O documentarista e pesquisador Aristóletes Kandimba usou seu Facebook para fazer uma análise sobre o filme Pantera Negra de uma forma que não vemos em muitos lugares. Ele explicou a linguagem usada no longa bem como as etnias representadas no filme da Marvel.
“O idioma africano falado no filme, ou seja, a língua oficial do reino Wakanda, é uma língua Bantu chamada IsiXhosa, Prima da língua Zulu, ambas da África do Sul, e recheada de cliques da língua dos povos Khoisan (Bosquimanos). IsiXhosa do povo Xhosa (Miriam Makeba, Nelson Mandela, Steve Biko, etc)”, detalha Kandimba. E é verdade, em muitos momentos o sotaque de T’Challa lembra o de Madiba.
O pesquisador disse ter ficado fascinado com a variedade de povos africanos que aparecem no filme, e ele descreve essas etnias.
“As Niloticas da Etiópia e do Sudão, especialmente o povo Mursi do Vale do Omo.
Imagem: kwekudee-tripdownmemorylane.blogspot.com
Os fula ou Fulani (África Ocidental: Nigéria, Guine Conacry e Bissau, Mali, etc)
Os Massai do Quênia e Tanzânia.
Foto: Jimmy Nelson Foundation
Os Himba (Angola e Namibia)
Foto: Jimmy Nelson Foundation
Amazulu/Zulu (África do Sul).
Os Ashanti (Ghana).
As Ahosi, mulheres guerreiras “Fon” do antigo Reino do Daomé (Benin)
Imagem: http://streamafrica.com/
No post, ele ainda disse que notou várias insinuações da Batalha de Isandlwana (1879, que foi o primeiro grande combate de Guerra entre os Zulu e o Império Britânico.
Quem assistiu Pantera Negra sai com aquela vontade de conhecer mais sobre esses povos tão antigos, sábios e fortes, afinal eles resistiram a muita coisa e por isso, também somos responsáveis em manter sua cultura viva.
Últimas apresentações acontecerão na Avenida Paulista e Praça da República, palco de um ato que reunirá artistas e lideranças.
O espetáculo “NEGROR” percorreu bairros periféricos da cidade de São Paulo com o objetivo de aproximar o público de um assunto pouco discutido: a relação da violência sistêmica do Estado brasileiro e o genocídio de jovens negros no Brasil.
Dia 23 de fevereiro, às 13h na Avenida Paulista (frente do Masp) e às 17h na Praça da República, o ator Sidney Santiago Kuanza e artistas do Selo Homens de Cor realizam o cortejo teatral de “NEGROR”, onde o público segue pelas ruas dois boxeadores negros que criam um universo alegórico a partir do tema proposto.
Após a última apresentação da peça, na Praça da República, haverá um ato contra a violência racial denominado “VIDAS NEGRAS IMPORTAM”, com a participação de artistas e lideranças negras, entre elas:
Douglas Belchior, palestrante, conferencista, consultor para a área da justiça criminal, violência do estado e participante de articulações do Movimento Negro contra o genocídio da população negra.
Salloma Salomão, músico, pesquisador, africanista e Doutor em História Social pela PUC de São Paulo. Foi também pesquisador visitante do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
A Cia. Os Crespos, coletivo teatral de pesquisa cênica e audiovisual formada por atores negros.
Sobre “NEGROR”
Classificado como Peça-Panfleto-Itinerante, a ação do espetáculo é contínua e dividida por “assaltos”, já que usa a metáfora do boxe para ilustrar a questão da violência. Dois lutadores de boxe, um juiz, uma moça do placar e um fotógrafo formam quadros vivos nas ruas, com procedimentos dramáticos e épicos, pequenos relatos de casos reais envolvendo o assassinato de meninos negros são compartilhados em uma estrutura narrativa transformada em depoimentos em primeira pessoa.
