Nem síntese e nem antítese. Por uma alternativa ao Ocidente

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Nem síntese e nem antítese. Por uma alternativa ao Ocidente

por Jonathan Raymundo

Infelizmente, por conta da vitória do sistema sócio econômico OCIDENTAL atual (capitalismo) e por conta dos erros e das promessas não cumpridas da crítica também OCIDENTAL (comunismo), muitos dos membros da comunidade negra têm caído no discurso hegemônico no qual não há alternativas possíveis ao capitalismo.

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Talvez o Ocidente, cuja racionalidade produziu a síntese e a antítese, não possam mesmo pôr à mesa qualquer solução. Uma solução que perpasse por um desenvolvimento que respeite a natureza, que respeite a diferença, que não perca de vida o valor da vida e que saiba que mercadoria é mercadoria e gente é gente, que não tenha como nos ensina Marimba Ani a “hipocrisia como modo de vida”. Aliás, no livro de leitura obrigatória “Yurugu, Uma critica Africano-centrada do Pensamento e Comportamento Cultural Europeu” Ani nos ensina que:

“…o segredo que os europeus descobriram cedo em sua história é que a cultura traz regras ao pensamento, e que se você puder impor a sua cultura em suas vítimas, você pode limitar a criatividade de sua visão, destruindo a sua capacidade para agir com vontade e intenção em seu próprio interesse”

Se não retomamos a nossa cultura, reproduziremos ora as ideias produzidas pela estrutura branco capitalista, ora as críticas brancas à ele oriunda da mesma lógica cultural. Numa ou noutra, estaríamos falando outra língua, vestindo outra pele, sob um outro Deus, movendo sobre outro espírito, pensando com outra racionalidade, adorando outros deuses.

Ou seja, nossa crítica seria ainda dentro dos limites do projeto colonial que tirou de nós a autenticidade. Não só o nosso lugar, mas pior, a nossa fala. O perigo das políticas atuais de diversidade é o seu uso pra manutenção de uma máquina capitalista que não só se possibilitou pela acumulação primitiva do capital escravizando o nosso corpo, mas que tem na necropolítica a forma de gerenciar a economia global.

Diversidade não é o suficiente. Precisamos voltar a falar sobre fim do capitalismo. Estão trabalhando inclusão como caridade e usando nossa gratidão como moeda cristã de culpa para que usemos nossos corpos como escudo entre as empresas e a opinião pública crítica. As empresas capitalistas operam o lucro sobre o valor vida, sem isso não teriam sucesso.

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