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“Consigo enxergar meus parentes sendo carregados em navios negreiros”: Fernando Holiday se surpreende com resultado de DNA

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Fernando Holiday/Imagem Youtube

Fernando Silva Bispo, mais conhecido como Fernando Holiday, é um político brasileiro, atualmente sem partido e vereador da cidade de São Paulo que, aos 20 anos, foi eleito o vereador mais jovem da história do município. Defensor de uma direita liberal, Fernando sempre teve dúvidas sobre sua ancestralidade, assim como milhares de brasileiros que não tiveram a oportunidade de conhecer aqueles que constituíram suas ancestralidades.

Na nova série documental produzida pela UOL, o vereador teve a oportunidade de realizar um teste rápido de DNA para entender suas origens e de onde venho maioria de sua família.

“As primeiras dúvidas de Fernando Holiday (sem partido-SP) sobre a própria origem surgiram na adolescência, mas não havia para quem perguntar. O pai abandonou a família e a mãe não era muito de falar do assunto. Os parentes, muito idosos, tinham dificuldades para lembrar. O pouco que Fernando sabia era que a avó da avó havia sido escravizada. Ouviu que uma bisavó era branca. Do lado do pai, então, só sabia que eram todos negros de Vitória da Conquista (BA). O resto era palpite.”

Ao longo do projeto, os testes foram feitos com artistas consagrados, como Péricles, e jornalistas, como a Maju Coutinho, e era comum que suas famílias tivessem suspeitas de ondem vinham. Não foi diferente com a família do Holiday que suspeitava ter alguma ligação com Angola, algo que era atribuído a uma certa semelhança física. Era puro chute, mas foi o que o teste confirmou.

Segundo o próprio site de notícias, o politico não negava os impactos da escravidão ou sua raça, mas, depois do teste, virou algo pessoal. É como se aquele período em que ele tanto estudou saísse dos livros e entrasse na sua vida.

“Agora consigo enxergar meus parentes sendo carregados em navios negreiros até o Brasil, uma terra absolutamente desconhecida, e escravizados de maneira desumana. Agora eu sinto como se essas pessoas fossem da minha família.”

Holiday sabia que havia alguma influência europeia na família. Por isso, temeu que o teste o mostrasse “menos negro”, o que poderia ser usado contra sua figura política. Com o resultado em mãos, avaliou que isso só confirma sua origem miscigenada:

 

O teste ainda mostrou 26,4% de origem na Hungria no vereador, que se mostrou surpreso com o resultado:

“Me surpreendeu tudo isso de um único país. Comecei a pesquisar, mas não acho nenhum traço de cultura húngara na minha família. Descobri que foram duas ondas de imigração e acho que esse encontro aconteceu depois da Segunda Guerra.”

Holiday tem um posicionamento contra cotas que não foi mudado após o teste e ele explica seus motivos para isso, ele não nega que existe racismo no Brasil, mas concorda com o economista norte-americano Thomas Sowell, que vê ações afirmativas como incapazes de solucionar desigualdades.

O exame, feito através do coletor de saliva, trouxe um mapeamento da sua ancestralidade, mas o teste de DNA não resolveu tudo. “Vai ficar uma dúvida para o resto da minha vida: minha tataravó era nigeriana ou angolana? Quando essas pessoas chegaram? Essa linhagem da minha família começa lá no século 16 ou mais para o século 18?”, explica. pria origemorça n

Dra Jaqueline Goes fala sobre representatividade e semelhanças com Milena da Turma da Mônica

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Recentemente, a Turma da Mônica anunciou seu mais último lançamento, a boneca Milena. Nos quadrinhos, a personagem é filha de uma veterinária, por isso, ama e protege os bichinhos. Milena é uma garotinha muito esperta, com cabelos crespos e pele escura, sendo a primeira protagonista negra da Turma da Mônica.

Muitas crianças dos anos 90 – e até hoje – cresceram lendo as histórias da turminha mais conhecida do bairro do limoreiro, mas apenas em 2017 foi anunciada que teria um personagem protagonista e negra nos quadrinhos. Uma dessas crianças, foi a Dra. Jaqueline Goes, biomédica e pesquisadora brasileira que mapeou os primeiros genomas do novo Coronavírus no Brasil, que ao saber que Milena se transformaria em boneca, falou um pouco sobre a importância disso para as crianças pretas.

