Dona Carmem Virginia, do Restaurante Altar Cozinha Ancestral, está com uma oportunidade para quem quer saber mais sobre comida ancestral. No mês de outubro, a chef está promovendo o “Curso de Cozinha Ancestral: A Cozinha dos Orixás” para iniciantes e intermediários.
São 10 vagas com aulas todas às terças-feiras no mês de outubro. O curso vai ser dividido em quatro módulos que representam os orixás e os elementos da naturez. Terra: Omolu, Ossain, Oxossi, Logun; Água: Iemanjá, Oxum, Obá, Nanã; Fogo: Exu, Ogum, Xangô; e Ar: Iansã, Oxalá, Ewá, Oxum maré + IBEJIS
As apostilas já estão inclusas e o curso acontece presencialmente no Restaurante Altar Cozinha Ancestral, na Vila Madalena, em São Paulo. Cada módulo custa R$ 700 e R$ 2.500 o curso completo. O link para a inscrição está no link do instagram do restaurante.
Liderando o balé de grandes artistas, o coreógrafo Edson Damazzo, mais conhecido como Bibiu, está lançando seu próprio evento, o Baile do Bibiu, marcado para acontecer no dia 16 de setembro na Zona Portuária do Rio de Janeiro, próximo à Roda Gigante Rio Star. Para realizar o evento Damazzo conta com o apoio de Ludmilla e sua esposa, a dançarina Brunna Gonçalves.
A ideia por trás do Baile do Bibiu nasceu da paixão de Edson por festas e do desejo de compartilhar sua energia com um público ainda maior. Ele conta que aprendeu a fazer festas com o bloco Fervo da Lud. “Foi quando resolvi fazer o Baile do Bibiu, um baile onde todos se respeitam, dançam, curtem, beijam e se vestem como quiserem. Com, muito fervo, bebida, música boa e gente bonita””, explica Edson.
Para a primeira edição do baile, além de levar artistas já conhecidos, Edson deve dar espaço para talentos em ascensão, oferecendo oportunidades para aqueles que estão lutando para encontrar seu lugar na indústria do entretenimento. “Quero sempre dar oportunidades para essa galera que está na batalha sem oportunidades, o palco do Baile do Bibiu vai trazer sempre uma carinha nova para a galera conhecer”, afirma Edson.
Edson é coreógrafo e ator além de trabalhar como Diretor de Coreografia de Ludmilla, Lexa e Valesca Popozuda. Ele acumula 16 anos de experiência no mercado de entretenimento e trilhou um caminho impressionante em sua carreira. Iniciou sua jornada no núcleo de dança da TV Globo e desde então conquistou o reconhecimento de uma ampla variedade de artistas e celebridades da televisão brasileira. Seu trabalho inclui participações em minisséries, programas de TV no canal Multishow, HBO, entre outros.
Os ingressos para o baile podem ser adquiridos através do Sympla.
O hit viral ‘Calm Down’, do artista nigeriano Rema com participação da Selena Gomez, bateu 1 bilhão de streams no Spotify e se tornou a primeira música africana a conquistar a marca. A informação foi divulgada pelo Spotify em suas redes sociais .
A música mundialmente conhecida e que se tornou um hit viral no Tik Tok entrou para o ‘Billions Club’, uma playlist seleta com apenas hits que tenha batido a marca. ‘Kill Bill’, da SZA, ‘Starboy’, do The Weeknd e ‘Diamonds’ da Rihanna também fazem parte da lista.
Essa não foi a única vitória do Afrobeats. ‘Calm Down’ também se tornou a primeira música africana a ficar um ano inteiro no Hot 100, da Billboard, e foi Top 3 música do verão 2023.
Rema, 23 anos, é atualmente um dos principais nomes do estilo musical que vem dominando as paradas. A conquista de Rema é um grande feito para a música africana e o afrobeats que vem se tornando cada dia mais relevante na indústria da música. Em 2023, o ritmo ganhou uma categoria exclusiva no Grammy e no VMA, reconhecendo sua importância.
A aguardada estreia de “Drag Race Brasil” na Paramount+ e MTV também trouxe momentos emocionantes que cativaram o público brasileiro. No segundo episódio da competição pelo título de drag superstar do país, a humorista Bruna Braga, 29, que ocupa o cargo de jurada fixa, protagonizou um momento tocante ao abordar a representatividade negra no programa após as performances das participantes Organzza e Shannon Skarllet.
