Cristina Junqueira do Nubank - Foto: Reprodução Roda Viva TV Cultura
Co-fundadora da fintech diz que não dá para nivelar por baixo
Em entrevista ao programa “Roda Viva” da TV Cultura, na última segunda-feira (29), a co-fundadora da fintech, Cristina Junqueira, revela que sempre foi difícil recrutar pessoas para trabalhar no Nubank e que este é o maior “gargalo” da empresa. Há uma alta exigência para a contratação em cargos de liderança, com requisitos básicos como o inglês.
A executiva revela que a empresa tem investido em formação de pessoas, como uma formação específica e gratuita para ciência de dados, que irá possibilitar o desenvolvimento profissional e à cargos de liderança. De acordo com Junqueira, contratar alguém inapto à trabalhar e se desenvolver com as equipes existentes na fintech seria criar mais um problema, ao invés de resolver o existente do baixo percentual de negros em cargos de liderança no quadro de funcionários.
A resposta da co-fundadora foi dada devido a pergunta da jornalista Angelica Mari, da Forbes Brasil que questionou sobre as ações afirmativas para a inclusão das minorias sociais e levantou a reflexão sobre essas barreiras dificultarem ainda mais o acesso de negros na empresa.
Apesar da criação de grupos focados no recrutamento de minorias sociais para todos os níveis e funções da empresa, a executiva confessa ainda não terem conseguido ampliar a diversidade na fintech. Junqueira ainda afirma que também estão há um tempo em busca de uma líder global de diversidade, além de uma vice-presidente de Marketing.
“Não dá pra nivelar por baixo. Por isso a gente quer investir em formação. Não adianta colocar alguém pra dentro que depois não vai ter condições de trabalhar com as equipes que a gente tem. Depois não vai ser bem avaliado. A gente não está resolvendo um problema, está criando outro, né?”
Nas duas primeiras edições, em 2017 e 2019, o premiado evento Cidadão Global, idealizado por Santander Brasil e Valor Econômico, iniciou uma série de palestras e debates sobre o que significa ser um cidadão do século 21, com a participação de figuras como o presidente Barack Obama e o historiador israelense Yuval Harari. Neste ano, em um formato 100% digital e gratuito, no dia 21 de outubro, das 9h às 11h20, as grandes atrações são duas mulheres expoentes em suas áreas de atuação: a laureada atriz americana Viola Davis e a ganhadora do Prêmio Nobel de Economia Esther Duflo .
O tema do Cidadão Global 2020 é O Futuro da Globalização nas vozes de quem transforma o mundo. Segundo os organizadores, a crise imposta pela pandemia trouxe duas grandes constatações. A necessidade de salvar vidas fez com que os Estados, iniciativa privada e organizações se mobilizassem de maneira inédita. Ao mesmo tempo, o mundo globalizado como o conhecíamos não será o mesmo.
“A dinâmica da geração de riquezas e os mecanismos de governança mundial serão afetados. Precisamos refletir sobre como isso vai impactar a vida das nações e das pessoas. A sociedade assistiu a manifestações de solidariedade e filantropia e viu a eclosão de movimentos pró igualitarismo no auge da crise, pleiteando transformação social. É neste contexto que pensamos a programação do fórum Cidadão Global 2020“, explicam os organizadores.
O programa terá abertura de Sérgio Rial, CEO do Santander Brasil, e palestras de Viola Davis e Esther Duflo. Segundo o executivo, o evento tem a missão de refletir os mais importantes aprendizados que tivemos na maior crise do nosso tempo. “Esther Duflo e Viola Davis representam uma humanidade mais integrada, capaz de enfrentar desafios com uma visão ampla, diversa. São vozes que inspiram as gerações futuras e que mostram aonde podemos chegar quando focamos no talento e na vontade de fazer o certo”, ressalta Rial.
SERVIÇO
Cidadão Global 2020 Data: 21 de outubro de 2020 Horário: 9h às 11h20 Link para inscrição:cidadaovalorsantander.com.br
Nesta segunda-feira (19), o portal de noticias Deadline divulgou que o ator Samuel L. Jackson e a filha dele, Zoe Jackson, irão produzir Life On The Edge uma série documental sobre comunidades marginalizadas e cultura de gangues. O programa irá usar a tecnologia de deepfake, que é usada para manipular e editar vídeos, e gravações feitas pelos próprios personagens da história para contar como é a vida cotidiana de pessoas nas margens de algumas das mais famosas facções criminosas do mundo.