“A minha infância, mesmo, foi permeada pelas histórias do Mauricio de Souza e minha identificação com a Mônica ficava por conta dos apelidos, já que eu era muito dentuça [ainda sou, um pouco]. Mas o vínculo parava por aí.” Começou ela, afirmando sobre a Milena, “Parece ter sido feita sob encomenda para mim. Sua cor, a textura de seu cabelo e até a curvatura dos cachos são iguaizinhas às minhas.”

Personagem Milena da Turma da Mônica


“Eu sei que falando assim, parece bobagem, mas só quem cresceu em mundo com quase nenhuma referência sabe o significado de uma boneca como essa nas prateleiras dos supermercados. Que esse movimento se expanda cada vez mais, ao ponto de não ser mais novidade em nossa sociedade. Até lá, sigamos apontando e parabenizando essas iniciativas!” Completou a cientista

A ideia de Mauricio de Sousa é dar ainda mais protagonismo para Milena, e não que seja simplesmente mais uma personagem do elenco. Nas redes sociais, os posts nos veículos originais da turma com imagens da menininha têm gerado boa repercussão, inclusive com pais reagindo positivamente e respondendo com imagens das filhas se reconhecendo nos traços de Milena, mostrando o quanto se faz importante a representatividade para essas crianças.  


“A Milena e sua família, passaram a integrar a turma muito tempo depois, e confesso que só a descobri no ano passado, quando o Projeto Donas da Rua, me prestou homenagem, justamente, sendo representada com as características da Milena… Ainda no ano passado, quando a homenagem foi veiculada nos meios de comunicação, amigas me relataram que daquela forma ficava mais fácil explicar para suas filhas, o que fazia uma cientista.” Finalizou Jaqueline.

“Enciclopédia Negra”, exposição na Pinacoteca resgata histórias apagadas pelo racismo

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Foto: Divulgação Título: Justina Maria do Espírito Santo Técnica: Acrílica e spray sobre tela - 50 x 80 cm. Obra feita por Michel Cena7 para o "Enciclopédia Negra"

Na mostra “Enciclopédia Negra”, com início neste sábado (24), a Pinacoteca de São Paulo exibirá os retratos de 120 personalidades negras da história brasileira criados por 36 artistas negros contemporâneos. As obras foram produzidas para ilustrar o livro de mesmo nome, lançado em 30 de Março pela Companhia das Letras.

O projeto, organizado por Flávio Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Schwarcz, traz 417 verbetes sobre personalidades históricas e anônimas cujas atuações se destacaram ao longo de quatro séculos de Brasil, em um trabalho de resgate da memória daqueles que foram apagados pelo racismo e pelo colonialismo que levou mais de seis anos para ser finalizado.

Entre os artistas convidados a colaborar com o livro estão nomes como Antonio Obá, Ayrson Heráclito, Igi Ayedun, Juliana dos Santos, Michel Cena7, Mônica Ventura, Nadia Taquary, Rodrigo Bueno e Sônia Gomes, que trouxeram suas referências artísticas e experiências pessoais para os retratos.

Michel Cena7, por exemplo, buscou inspiração nas pessoas negras que o cercam ao personificar em amigos e amigas a imagem das figuras históricas, criando uma representação mais humanizada de seus legados. Liberata, mulher escravizada que entrou em uma batalha judicial para conseguir sua alforria com êxito, e posteriormente tentou sem sucesso libertar também seus dois filhos, é personificada na amiga Carla, junto à sua mãe e seu irmão. Entre as cinco obras que criou para o projeto há também um autorretrato, onde Cena7 representa o artista escravizado Antônio Teles, que pintou esculturas e desenhos no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro.

A exposição fica em cartaz até 11 de Outubro, quando as obras serão incorporadas ao acervo da Pinacoteca. Esta é parte de uma série de ações recentes do museu, que abriga a maior coleção de retratos do país, em busca por uma maior diversidade e representatividade em sua coleção.