Ficha Técnica
Realização: Selo Homens de Cor Direção: Sidney Santiago Kuanza Performers: Pedrão Guimarães, Vítor Bassi, Larissa Nunes e Sidney Santiago Kuanza Fotografias: Pedro Jackson Contrarregra: Frederico Azevedo Produção: Adriano José e Sidney Santiago Kuanza Web designer: Rodrigo Kenan Redator: José Nabor Jr.
Xaabisa: Temporada de 19/02 a 11/03 em diversos espaços culturais de Belo Horizonte - Foto Aristeo Serra Negra
(Texto – Divulgação)
Inspirados no trabalho de cômicos brasileiros e internacionais e na cultura afro-brasileira, os atores Alexandre de Sena e Michelle Sá apresentam XABISA. O espetáculo propõe um encontro entre o humor dos jogos de palhaço e os elementos ancestrais da cultura afro-brasileira. Xabisa é uma palavra da língua Xhosa, de origem bantu (África Subsaariana) que, em português, significa Valorize.
Na peça de mesmo nome, duas pessoas que estão em uma caverna onde, separadas, buscam por riquezas. Nessa procura, entre obstáculos físicos e socioculturais, os personagens encontram a si mesmos. Durante o percurso vão saudar seus ancestrais por meio da fala, da música e da dança.
Na pesquisa das técnicas de jogos de palhaço, a dupla contou com a colaboração de Esio Magalhães, integrante do grupo Barracão Teatro (SP), por sua expertise na arte da palhaçaria. A equipe criativa se completa com Josi Lopes (preparação vocal), Nath Rodrigues (preparação corporal) e Stanley Levi (direção musical). A direção é coletiva, realizada pelos atores, Alexandre de Sena e Michelle Sá, e Esio Magalhães.
A peça XABISA será apresentada nos dias 19/02 e 20/02 no Teatro Marília, nos dias 21/02 e 22/02 na Casa do Beco, 23/02 e 24/02 no espaço cultural ZAP 18, no dia 4/03 no Teatro Espanca e nos dias 10/03 e 11/03 na Casa de Candongas.
Dramaturgia
O palhaço é uma figura tão popular quanto antiga, se fazendo presente em, praticamente, todas as culturas. Ao buscar formas de abordar os temas relacionados à diáspora negra no Brasil, Alexandre de Sena e Michelle Sá encontraram um caminho na linguagem da palhaçaria. “Somos de cursos tradicionais de teatro e, por muitas vezes, recebemos referências teatrais eurocêntricas. Muito do que sabemos e praticamos em cena, foi adquirido por meio de pesquisas empíricas. Somos artistas negros participantes de aglomerados de coletivos que atuam na cidade de Belo Horizonte, que refletem o teatro feito hoje. Procuramos desestabilizar e trilhar caminhos que não nos foram apresentados nos locais de conhecimento”, comenta Michelle Sá, atriz que também atua no coletivo As Bacurinhas, e nos espetáculos “PassAarão” e “REAL” do Grupo Espanca.
Ambos os atores não são palhaços de formação, mas trabalharam em cena, com o apoio de Esio Magalhaes, os arquétipos de palhaço Branco e Augusto, e uniram essa linguagem a elementos da cultura afro-brasileira. Uma forma de explorar novos lugares na arte do palhaço e prestar uma homenagem aos cômicos negros nacionais e internacionais.
Ancestralidade africana
As roupas brancas e as guias (adereços) do Candomblé, o som dos berimbaus da capoeira, dos tambores, as palavras da língua Xhosa e a dança Gumboot são algumas das referências afro-brasileiras trazidas para a cena em Xabisa. A língua Xhosa, por exemplo, é de origem bantu nguni, um dos idiomas da África do Sul, falada por, aproximadamente, 19 milhões de pessoas, somando os que falam enquanto língua materna e segundo idioma.