Deepfake, uma amálgama de “deep learning” (aprendizagem profunda em inglês) e “fake” (falso em inglês), é uma técnica de síntese de imagens ou sons humanos baseada em técnicas de inteligência artificial.
Em comunicado enviado à imprensa, o ator falou sobre a importância de uma série sobre essas pessoas: “Ninguém olhou para esses grupos sob uma perspectiva nova – de dentro para fora. Esses são jovens que estão tentando encontrar um lugar em um mundo caótico contra todas as probabilidades. Eu não consigo imaginar histórias melhores para serem contadas.”
“Life On The Edge” será produzida pela Ample Entertainment e ainda não tem data de estreia.
Nesta segunda-feira (19), Beyoncé, mais uma vez, pegou os fãs de surpresa com a publicação de uma imagem com a frase “This Is My Park” e na legenda “30 de outubro”.
https://www.instagram.com/p/CGh4eskgdyT/
Apesar das poucas informações publicadas pela artista, o significado por trás da postagem é que está marcado para o dia 30 de outubro o lançamento da nova coleção de Beyoncé com a Adidas. Em sua primeira edição no início de 2020, a colab, fez um sucesso estrondoso, esgotando todos os produtos mundialmente em poucas horas. A nova coleção recebeu o nome This Is My Park. De acordo com o site oficial da marca, a This Is My Park irá contar com 95 itens.
Em setembro, a marca revelou um tênis da nova coleção em colaboração com Bey. Batizado de “Beyoncé Superstar Platform”, o modelo é inspirado na famosa linha “Superstar” da marca e conta com uma plataforma e uma moldura de borracha com ângulos acentuados nas laterais e na frente.
“Quando os sapatos Superstar da adidas estrearam nos anos 70, ninguém poderia ter previsto o impacto que eles teriam em nossa cultura. Para celebrar os 50 anos da silhueta icônica, a potência que redefiniu a cultura pop por conta própria empresta sua elegância e perspectiva ao tênis“, diz o comunicado na página do produto.
O novo tênis, de acordo com o site da empresa, estará disponível por 200 dólares.
Nesta segunda-feira (19), a psicanalista, educadora e escritora Elisama Santos publicou em seu Instagram um relato que todos deveriam ler. Na publicação, Elisama fala sobre transformação e que “não existe pílula mágica que transforma a sua relação com você mesma(o)”. “Qualquer promessa de devolver a autoestima perdida em três dias é uma mentira. Corre, é cilada, Bino. Ah, você também não vai acordar um dia, super autoconhecida(o), um ser de luz, pura consciência e amor. Essa pressa atrapalha os processos, todos eles”.
“Se amar é difícil. Brigar consigo é muito, muito mais”; leia o texto completo publicado pela educadora:
Amar quem eu sou é um exercício diário, escolha que preciso fazer todo hora. Mas não se engane, não significa que amo tudo em mim. Alguns detalhes eu gostaria que não existissem. Alguns pedaços são duros de olhar, assumir, engolir. E me amar, diante desses lados e características, é simplesmente parar de brigar. É me tratar com gentileza. É entender que tenho história, sentimentos, lutas, quedas e vitórias. É me olhar com amplitude em vez de me reduzir a apenas um trecho da jornada. Consegue entender que não significa uma cegueira sobre quem sou?
Por anos briguei com meu peso, meus braços, minha bunda, minha raiva, minha intensidade. Por anos e anos a fio quis moldá-los e encaixá-los nos padrões que me disseram que deveriam ser a minha meta. Quis ser calma e tranquila. Quis ser paciente. Quis ser magra. E esses anos de briga com quem sou apenas me tornaram mais impaciente e estressada, aumentaram a compulsão alimentar.
