Pesquisas de mercado são cada dias mais importantes para que empresas possam lançar produtos ou criar novas estratégias de negócios com mais precisão e a diversidade conta cada vez mais como fator importante para o levantamento de dados.
Focada no público afrodescendente o Painel BAP tem um site onde cadastra gratuitamente pessoas que irão responder a pesquisas remuneradoras, com valores que variam 1,50 à 4 dólares, podendo participar até em mais de uma simultaneamente (de acordo com o perfil a pesquisa). E há vários tipos de pesquisas de produto para pele, cabelo, trailer de filmes, ou embalagens.
“O interessante é que sendo o Painel BAP composto por 80% de pretos, toda vez que uma pesquisa é enviada para nossos membros, garantimos um pessoa negra responda e que haja diversidade nas respostas”, explica Luanna Teofillo fundadora da empresa que nasceu durante sua temporada na França, onde fez Mestrado.
Tão importante quanto a renda que pessoas negras podem receber com as pesquisas, o projeto oferece as empresas dados de um público que compõe mais de 50% da população brasileira e tem suas especificidades ignoradas muitas vezes. Se falamos de prestação de serviços, o componente racismo não pode ser ignorado. Luana cita o caso do AirBnB que fez uma pesquisa sobre discriminação porque descobriram que há muito racismo por parte dos donos dos apartamentos.
Como participar
Atualmente o painel tem por volta de 1000 pessoas cadastradas e a expectativa é que esse número chegue a 10 mil até outubro O interessado deve ser cadastrar no site do Painel BAP e fazer seu cadastro de forma gratuita. Após a confirmação do e-mail pela plataforma, o candidato já estará disponível para receber convites para pesquisas remuneradas e responde-las pelo aplicativo OpinionApp .
“Nosso negócio só funciona porque é coletivo e a participação das pessoas causa um impacto social que vai mudar paradigmas sociais e provar dentro de um sistema que juntos somos fortes”, comemora Luana.
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) ganha espaço público nas mídias e redes sociais no próximo 26 de abril, Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, motivo pelo qual a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) reuniu as principais dúvidas da população em torno desta doença que apresenta consequências importantes e até fatais.
“Considerado um problema de saúde pública, no Brasil, 36 milhões (32,5%) de indivíduos adultos são hipertensos. Mais de 60% dos casos ocorrem entre idosos, o que contribui direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular (¹). Quem tem pressão alta pode sofrer não somente alterações na função do coração como também uma arritmia cardíaca e, por isso, níveis acima de 14/9 merecemacompanhamento médico”, explica a cardiologista Denise Tessariol Hachul, Presidente da SOBRAC.
Na maioria dos casos, os pacientes são assintomáticos. Vale lembrar que 80-90% das mortes súbitas cardíacas (MSC) são decorrentes de algum tipo de arritmia cardíaca.
“Em grande parte, a pressão arterial alta é do tipo primária, ou seja, geneticamente determinada, e os pacientes são sensíveis ao excesso de ingestão de sal. Mas a hipertensão também pode ser secundária, em decorrência de doenças renais, entre outras. Conhecer a sua origem é fundamental para a adoção de medidas preventivas e de introdução do tratamento adequado”, completa a cardiologista da SOBRAC.
14 Perguntas e Respostas sobre Hipertensão Arterial:
1 – O que é Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)?
A hipertensão é caracterizada por elevação sustentada dos níveis de pressão arterial, acima de 140×90 mmHg (milímetro de mercúrio), popularmente conhecida como 14/9 – o primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração; o segundo, à pressão do movimento de diástole, quando o coração relaxa.
Embora a HAS primária não tenha cura, pode ser controlada com medicamentos e algumas mudanças no estilo de vida do paciente. Já a HAS secundária pode ser curável, dependendo da causa.
2- Quais os tipos de Hipertensão?
Pode ser primária ou secundária. A HAS primária (95% dos casos) geralmente se desenvolve ao longo dos anos e, por isso, é considerada uma doença silenciosa e perigosa. A secundária é quando existem algumas condições preexistentes, como doenças dos rins, suprarrenais, tireoide, entre outras.
3 – Como diagnosticar a doença?