A dança Gumboot também nasceu na África do Sul, no final do século XIX. Nessa época, os colonizadores britânicos exploravam as riquezas do país, a mão de obra barata e escrava. Os trabalhadores mineiros eram obrigados a permanecer em locais insalubres, além de serem amarrados uns aos outros e impedidos de conversar entre si. Para enfrentar a umidade e poças de água no chão, usavam botas de borracha. Foi então que, a movimentação do corpo, os gritos, as palmas e o som das botas encostando umas nas outras, foram percebidos como ferramenta de diálogo sem a necessidade de usar seus idiomas. Assim nasceu o Gumboot, que de estratégia de sobrevivência foi aperfeiçoado e se transformou em dança e diversão. Durante sua execução, os dançarinos permanecem com a coluna curvada, as pernas dobradas, e a mão aberta batendo na bota, provocando o som alto ao executar os passos.
“A utilização do gesto e do som, presentes na língua ancestral, na dança e na linguagem do palhaço, como formas de questionamento, são um terreno fértil para construção de discursos, e foram matérias-primas para a criação da peça”, afirma Alexandre de Sena, ator e integrante do Grupo Espanca!
Oficina
Para compartilhar o processo de pesquisa da peça com o público, a atriz Michelle Sá vai ministrar a oficina gratuita Outra História nos dias 12 e 13 de março, das 18h às 22h, no Teatro Espanca. Na atividade os participantes aprenderão referências e exercícios práticos utilizados no processo de criação do espetáculo Xabisa. Serão propostas de trabalho durante a oficina: jogos baseados no universo da palhaçaria; treinamento físico com a utilização da capoeira (orientação Nath Rodrigues); Gumboot, dança da África do Sul (orientada por Michelle Sá); e treinamento rítmico e vocal (orientação Josi Lopes). Para se inscrever os interessados precisam encaminhar uma carta de intenção para o e-mail: teatromichelle@gmail.com. Há 25 vagas disponíveis.
Sinopse/Resumo:
Xabisa é uma palavra da língua Xhosa, dialeto de origem sul-africana, que, em português, significa “Valorize”. No espetáculo de mesmo nome, duas pessoas estão em uma caverna onde, separadas, buscam por riquezas. A caverna remete ao Mito de Platão, à escravidão negra e, também, à exploração de ouro no Brasil. Ao procurar por preciosidades, entre obstáculos físicos e socioculturais, os personagens encontram a si mesmos. O trabalho propõe um encontro cultural afro-brasileiro, trazendo referências da cultura bantu, da dança Gumboot – ambas originárias da África subsaariana – e da arte do palhaço, utilizando uma linguagem teatral negra contemporânea e cômica.
Wakanda, terra onde reina Pantera Negra, seria o destino mais cobiçado do planeta pela comunidade negra se ela fosse real. Uma atlântida africana , pura, rica, próspera onde brancos não invadiram para roubar recursos e sequestrar pessoas para escravizá-las, onde só tem gente feliz, com produtos tecnológicos que não saíram nem do rascunho no resto do mundo, tudo isso sem esquecer das tradições ancestrais, que se entrelaçam com o afro-futurismo. A excelência negra é o DNA dos wakandos.
E para quem assistiu o filme, sonhar e imaginar sobre essa utopia baseada no roteiro de Ryan Coogler, Jack Kirby, Joe Robert Cole, tem um efeito quase anestésico em relações as dores e questionamentos que temos sobre como a colonização destruiu nossa história, ancestralidade e claro tirou a vida de muitos dos nossos pares.
O “e se…” que nunca teremos a resposta estimulou o Black Twitter americano que resolveu brincar sobre como seria viver por lá, usando a hashtag #InWakanda (Em Wakanda) e as respostas são bem divertidas. (Tradução livre)
#InWakanda if someone utters "pretty for a dark-skinned girl" people assume the person had a stroke because they're speaking gibberish.
