Somos muito preocupados com a vocação das crianças, mas muitos ignoram a veia empreendedora ou senso de oportunidade para criar algo novo, que muitas têm desde pequenas. No caso das crianças negras, a falta de representatividade na hora de se divertir, as fazem querer criar aquilo que elas sentem falta.
Marley Dias, na época com 11 anos era uma ávida leitora e estava entediada com os livros que ela lia na escola ou que encontrava nas lojas. De acordo com a jovem americana, a maioria era “sobre meninos brancos e seus cães”.
Ela então decidiu por conta própria mudar isso e lançou em 2015 a campanha #1000BlackGirlBooks (mil livros de garotas negras). Seu objetivo era coletar e doar 1.000 livros que tivessem garotas negras como personagem principal. Hoje, Dias tem mais de 9 mil livros acumulados.
Marleu Dias: “Cansei de não me ver nos livros” (Foto: Reprodução Instagram)
Para a revista Forbes Women, a garota americana refletiu sobre como ela foi capaz de transformar sua frustração em um movimento poderoso.
“A frustração é combustível que pode levar ao desenvolvimento de uma ideia inovadora e útil”, disse a pequena sábia.
Em sua inúmeras entrevistas, ela destaca que livros com meninas negras como personagem principal, são para todas as crianças, visto que nem todas as garotas negras têm a mesma história.
Marley além de coletar e doar livros para comunidade, conversa com educadores, advogados, celebridades e legisladores sobre a importância da diversidade na literatura. Seu próximo passo agora é escrever seu próprio livro.
Dias quer coletar, distribuir e escrever seus próprios livros (Foto: Reprodução Instagram)
“Eu quero criar um espaço onde seja natural incluir meninas negras como eu e fazer delas as protagonistas das histórias”, finaliza a Dias.
Marley fez um site com o catálogo dos livros colecionados. As obras estão todas em Inglês. Para saber mais clique aqui.
É notório que o Brasil tem uma dificuldade histórica na discussão clara e consciente sobre o racismo até hoje institucionalizado em nossa sociedade. Afinal, foram quase 400 anos de escravidão, criando normas, sistemas e conceitos ainda vigentes no país e que impactam a população negra cotidianamente. Não à toa os dados são alarmantes.
Liliane Rocha Por Diretora Presidente na empresa Gestão Kairós
Apesar de termos uma expressiva população negra no Brasil, estimada em 51% da população, somando pretos e pardos, estudos apontam que somente teremos equidade salarial em 127 anos, ou seja meados de 2.137. Em 2010 um estudo sinalizou que dentre as mortes por homicídio no país 75% eram negros. Dos cerca de 16 milhões de brasileiros na extrema pobreza em 2012, 65% eram negros. Negros representam somente 5,3% no quadro executivo das grandes empresas, 5% dos políticos no congresso nacional. Se estratificarmos o IDH brasileiro em brancos e negros, veremos que o país dos brancos teria índices similares a países europeus, enquanto o país dos negros teria dados extremamente similares aos dos países mais pobres do mundo.
Relembro todos esses dados para reforçar o cenário atual do país, pois muitos céticos ainda duvidam do abismo de direitos entre brancos e negros. E o ponto para o qual quero chamar a atenção nesse artigo é como um filme que traz um posicionamento tão claro em relação a opressão e avanços da luta racial como “Hidden Figures” que traduzido em português teria o título de “Figuras escondidas”, no Brasil é traduzido como “Estrelas Além do Tempo”. Veja bem, não tratasse apenas de uma questão de gostar ou não do título. Está claro que Figuras Escondidas tem um viés mais provocativo e ideológico enquanto “Estrelas Além do Tempo” tem um viés mais romanceado. Assim, a mudança na tradução para o português expressa a dificuldade do brasileiro na discussão transparente do racismo no país.
É evidente que o filme que conta a história de cientistas negras da NASA, que no auge da corrida espacial travada entre Estados Unidos e Rússia durante a Guerra Fria, tiveram um papel crucial para a vitória dos Estados Unidos, liderando uma das maiores operações tecnológicas registradas na história americana e se tornando verdadeiras heroínas da nação, tem no título “Figuras Escondidas” uma clara reflexão crítica em relação as milhares de personalidades sejam negros, judeus, mulheres, entre outros, que desempenharam papel fundamental ao longo da história da humanidade, mas simplesmente foram saqueados da história.