A Hipertensão é diagnosticada pela aferição da pressão arterial, que deve ser realizada por um médico e/ou outros profissionais da saúde capacitados. É imprescindível a utilização de técnicas adequadas, equipamentos “calibrados” e validados. No consultório, o médico inicia a avaliação fazendo a anamnese, ou seja, averiguando a história médica pessoal e familiar do paciente e um exame físico. Podem ser necessários exames laboratoriais e outros exames subsidiários.
4 – Quais os sintomas da HAS?
A Hipertensão pode ser assintomática, mas há casos de pacientes que apresentam dor ou pressão na cabeça, especialmente na nuca, sangramento nasal, cansaço excessivo aos esforços, tonturas, fadiga e inquietação, sintomas que podem ser confundidos com ansiedade.
5 – A Hipertensão atinge somente idosos?
Embora seja mais prevalente nesta faixa etária, a doença pode acometer qualquer pessoa, de qualquer idade. Há uma associação direta entre envelhecimento e HAS, em que estudos já realizados no Brasil indicam uma prevalência de, aproximadamente, 70% em indivíduos acima de 60 anos.
6 – O que pode causar a Hipertensão?
Hereditariedade, envelhecimento, obesidade, excesso de consumo de sal em pessoas sensíveis e estresse são as causas mais comuns. Tabagismo, consumo exagerado de bebida alcoólica e sedentarismo são situações comumente relacionadas à HAS.
Também pode causar hipertensão doenças renais, hipertireoidismo, uso excessivo de anti-inflamatórios não-hormonais, cortiço-esteroide e alguns tipos de anticoncepcionais podem causar hipertensão secundaria.
7 – Quais outros fatores que devem ser considerados?
Fatores psicossociais, econômicos, educacionais, são condições que contribuem para a hipertensão. Sono inadequado causado por estresse e apneia do sono são importantes fatores associados à HAS.
8 – A HAS é mais prevalente em homens ou mulheres?
Geralmente nas mulheres. Entre os homens é mais prevalente até 50 anos de idade. A partir desta faixa etária ocorre uma inversão, atingindo até 60% de mulheres após os 75 anos de idade. Após a menopausa, as mulheres têm uma prevalência de hipertensão igual ou superior à dos homens, porem com maior gravidade.
9– Algumas etnias são mais propensas à Hipertensão?
Sim. Estudos apontam que na raça negra a hipertensão é 24,2% maior comparada a adultos pardos (20,0%) e nos brancos (22,1%). Numa comparação entre todas as demais etnias, a doença atinge 11,1% da população indígena; 10% da amarela; 26,3% da parda/mulata; 29,4% da branca e 34,8% da negra (²).
10 – A alimentação pode desencadear pressão alta?
Especificamente, a ingestão de sal é um dos principais fatores de risco para a hipertensão, doenças cardiovasculares e renais em indivíduos predispostos. No Brasil, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), obtidos em 55.970 domicílios, mostraram disponibilidade domiciliar de 4,7g de sódio/pessoa/dia (ajustado para consumo de 2.000 Kcal), excedendo em mais de duas vezes o consumo máximo recomendado (2 g/dia) (³).
11 – O açúcar é prejudicial no controle da Pressão Arterial?
Tal como o sal, o açúcar em excesso é bastante prejudicial para os hipertensos, pois favorece a obesidade e resistência à insulina, principais mecanismos do desenvolvimento da hipertensão em pacientes com Síndrome Metabólica.
12- A ingestão de bebida alcoólica favorece ao desenvolvimento da HAS?
Sim. O consumo exagerado de bebidas alcoólicas está relacionado ao aumento pressão arterial de forma consistente.
13- Qual é o papel da atividade física no controle ou combate à HAS?
A atividade física tem papel importante para o melhor funcionamento do organismo como um todo, promovendo uma melhora metabólica com a queima calórica, de gordura e todos os demais excessos provocados pela má alimentação e sedentarismo.
14 -Qual o tratamento da HAS?
A hipertensão pode ser controlada com medidas multiprofissionais, que contemplem medicações especificas e mudanças de hábitos alimentares, além de atividade física.
O diagnóstico preciso e o melhor método de tratamento devem ser orientados por um clínico ou cardiologista. É importante que o paciente siga as recomendações médicas, não se automedique, nem interrompa o uso de medicamentos recomendados para o controle da doença.