“Em Wakanda não tem STEM focado em programas comunitários para garotas negras por que garotas negras e ciência andam juntas como verdura e pão de milho. ”
#InWakanda we don't even have a police force. When you do something wrong, Morgan Freeman lectures you and makes you feel really bad about what you did. pic.twitter.com/is8Gra7Kyf
“Em Wakanda nem temos uma força policial. Quando você faz algo errado, Morgan Freeman dá palestras e faz você se sentir realmente ruim sobre o que você fez.”
O bloco nasce para celebrar no único dia livre de carnaval para cozinheiros e staff dos restaurantes, na segunda, 12 de fevereiro, das 12h às 20h com uma extensa programação na Casa de Ieda.
A Chef pernambucana Mirna Gomes, participante da última edição do MasterChef Profissionais, lança o Bloco e convida a chef Ieda Matos para cozinhar no evento que tem como madrinha Bel Coelho.
Com saudades do carnaval de Recife, chef se inspira em sua história para criar o bloco: Depois de nove anos em São Paulo e longe do Carnaval de Recife – Olinda. “Pensei em reunir os colegas de cozinha para uma festa de rua, regada a frevo, comida gostosa e as tradicionais batidas que remetesse ao carnaval do meu Estado e de quebra juntar as culturas do e Recife e da Chapada Diamantina.” afirma Mirna.
A renomada Chef Bel Coelho parceira de longa data confia na festa de suas afilhadas. “Adoro a cozinha da Mirna, trabalhar com ela é sempre uma alegria, juntando com o tempero e irreverência de Ieda não tenho dúvidas que o bloco será um sucesso”.
O Bloco terá pratos feitos por Mirna e Ieda. O carnaval de Pernambuco é cheio de alegria e irreverência, unindo a brasilidade única da chapada e as memórias da folia de reis. “Aprendi muitas técnicas de vários lugares do mundo, mas a minha cozinha, regada de memórias afetivas e os sabores de minha terra permanece.” Ressalta Ieda.
Um dos pratos escolhidos pelas chefs é o arroz de garimpeiro um prato nordestino, Que une verduras da época, arroz vermelho do sertão, sendo a primeira espécie de arroz plantada no Brasil. O prato foi criado pelos garimpeiros da Chapada Diamantina e passado vem passado de geração em geração, era tradicional os garimpeiros andarem com carne de sol, carne de charque na bolsa juntando ao arroz nasceu o prato que será servido no dia da festa com o toque especial das chefs.
O convite é especial para cozinheiros e agregados, mas todos serão bem vindos.
Sobre os Chefs:
Mirna Gomes, Recifense, passou pelo Maní, pelo El Celler de Can Roca, Cofundadora da Bioma, Coletivo Gastronômico que promove as cozinhas do Norte e do Nordeste. Adora a cozinha brasileira, e soma ainda as técnicas contemporâneas. Depois de participar do MasterChef Profissionais segunda edição ela promete alguns projetos interessantes para 2018 começando pelo seu bloco!
Ieda Matos, Utinguense, Chef de cozinha e proprietária da Casa de Ieda, restaurante especializado em comida da Chapada Diamantina. Criou há três anos junto com sua família o foodtruk BocaPiu e já rodou São Paulo oferecendo comidas regionais para todos os gostos.
Serviço:
Data: 12 de fevereiro
Horário: das 12h às 20h
Local: Casa de Ieda – R. Ferreira de Araújo, 841 – Pinheiros
Apesar de Carnaval ainda ser uma festa popular, quando o foco são os grandes desfiles e blocos, não é necessário se esforçar muito para notar um embranquecimento do público. Se o samba e axé são ritmos nascidos de mão negras, são as pessoas brancas que ganham destaque na mídia ao participarem dos eventos carnavalescos. Se formos falar sobre apropriação cultural dos artistas brancos que faturam milhões no carnaval com a cultura negra então, renderia uma texto só sobre isso.