Faz um tempo que decidi acolher. Aceitar. Aprendi a lidar com a raiva, em vez de querer ser outra pessoa. Desenhei flores nos braços e na alma. Resolvi ter curiosidade sobre mim. E, principalmente, abandonei a expectativa irreal de que, se eu for perfeita, estarei blindada dos sofrimentos humanos. Não há perfeição, nem vida sem sofrimento. Há a vida, com todas as suas cores, desacertos e brilhos. Amar-se é um processo em que não existe chegar lá…mas que a caminhada, por si só, já vale a pena. Chega de briga. Se amar é difícil. Brigar consigo é muito, muito mais.
Com o tema “Mulheres Insubordinadas: uma saudação às grandes ancestrais”, o evento irá enfocar o papel da mulher negra no universo das artes
Acontece entre os dias 27 e 30 de outubro o IV Fórum Negro de Arte e Cultura (FNAC), evento que reúne as Escolas de Belas Artes, Dança e Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA) para debater, refletir e construir propostas de inserção da cultura negra no ensino, na pesquisa e na formação em artes no âmbito da extensão acadêmica.
Com o tema “Mulheres Insubordinadas: uma saudação às grandes ancestrais”, o evento desta vez irá enfocar o papel da mulher negra no universo das artes, apontando a relevância do discurso de gênero na mudança de pensamento a respeito da produção teórica e prática de arte e cultura.
Composto por ateliês temáticos, apresentações de pesquisas, conferências, mesas temáticas, oficinas e uma programação artística inspirada na temática negra, o FNAC deste ano será virtual, atendendo às normas de segurança recomendadas pelas autoridades sanitárias e pelo colegiado da UFBA para combater a propagação do coronavírus.
Nas palavras da Professora Dra. Evani Tavares Lima, da Pós-graduação em Artes Cênicas da UFBA e uma das organizadoras do evento, a proposta é “continuar possibilitando trocas de experiências entre seus participantes e o fomento à revisão dos paradigmas”, que, até então, orientam os currículos dos cursos das artes da Universidade Federal da Bahia e de outras universidades.
Em sua curta trajetória, o FNAC foi responsável por muitos avanços. Dentre eles, pode-se destacar a publicação da Revista Repertório (PPGAC/UFBA), em 2017; o espetáculo “Gusmão: o Anjo Negro e sua Legião”, sobre a vida do ator e dançarino Mário Gusmão, primeira montagem com elenco e temática negros em 40 anos de existência da Companhia da Escola de Teatro da UFBA em 2017; além de o exitoso espetáculo “Pele Negra, Máscaras Brancas”, baseado na obra homônima de Frantz Fanon e dirigida por Onisajé, em 2019. Este também produzido pela Companhia da Escola de Teatro da UFBA e com elenco e temática negros.
“Queremos que o FNAC seja mais que um evento pontual, queremos que ele se torne uma permanente fonte de discussão e reflexão sobre as questões ligadas a comunidade negra, especialmente no que diz respeito a sua contribuição ao universo artístico e cultural baiano e brasileiro”, destaca Evani.
SERVIÇO
O Quê: Fórum Negro de Arte e Cultura (FNAC)
Quando: 27 a 30 de outubro
Onde: Nos canais oficiais do FNAC no Streamyard e no YouTube
O cantor Jorge Aragão está internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), do Hospital Unimed, o cantor de 71 anos está internado desde o último dia 13 mas reage bem ao tratamento.
“O paciente Jorge Aragão da Cruz foi admitido em nosso hospital em 13 de outubro com quadro de pneumonia viral Covid-19. Desde então, encontra-se em unidade de terapia intensiva sob monitorização contínua e cuidados específicos para a condição clínica, apresentando boa resposta ao tratamento. Ainda não há previsão de alta da UTI”, informou o boletim médico do hospital.
Segundo fontes próximas da família, o cantor chegou na unidade médica com 50% de comprometimento nos pulmões, felizmente o cantor está reagindo bem aos tratamentos e tem previsão para voltar ao quarto nesta segunda-feira. Apesar dos bons resultados, Aragão deve passar mais alguns dias no hospital cumprindo o isolamento recomendado.
Jorge Aragão se manteve ativo na pandemia, com realização de lives e alguns projetos que homenageiam o samba e alguns sambistas o cantor se mostrou presente nas redes sociais, seu último trabalho foi realizado no dia 23 de setembro e o projeto Jorge 70 Ao Vivo em São Paulo está anunciado em suas redes sociais para esta semana.