Se não tratada, a doença diminui em até 40% a expectativa de vida quando comparado a um indivíduo sadio. Quando negligenciada, a HAS pode ser fator desencadeante de insuficiência renal, acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH), dilatações da artéria aorta, dilatações do coração, arritmias, complicações oculares (perda da visão), impotência sexual, entre outras doenças.
(*) Dra. Denise Tessariol Hachul
Presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC). Graduada em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (FMUSP), com residência de clínica médica no Hospital São Paulo e em cardiologia no Instituto do Coração – HC – FMUSP. Especialista em arritmia pela Unidade Clínica de Arritmia e Marca-passo do Incor – FMUSP. Como médica assistente da unidade, desenvolveu a Unidade de Síncope e o Laboratório de Avaliação Autonômica. Completou doutorado pela FMUSP, em 1998. Atualmente é médica coordenadora da Unidade de Síncope do Instituto do Coração do HC-FMUSP e do Hospital Sírio Libanês. Atua principalmente nos seguintes temas: Síncope, Disautonomia e Arritmia Clínica.
Ao longo dos séculos XIX-XX, durante os períodos da colonização europeia, descolonização e reorganização das sociedades africanas, diversos intelectuais nascidos na África apropriaram-se de um vasto conjunto de referenciais teóricos, conceituais e metodológicos, empregando-os para expressar a posição de seus coetâneos em relação ao mundo. O livro O pensamento africano no século XX (Editora Outras Expressões), apresenta uma introdução aos debates desenvolvidos por intelectuais consagrados na luta pela autodeterminação dos povos africanos, no combate ao etnocentrismo e ao racismo, na proposição de alternativas para a justiça social e a democracia em seus respectivos países.
O Centro de Pesquisa e Formação do Sesc realiza, no dia 26 de abril, um bate-papo com o organizador do livro, José Rivair Macedo e o doutor em História da África, Muryatan Barbosa sobre o tema do livro.
Os assuntos tratados dizem respeito aos problemas comuns que afetaram os africanos durante o período colonial (que deram origem aos ideários do pan-africanismo e da negritude), durante o período da descolonização (com alternativas revolucionárias para a libertação nacional e a reorganização social, econômica, política e cultural) e durante o período pós-colonial (quando o problema passou a ser a gestão interna dos recursos disponíveis, a superação do legado colonial e a distribuição do poder político-econômico).
Alguns intelectuais estudados participaram ativamente da história política, liderando movimentos de libertação e ajudando a criar nações (Frantz Fanon, Amilcar Cabral), outros alcançaram a posição de chefes de Estado (Léopold Sédar Senghor, Kwame Nkrumah). Também são analisadas obras de filósofos (Marcien Towa, Paulin Hountondji, V. Y.Mudimbe, Severino Ngoenha), historiadores (Joseph Ki-Zerbo), escritores (Wole Soyinka) ou cientistas sociais (Cheikh Anta Diop, Achille Mbembe) que ganharam notoriedade ao propor explicações sobre a condição dos africanos no cenário internacional, sobre as alternativas encontradas por eles para criar instituições políticas e sociais modernas, rompendo ou não com as formas tradicionais de organização vigentes em todo o continente.
Com José Rivair Macedo é doutor em História Social pela FFLCH-USP e pós-doutor em História pela Universidade de Lisboa. Docente no Departamento de História da UFRGS. Atualmente é coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Africanos da UFRGS, e da Rede Multidisciplinar de Estudos Africanos do Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados da UFRGS.
Com Muryatan Barbosa é doutor em História da África pela FFLCH-USP. Foi pesquisador visitante na Universidade de Harvard e consultor da UNESCO-Brasil para o Programa Brasil-África. Docente do Bacharelado em Ciências Humanas e do Bacharelado em Relações Internacionais da UFABC.
O pensamento africano no século XX Dia 26 de abril de 2017, quarta, das 19h às 21h30.
Recomendação etária: 16 anos. Número de vagas: 30
Grátis – mediante inscrição.
Informações e inscrições pelo site (sescsp.org.br/cpf) ou nas unidades do Sesc no Estado de São Paulo.
Centro de Pesquisa e Formação do Sesc Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar. Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 10h às 22h. Sábados, das 9h30 18h30.
Ainda sem data certa para lançamento, (provavelmente em maio) mas com uma equipe trabalhando à todo vapor, a Rap Burguer – Hamburgueria Artesanal, promete agradar o palar e os ouvidos dos amantes do Rap e Hip-Hop.
