A ativista Body Positive Juliana Santana - Foto: Reprodução Instagram
Dia 6 de Setembro é Dia do Sexo e apesar da fama que o Brasil tem de ser um país sexualmente aberto, imagem reforçada pelo carnaval, a real é que na intimidade a maioria ainda é bem careta.
Quando trazemos a reflexão sobre sexualidade para comunidade negra a questão é ainda mais complexa, sobretudo para as mulheres. O corpo da mulher negra foi e ainda é vítima de várias violências e isso às vezes começa na infância.
Esse cenário da mentalidade reprimida por questões sociais e históricas vem mudando graças a uma nova geração que tem uma mente mais livre e isso se reflete na sua relação com seu corpo, no se permitir se amar e se curtir sexualmente (só ou não).
Se você está procurando inspiração ou um conteúdo feito por mulheres negras sobre sexo, selecionamos perfis legais para você seguir.
A Juliana Santana faz um trabalho incrível inspirando e empoderando o grupo menos amado: as mulheres negras e gordas. É literalmente uma delícia vê-la super confortável em lingeries falando sobre tudo que a gente quer saber, mas nossa mãe não ensinou. Ah, e às segundas ela faz a “Live da Safada”.
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Com uma pegada ancestral e com enfoque no ciclo menstrual da mulher negra, a Caroline Amanda comanda o perfil Yoni das Pretas. Sexo também está na cabeça e ela têm muito conteúdo que incentiva a autodescoberta, incluindo todas as gerações na conversa.
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Preta Kiran é educadora sexual somática e ensina técnicas para levar o seu prazer para um outro patamar. Além do conteúdo no Instagram ela também promove eventos, como o Festival da Libido que aconteceu em Agosto.
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Que tal aproveitar esse tempo mais em casa para aprender mais sobre você?
Nesta segunda-feira (7), o filme “SEMENTES: MULHERES PRETAS NO PODER”, dirigido por Éthel Oliveira e Júlia Mariano, terá sua estreia online e poderá ser visto gratuitamente. A princípio, a obra acompanha, escuta e revela quem são algumas das mulheres pretas na política do Brasil. Elas emergiram após o brutal assassinato de Marielle Franco.
O Brasil tem a menor representação parlamentar feminina na América do Sul com menos de 10% de cadeiras existentes na câmara dos deputados ocupadas por mulheres. Dessa forma, para elas, responder politicamente ao assassinato de Marielle Franco significou candidatar-se a cargos de deputadas federal e estadual nas eleições de 2018, ou seja, disputar o espaço da política institucional do qual Marielle foi brutalmente arrancada.
“SEMENTES: MULHERES PRETAS NO PODER” é o primeiro longa da co-diretora Éthel Oliveira, da fotógrafa Marina Alves e da roteirista Lumena Aleluia. Uma escolha da produtora executiva e co-diretora Júlia Mariano, que coloca em perspectiva o próprio cinema brasileiro e toda a produção de memória e história que vem com ele. Pois temos um cinema fundado no fazer de pessoas brancas, que desconsidera outras perspectivas e olhares de mundo. Sendo assim, esse mono-olhar branco, que constrói nosso imaginário coletivo, é redutor e empobrecedor. Mas, para além disso, é também constitutivo do racismo estrutural brasileiro. É perceber como o corpo feminino negro é trabalhado no cinema nacional para se ter o tamanho do problema.
O documentário é distribuído pela Embaúba Filmes e tem a campanha de impacto feita pela Taturana e poderá ser visto gratuitamente na embaubafilmes.com.br.
Créditos da imagem: Fotografa Dee Dwyer, Washingto D.C
No dia 2 de setembro, ultima quarta-feira, foi comemorado o dia do fotojornalista. Esse profissional, tem como função ilustrar a narração de fatos, de maneira fiel a realidade dos acontecimentos, com o intuito de comprovar e complementar as informações contidas no texto. Esses acontecimentos, podem ser esportivos, culturais, políticos, históricos, sociais ou de qualquer natureza.