Obra realizada em Belo Horizonte reforça o afeto entre a real família brasileira
Nascido e criado em Diadema, o artista visual, Robinho Santana inaugura a maior obra de arte urbana do Brasil, realizada em Belo Horizonte. O trabalho que integra a 5ª edição do festival de arte pública CURA – Circuito Urbano de Arte, retrata a maternidade negra, com uma mulher que cuida de seus dois filhos.
O artista que norteia seus trabalhos na retração do povo preto como protagonistas e autores de sua própria história, reforça a importância da representatividade, da exaltação do afeto entre a real família brasileira, e do reconhecimento da grandeza desse povo discriminado apenas pela cor de sua pele, conforme revela em entrevista recente ao UOL.
“Sentir-se representado de forma digna faz com que você olhe para outros lugares para além daquele em que a sociedade te colocou, te faz querer conhecer, te inspira a ser e a entender que você também pode ser aquilo que o outro parecido contigo é. O poder e a importância da representatividade negra nas artes plásticas, por exemplo, me fez estar aqui, quando lá atrás me vi em outro artista negro e vislumbrei que era isso que eu queria fazer de minha vida”, conta o admirador de Jean-Michel Basquiat (1960-1988).
Maurício Rodrigues é vice-presidente de Finanças da Bayer Crop Science para América Latina - Foto: Divulgação Bayer
Maurício Rodrigues é um dos representantes de uma geração fruto de pais conscientes do papel da educação como grande diferencial na vida de quem nasce com a pele negra em um dos países mais racistas do mundo. Vice-presidente de Finanças da Bayer Crop Science para América Latina , Rodrigues é um dos responsáveis pela maior campanha de recrutamento de trainees negros da empresa que se encerra no próximo dia 21 de outubro.
Engenheiro civil de formação, Rodrigues tem mais de 20 anos de experiência no setor financeiro e conhecimento de gerenciamento de riscos e liderança de grandes grupos. Na Bayer ele também atua como sponsor do BayAfro, grupo de afinidade responsável por desenvolver e discutir políticas de inclusão e diversidade étnico-racial dentro da companhia em todos os níveis hierárquicos.
Projetar uma ascensão profissional desconsiderando a importância de cursar um curso superior ou estudar línguas é uma ilusão. Porém a ausência de referências de pessoas negras que trilharam essa jornada de crescimento profissional, apesar de todas as dificuldades, faz com que muitos jovens não queiram usufruir de oportunidades feitas para eles como os programas de estágio e trainee para estudantes negros.
Nessa entrevista feita pela nossa editora-chefe Silvia Nascimento, Rodrigues compartilha detalhes sobre sua trajetória profissional, que inclui uma experiência internacional de quatro anos que impactou a forma que o executivo analisa as relações raciais no ambiente de trabalho.
Mundo Negro – Olhando sua trajetória profissional, como você se manteve motivado em um país que dificulta os avanços das pessoas negras no mercado de trabalho? Você teve em quem se espelhar e/ou inspirar?
Maurício Rodrigues: Tive a vantagem de ter tido pais que “quebraram o ciclo” e conseguiram se graduar na Universidade Federal do RS em Engenharia e Direito, contrariando o padrão da comunidade negra e do restante da nossa família. Digo que quebraram o ciclo pois fizeram isso sem nenhum incentivo, dado que não existiam outras pessoas da família que se graduaram e com todas as dificuldades financeiras possíveis.
Por terem feito isso, eles valorizaram bastante a educação e me deram condições de estudar em boas escolas, o que me permitiu entrar numa boa universidade e me abriu portas para concorrer a uma grande empresa. Além disso, ambos serviram de grandes exemplos e referências para mim pois me faziam sonhar que era possível crescer e atingir cargos mais altos na área que eu tivesse interesse. Essa combinação de boa base de educação e referência para me deixar sonhar alto fez uma grande diferença na minha carreira, algo que sei que não é realidade para a maioria da população negra do país. E por isso tento dar minha parcela de contribuição hoje em dia também atuando como referência para essa população para que possam também sonhar com essa possibilidade.