Programação:

“Enciclopédia Negra”

Local: Praça da Luz, 2 – Luz, São Paulo – SP

Abertura: 24/04/2021

Visitação: 24/04 a 11/10/2021

Horário de visitação: Quarta a segunda-feira, das 10 às 18h. Agendamento de visita através do site oficial da Pinacoteca de São Paulo.

“Merecia ser estuprada”: Filósofa Katiúsca Ribeiro sofre ataque racista e sexista durante palestra na Unicamp

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Katiúsca Ribeiro, filósofa e mestra em filosofia Africana, relatou em seu Instagram que durante a palestra “A importância da Filosofia Africana no combate ao racismo estrutural“, realizada no dia 24 de março, “aconteceu algo absurdo“.

O evento organizado pelo Centro Acadêmico de Filosofia (CAFil) da Unicamp, como abertura do ano letivo para a recepção dos calouros, teve a presença da filósofa como conferencistas na mesa “A filosofia Africana e o racismo estrutural“. Segundo Katiúsca, nesse evento ocorreram invasões à sala de transmissão e atos de violência com diversos xingamentos racistas e sexistas. “Inclusive, alguns falaram que ali não era meu lugar que o lugar de mulher é na cozinha e que merecemos ser estupradas e o pênis enfiado na garganta para nos silenciar, sendo apresentado vídeos contendo imagens de estupros e mais xingamentos“.

A caracterização explícita de um ataque de cunho racista e sexista, se evidencia quando se constata que a única mesa atacada foi a de uma mulher preta com abordagem em filosofia Africana e racismo estrutural. “Na ocasião convidei minha mãe para assistir e ela ficou apavorada e com medo“.

Estamos em um tempo histórico de extrema vigília e controle. Os corpos de pessoas pretas são alvo constates das esferas genocidas do Estado. O ataque sofrido na Universidade Federal de Campinas – Unicamp na mesa: “A filosofia Africana e o Racismo estrutural”, demostra a ferocidade do racismo e seus tentáculos na sociedade brasileira. Aliás, ataques como esse, apenas nessa mesa, afirmam como as estruturas filosóficas hegemônicas criam um modelo de sujeito universal que estrutura a realidade social desde sempre.

No entanto, respirei fundo abrimos outra sala e segui com conferência … Continuei com o núcleo de consciência negra e juntos reagimos, o que queriam não aconteceu acabar com a mesa, minha passagem ali era poderia até ser passageira mas diversos estudantes negros permaneceram na universidade e acredito em povo e não poderia abandona-los.

Atenção aos Racistas e Machistas: Mulheres pretas e seu povo não serão mais silenciadas“, finalizou Katiúsca Ribeiro em publicação.

A Universidade Estadual de Campinas emitiu nota repudiando o ato e convidou a comunidade a somar-se ao repudio e a se manter alerta para impedir que episódios como esse voltem a se repetir; Confira:

A Direção do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas e a chefia do Departamento de Filosofia se solidarizam com a pesquisadora e professora Katiúscia Ribeiro pelo ataque racista e sexista que sofreu de covardes anônimos durante a palestra “A importância da Filosofia africana no combate ao racismo estrutural”, realizada no dia 24 de março. O evento, organizado pelo O Centro Acadêmico da Filosofia (CAFil) e pela representação discente do curso de Filosofia era parte das atividades da Calourada 2021, com o tema “O Racismo Estrutural”.

Repudiamos veementemente este ato violento, perpetrado por pessoas que não aceitam a presença de mulheres, sobretudo de mulheres negras, em lugares de destaque na universidade pública, na docência e na pesquisa. Não é o primeiro ataque que sofremos, e provavelmente não será o último. O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas reafirma sua vocação democrática e inclusiva e seu compromisso com a promoção da justiça e da igualdade social, racial e de gênero. Convocamos toda nossa comunidade somar-se ao repudio e a se manter alerta para impedir que episódios como esse voltem a se repetir e para que possamos criar um espaço virtual seguro para o desenvolvimento do pensamento crítico e a defesa dos valores que partilhamos.