O primeiro registro de fotojornalismo, é de 1880, no jornal Nova Iorquino Daily Herald. Com o passar dos anos, a fotografia foi ganhando um papel ainda maior, passando de coadjuvante para protagonista em textos jornalísticos, a medida em que a tecnologia também evoluía e tudo ficava mais visual, a necessidade da imagem foi ficando ainda maior. O que antes era só jornal impresso, se transformou em telejornal, e por fim em sites como o nosso. Escrevendo dia-a-dia para vocês, sabemos o quão crucial é uso das fotografias nas matérias, sejam elas sobre música, cinema, denúncias ou qualquer outra coisa. E mais do que isso: boas imagens.
A fotografia vêm ajudando a comunidade negra a mostrar sua cultura, seu cotidiano, e a se expressar de maneira artística, mas sobretudo vêm testemunhando a nossa luta ao passar dos anos, seja com os protestos pelos direitos civis nos anos 60, nos EUA ou em 2020 nas manifestações em apoio ao Black Lives Matter. Manifestações essas que inclusive aconteceram pois alguém documentou com imagens o assassinato de George Floyd, provando assim o que e como tudo aconteceu. O mesmo podemos dizer do caso de Jacob Blake, algumas semanas atrás. O poder do registro se tornou uma arma de defesa essencial da população negra, graças a democratização da fotografia.
Considerando isso, selecionamos alguns fotojornalistas (ou repórteres fotográficos, como preferir) negros que você pode não conhecer, mas que precisam ter seus trabalhos propagados pois são ótimos.
Lázaro Roberto
O fotografo (desde os anos 90) e arte-educador baiano, tem um acervo de mais de 30.000 imagens. Ele já lecionou em diversas instituições como Escola de Belas Artes da UFBA, Senac, Fundação Casa de Jorge Amado e Museu Eugênio Teixeira Leal. Além disso, fundou o Zumvi Arquivo Fotográfico, uma associação de fotógrafos negros que visa registrar a cultura, política e arte afro-brasileira.
Em clique de Lázaro Roberto, Nelson Mandela discursa para milhões de pessoas na Praça Castro Alves, Salvador,1991
Stephanie Mei-Ling
No registro abaixo, Stephanie estava em Eastern Parkway, no Brooklyn, NY. O evento, é uma celebração de cultura negra, feita pelo povo negro, para celebrar as heranças e tradições levadas aos EUA pelos imigrantes caribenhos. NY, tem, ao lado de Flórida, a maior população caribenha do EUA. A fotografa também participou dos protestos do Black Lives Matter em maio.
Fotografia: Stephanie Mei-Ling, The Parkway
Lynsey Weatherspoon
A profissional de Atlanta, Georgia, trata dos mais diversos temas da comunidade negra através de suas lentes. Em seu site oficial, lynseyweatherspoon.com ,é possível ver celebrações culturais de Nova Orleans, cerimônias de formatura de alunos negros, protestos, e até um especial com uma liga de jogadores negros de baseball.
Clique de Lynsey Weatherspoon, durante o primeiro protesto da Black Lives Matter, em 29 de maio, Atlanta.
Mark Clennon
O profissional Nova Iorquino, também participou do Black Lives Matter. Sobre a experiência, Mark disse que foi diferente de todos os protestos que ele já foi, pois ele via a dor a raiva nos olhos da população. Sua meta, é capturar a experiencia negra em todos os sentidos: dor, alegria, e triunfo. Ele é especialista em fotografia documental, editorial e comercial.
Protesto em frente ao Trump Tower, clique de Mark Clennon
O Clube Negrita, clube de literário que incentiva a leitura de obras de escritoras e escritores negros, inicia em setembro o ciclo de encontros online de leitura. Com o objetivo de fomentar a leitura e o letramento através da leitura em coletivo, o Clube Negrita realizará quatro encontros até o fim de 2020, aos sábados e por meio da plataforma Zoom. Para proporcionar um ambiente mais intimista, serão selecionadas seis pessoas para participar dos encontros a partir de um sorteio na postagem oficial sobre o evento no Instagram do Clube Negrita. Todos os selecionados irão receber o livro escolhido para o encontro.
