Mesmo após as diversas reflexões depois da morte de George Floyd, que perpassaram a inclusão de pessoas negras em projetos audiovisuais, nós ainda nos deparamos com produtos nacionais na TV que reforçam nossa imagem de forma estereotipada.
Um exemplo recente, foi o desperdício de talento Douglas Silva como o traficante Marconi em Amor de mãe. O núcleo dele, com exceção do amigo branco Sandro que virou moço bom e rico, era negro e criminoso.
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Lembrando o caso que aconteceu com Matheus Ribeiro, no RJ, onde o casal branco o acusou falsamente de roubar uma bicicleta, as novelas de Manuel Carlos e tantas outras novelas e séries que tem como paisagem o Leblon, não têm personagens negros que não estejam ligados à pobreza ou criminalidade. Nós não somos mostrados como consumidores potentes, pessoas com poder aquisitivo e muito menos vítimas de pessoas brancas.
Quando na dramaturgia e nos noticiários os rostos negros só aparecem nesse recorte, se cria um viés inconsciente que automaticamente associa na vida real o que se vê massivamente na TV. Obviamente o racismo também explica isso, e é o ponto de partida de qualquer reflexão nesse sentido
Cidade de Deus e derivados, Irmandade ( Netflix), Impuros (Fox) são outros exemplos de filmes e séries onde negros aparecem no cenário do crime.
A Wolo.Tv por exemplo, é uma das plataformas seguras de ver conteúdo negro nacional representativo de forma positiva e a Casa da Vó é uma das séries que mais representa o que é ser negro no Brasil hoje. Nossas lutas aparecem, mas também nossas vitórias e conquistas, por meio de discussões sobre Black Money e Mercado de trabalho.
Temos médicos, cientistas, advogados, empresários negros e negras em número crescente no Brasil. Se quem tem essa formação não é lido como tal profissional, é porque não somos vistos na mídia dessa forma.
Negros são os mais detidos e presos, mas não necessariamente os que comentem mais crimes. Há estudos que apontam inclusive, que brancos carregam mais quantidade de drogas quando presos, do que pessoas pretas. A Ponte Jornalismo copilou alguns dados que falam sobre criminalidade raça.
Eu sugiro boicotar programas e séries que nos representam de forma estereotipada e consumir produções pretas nacionais que nos mostram como realmente somos. Ah, e séries sobre negros também deveriam ser consumidas por pessoas brancas.
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