Localizado na região do centro de São Paulo, mas especificamente na Augusta o local tem potencial para ser um importante ponto de encontro dos amantes da cultura negra e, claro de um bom e suculento hambúrguer.
O projeto está agora na fase de contratação da equipe, que tem que estar afinada a temática da hamburgueria. Confira as vagas:
Caixa - Responsável pela checagem e cobrança do bem consumido, realizar a abertura e fechamento de caixa, e emitir notas fiscais.
Requisitos: Ensino médio completo, ser organizado e atento, saber se relacionar de maneira cordial com os clientes e supervisores.
Ajudante de cozinha – Preparo de lanches e sobremesas; ajuda com a limpeza do ambiente; e auxílio ao Chef. Requisitos: Ensino médio completo, bom relacionamento interpessoal, boa comunicação, conhecimento do seguimento e domínio da rotina de cozinha.
Chapeiro – Atuará no preparo e montagem de lanches e porções em geral. Organizar o local de trabalho, utensílios e geladeiras.
Requisitos: Ensino médio completo, experiência comprovada, bom relacionamento interpessoal, boa comunicação, ser organizado e atento.
Garçom - Servir aos clientes de forma cordial e gentil; anotar e repassar pedidos; e manter a limpeza e organização das mesas.
Requisitos: Ensino médio completo, bom relacionamento interpessoal, boa comunicação, conhecimento do segmento. Para o garçom conhecimento da cultura Hip Hop será um diferencial.
Informações para todos os cargos:
Os currículos devem ser enviados para: rh@rapburguer.com.br
Escala: 6×1; Terça feira a domingo Períodos: Turno Diurno (10h – 18h); Turno Noturno(17h30 – 00h)
Benefícios: VT, Alimentação no local, Assistência Médica.
Seja pela entrada cada vez maior da mulher no mercado de trabalho ou pelas conquistas do feminismo, o adiamento da gravidez hoje é considerado um fenômeno mundial. No Brasil, a idade média para ter o primeiro filho já é de 30 anos. E com as novidades da ciência, muitas estão se tornando mães em idades mais avançadas.
Se por um lado esse cenário só é possível graças aos avanços nos tratamentos de preservação da fertilidade, por outro remete a um contexto novo de redefinição dos papeis sociais do homem e da mulher, em que ter filhos deixa de ser um padrão normativo para ser uma questão de planejamento. Diante disso, os casais podem se ver cooptados por algumas dúvidas. A começar pelo “momento certo” de engravidar: será que existe isso, em termos biológicos? E como saber qual é a hora?
“Existe, sim, o momento certo para engravidar, o problema é identificá-lo”.
A afirmação é de Newton Busso, diretor-tesoureiro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (SOGESP) e especialista em reprodução assistida.
O médico diz que já existem aplicativos que ajudam a verificar os sintomas do período fértil e que vêm até com um termômetro basal, usado para detectar o período de ovulação. Alguns exemplos são o Calendário Menstrual (gratuito, disponível na Play Store), o Ovuview (apenas para Android) e o Natural Cycles (pago, e também pode ser usado como método contraceptivo).
Questionado se engravidar pode ser mais fácil para umas mulheres do que para outras, o médico afirmou que não existe esse tipo de comparação, contanto que estejamos falando de homens e mulheres sem nenhum problema orgânico com atividade sexual frequente (cerca de duas a três relações por semana ao longo de um ano, o suficiente para que o casal tenha sido exposto a chances reais de gestação). “O principal impedimento para a gravidez continua sendo a idade da mulher, independente de ela ser saudável ou não”, explica o especialista.
Se depois de um ano de tentativa a mulher ainda não conseguir engravidar, o casal já deve ser investigado para descartar a possibilidade de uma doença, que por ventura esteja interferindo no processo reprodutivo.
Em relação a tratamentos alternativos, ainda não existem medicamentos nem vitaminas que ajudem a mulher a engravidar, mas uma vida saudável, prevenindo desvios de peso e doenças sexualmente transmissíveis, sem uso abusivo de álcool, café, cigarro e outras drogas, costuma ser recomendada. E a dica é colocar a gravidez no planejamento antes dos 35 anos de idade, pois, apesar dos avanços tecnológicos, o corpo biológico continua tendo um ritmo de produção igual ao de nossas avós.