BBB21: João Luiz e a importância da permanência do professor no reality

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Foto: Reprodução/TV Globo

O brother João Luiz está correndo risco de eliminação no paredão desta quinta-feira (22), nas últimas semanas, João ficou em evidência no programa após denunciar uma situação racista que sofreu quando o sertanejo Rodolffo comparou seu cabelo crespo com o de uma peruca de um homem das cavernas.

Infelizmente, vítimas de racismo nesse tipo de entretenimento na maioria das vezes são consideradas vitimistas e “mimizentas” e não foi diferente com João, na mesma proporção que ele foi acolhido pela comunidade negra, foi criticado pelos outros telespectadores, desde então, João Luiz tem a sua permanência ameaçada no reality. 

Nós viemos ressaltar a importância do professor no reality show e o que sua vitória simbolizaria.

Uma história que inspira:

João Luiz tem 24 anos e é professor de história, ganha em torno de R$2 mil reais e inclui o gasto com passagens para ir trabalhar, mas ainda assim é apaixonado pelo que faz. João é gay e mora com o namorado Igor Moreira, o professor em sua entrevista para o reality contou que já sofreu muito preconceito por ser negro e gay, mas ainda assim, falar sobre sua sexualidade é uma das coisas que mais gosta de fazer.

A história de João inspira muitos homens, negros e gays que precisam lidar com o racismo e a homofobia que não tiram folga no Brasil, e a vitória do brother significaria muito além de dar o prêmio de R$ 1,5 milhão para um professor de geografia, seria mostrar que o Brasil escolheu e acolheu um professor, gay e negro para vencer um dos reality’s mais assistidos do país.

Falas que importam:

Nesses 3 meses no reality, João já protagonizou debates incríveis que ajudaram pessoas a entenderem melhor diversas questões sociais e raciais, em uma breve conversa em que a sister Juliette foi bifóbica, o participante de forma muito didática desmitificou um preconceito que cai sobre pessoas bissexuais e tirou a dúvida de muitos telespectadores a respeito da comunidade LGBTQIA+

“Lucas despirocado, bissexual. Aí ele não decidia se ele queria mulher ou homem, aí, confuso…”, disse ela. João respondeu, dizendo: “Mas não precisa decidir”. “Mas ele quis os dois, então quem tem dois não tem nenhum” disse a maquiadora. João então disse a Juliette que pessoas bissexuais não precisam decidir entre um ou outro e que a bissexualidade não se trata de indecisão. O diálogo repercutiu muito aqui fora, e foi esclarecedor para muitas pessoas que ainda não entendiam sobre bissexualidade.

https://twitter.com/joaoluizpedrosa/status/1378433482989445121

Resistência negra:

Como mencionado, o professor passou a ser perseguido por um grupo de telespectadores que não acharam correto o posicionamento do brother contra o racismo que sofreu, isso acontece em muitos casos de racismo, em que a vítima passa a ser considerada culpada, já que o acolhimento que pessoas brancas recebem é muito maior do que o de pessoas pretas, por pouco o sertanejo Rodolfo não permaneceu no programa mesmo após a fala racista e agora, as pessoas querem punir João pelo racismo que ele mesmo sofreu. Isso nós vemos diariamente, seja na nossa realidade ou ficção, pessoas negras são questionadas por ter sofrido racismo enquanto quem praticou é facilmente perdoado.

Confira algumas frases que mostram como pessoas brancas esperam ser ensinadas sobre o racismo que elas mesmas criaram:

“O Rodolffo errou,  errou.  Mas como professor, o João como professor deveria dar o exemplo e ter conversado antes e explicado, à quem precisa ser ensinado, jamais apredejar.” publicou um telespectador

“Ver o lado do João e entender que não é vitimismo, e tentar entender o lado do Rodolffo sem querer crucificar ele, e sim ensinar. É sobre isso gente” postou outra telespectador

“O Rodolffo é muito querido, gente boa. Foi tratado como um canalha, foi humilhado.” publicou um internauta