Vejamos algumas das “Figuras Escondidas” do Brasil na questão racial que você sequer talvez saiba que existiram ou que eram negros e negras. Vejamos alguns exemplos:
Dandara dos Palmares foi uma grande guerreira na lua pela liberdade do povo negro. No século XVII, conquistou espaço de liderança nas lutas palmarinas e enfrentou todas as lutas seguintes em Palmares. Foi companheira do Zumbi de Palmares e seguia ao seu lado sem perder o protagonismo feminino.
Nilo Peçanha, presidente do Brasil entre 1909 e 1910. Nilo Procópio Peçanha foi o primeiro – e até agora o único – presidente do Brasil negro. Filho de pai negro e mãe branca, Peçanha assumiu a presidência após a morte de Afonso Pena e ficou no cargo entre 1909 e 1910.
Joaquim Maria Machado de Assis, nascido em 1839, quase dispensa apresentações, pois é considerado o maior nome da literatura brasileira. Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário. Testemunhou a mudança política no país quando a República substituiu o Império e foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época.
André Rebouças, nasceu em 1838, filho de Antonio Rebouças, advogado, parlamentar e conselheiro do Império. Estudou nas melhores escolas do Rio de Janeiro, completando seus estudos na Europa, onde se especializou em fundações e obras portuárias. Participou na Guerra do Paraguai (1865-1870), como engenheiro.
Por fim, reafirmo, é está a importante contribuição reflexiva que o filme traz e que a tradução romantizada do título no Brasil, creio não por acaso, põe a perder. Que estas mulheres foram estrelas e marcaram a história além do tempo, assim como milhares de outros homens e mulheres, ninguém dúvida. A questão que as diferenciam, no entanto, é o fato de não terem sido notórias ao grande público.
O fato de terem sido apagadas e escondidas da história. E somente agora, tantos anos depois, trazidas para os centros das atenções. Que o filme sirva como um ponto de atenção para que essa história não continue a se repetir. Que as pessoas sejam reconhecidos pelos seus feitos e não pelo grupo étnico, social, racial, entre centenas de outras características do qual fazem ou não parte.
Se você for até uma livraria convencional, mesmo que nas principais capitais do Brasil, a realidade que encontrará nas prateleiras, em pleno século XXI, é de pouquíssimo espaço para os autores negros. Mas essa luta, assim como todas as outras que o povo negro precisa enfrentar, ganha força a cada dia. A literatura negra brasileira ganha duas obras incríveis, para fortalecer ainda mais o movimento.
O ator, diretor e escritor Lázaro Ramos, lança “Na minha pele”. Nessa obra, ele trata de episódios íntimos de sua vida e estabelece um diálogo franco com os leitores sobre pluralidade cultural, racial, étnica e social. Num mundo ainda tão cheio de preconceitos, Lázaro traz em sua escrita, um misto de conversa ora afetuosa e ora provocadora, colocando na mesa questões de extrema relevância e se perguntando sobre o que é ser negro hoje no Brasil.
O projeto do livro surgiu há 10 anos, em meados de 2007. As experiências vividas por Lázaro durante as gravações do programa Espelho, do Canal Brasil, fortaleceram a narrativa. A obra traz um tom autobiográfico e, por vezes, assume a forma de um diário. A sua sinceridade e simplicidade, emocionam e até mesmo incomodam, são como um dedo na ferida.
Em paralelo, a editora Perspectiva, transforma em livro o ciclo de palestras realizadas em 2012, pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. “O racismo e o negro no Brasil” oferece ao leitor um profundo e candente debate sobre o espinhoso tema do racismo e preconceito no país. A obra reúne nomes importantíssimos do movimento negro, como Maria Beatriz Costa Carvalho, Kabengele Munanga, Isildinha Baptista Nogueira, Maria Lúcia da Silva.
O aspecto psicanalítico é largamente abordado no livro, endossando a questão de que as condições socioeconômicas e ideológicas há anos enfrentadas pelos negros no Brasil, têm moldado suas estruturas psíquicas, e esses danos não são facilmente resolvidos.
O movimento literário negro vem ganhando espaço e, com isso, é possível notar o surgimento de um “eu-enunciador” que tem assumido posicionamentos políticos e ideológicos de maneira forte e com grande embasamento teórico e social.
Dois dias de julho, mês das férias, com brincadeiras e atividades inspiradas na cultura afro-brasileira, num espaço de grande simbologia ancestral para comunidade negra. O Quilombinho, evento realizado no estilo colônia de férias em Vitória (ES), durante uma semana inteira, chega em São Paulo em uma versão compacta, mas não menos divertida.