Caso não haja possibilidade de gestação no momento, por decisão da mulher (esteja ou não em um relacionamento), uma alternativa é congelar os óvulos para ter maior chance no futuro se necessitar de tratamentos de fertilização in-vitro. Lembrar sempre que os tratamentos são uma alternativa para quem deles necessite e não garantia de gestação, principalmente em faixas etárias mais altas.
“Queremos mostrar as crianças que a sua estética natural é muito bonita”. Essa é uma maneira modesta que Renata Morais, Coordenadora da Crespinhos S/A produtora especializada em crianças e adolescentes negros, descreve o projeto da criação de um livro de referência para os pequenos, num projeto inédito no Brasil, feito por e para crianças, com a participação dos seus familiares: Crespinhos S/A : O livro.
E só ver as crianças da produtora falando sobre seus cabelos, cor de pele, para ver o quanto estimular a criança a conhecer a sua beleza e apreciá-la pode ser revolucionário.
Porém não são todas as crianças que têm a oportunidade e até mesmo o interesse de ingressar no meio artístico ou de moda, e e aí que a o livro Crespinho S/A entra, como um obra de referência estética para as crianças e jovens negros.
Nele, as crianças negras são as grandes protagonistas e narram as suas histórias de empoderamento após a entrada para a Crespinhos S/A em páginas ilustradas com fotos e texto escrito por crianças e suas mães. “O livro também é para as crianças que precisam ver e ouvir as nossas histórias. Se reconhecendo no livro elas vão se sentir especiais”, diz Renata.
Nós nascemos com pele negra mas a nossa construção étnica enquanto identidade vem com o tempo. Erramos, aprendemos e melhoramos. A cultura negra não é ensinada na escola, de forma que não podemos esperar que brancos saibam sobre a nossas questões, e aí a importância do diálogo.
E foi em uma dessas conversas didáticas, onde brancos surgem com dúvidas sobre negros, que a atriz Cris Vianna e a diretora Maria de Medicis falavam sobre como chamar um pessoa negra informalmente sem ofendê-la. A amiga pergunta, você prefere ser chamada de preta ou pretinha? E Chris responde:
“Eu adoro ser chamada de preta, mas normalmente são os meus amigos e familiares que me chamam assim. Quando é alguém que eu não conheço, alguém com quem eu não tenho intimidade, prefiro que me chamem pelo meu nome”.
Veja a nota de Maria de Medicis obre o bate papo com Cris Vianna.
Reprodução – Twitter
Vários sites de celebridades distorceram o Tweet de forma quase desonesta.A mensagem acima se tornou uma pergunta racista da diretora para Cris Vianna, de acordo com o jornal o Dia e várias outras publicações:
“Cris Vianna teria rebatido com classe um comentário racista de Maria de Médicis. A diretora de novelas da TV Globo teria feito uma pergunta racista para a atriz.”
E as redes sociais não perdoaram:
Reprodução Facebook
Em nota publicada hoje Cris Vianna esclarece a distorção dos fatos.
“Esse diálogo faz parte de uma conversa entre amigas que se respeitam e se admiram. Uma conversa sempre pautada pelo respeito, pela amizade e pela busca de informações corretas, com propriedade e principalmente com caráter didático. Questionada respeitosamente, pela querida diretora Maria de Medicis sobre como eu espero que as pessoas de dirijam a mim, respondi tão prontamente com total conhecimento de causa, que prefiro ser chamada pelo meu nome. Qualquer interpretação além disso, não traduz a intenção, o carinho, nem a real sororidade daquele momento. Maria de Médicis é uma das mais respeitosas diretoras da Rede Globo. A qual eu admiro e tenho a certeza da reciprocidade. Respeitar para ser respeitada”.
Nesse tipo de distorção, típica de jornalistas que sabem que causar polêmica traz mais clicks do que mostrar uma amiga ajudando a outra, quem perde somos todos nós. Nem todos os brancos são contra negros e têm muitos querendo somar e aprender conosco. Querer um mundo mais igual, justo e gentil é uma pauta de todos.
Imagem: Google Images
Colaboração: Canal Claquete16
Forest Whitaker é um daqueles atores que faz com que a gente decida assistir um filme, só porque ele está no elenco. Ele tem credibilidade e é criterioso em relação aos roteiros que escolhe.