Toda a questão envolvendo o racismo que o João sofreu e a reação do público mostra o quanto pessoas negras precisam agradar a tudo e todos o tempo todo, esperavam do João uma reação mansa, esperavam que ele explicasse didaticamente sobre racismo e o João fez o oposto. Ao não ter o que esperavam, passaram a trata-lo como vilão. O público branco precisa entender que pessoas negras não estão aqui para suprir expectativas criadas sobre elas, e a permanência do João na casa se trata de quebrar essas perspectivas de “negro submisso”  

Na edição mais preta do reality, a história vai se repetindo, assim como foi com Thelma e Babu na vigésima edição, o público branco espera que pessoas negras ajam de forma que os agrade sempre, de forma que se assemelhe ao ideal de negro que eles criam, e denunciar o racismo e não se calar diante de injustiças vai contra esse ideal.  

João Luiz precisa ficar, porque além da sua contribuição no reality e sua história de vida, sua permanência simboliza a resistência negra, que embora seja só em um reality show, significa muito na nossa realidade. Pessoas pretas não precisam se calar e ir contra os próprios ideais para ser aceitas.

João Luiz enfrenta Arthur e Pocah no paredão desta quinta-feira (22), o perfil oficial do professor declarou ser #ForaPocah neste paredão.

Programa da ONU estabelece metas para empresas aumentarem o quadro de mulheres e pessoas negras em cargos de alta liderança

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Foto: Freepik

A Rede Brasil do Pacto Global da ONU anunciou na última terça-feira (20) a ampliação do programa Equidade é Prioridade, que agora terá duas versões: a de equidade de gênero e a étnico-racial, essa com parceria com o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT). A iniciativa, que começou em 2020, visa capacitar as empresas e convidá-las a assumir compromissos públicos pela equidade, com foco em mulheres e pessoas negras em cargos de alta liderança. O movimento é global, acontece atualmente em 40 países, mas o programa focado em metas étnico-raciais é inédito e ainda exclusivo do Brasil.

Apesar de representarem 56% da população brasileira, as pessoas negras ocupam apenas 4,7% dos cargos de liderança entre as 500 maiores empresas do país. Por isso, o Pacto Global se uniu ao CEERT para essa nova edição do Equidade é Prioridade, na busca por mudar esse cenário de exclusão e desigualdade racial, com o investimento em ações afirmativas para garantir oportunidades iguais.

Com o Equidade é Prioridade étnico-racial, as empresas podem assinar compromissos com metas que serão definidas e participarem do programa de capacitação e mentoria, que terá 10 meses de duração. As organizações farão o Censo da Diversidade, com objetivo de identificar as principais lacunas de diversidade da empresa (não somente a de equidade racial) e depois será criado um plano de ação.

Essa nova fase da iniciativa se soma com o Equidade é Prioridade Gênero, que começou no ano passado e tem o seu primeiro ciclo terminado em maio de 2021. Quinze empresas participaram do programa de capacitação. Outras 24 organizações assumiram o compromisso no Brasil, com metas de 30% de mulheres em alta liderança até 2025 ou 50% até 2030, são elas: Uber, Pespsico, BRF, Special Dog, Malta Advogados, PWC, BRK Ambiental, Braskem, Schneider Eletric, Movida, Machado Meyer Advogados, Editora Brasileira, Mosaic Fertilizantes, VLI, Talenses Group, Grupo Boticário, Stocche Forbes Advogados, Inoar, Furnas, Fundação Dom Cabral, Blend Edu, Eletrobras, Falconi e SAP.

Sabemos que ainda falta muito, mas a primeira turma de capacitação do Equidade é Prioridade para mulheres em alta liderança nos mostrou um caminho importante. O setor privado brasileiro está cada vez mais maduro quanto à diversidade, mas necessita aumentar e acelerar. É importante ampliarmos os compromissos públicos sobre equidade. Identificamos também que as empresas precisam dar mais oportunidades para pessoas negras em cargos de liderança e se comprometerem com elas. Só assim vamos produzir o impacto que desejamos na sociedade”, afirmou Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global da ONU.