Foto: Divulgação
Idealizado pela organização capixaba Instituto Das Pretas.Org, liderado pela blogueira e ativista Priscila Gama, o evento Quilombinho tem temática negra, porém é aberto a todas as crianças que querem brincar e ao mesmo saber mais sobre a influência da cultura afro-brasileira.
Contação de histórias, oficinas de bonecas, dança afro, cineminha, capoeira, Baile dos Crespinhos, momento de rimas e grafites fazem parte da programação do Quilombinho em São Paulo,uma celebração a identidade negra.
Foto: Divulgação
O evento está sendo feito em parceria com o site Mundo Negro e com os apoios da pedagoga Clelia Rosa, da blogueira Marfim Rosa e das empresas Era uma Vez um Mundo e Crespinhos SA. Um dream time formado por pais e mães empenhados no empoderamento infantil das crianças negras.
Inscrições
O Quilombinho terá 60 vagas para crianças e adolescentes de 1 a 14 anos. Os pais deverão deixar as crianças no começo do evento e busca-las ao final, a não ser que eles também sejam voluntários do projeto. O período de inscrições se inicia em 1o de julho. Você pode inscrever seu e-mail aqui para ser notificado.
Time de voluntários
No ES, o Quilombinho foi realizado por um Time de Voluntários e Oficineiros, dentro de uma programação pedagógica que atendia o perfil da criançada. Os pequenos foram divididos em duas turmas, de acordo com a idade. Para a versão paulistana, o evento está recrutando 20 voluntários, que precisam além de gostar e ter paciência com crianças, ter alguma identificação com projeto. As inscrições nesse link (clique aqui)
Serviço
Quilombinho – Colônia de Férias (EDIÇÃO SÃO PAULO)
Data: 15 e 16 de julho
Inscrições a partir de primeiro de julho
Hora: das 14h às 18hs
Local: Centro de Culturas Negras do Jabaquara
Endereço: R. Arsênio Tavolieri, 45 – Jardim Oriental, São Paulo – SP, 04321-030
Telefone: (11) 5011-2421
Inscrição gratuita
Link para evento no Facebook:http://bit.ly/2salLRx
Para maiores informações: quilombinho.daspretas@gmail.com
Diversidade, segundo definição do próprio dicionário, é basicamente a qualidade daquilo que é diferente. O momento é ideal para abordar o assunto, já que grandes instituições começaram a voltar os seus olhares para os resultados positivos que a inclusão traz para o dia a dia de seus times. Estimular a inovação e a criatividade são apenas alguns dos tantos benefícios que a diversidade é capaz de promover.
No dia 03 de Julho, a instituição de ensino ESPM abrirá as suas portas para receber Liliane Rocha e toda a sua experiência na área de Responsabilidade Social para falar sobre Diversidade e Marketing. O curso terá duração de 04 dias, das 19h30 às 22h30 e tem como um dos principais intuitos, falar sobre como a comunicação pode ser inclusiva e não preconceituosa. Além de Liliane, o curso também contará com a docência de Marcus Nakagawa.
Liliane Rocha, que é especialista em diversidade, atua há mais de 12 anos na área, prestando consultorias a empresas de grande porte e terceiro setor. Atualmente, é diretora executiva da Gestão Kairós, uma empresa que busca promover a transformação social por meio de uma atuação estratégica pautada em sustentabilidade e diversidade. A carteira de clientes dela conta com empresas como Coca-Cola e Instituto Unibanco.
As inscrições para o curso já estão abertas e os valores e condições de pagamento podem ser encontradas no site da universidade, assim como mais detalhes. A ESPM fica localizada na Rua Joaquim Távora, número 1.240, entre as estações de metrô Ana Rosa e Vila Mariana.
Atualizando: Pedro voltou para casa durante a madrugada depois de vagar pela rua e ser assediado. Agradecemos quem se envolveu para ajudar o menino, seja compartilhando o texto, seja por meio de vibrações e orações.
Evelin Dias mãe de Pedro Augusto de 14 anos usou seu perfil do Facebook para pedir ajuda para localizar o seu filho, desaparecido desde a tarde de desse segunda feira, 12 de junho.
O jovem que estuda Escola Municipal Cientista Mario Kroeff, Penha,RJ, bairro onde também residem, disse estar sofrendo hostilidade por parte da coordenação da escola e colegas depois de ter dado queixa de que estava sofrendo racismo.
A mãe já tinha agendado um consulta para Pedro com um grupo de ajuda, mas ele fugiu de casa antes de ser atendido, deixando um bilhete dizendo: “Não estou fugindo por cause de vocês, é por outros motivos e também por causa da escola”.