Você já teve experiências profissionais fora do Brasil? Se sim, onde foi e racialmente como foi essa vivência para você? Vivi 4 anos fora do país, sendo dois anos e meio em St. Louis, nos EUA, um ano e meio no México. Tanto profissionalmente como pessoalmente, a experiência de morar fora foi muito boa para poder ter uma perspectiva diferente e mais ampla sobre vários aspectos. Falando especificamente do tema racial, aprendi muito morando nos EUA para poder entender melhor o histórico dessa luta por lá, e sem dúvida viver diversas situações de racismo cotidianas (similares às que vivo no Brasil). Outro ponto importante do meu período nos EUA foi que fui convidado a participar com mais ênfase na questão racial. Não era aceitável por lá que os negros não se envolvessem nos grupos de discussão da temática de maneira mais atuante. Talvez o meu histórico até o momento no Brasil, como vários outros negros, era de não me pronunciar de maneira mais efetiva sobre o assunto e conviver com as situações de racismo. Isso era uma espécie de proteção por muitos anos para evitar que estivesse em constante luta e que não me prejudicasse na época pois a discussão racial nas empresas praticamente não existia.
No meu retorno ao Brasil em 2014, depois da experiência de envolvimento nos EUA, e já tendo alcançado uma posição de maior exposição, senti que tinha a condição, e mais que nada o dever, de contribuir para essa discussão na empresa, o que acabou fazendo com que me tornasse “sponsor“ do grupo de equidade racial que foi formado em 2015 na empresa
É normal do jovem negro não achar que merece estar em certos espaços. O que você como CFO da Bayer , mas também como homem negro, tem a dizer aos candidatos nesse sentido? Primeiramente eu tenho que reconhecer que o grau de dificuldade para almejar estar nessas posições realmente é enorme pela falta de referências e pela complexidade para ter boa educação de boa parte da população negra. As ações afirmativas promovidas pelo governo nos últimos anos contribuíram para melhorar essa situação e formar jovens em melhores universidades, mas a falta de referência ainda continua sendo uma grande barreira. A meu ver, aí que surge a necessidade de profissionais negros darem sua contribuição e atuarem como referências para esses jovens.
Mas o que eu digo normalmente para esses jovens é: acreditem no seu potencial! Apesar de todas as adversidades, vocês tem que conseguir sonhar alto e se inspirar nas referência que encontram. Em especial num mundo tão volátil e incerto que temos hoje em dia, a resiliência (fruto do ambiente complexo que muitos desses jovens vivem) torna-se algo fundamental e um diferencial importante para que possam se desenvolver numa empresa. Recomendo também que procurem as formas mais diversas de estudo e valorizem muito o aprendizado contínuo. Novamente, reconheço a dificuldade que muitos enfrentam, seja por falta de condições ou de tempo em função de condições econômicas desfavoráveis. No entanto, a criatividade e o empenho para procurar estudar, se informar e aprender constantemente é o que será o diferencial na carreira desses jovens. Por último, aproveitem esse momento em que essa discussão está mais forte e que as empresas estão começando a ter um olhar diferenciado para a questão racial e lutem pelo seu espaço. Independentemente do que algumas pessoas possam dizer ou questionar o valor dessas ações, o mais importante é aproveitar esse momento, se inscrever nos diversos programas, dar o seu melhor para entrar numa empresa através de um programa de estágio ou trainee e conquistar o seu espaço. Não se deixem levar pelas críticas às ações e acreditem ao máximo que é possível entrar nessas empresas e sem dúvida crescer dentro delas para em breve termos muito mais CFO’s, CEO’s e outros cargos de liderança ocupados por pessoas negras.