Embora seja conhecida por seu humor contagiante, Bruna Braga surpreendeu a todos com suas palavras sinceras e emocionantes. “Estou incrivelmente feliz e emocionada com a presença de drags negras neste programa. Vocês trouxeram algo que vai inspirar muitas outras drags brasileiras a se destacarem neste espaço que é um lugar de divindade. A representatividade negra já era esperada por mim, pois sempre acredito em nossa excelência, mas confesso que estou segurando as lágrimas neste momento”, afirmou Bruna.
A declaração da humorista não só emocionou o público, mas também trouxe lágrimas aos olhos dos competidores e demais jurados. Nas redes sociais, Bruna Braga recebeu inúmeras mensagens de apoio pelo seu discurso.
A versão brasileira de “RuPaul’s Drag Race” conquistou a atenção do público que ansiava por representatividade e diversidade. Bruna Braga, que possui uma carreira destacada no mundo do humor, trouxe sua sensibilidade e expertise para a bancada de jurados, onde se juntou a Grag Queen e Dudu Bertholini. Ela ressaltou a importância de diferentes perspectivas na avaliação das participantes, tornando a competição ainda mais enriquecedora.
Além disso, a humorista destacou o impacto das drags queens na quebra de barreiras no Brasil. Ela enfatizou que esses artistas não apenas entretêm, mas também abordou questões importantes com humor e graça. Sua dedicação à promoção da diversidade e inclusão é evidente em seu envolvimento com o programa.
Após um claro episódio de homofobia, Lil Nas X precisou adiar por alguns minutos a estreia de Long Live Mortero, documentário que fala sobre a primeira turnê mundial do cantor, no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF). De acordo com informações da Variety, Lil Nas X teria recebido uma ameaça de bomba.
O incidente aconteceu na noite do último sábado, 9, na chegada do músico ao tapete vermelho. O artista se preparava para cumprimentar os fãs quando a equipe de segurança do festival recebeu um aviso de que uma pessoa havia feito ameaças direcionadas a Lil, afirmando que havia uma bomba no local e que a ameaça era direcionada para Lil por ser um artista negro e gay, segundo a fonte da revista.
Após uma segunda vistoria no local, a equipe de segurança constatou que se tratava de uma falsa ameaça e Lil Nas X pode dar continuidade a sua participação lançamento do documentário após 20 minutos de atraso.
Em um mergulho profundo em sua vida pessoal e carreira musical, o documentário de Lil Nas X oferece aos fãs uma visão íntima de sua evolução durante sua primeira turnê Long Live Montero, que durou de 57 dias, composta por 21 shows, no final de 2022. O jovem astro de 24 anos, conhecido por seu hit “Montero (Call Me By Your Name)”, também leva os espectadores em uma viagem que o leva de Detroit para Nova York, de Atlanta para Los Angeles e, finalmente, São Francisco.
Em um trecho do documentário, Lil Nas X compartilha suas reflexões sobre as mudanças em sua vida e carreira, comentando: “Eu deixei de ser o caubói amigável para me tornar um controverso [músico] satânico, entre aspas”, fazendo referência aos ataques que recebeu após o lançamento do videoclipe de “Montero (Call Me By Your Name)”, a faixa-título de seu álbum de estreia que tem o mesmo nome.
O documentário também aborda sua jornada pessoal em relação à sua identidade e sexualidade: “Eu queria ser uma pessoa gay aceitável”, explicando que estar cercado por uma equipe de dançarinos totalmente negros e gays na turnê de Montero o ajudou a se sentir mais confortável em sua própria pele.
Zac Manuel e Carlos López | Foto: Matt Winkelmeyer/Getty Images
Com direção de Carlos López Estrada e Zac Manuel, Long Live Montero: A Jornada de Lil Nas X está programado para ser lançado em breve.
Durante a pandemia do coronavírus, gestantes pretas e pardas que procuraram atendimento médico com sintomas de Covid-19, chegaram no pronto-atendimento com quadros clínicos mais graves do que as gestantes não negras.