Reprodução Facebook
Link do perfil da mãe de Pedro no Facebook.(clique aqui)
Está difícil dar conta de tantos artigos e eventos sobre diversidade. Escrevo sobre negritude e inclusão racial há quase 20 anos, desde que concluí a faculdade, mas nunca vi esses temas tão em voga como em 2017. É um misto de alegria e tensão. Vejo tantas besteiras, equívocos, presunção e preguiça em entender a questão como um todo, que resolvi por meio desse texto, desmembrar um dos pilares da diversidade, que vejo ser tão crítico quanto contratar profissionais de pele escura para cargos de liderança.
Por meio do meu site, Mundo Negro, recebo semanalmente, e-mails de pessoas pedindo apoio para divulgar seus projetos de impacto social na vida da comunidade negra, direta ou indiretamente. Livros, canais no Youtube, Cds, um grande evento, reforma de um empreendimento, ampliação de um projeto comunitário, compra de material para crianças carentes e eu poderia escrever muito mais. O fato é que é visível a dificuldade para monetizar projetos feitos para comunidade negra que recorre muitas vezes às plataformas de financiamento coletivo, disputando espaço com projetos criados por grupos privilegiados, que têm grana para bancar uma apresentação bacana e divulgá-la.
Começo com o meu próprio projeto, que apesar de ter parcerias eventuais, poderia ser muito maior se as agências de publicidade percebessem que além de colocar o rosto negro do comercial, há veículos criados por pessoas negras, para falar com pessoas negras, que elas não cogitam em patrocinar, pois não se dão ao trabalho de mapear esses projetos. E olha são MUITOS. Bom, corrigindo: eles elegeram três ou quatro rostos negros e acham a lição de casa já está feita.
Sabemos que hoje, felizmente, as marcas não investem somente em projetos de grande alcance numérico, mas também naqueles com algum valor social. Vale um olhar mais cuidadoso e uma curadoria mais empenhada para projetos de nicho voltado para os negros brasileiros.
Contratar a pessoa negra é muito importante, mas para dar legitimidade ao seu discurso de diversidade você precisa entender o cotidiano desse público que você decidiu abraçar, quem eles são e como vivem, assim como temos casos exemplares com recorte de gênero.
Você verá que carecêssemos de representatividade por que nossos pares estão tentando emplacar projetos que nos contemplem do ponto de vista de arte, consumo, informação e educação há muito tempo e a maioria morre na praia. Há centenas de projetos encabeçados por pessoas negras, que terão um impacto na comunidade como um todo, esperando um patrocínio para sair do papel. Isso te incomoda também?
O reconhecimento facial não é uma tecnologia tão distante do nosso dia a dia. O Facebook usa esse recurso quando liga o rosto dos seus amigos, ao perfil deles quando você posta uma foto, por exemplo. Tudo isso é feito por meio de algoritmos dos softwares específicos, elaborados por meio de configuração de códigos baseados em rostos reais. Se antes esses programas não reconheciam rostos negros, já que não havia diversidade na programação, agora eles também pode dizer como você é constituído geneticamente, ou pelo menos tentam. Um deles é Kairos, produto de uma empresa americana de inteligência artificial (com mesmo nome) especializada em reconhecimento facial através de fotos, vídeos e até mesmo na vida real.
Por um meio do software da companhia, apontada como uma das 20 melhores start ups pelo Wall Street, em 2013, é possível saber o gênero, raça e até humor das pessoas apenas ao captar seu rosto com a câmera. O recurso é útil para a polícia, apesar de ser bem polêmico nessa questão, pode ser usado em testes psicológicos, porque também detecta humor, ajuda no recolhimento de dados demográficos e auxilia empresas que poderão usar os dados para detectar como as pessoas respondem a sua marca.
Teste de Ancestralidade
Eu testei o programa por meio do site da Kairos, gratuitamente. O resultado diz que sou 80% negra e 10% hispânica e 10% asiática, o que me causou um estranhamento, já que minha bisavó materna era branca e portuguesa.
Pelo perfil dos meus amigos notei opiniões diversas, mas os produtores do software garantem que ele é mais fiel que um teste de DNA.
De acordo com a empresa os dados são obtidos exclusivamente por meio da análise do rosto, portanto usa processos bem diferentes do estudo da árvore genealógica obtido nos tradicionais testes de DNA. “ Às vezes, o teste revela informações que você estava completamente inconsciente”, diz o site. Pois é, sangue asiático foi uma surpresa para mim.
Kairos usa um exemplo. Brook England, uma produtora da BET , mãe afro-americana e pai cubano. Veja o resultado do teste.