A comunidade negra tem usado a Internet para provocar a reflexão sobre o que o carnaval se tornou e principalmente expor pessoas famosas ou não, que não sabem sambar, não tem ligação com a comunidade, não são negras, mas ganham destaque e dinheiro com a festa.
JS tá focada na dieta, só se esqueceu que precisa sambar também
Samba Abstrato é uma página no Facebook repleta de flagrantes de apropriação cultural, “samba na ponta do braço”, enfim expõe aqueles tipos que não deveriam estar ali, não pela cor, mas por não ter nenhuma interação com a escola e comunidade fora do período carnavalesco numa tentativa óbvia de exposição para si próprios.
Foto: Reprodução Facebook
“Lá vem o brancão”
No ritmo do carnaval, mas com uma letra levemente ácida, o clipe do samba”Lá vem o Brancão” do Bola 8ito é sobre aquele cara branco, que acha que entende mais sobre questões raciais do que as pessoas negras, que racismo reverso é uma realidade e que, claro, às vezes tudo um mal entendido.
Marque nos comentários aquele brancão pra vir te explicar que tem nada a ver com isso.E inscreva-se no nosso canal pra ficar por dentro das tretinhas: youtube.com/bola8itoRealização Bola 8ito Direção Newman Costa
Carnaval é época de relaxar e se divertir, é uma festa para brasileiros, mas um “olhar racial” sobre os ambientes é necessário para se refletir sobre as desigualdades que perpetuam durante todo o ano.
Para pessoas negras o lançamento do filme Pantera Negra é muita mais que um novo filme. O personagem na Marvel criado em 1966 será o primeiro herói negro de origem africana a ganhar as grandes telas sendo uma das maiores apostas da marca. Para os filhos das Diáspora isso é muito poderoso, ainda mais nos dias de hoje onde a questão da identidade e representatividade é tão latente. Nunca se viu um time de estrelas negras protagonizando um filme de ação com temática africana.
Com estreia marcada para o dia 16 de fevereiro no Brasil, o filme que tem como pano de fundo Wakanda, um reino africano fictício, já está com ingressos esgotados em vários cidades no mundo.
Em São Paulo o grupo sobre negritude no Facebook, Intelectualidade afro-brasileira, decidiu se organizar para assistir Pantera Negra em um cinema na zona sul da cidade.
“A exibição deste filme é muito bem-vinda para os povos afro-diaspóricos por uma série de motivos: o filme põe a África no centro da trama desenvolvida, o elenco é predominantemente preto, a representação dos personagens, ao que tudo indica, mescla o tradicional com o moderno e já possível perceber um bom protagonismo das mulheres pretas no enredo. Portanto, já dá pra perceber que é um filme que veio demolir vários paradigmas a respeito de nossa gente e de nossas culturas. A expectativa geral do nosso pessoal é muito grande. WAKANDA FOREVER!”, comemora o escritor e professor de inglês Durval Arantes, que está organizando o evento no cinema, que acontece no dia 17, um dia após a estreia.
Todo grande movimento começa com a insatisfação frente a alguma situação desvantajosa ou injusta. A luta negra no Brasil contra o racismo e as mais diversas formas de discriminação, seja na religião, na estética, no mundo do trabalho ou na representatividade política e nos espaços de poder, foi marcada por gestos de bravura e enfrentamento, recuos táticos, perdas, alianças, jogos e dissimulações para manter em movimento a roda da história.
Das inúmeras estratégias engendradas pelos nossos, desde o sincretismo religioso, passando pela ocupação do espaço da alegria, com a invenção dos afoxés, até às agendas mais recentes de resistência, uma que merece destaque é a da criação de datas simbólicas. Seja de culto aos heróis e heroínas ou de reflexão sobre fatos ocorridos durante a história de lutas por libertação e igualdade, estes marcos têm cumprido um importante papel.