A informação foi revelada por uma pesquisa de mestrado realizada na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), partindo da pergunta: “A cor da pele importa?“. Ao todo, foram coletados dados de 15 maternidades do Brasil, por meio da Rede Brasileira de Estudos da Covid-19 em Obstetrícia (Rebraco), entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021. Destes, foram analisados os atendimentos das 710 gestantes, sendo 301 pretas ou pardas e 409 não negras.
“Vimos que as negras chegavam em pior estado ao serviço, com taxa de saturação de oxigênio menor. Elas também tiveram piores desfechos, com maior número de internações em UTI e de casos de intubação. Ou seja, tiveram quadros clínicos mais complicados”, explica a pesquisadora da dissertação Amanda Dantas da Silva, médica ginecologista e obstetra doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Tocoginecologia da Unicamp.
Em uma pessoa não portadora de doença pulmonar crônica, o índice da dessaturação (taxa de oxigênio abaixo de 95%) foi quase quatro vezes mais frequente entre as mulheres negras, com saturação abaixo de 93%. Entre as mulheres pretas e pardas, registraram-se, ainda, uma maior proporção de adolescentes, menor escolaridade, menor Índice de Massa Corporal (IMC) e maior taxa de gestação não planejada.
Para chegar aos resultados, Amanda Silva avaliou características sociodemográficas, testagem do coronavírus, tempo para procurar o atendimento médico após o início dos sintomas e estágios após o parto.
Desta forma, a pesquisadora também constatou que as mulheres negras sentem receio de sofrer preconceito durante o atendimento médico. “Há trabalhos mostrando que elas têm medo de procurar o serviço de saúde porque sabem que vão sofrer discriminação. A percepção da discriminação também se associa a piores resultados de saúde”.
A banda brasileirade heavy metal, Black Pantera, segue pelo Brasil com a “Ascenção Tour” e está de malas prontas para uma mini turnê internacional. O grupo formado por Charles Gama, Chaene da Gama e Rodrigo Augusto, três negros que vêm se destacando no rock nacional, parte para Europa no mês de setembro e outubro e segue para o Chile em novembro e dezembro.
No dia 29 de setembro eles iniciam a turnê em Portugal, onde também se apresentam no dia 30. Logo depois eles partem para Dublin, Irlanda, no dia 02 de outubro, e finalizam em Londres, Inglaterra, no dia 04. Já no Chile, a banda se apresenta no dia 30 de novembro e em 01, 02 e 03 de dezembro.
Antes da tour pelo exterior, Black Pantera também vai lançar o single duplo “Dreadpool”, em uma versão em português e outra em inglês. É o primeiro single do novo Ep que será lançado ainda este ano.
“Sempre tivemos vontade de lançar um single em dois idiomas. Cantar na língua nativa é sim o que nos diferencia, e, em certo ponto, no começo de nossa carreira foi o que nos levou três vezes para o exterior. Com a iminência de uma nova Tour pela Europa, Chile, e quem sabe também até em outros países e continentes, essas músicas nasceram”, comenta o vocalista e baixista Chaene da Gama.
O continente africano é uma jóia ainda por descobrir para muitos viajantes brasileiros em busca de aventuras únicas e econômicas. Com voos diretos e companhias aéreas locais que envolvem ofertas promocionais, é possível explorar destinos incríveis em África sem comprometer seu orçamento.
A equipe da Diáspora Black, especializada em viagens com roteiros focados na cultura africana, recomendou a quem deseja viajar para destinos africanos no final do ano que programe a viagem com antecedência para encontrar valores acessíveis: “Alguns sites possuem buscadores de voos que assim que encontram o menor valor para a rota encaminham notificações ao viajante”.
Como destinos vantajosos neste momento, o jornalista Guilherme Soares Dias, fundador do Guia Negro, indicou países como Cabo Verde, África do Sul, Etiópia e Moçambique. “São alguns dos países que têm voos diretos para o Brasil, com exceção de Moçambique, e que têm companhias locais que fazem essa ligação e, portanto, vez ou outra, a gente tem promoção”, explicou. Ele afirma que geralmente a passagem aérea é a que apresenta maior custo nas viagens para países no continente africano. “O continente africano, infelizmente, não tem uma frequência de voo tão grande e não tem uma quantidade de companhias tão grande. Então, isso faz com que a passagem aérea seja cara”, contou.