Imagem: Divulgação
“Eu não sou próxima a família do meu pai, então acho que tem muito que eu não saiba ainda”, ressalta England no site da empresa.
Bateu a curiosidade? Você pode fazer uma demonstração gratuita do software clicando aqui.
Em 08 de junho de 2017 acontece o lançamento do documentário “Encontro das Águas” em São Paulo. Realizado por Flávia dos Santos e Zaíra Pires e dirigido Mestre Negoativo, o filme de 2016 acompanha a jornada de duas mulheres negras belo-horizontinas, Rosane Pires e Iara Viana, durante os preparativos para seu casamento, bem como as cerimônias civil e religiosa. A história é pano de fundo para levantar um importante debate sobre gênero, raça, sexualidade e religiosidade de matriz africana, e sobre a intersecção de violências sobre a vida das mulheres negras homoafetivas no nosso país.
https://youtu.be/hRUqrcQWEeE
A jornalista Zaíra Pires, uma das idealizadoras do projeto, fala sobre a necessidade de se tornar pública a felicidade de mulheres negras, que são duplamente oprimidas pela sociedade, e o quanto suas conquistas são motivo de comemoração: “Uma mulher negra feliz é uma revolução, já que estamos sendo cotidiana e ostensivamente violentadas pelo racismo e pelo machismo, ambos tão naturalizados na nossa sociedade, o que faz com que tenhamos muito mais dificuldades que outros cidadãos para ter nossos direitos garantidos e nossas existências respeitadas. Quando, a despeito de todos esses abusos e ausências, nós continuamos caminhando, sobrevivemos e vencemos, estamos afirmando que não vamos ceder. Nossa felicidade é política”.
FICHA TÉCNICA:
Título: Encontro das Águas Sinopse: O filme acompanha a jornada de duas mulheres negras belo-horizontinas, Rosane Pires e Iara Viana, durante o preparativos para seu casamento, bem como as cerimônias civil e religiosa. Essa história é pano de fundo para levantar um importante debate sobre gênero, raça, sexualidade e religiosidade de matriz africana, e sobre a intersecção de violências sobre a vida das mulheres negras homoafetivas no nosso país.
Após a exibição, haverá um debate com Rosane e Iara Pires Viana sobre os temas do documentário, a saber gênero, raça, sexualidade e religiosidade de matriz africana.
Histórias para te inspirar na semana dos namorados. Body Positive é uma nova “filosofia” onde mulheres grandes, plus size, celebram seu corpo do jeito que é com estrias, celulite e flacidez. E quem ama a si mesma, mesmo sendo fora dos padrões esperados para as mulheres, sabe que merece ser amada e esse é o caso de Jazzy, uma americana que não só exibe seu corpo grande com muito orgulho, mas mostra que para o seu marido, todo malhado o seu peso não é um problema.
Ela postou uma foto no Instagram, onde estava usando de um biquíni de mãos dadas com seu marido fortão. Na legenda, Jazzy abriu o jogo sobre o que é ser casado com alguém “sarado” e como ela lutou por anos para se sentir confortável com isso.
“Ao longo dos anos este homem amou cada curva, cada dobrinha e cada estria no meu corpo”, escreveu ela no Instagram. “Eu nunca entendi por que! Como ele poderia amar algo que não é perfeito? Como um homem que foi ‘nascido fit’ poderia amar alguém como eu!”.
Depois de aderir a filosofia body positive a confiança de Jazzy disparou.
Eu não tenho uma barriga lisa, quando eu ando tudo balança, se eu correr muito, minhas dobrinhas batem palma (risos), continuou ela. “Mas agora eu vejo que eu tenho o corpo perfeito. Cada dobrinha, curva, estria colocada em mim são simplesmente perfeitas para fazer nós dois felizes. Eu amo meu corpo e finalmente consigo ver porque você ama também”.
https://www.instagram.com/p/BU3uwndgYuh/
Pelos comentários do post em seu Instagram é possível notar como muitas ainda sofrem para aceitar o seu corpo e permitir serem amadas.
“Eu também tenho um marido sarado e sempre fico muito insegura sobre isso”
“Quando meu marido está com seus amigos, todos malhados também, eu fico insegura. Eu sei que ele ama as minhas curvas e aos pouco eu também estou aprendendo a amá-las”.
“Você é linda. Todos podem ver isso, não só seu marido “.
Jazzy é uma mulher grande e não quer ser amada pela beleza interior e sim, pelo seu corpo real que também é belo. Consciente da sua beleza ela se permitiu ser amada e tem uma relacionamento repleto de amor e carinho, como todos nós merecemos