O primeiro encontro será sobre o conto “Qual é o seu nome?” de Esmeralda Ribeiro, que compõe a antologia Cadernos Negros Volume 42, e contará com a particpação da escritora para discutir sobre os temas acerca do livro.
Esmeralda Ribeiro é jornalista, escritora e pesquisadora da literatura afro-brasileira. Membra dos coletivos Quilombhoje Literatura e Flores de Baobá – Escritoras Negras. Tem trabalhos publicados em 35 antologias no Brasil e no exterior. Há mais de trinta e cinco anos organiza e edita juntamente com o Márcio Barbosa, a série Cadernos Negros. Idealiza e organiza os seguintes projetos, o “Sarau Afro Mix” e o “Xirê de Palavra & Poesia Afro”. Obra individual: Malungos e Milongas. São Paulo: Ed. da Autora, 1988 (conto); Gostando mais de nós mesmos (co-autoria). São Paulo, Ed. Gente, 1999. Livro e DVD Bailes – Identidade Negra de São Paulo, financiado pela Fundação Cultural Palmares; e Orukomi – Meu nome (infanto-juvenil).
O tema de discussão do primeiro clube será a relação de trabalho e racismo. “ Nos próximos clubes vamos conversar sobre produção de quadrinhos, história e relações raciais. Também vamos ler e trocar sobre poesia e poética na escrita de mulheres negras e sobre a situação do povo preto no Brasil”, complementa Bruna Tamires, idealizadora do Clube Negrita
A atividade visa conectar através da literatura, leitores e escritores durante este período de isolamento social e faz parte das ações que estão sendo produzidas pelo Clube Negrita durante o ano de 2020 com o apoio do PROAC, programa que incentiva a produção artística e cultural no Estado de São Paulo.
Com a repentina morte de Chadwick Boseman e toda a discussão em torno da representatividade de Pantera Negra muito tem se falado sobre a importância da existência desses personagens representativos para a juventude negra. É por esse motivo que trago uma lista com outros heróis e heroínas negros/as para conhecermos. O racismo é infelizmente uma realidade na vida de pessoas negras e muitas vezes este chega na vida de nossas crianças antes mesmo de saberem quem eles são ou serão. É importante que o empoderamento e a representatividade chegue aos nossos jovens antes que o racismo apareça para tentar faze-los sentir-se menores.
SUPER CHOQUE
Virgil Hawkins é um jovem inteligente e bem humorado que vive com seu pai e sua irmã. Após ser exposto acidentalmente a um gás desconhecido ele ganha poderes eletrostáticos e passa a utiliza-los para combater o crime. O personagem é extremamente popular entre os brasileiros em função de sua animação. Os episódios são muito bem humorados e repletos de ação e também abordam o racismo na juventude de diversas formas.
HOMEM ARANHA – MILES MORALES
Após ser atingido por uma teia radiativa, Miles Morales se torna o Homem Aranha. Miles é um jovem negro filho de um policial e vive com fervor a cultura Hip-Hop. Diferente de Peter Parker, Miles é extremamente popular em sua escola. Além dos poderes já conhecidos do Homem Aranha, Miles possui outras habilidades como a bio-eletrocinese que permite dar choque que varia muito da potencia podendo atordoar ou ate mesmo incapacitar pessoas. O personagem tornou-se um grande sucesso na Marvel ganhando uma animação no final de 2018 que acabou rendendo aos criadores o Oscar de melhor animação.
CORAÇÃO DE FERRO – RIRI WILLIAMS
Riri Williams entrou ao MIT (maior universidade de tecnologia do mundo) aos 15 anos de idade, demonstrando ser um verdadeiro gênio. Ela construiu a sua própria versão da armadura do Homem de Ferro com peças encontradas pelo campus da universidade e por isso vou chamada para assumir o manto do herói (que na época estava desaparecido). Com isso ela ganhou a armadura mais avançada do herói até então e assumiu com seu próprio pseudônimo, a CORAÇÃO DE FERRO.