Além de atuar, o ganhador do Oscar de melhor ator em 2007 (O último Rei da Escócia), também dirige e produz filmes nos EUA. Há quem diga que sua cara de mal é o que lhe rende bons papeis como vilões. Eu diria que é o talento mesmo, até porque muitos dos seus personagens não são exatamente pessoas más, mesmo praticando maldades, eles são densos e complexos e até geram uma certa empatia. “Eu reparei que os personagens dele não são necessariamente vilões, são mais personagens com uma moral ambígua”, comenta Betina Costa do canal Claquete16.
Forest é notoriamente um dos astros da atualidade que mais se entrega aos personagens por meio de estudos e laboratórios.
Qual filme com Whitaker você gosta mais? Confira essa lista com cinco longas onde os personagens do ator americano, não são necessariamente as pessoas mais simpáticas do mundo.
1. Saw Saw Gerrera (Rogue One – Uma História Star Wars)
Imagem da campanha da grife Julia Plus (Fonte: Divulgação)
Ser negro no Brasil é mais, muito mais do que ser uma pessoa que sofre racismo e discriminação cotidianamente. Nós somos pais, mães, filhos, filhas, namorados e namoradas, estudantes, profissionais e consumidores. E se a publicidade quer mostrar que somos todos iguais, deveria então mostrar narrativas que comprovem isso, documentando em suas campanhas, que nosso dia-a-dia, não é repletos de batalhas e lástimas, apesar de todo o racismo real que vivemos. Não é preciso problematizar o tempo todo só por que decidiram incluir negros no job. E essa naturalidade (que por sinal Apple já faz muito bem, como comento nesse artigo) seria minha sugestão, como um primeiro passo para um publicidade realista e sincera. Veja alguns exemplos.
Primeiro passo: Naturalidade nas campanhas
No comercial abaixo, um homem negro está com sede e bebe água. Simples assim.
Nesse a mãe de derrete com o beijo do filho, assim como as brancas, asiáticas também fazem.
Essa campanha da Nescau, com um forte apelo para o empoderamento da mulher por meio do esporte, mostra também a mulher negra de uma maneira que a gente não costuma ver em grandes campanhas.
Um casee muito especial é essa campanha da Julia Plus, que é, sem dúvida uma das mais representativas para mulheres negras e para mulheres gordas.
Com modelos lindas,e a bela canção Córrego Rico, cedida por Ellen Oléria, o vídeo da campanha mostra como mulheres grandes, são doces, delicadas, amorosas e sensuais.
FASHION FILM OUTONO INVERNO 2017 JULIA PLUSMergulhe em um universo cheio de representatividade, tendências e referenciais de moda que irão inspirar o seu estilo para uma estação muito mais fashion e empoderada!O que vocês sentiram ao assistir nosso fashion film? #contapragente
Elas representam o grupo de mulheres mais rejeitadas, depois das mulheres trans e nessa campanha cada movimento do cabelo, o andar, o sorriso das modelos, mostram que elas amam a si mesmas , umas as outras e portanto, merecem também ser amadas e desejadas por outros.
Tudo isso, sem nenhum milímetro de apelo para questões de diversidade diretamente, nem para a da representatividade. O corpo gordo e negro está lá, porque ele está em todos os lugares.
“A escolha da casa também tem seu fundamento, ela foi construída em 1872 num período escravocrata, inclusive descobri que nesse ano foi divulgado o único censo no país que registrou a escravidão. Hoje essas mulheres voltaram livres e usufruindo de todo o espaço dessa casa que já foi um cenário de sofrimento”, explica o diretor criativo da campanha Mauro Miglioli Junior.
Segundo passo: Diversidade também na criação
O publicitário Fernando Montenegro, da ETNUS | Afroconsumo em seu artigo, publicado aqui no Mundo Negro, sobre publicidade e consumo, aponta que a falta de negros nos processos criativos das campanhas também é um grande problema. “Os responsáveis pela comunicação/produção industrial são pessoas não negras, que têm, como repertório, um imaginário bem descolado da realidade do público com quem querem se comunicar e ainda se alimentam dos estereótipos ultrapassados acerca dos afrodescendentes”, explica o pesquisador.