Maurício Rodrigues é vice-presidente de Finanças da Bayer Crop Science para América Latina – Foto: Divulgação Bayer
A Bayer tem estratégias para reter esses trainees negros? Pergunto por conta das dificuldades que permeiam o cotidiano de quem é jovem preto, como questões de transporte, saúde mental … (há coletivos negros dentro da empresa?) O objetivo do programa é não apenas atrair esses profissionais, mas também contribuir para o seu desenvolvimento. A jornada de seleção contará com uma experiência de autoconhecimento e aprendizagem através de três pilares centrais: Protagonismo e saúde mental (ações que visam fortalecer a autoestima e descontruir crenças limitantes), Liderança (construção de um espaço para reflexão das referências que inspiram e encorajam suas histórias) e Educação e Carreira (jornadas de autoconhecimento e os desdobramentos voltados para carreira). Após o início do programa, os profissionais terão a oportunidade de liderar projetos estratégicos com alto impacto para a organização, além de contar com uma trilha de desenvolvimento que contemplará diversos conteúdos de aprendizagem técnica e sócio emocionais, programa de mentoria individual, subsídio para desenvolvimento na língua inglesa, caso necessário, e alta exposição na companhia. No que diz respeito a parcerias, as empresas EmpregueAfro, B4People e Cia de Talentos estão colaborando conosco nessa iniciativa.
Além disso, a empresa possui uma série de ações que reforçam seu compromisso com a inclusão e a diversidade étnico-racial. A companhia possui um grupo de afinidade chamado BayAfro, responsável por promover ações de conscientização, campanhas, rodas de conversa e uma série de iniciativas que possam contribuir para um ambiente de trabalho inclusivo, garantindo equidade de oportunidade; além de estimular reflexão para a temática da diversidade étnico-racial.
A Bayer foi pioneira em se aproximar de coletivos e universitários negros e promoveu, em 2017 e 2018, o encontro “Juventude Negra na Bayer”, que teve como objetivo discutir práticas da Inclusão da Juventude Negra nas Grandes Organizações. Outro exemplo de iniciativa desenvolvida pelo grupo é a realização do AfroTalks, encontros virtuais com o intuito de atuar ativamente na promoção da equidade étnico-racial.
Já o MeetUp Cumbuca é um programa que nasceu dentro do Pilar de Inclusão & Diversidade, cujo principal objetivo é o desenvolvimento comportamental e de competências do grupo de estagiários negros Bayer. Iniciativa desenvolvida em parceria com a EmpregueAfro
Essa campanha do programa de Trainees da Bayer foi algo histórico. Como foi desenhado esse projeto até o lançamento e qual a diferença dessa para as outras ações feitas pela Bayer no sentido de incluir profissionais negros na empresa?
Analisando internamente, os números eram pouco representativos. Esse foi um dos motivadores do programa, criar ações para mudar um cenário comum que não é o ideal. Infelizmente as pessoas negras, em função de uma história ampla de discriminação, ainda têm menos acesso à educação de qualidade e, consequentemente, ao mercado de trabalho formal. Esta dificuldade se reflete nas estatísticas, com uma porcentagem baixa de profissionais negros no mercado formal e, principalmente, em cargos de liderança – em um país em que 56% da população se auto-declara negra. Com este cenário em vista e para contribuir para a correção dessa desigualdade, a Bayer optou por um Programa de Trainee com oportunidades voltadas exclusivamente para jovens talentos negros. O programa Liderança Negra Bayer busca por profissionais que serão protagonistas dessa mudança.
Formada em publicidade cantora diz que a música proporcionou o sonho de trabalhar com a moda
A cantora e publicitária IZA, anunciou nesta semana que é a nova diretora criativa da marca esportiva Olympikus, da qual já mantinha uma relação estreita como embaixadora. Em entrevista à Vogue, IZA revela que antes de se graduar em Publicidade tinha o sonho de se formar em Moda, então essa cocriação ao lado da marca é uma realização para a artista.
“Chegou um reforço pesadão para o nosso time. A mulher que através da voz e do seu corre conquistou o Brasil”, publicou a Olympikus em seu instagram. A princípio serão cocriados dois tênis e uma coleção, que será desenvolvida com o foco de atender às diferentes especificidades dos corpos das brasileiras.
Além da diversidade no biotipo de corpos, IZA conscientiza sobre a importância de pessoas negras estarem na publicidade, setor que segundo o Instituto Locomotiva, apenas 6% dos negros se sentem representados, e de acordo com o Instituto Etnus, a cada mil funcionários nas agências, apenas 35 são negros.
Recentemente, IZA foi reconhecida como uma das 100 pessoas afrodescentendes mais influentes do mundo pela MIPAD (Most Influential People of African Descent), importante premiação reconhecida pela ONU.