VIXEN
Na Africa antiga existe uma lenda que o artefacto sobrenatural Tantu Totem foi dado aos povos antigos pelo deus africano Anansi. Esse objeto mágico da ao portador a capacidade de utilizar as habilidades de qualquer animal existente. Mari McCabe adquire esse objeto e consegue invocar a velocidade de um leopardo, a força de um urso, ou voar como uma águia. O reino animal e a sua imaginação são tudo o que precisa para se transformar na feroz Vixen. Em 2015 a personagem ganhou uma série animada pelo canal americano CW onde ela foi capaz de lidar com o Arqueiro Verde e Flash sem grandes dificuldades.
DORA MILAJ – ANEKA E AOY
Sentenciada à morte uma das Dora Milaje, guarda real de Wakanda, se revolta e decide livrar Wakanda das mãos dos déspotas líderes de tribos que aflige as mulheres. É extremamente interessante acompanhar o arco das personagens (Aneka e Aoy) que ganham cada vez mais apoio de outras mulheres e juntas lutam em territórios Wakandanos contra a opressão instituindo inclusive tribunais públicos e dando muita dor de cabeça ao reinado de T’Challa. Aneka e Aoy vivem um relacionamento lésbico, então além da grande representatividade feminina temos também uma forte representatividade LGBT. A personagem Aoy é vivida pela atriz Florence Kassumba no filme Pantera Negra. Já Aneka ainda não teve sua aparição no universo cinematográfico da Marvel.
Okoye (Danai Gurira) pede para Ayo (Florence Kassumba) ajudar o rei na batalha enquanto ela lida com Killmonger (Michael B. Jordan)
MISTY KNIGHT
Mercedes é uma policial Nova Iorquina que sempre teve como principal característica sua determinação e senso de justiça. Após uma explosão a policial perde seu braço e ganha uma prótese mecanica de Tony Stark onde acaba adquirindo super-força e uma nova força de vontade na luta contra o crime. Seu visual reflete o estilo dos anos 70 americano com um belíssimo Black Power, além disso Misty tem uma personalidade forte e muito bem destacada. Teve aparição nas séries da Marvel da Netflix como Luke Cage, Punho de Ferro e Defensores.
LUKE FOX – BATWING
Luke Fox é o filho de Lucius Fox (interpretado no cinema pelo ator Morgan Freeman), responsável por grande parte das tecnologias utilizadas pelo Batman. Luke herdou de seu pai as habilidades tecnológicas, mas tem uma mentalidade completamente diferente da de seu pai. Luke tem um longo histórico nas histórias do Batman. Já foi salvo pelo herói, um grande lutador de MMA e já namorou a Batgirl (Barbara Gordon). Atualmente assumiu o manto de Batwing, mas muito se especula sobre ele ser o próximo Batman, uma vez que durante a DC FANDOME (evento da DC Comics) foi confirmado que o próximo Batman será um homem negro.
Eu poderia trazer muitos outros personagens, mas a intenção dessa públicação e trazer alguns pouco conhecidos pelo público, embora Miles Morales e Super Choque sejam extremamente populares (estes eu trouxe pelo apelo com o público jovem).
Não podemos nos esquecer de tantos outros como Pantera Negra, Raio Negro, Luke Cage, Lanterna Verde, Falcão, Tempestade, Manto, Blade…Enfim, diversos personagens negros que merecem nossa atenção e esperamos que tenham ainda mais importância no futuro da Cultura Pop.
Jessica Krug falando na Embaixada do Haiti em Washington, DC. Fotografia: Samira Rashid / Embaixada do Haiti
Jessica Krug publicou um texto na plataforma Medium em que assume ter ocultado sua verdadeira origem durante “boa parte de sua vida”. A ativista e professora universitária de estudos africanos e latino-americanos, escreveu diversos livros sobre diáspora africana e identidade. E segundo alunos, Jessica se apropriou da cultura africana até na sua forma de se vestir.