O jornalista detalhou ainda que: “Em muitos desses países a gente tem o real valendo mais do que as moedas locais. Então, mesmo na África do Sul, que é um país que tem economia forte, o real vale mais e a conversão nos favorece, portanto, se torna um país barato de hospedagem, de comida, de locomoção, mas chegar até eles não é necessariamente uma viagem de baixo custo”.
A equipe da Diáspora Black também destacou a escolha de acomodações com preço acessível que ajudam a economizar na viagem e também ressaltou que a diferença cambial pode favorecer o bolso. “As acomodações possuem um bom valor, respeitando a categoria escolhida resorts, hotéis ou hostels, temos a vantagem do câmbio que tem menor valor em relação ao nosso dependendo do país”
Outra informação importante que Guilherme destaca para aqueles que buscam viajar e economizar ao mesmo tempo é buscar as atividades de baixo custo “desde praias, a museus que são gratuitos, a passeios a pé, a se conectar com a cultura e história local, a gastronomia”. Além de buscar “outros meios para que você possa se conectar com essa cultura do dia a dia”, disse.
Confira a lista de países que contém destinos africanos com praias paradisíacas e culturas ricas, além de paisagens de tirar o fôlego que podem ser o destino mais econômico e vantajoso para o próximo verão.
Cabo Verde, localizado no Atlântico, é uma opção acessível aos viajantes brasileiros com a retomada dos voos diretos da Cabo Verde Airlines. Com a rota provável ligando Recife, em Pernambuco, à Praia, capital do país. Este paraíso de ilhas e história oferece uma experiência única. Além de ter como idioma oficial o português, a cultura cabo-verdiana é semelhante à brasileira, tornando-o um destino fascinante e acessível. As praias deslumbrantes e a rica herança cultural são apenas alguns dos atrativos deste destino incrível.
2. África do Sul: Um País Multicultural
A África do Sul é um país multicultural que tem se tornado mais acessível para os viajantes brasileiros com voos diretos, incluindo um da Latam. Com safaris, praias e uma rica história, o país promove a parada LGBTQIAPN+, além de realizar desfiles de moda. Toda essa pluralidade de passeios e eventos torna a África do Sul um destino moderno que atrai uma ampla gama de turistas. Além de ser um país interessante para quem quer fazer intercâmbio para aprender e aprimorar o estudo do idioma inglês.
3. Tanzânia: Belezas Naturais e Cultura Diversificada
A Tanzânia é famosa por paisagens naturais e pela natureza selvagem. Quem vai fazer safari deve escolher as operadoras responsáveis e éticas que respeitem os animais e o meio ambiente. As visitas às comunidades locais podem ser um momentos ricos para conhecer a cultura e os costumes de comunidades tradicionais da Tanzânia, que oferece uma variedade de atividades como caminhadas em trilhas naturais e visitas a mercados locais. Além disso, o país localizado na África Oriental possui belas praias que são ótimas opções de passeio para quem quer economizar: “Gostaria de destacar a Ilha de Zanzibar, banhada pelo Oceano Índico, é uma ilha paradisíaca e ainda pouco explorada. Oferece diversas opções de passeios, praia e opções de hospedagem que atendem a vários perfis”, contou a equipe da Diáspora Black.
4. Etiópia: Encantos do Leste Africano
A Etiópia, embora mais distante, torna-se uma opção acessível graças à Etiopian Airlines e à moeda local mais fraca. Este país fascinante oferece uma experiência única com sua rica herança cultural, paisagens variadas e uma culinária peculiar. Descubra as belezas do leste africano neste destino cativante.
5. Moçambique: Um Tesouro Lusófono no Índico
Moçambique, o único destino desta lista sem voos diretos para o Brasil, pode ser acessado facilmente via África do Sul, com uma viagem terrestre de oito horas de Joanesburgo até Maputo. Este país de língua portuguesa encanta com suas praias paradisíacas, rica vida cultural e semelhanças com o Brasil. Moçambique é uma opção empolgante para quem busca uma experiência única na África.
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, celebrou a formatura da Luyara Franco pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), neste sábado (10), nas redes sociais. “Hoje céu e terra estão em festa! A gente sabe o quanto ela tá orgulhosa de você. Você sabe o quanto nós estamos orgulhosos de você. Parabéns por mais essa conquista! Voa!!! O mundo é nosso. Te amamos!”.