E não é exagero. A falta de negros no processo criativo criam coisas assim:
O Ministério da Justiça brasileiro processou a Kirin, dona da marca Devassa, por causa de um anúncio que foi veiculado entre 2010 e 2011 e considerado abusivo. O anúncio traz uma ilustração de uma mulher negra com um vestido de gala com as costas abertas, junto à mensagem “É pelo corpo que se conhece a verdadeira negra”Imagem da campanha “Rodovida” do Ministério do Transporte para evitar acidentes durante o carnaval.Peça publicitária da Bombril no Facebook gerou polêmica com essa homenagem ao Dia do Trabalhador Doméstico.
O cabelo liso como ponto da mulher negra, nessa campanha de produtos para o cabelo
O publicitário negro vai ser aquele pessoa estratégica e fundamental em uma campanha sem estereótipos e equívocos. As mulheres negras são as que menos se casam, portanto uma campanha com casais, deveriam poderiam, sempre ter uma mulher negra. E esse é um exemplo de dados, que provavelmente publicitários brancos não saibam.
E não adiante ter o publicitário negro para agradar a opinião pública. Dê a ela ou a ele, poder de decisão, escute o que ela tem dizer.
Terceiro passo: Anuncie em mídias negras
Inclua no seu planejamento, mídias negras para a exibição das suas campanhas. Dentro de um projeto de inclusão digital que sou fundadora, os Negros Digitais, temos grupos de discussão e a falta de anunciantes e patrocinadores é assunto frequente. Veículos incríveis não prosseguem por falta de anúncios.
Youtubers e blogueiros negros são ignorados pelos anunciantes
As agências parecem não ter mapeado a rica mídia online da comunidade negra, além de vários projetos sócio-culturais que poderiam carregar as marcas de seus clientes. E todos estão perdendo com isso. Há quem diga que influenciadores negros, também ganham bem menos que brancos para as mesmas funções, isso quando são pagos.
Então do que adianta fazer campanha com a comunidade negra se não se anuncia em veículos produzidos por ela?
A diversidade na mídia, nada mais é, do que ampliar a visibilidade da pluralidade humana. Felizmente a presença negra tem aumentação nas campanhas, mas até que ponto a comunidade negra está envolvida no processo ou é ouvida após o lançamento. Vamos dialogar e fazer melhor.
O Lab InfoPreta é um serviço de tecnologia feito de mulheres e para mulheres. Fundada em 2013 pela Buh D’Angelo, a InfoPreta tem como objetivo oferecer um serviço transparente e respeitável para mulheres que necessitam de serviços de manutenção de computadores. Além disso, a InfoPreta coordena o projeto Note Solidário da Preta, da qual a partir da reforma de notebooks doados acontece o repasse dos aparelhos para quem não tem condições de comprar um novo.
No mês de abril o Lab InfoPreta oferece o Workshop Planejamento da Comunicação para Empreendedoras. Com a missão de ensinar técnicas de comunicação para pequenas empresas, sobretudo de mulheres negras, o evento pretende tornar mais simples essa etapa tão importante para quem precisa divulgar seus produtos ou serviços.
Facilitado pela relações-públicas Taís Oliveira, o workshop acontece no dia 29 de abril com preços acessíveis, além disso terão vagas sem custo para quem não pode arcar com o investimento e espaço de brincar para que as mães empreendedoras possam levar seus filhos.
Sobre a InfoPreta
O intuito da InfoPreta é de proporcionar para todas as mulheres (cis e trans), moradoras periféricas em situação de vulnerabilidade, o acesso facilitado a computadores e a manutenção de seus computadores com preços acessíveis.
Nosso objetivo é impulsionar mulheres para as exatas, conservar o meio ambiente, com o descarte correto dos eletrônicos e outros materiais. Acreditamos na potencialização da formação de mulheres em situação periférica através do acesso a computadores e notebooks, consequentemente democratizando o acesso à internet.
Serviço: Evento: Workshop Planejamento da Comunicação para Empreendedoras
Local: Lab InfoPreta | Rua Brigadeiro Tobias, 118 – Centro
Data: 29/4 às 09h00
Site da InfoPreta: http://infopreta.com/ Sita para adquirir ingressos: http://bit.ly/PlanInfoPretas Site com informações da facilitadora: http://taisoliveira.me/