Krug passou quase toda a sua carreira se referindo à si mesma como uma mulher negra do Bronx, quando na verdade é de Kansas e vem de família judia branca.
“Eu escondi meu passado como uma garota judia branca dos subúrbios de Kansas City para tirar proveito de várias identidades negras que eu não tinha o direito de reivindicar: primeiro como negra do Norte da África, depois afro-americana e, por fim, negra do Bronx, de origem caribenha”, confessou a professora.
Jessica Krug chamou a si mesma de “sanguessuga cultural” e disse que o que fez foi mais uma ” síntese da violência, roubo e apropriação, das inúmeras maneiras pelas quais os não negros continuam a usar e abusar das identidades e culturas negras”
A professora menciona muito sobre sua “ancestralidade” e em agradecimentos em um de seus livros escreveu: “Meus ancestrais, desconhecidos, sem nome, que sangraram vida em um futuro que eles não tinham razão para acreditar que poderiam ou deveriam existir. Meu irmão, o mais rápido, o mais inteligente, o mais charmoso de todos nós. Aqueles cujos nomes não posso dizer para sua própria segurança, seja no meu bairro, em Angola ou no Brasil.” Uma ancestralidade que segundo a confissão de Krug, foi inventada.
Na continuação de seu post no medium, Jessica menciona traumas da infância e problemas mentais, mas afirma que essas complicações de sua vida não podem ser usadas para justificar seu comportamento.
“Tenho pensado em acabar com essas mentiras muitas vezes ao longo dos anos, mas minha covardia sempre foi mais poderosa do que minha ética. Eu sei o certo do errado. Eu conheço história. Eu conheço poder. Eu sou uma covarde”, admitiu a professora
Embora assim como no Brasil, nos EUA as pessoas podem se declarar da origem étnica que se identifiquem, os debates em cima da apropriação cultural são bem recorrentes, e nos meios acadêmicos esse tipo de caso é extremamente repudiado. A universidade de George Washington já está ciente e investigando o caso, mas informaram que ainda não podem divulgar mais detalhes.
We are aware of the post by Jessica Krug and are looking into the situation. We cannot comment further on personnel matters.
“Só Deus”, a nova música do rapper Edi Rock, chega às plataformas digitais nesta sexta-feira (04) pela Som Livre. A faixa, que é o segundo single do próximo álbum solo do artista – “Origens – Parte 2”, com previsão de lançamento para outubro -, conta também com um clipe, que fala de amizade, crime, traição e acerto de contas. O refrão, assim como o título, reforça a ideia de que só Deus é capaz de julgar as pessoas por seus erros e comportamentos.
O vídeo mostra Edi e outros três atores em um cenário clandestino, que envolve negociações e dinheiro. No desenrolar da história, um dos personagens engana e rouba um amigo, despertando um sentimento de decepção e vingança. “A ideia é falar de mentira. Nesse caso eu tô falando de um cara mentiroso, que era parceiro e estava lado a lado, mas é malandrão e quer tirar vantagem de certas situações. Ele usa a mentira como ferramenta e usa as pessoas como escada para se dar bem na vida”, conta o artista.
A canção é um boombap pesado e clássico com versos inteligentes, nos quais Edi brinca com as rimas e palavras, e marca a volta da narrativa direta e cortante do integrante-fundador dos Racionais MC’s. A batida característica do gênero, contudo, contrasta com a suavidade da voz de Daniel Quirino, que faz uma participação na música e abusa do uso de melismas. O recurso vocal empregado por Quirino não é à toa, uma vez que aproxima sua entonação do canto dos hinos protestantes e reforça a mensagem proposta no nome e refrão da faixa.