Luyara, filha de Marielle Franco, recém-formada em Educação Física e cofundadora do Instituto Marielle Franco, agradeceu à família pelo apoio nos comentários. “Obrigada por sempre me apoiarem e serem a minha base! Tudo por ela e por vocês! Amo vocês”.
Diversas personalidades negras também parabenizaram Luyara pela conquista. “Que orgulho!!! Viva!!! Que a profissão que te dê alegrias e prosperidade”, disse a jornalista Flávia Oliveira. “Que maravilhoso tudo isso! parabéns Luy!”, celebrou a escritora Winnie Bueno.
Nas redes do Instituto, a equipe também deixou as felicitações para Luyara. “Filha da Mari é a nossa semente mais preciosa! Parabéns por essa conquista e que venham muitas outras! Sua mãe está em festa hoje e cheia de orgulho vendo tudo lá de cima!. Como você sempre brinca com a equipe, foguete não tem ré”.
Eleita em 2021 como vereadora distrital de Hannover, na Baixa-Saxônia, Alemanha, a advogada brasileira Delaine Kühn, 41, defende os imigrantes no país europeu por meio da política e com o seu próprio escritório de advocacia. “Sei que aqui os estrangeiros sofrem preconceito, coisas que às vezes brasileiros brancos jamais sofreriam no Brasil. Mas aqui, se eu entrar em algum lugar, ninguém fica olhando torto, me questionando o que eu faço ”, diz em entrevista à DW nesta semana.
Filiada ao Partido Social-Democrata (SPD), Kühn celebra a sua trajetória profissional na Alemanha, mas destaca como teria sido mais difícil se estivesse no Brasil, por ser uma mulher negra. “Me sinto bem à vontade aqui – tirando o idioma, que não é perfeito –, de ir nos lugares e aparecer. No Brasil eu me fechava. Tentei ser vereadora lá e não tive a menor chance de alguém investir em mim, e aqui foi tudo mais fácil. É mais difícil ser respeitada no Brasil, nossa luta não é muito gratificada”, completa.
Kühn nasceu no bairro Colégio, periferia do Rio de Janeiro, e decidiu se mudar quando se apaixonou pelo alemão Robert Kühn, com quem está casada há 19 anos e tem uma filha. Influenciada pelo pai que também sempre gostou de política, a advogada diz que exerce o cargo de vereadora por amor. “Sinto que posso mostrar para outras pessoas, principalmente imigrantes, que a gente também faz parte; que eles também têm condições de se posicionar na política e serem representados lá dentro. É uma carga praticamente voluntária. Não é como no Brasil, que tem salário bom e vários avaliadores. Aqui tem que ser feito mesmo por amor”.
Foto: Bilal Ahmad
Pelo diploma ser do Brasil, muitos julgavam ser impossível ela obter licença para atuar livremente como advogada. “Eu não vou esperar eu falar o alemão perfeito para poder começar a advogar. Quando atender brasileiros, entenda-os melhor do que qualquer advogado alemão”, conta. “Os brasileiros atuavam com uma licença que só permitia o exercício em casos do Brasil, mas não relacionada ao direito alemão. Fiz a inscrição em Portugal e, depois, na Alemanha, registrei-me primeiro como advogada portuguesa, e depois de alguns anos obtive o título alemão. Nosso nicho inicialmente era brasileiro, mas agora trabalha muito com outros estrangeiros, africanos, latinos em geral, alemães também”, explica Kühn.
A advogada relembrou a dificuldade que teve para conseguir um emprego como advogada no Brasil devido ao racismo. “Quando voltei ao Brasil da primeira temporada na Alemanha, em 2009, eu era jovem e tentei entrar nos grandes escritórios de advocacia, que trabalham com o direito internacional. Mandava meu currículo com foto e nunca era chamada; quando mandava sem foto, era chamada para a entrevista, mas nunca ficava com a vaga. Ficava triste, questionava minha competência. Mas na realidade aquilo era justamente o racismo velado. Não era possível fazer parte desse meio, sabe?”, conta.
“Não gosto de ficar falando mal do Brasil, porque posso ser mal interpretada. Por mais que tenha sofrido essas coisas desde criança, sempre vou amar o meu país. É uma crítica construtiva. Tenho amigas negras no Brasil que têm condições e passam às vezes perrengues que eu aqui não passaria”, ressalta a vereadora.