses 20 anos de trajetória nos ensinam muito, inclusive sobre a fragilidade das grandes conquistas, muitas delas desmanteladas e corrompidas nos últimos anos de barbárie. A precarização da vida, que pesa mais nos ombros das mulheres negras e periféricas, a fome, a injustiça social perversa e violenta, tudo ainda repercute no cotidiano da população. O que emerge desse cenário é a nossa força coletiva e democrática, que retomou as rédeas do país, num governo que não apenas reconhece os avanços do passado, como tem coragem para ir além, tendo a promoção da equidade de raça e gênero como centro da gestão. Este é um compromisso negritado permanentemente pelo presidente Lula.

É esse Brasil da igualdade racial que está em radical construção pelas nossas mãos. É o Brasil que preserva a sua memória como riqueza e aprendizado, onde professar a fé é um direito inquestionável, onde o garoto da Maré pode ser um atleta com apoio e fomento, em que o direito à terra é forma de continuidade ancestral, de produção e de geração de vida, em que a nossa juventude negra pode estar viva, estudando, trabalhando, com acesso à equipamentos de cultura, em sua máxima potencialidade. Me emociona ser impulsionada pela memória de tantas conquistas das pessoas pretas que nos antecederam e ter a oportunidade de desenhar coletivamente esse futuro.  

A data da fundação da Seppir foi escolhida por ser o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial e é, também, desde janeiro deste ano, Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações de Candomblé, por lei do Governo Federal em coautoria com nosso Ministério da Igualdade Racial.

Não há outro caminho, só haverá democracia com igualdade racial. Minha imensa gratidão à Matilde Ribeiro, Luiza Bairros, Nilma Lino Gomes, Edson Santos, Elói Ferreira, que pavimentaram e engrandeceram a luta pela superação do racismo. Também por vocês, avançaremos.

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