Nem todos vivenciaram a quarentena da mesma maneira, mas o certo é que ela nos trouxe mudanças repentinas, rotinas desconhecidas e novos hábitos. Afastados da correria do dia-a-dia, tivemos mais tempo para refletir e relembrar histórias, encontros, pessoas. Na esfera das relações, amores se romperam pela falta de espaço na convivência diária ou pelo distanciamento social. E se, neste contexto, alguém importante do seu passado te procurasse? O que aconteceria se um ex-amor reaparecesse na sua vida?
Foi este o mote que o autor e cineasta argentino Santiago Loza utilizou para escrever Amor de Quarentena, uma microficção que estreia no dia 14 de setembro via Whatsapp, com direção de Daniel Gaggini. Ao comprar o ingresso, o público (de qualquer parte do país) escolhe um dos artistas do elenco – Jonathan Azevedo, Reynaldo Gianecchini, Mariana Ximenes ou Débora Nascimento ou – para guiá-lo ao longo da experiência de 13 dias. São mais de 60 mensagens de voz e de texto, além de áudios, vídeos, canções e fotos, que reconstruirão esse vínculo amoroso imaginário. Os ingressos já estão disponíveis no site www.sympla.com.br.
A obra já estreou na Argentina, Espanha, Uruguai, Chile, Equador e Paraguai e, em breve, chegará à Alemanha, Austrália, México, Peru, Colômbia, Holanda, França e Portugal. As produções internacionais contam com nomes como Cecila Roth (Tudo Sobre Minha Mãe), Leonardo Sbaraglia (Relatos Selvagens), Dolores Fonzi (Plata Quemada) e Jaime Lorente (Casa de Papel), entre outros. No Brasil, sob a direção de Daniel Gaggini, os atores foram além da concepção de seus personagens, produziram também as fotos e vídeos e escolheram as canções que são envidas ao público. “A ideia foi criar um vínculo do passado a partir das experiências pessoais dos atores, usando suas próprias casas como locações e os diversos sons e ruídos que o cotidiano produz. Isto provoca uma sensação de intimidade, uma experiência única”, diz Gaggini, que, juntamente com Luciana Rossi e Juliana Brandão, trouxe o projeto para o Brasil.
Em todos os lugares onde estreou, parte da arrecadação com os ingressos é destinada a uma entidade que auxilia artistas e técnicos das artes cênicas, atualmente sem trabalho por conta da pandemia. No Brasil, o fundo escolhido é o Marlene Colé, gerido pela APTI – Associação de Produtores Teatrais Independentes, com sede em São Paulo/SP.
Ao comprar o ingresso pelo site sympla.com.br, o espectador deve escolher com qual ator/atriz deseja vivenciar a experiência e informar seus dados (nome, e-mail e telefone). O site é 100% seguro e não expõe os dados coletados. É possível também comprar ingressos para outras pessoas. O espectador recebe uma mensagem via WhatsApp com informações básicas sobre a experiência informando, por exemplo, que eventuais respostas às mensagens não serão respondidas, que utilize fones de ouvido, que salve o contato com o nome de uma pessoa especial, que não compartilhe as mensagens e que relaxe de suas atividades cotidianas para disfrutar melhor da experiência. Durante 13 dias seguidos e em diferentes horários, as mensagens desse amor do passado, interpretado pelo artista escolhido, chegarão por meio do WhatsApp.
Sinopse
Um antigo amor comunica-se em tempos de isolamento. Escutamos sua voz e a reconhecemos; e, de alguma maneira estranha, ela nos faz companhia. Todos os dias, chegam novas mensagens. Também algumas imagens ou canções. O amor como um rastro a seguir. Uma presença, uma espera. O espectador/ouvinte/amado pode escolher a voz que o guiará no trajeto. As atrizes e atores que participam da obra contribuem com aspectos de sua cotidianidade, são mais que intérpretes, são membros ativos na construção do relato amoroso.
Serviço
Microficção: Amor de Quarentena
Temporada: 14 de setembro a 5 de novembro de 2020
Local: Aplicativo WhatsApp
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 13 dias (a partir do envio da primeira mensagem).