Neste sentido, um conjunto considerável de datas já foi criado nas três esferas do poder (municipal, estadual e federal). Meses também foram marcados pela luta do nosso povo, a exemplo do Agosto da Igualdade e do Novembro Negro. São balizas simbólicas. É fato. Mas é justo no campo do simbólico que tem sido mantido os grilhões da escravidão mental.
O mês de janeiro marca a passagem do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de Janeiro). Data surgida na capital da Bahia, no ano de 2004, em resposta a um caso grave de agressão e intolerância, que resultou na morte da yalorixá Mãe Gilda, do Terreiro Ilê Axé Abassá de Ogum. Três anos depois, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei que instituía a nacionalização da data.
Criado com o objetivo de promover o debate sobre o tema, o dia de combate tem sido palco para mobilizações por todo o País. Na esteira das iniciativas de ampliação desses momentos, visando à construção de novas estratégias para a conquista da liberdade de credos, estamos promovendo, entre os dias 15 e 21 de janeiro, a Semana do Respeito à Liberdade Religiosa. O objetivo é iniciar um movimento que consolide o primeiro mês do ano, como o Janeiro da Liberdade Religiosa.
Foram assim todas as nossas construções até aqui. Uma articulação onde cada iniciativa tem sido pensada para fortalecer aquelas que a antecederam. Pensar a ampliação do 21 de Janeiro para uma semana de reflexão, e em seguida, para a demarcação de um mês inteiro, como momento de luta pelo respeito, se configura como um avanço mais do que necessário.
A forma como cada um de nós se religa é profundamente íntima e individual. Exige, portanto, respeito. Não podemos compactuar com números tão alarmantes de ataques à liberdade religiosa. É imperioso nos posicionarmos. E nada mais adequado do que começarmos o ano pautando esta questão e demarcando a nossa posição. Vamos construir juntos uma sociedade mais justa, com mais oportunidades e onde as nossas diferenças não nos inferiorizem. Ao contrário, conduzam-nos para um patamar elevado de civilização. A história é repleta de exemplos de destruição da vida humana em nome de um caminho único de Salvação.
É de algo simples que precisamos: mais amor e respeito entre nós.
Sílvio Humberto
Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e vereador em Salvador
“Quem é a mais bela, quem é a melhor cantora/atriz, qual tem o melhor look, quem tem o melhor cabelo, melhor corpo, quem arrasa mais nisso ou naquilo. CHEGA…”. Esse foi o protesto da cantora e apresentadora Gabi Amarantos no seu Instagram. Ela diz que está cansada do comportamento da mídia atual que quer gerar rivalidade entre as artistas.
“Estou cansada de ver a mídia confrontar mulheres, sempre tentam ganhar likes nas nossas costas, nos jogando umas contra as outras”, declarou a cantora que pediu para os seus fãs não compartilharem notícias negativas que divulgam informaçoes que prejudicam a união entre as mulheres.
“Curta as manas se confraternizando e assim podemos por em prática nossa empatia e sororidade!”, finalizou a apresentadora.
Lupita Nyong’o é uma das atrizes mais engajadas da sua geração. Seja pelas mulheres, ou pela comunidade negra, a atriz vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por seu papel em 12 anos de Escravidão e que estará em breve nas telas com o aguardadíssimo Pantera Negra revelou ao jornal Americano New York Time que acabou de escrever um livro infantil.
“Suwe” é a história de uma menina negra de 5 anos, que tem dificuldades em aceitar sua pela escura. A criança é a pessoa mais escura da sua família e tem a esperança de um dia clarear sua pele, até que numa noite qualquer ela embarca em uma aventura pelo céu durante a noite, o que a faz despertar para sua própria beleza.
“Essa é uma história para crianças, mas não importa a idade, eu espero que sirva de inspiração para qualquer pessoa caminhar feliz em sua própria pele”, declarou a atriz em seu Instagram.
O livro deverá ser lançado em janeiro do ano que vem e nós já queremos em Português, Lupita!