Cantor, André Muato começou a estudar música, quando tinha 13 anos e segue fazendo shows e trabalhando com arte desde os 14 anos. Recentemente, após ser premiado pela música do espetáculo Oboró – Masculinidades Negras, ele lançou seu primeiro single autoral em parceria com Isabel Fillardis.
E, nesta sexta-feira (4) Muato lançou o projeto “AfroLove Songs ou A Canção Urbana de Amor Político”. Muato apresenta sua Música Urbana através de canções de amor dentro do contexto social vivido pelas pessoas pretas. Com uma linguagem própria que dialoga com o universo do Hip-hop e da Música Brasileira. Até o final do ano o artista lançará um total de três músicas dessa série.
A conexão com o público se dá por meio da poesia urbana carregada de elementos do cotidiano, da contemporaneidade e da sonoridade que mescla desenhos melódicos da canção brasileira e R&B com a mensagem direta e sagaz da linguagem do RAP em um mesmo universo criativo.
“Disputa” é a música de abertura dessa série de AfroLove Songs. É uma resultante do amor pós tragédias que se tornaram cotidianas.
Quatro anos após ter sido vitima de racismo, a trabalhadora Luanna Efigenia de Sousa Teofilo foi condenada a pagar indenização no valor de R$ 12.000 (Corrigido: R$ $ 15.185,62) a uma empresa por um post na rede social profissional LinkedIn onde Luanna faz alusão ao caso de racismo ocorrido dentro de uma empresa de comunicação americana com filial em São Paulo em 2016. A condenação foi deferida pela juiza Isabel Cristina Gomes da 16ª Vara Trabalhista de São Paulo.
A companhia acusa a trabalhadora de ter relacionado uma notícia sobre racismo com um fato acontecido na empresa em um post na rede focada no mundo das empresas e carreiras. Na época dos fatos, a funcionária fez uma denúncia criminal e administrativa. A empresa e a autora do fato o qual foi acusado de racismo, já haviam processado a funcionária outras duas vezes pelo mesmo motivo.
O caso
Em 2016, Luanna Teofillo trabalhava como Business Developer em uma empresa de comunicação americana com filial em São Paulo. Estava no período de experiência na empresa quando trançou seus cabelos num estilo chamado de box braids, tradicional de culturas pretas. Quando a gerente geral voltou de licença e notou o cabelo da funcionária, diante de toda a equipe, deu ordem para que ela tirasse as tranças: “Eu não vou aguentar. Tira isso!”. A funcionária denunciou ao RH da filial e da sede no exterior no que passou a ser discriminada e humilhada pela sua gerente geral em diversas ocasiões, e que finalmente culminou na sua demissão e uma peleja judicial que já dura quatro anos.
Em uma das sentenças de um dos processos impetrados pela gerente da empresa, onde pedia 50 mil reais por danos morais e retratação pública, diante da afirmativa da autora confirmando que o fato havia ocorrido, o juiz da 25º vara de São Paulo julgou improcedente o pedido garantido a liberdade de expressão da ré baseado em fato verdadeiro. Abaixo trechos da sentença cível:
Depois de dois processos julgados improcedentes, na terceira tentativa no foro trabalhista, a empresa conseguiu condenar em primeira e segunda instância a trabalhadora a pagar indenização no equivalente a 2,800 dólares por ter denunciado publicamente a situação de racismo que sofreu dentro da empresa. A companhia é tradicional na indústria da comunicação corporativa com mais de 80 anos e escritórios em diversos países.
Essa condenação é importante, não apenas pelo impacto da opressão judicial e financeira na vida da trabalhadora que desde de 2016 arca com honorários advocatícios, custas processuais, sucumbência e agora indenização, mas pelos efeitos sociais que esse tipo de jurispridência causa nos tribunais e na sociedade como um todo. Há poucos meses, uma juiza fundamentou uma decisão “em razão da raça” na condenação de um réu acusado de roubo e uma jovem preta ficou presa por mais de uma no por te sido erroneamente reconhecida pelo seu cabelo.