Relatório do Fórum Econômico Mundial estima que seriam necessários 267 anos para eliminar as desigualdades econômicas de gênero, se continuarmos no ritmo atual de progresso. O Equidade é Prioridade oferece uma solução completa para as empresas realmente atingirem metas ambiciosas, por meio de compromissos, e também com um programa de capacitação, mentoria e advocacy, que oferece orientação prática de como seguir nessa jornada para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em especial a meta 5.5 da Agenda 2030, que exige a total participação e oportunidades igualitárias na liderança, incluindo na vida econômica.

Para Daniel Teixeira, diretor executivo do CEERT, o lançamento do Equidade é Prioridade é de grande relevância por reunir duas instituições com atuação importante no campo da equidade no trabalho.

O Pacto Global das Nações Unidas vem fazendo o engajamento de empresas em temas e princípios de interesse público mundialmente desde o ano 2000. Já o CEERT promove a equidade racial no Brasil e outras dimensões de equidade nas relações de trabalho há 30 anos. Isso fará com que empresas verdadeiramente interessadas em promover políticas e práticas de equidade racial façam sua adesão e integrem essa iniciativa tão importante“, disse.

A importância do casamento afrocentrado em “Todo mundo odeia o Chris”

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Imagem/Reprodução

Nos episódios que exploram a demora de um dos filhos para chegar em casa, Julius (Terry Crews) e Rochelle (Tichina Arnold) não precisam de nenhum diálogo expositivo sobre os perigos de ter uma criança negra perdida na cidade. Ambos possuem protocolos para cada situação potencialmente perigosa: membro da família parado pela polícia, se perder em um bairro branco, se comportar em festas, na escola, e outras situações onde o racismo fala alto.

O casal não precisa dar aula sobre as dores de ser quem são porque sabem exatamente o que falar e como agir um com o outro por causa do laço ancestral em comum que supera qualquer palavra.

Se um dos indivíduos do casal fosse branco, toda a narrativa da série seria esvaziada. Eles são o norte dos filhos e através de suas vivências é possível compreender a sobrevivência da prole. A obsessão por economia doméstica de Julius é muito mais medo de ver a família passar necessidade do que simples “pão durice”.

Rochelle não abre mão de fazer o cabelo, comprar chocolates caros, ou ficar ao telefone por longas horas, mas isso não gera crises incontornáveis. Ela é severa e está sempre preocupada com problemas comuns à juventude negra, como gravidez na adolescência e violência policial. Ele é uma barreira de proteção, acionado pela matriarca em último caso. Como precisou defender Chris das ameaças de um criminoso.

Na mesa de jantar casal conversa com olhar. As subjetividades que os tornam únicos foram forjadas por eventos em comum que perpassaram suas vidas, os preparando para aqueles momentos, como casal e como pais.

Julius e Rochelle acreditam que o filho nem  precisa aguentar até o final para que possa se fortalecer para um mundo cruel com gente preta. O equilíbrio entre os dois é reforçado pela química dos atores em cena, mas o roteiro é genial ao entregar com sutilidade momentos de companheirismo em que o abraço de Julius supre sua falta de articulação com as palavras e consegue fazer com que a sempre agitada Rochelle compreenda os gestos.

Ela entende que seu marido aprendeu a demonstrar afeto garantindo pão na mesa. A dureza pode autodefesa e defesa dos seus. A pele fala.

A abordagem policial: a questão racial e a importância de conhecer seus direitos

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Getty imagens

Por Zaíra Castro

A segurança pública é dever do Estado para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através de órgãos a exemplo  da polícia, conforme determina a Constituição Federal.

A polícia realiza abordagem a indivíduos suspeitos de cometerem crime. Em regra, a investida policial atinge a população vulnerável,  especialmente pessoas negras. No cotidiano é notória a truculência das abordagens policiais, como o caso  da morte de George Floyd que foi asfixiado pelo agente. 

Diante da alarmante violência que pessoas negras sofrem nas abordagens policiais é necessário conhecer alguns direitos, para evitar cenas exacerbadas  que por vezes acabam impunes ou incorrem na extermínio do indivíduo.  

Primeiramente o policial deve ser identificado por meio da farda da corporação, com nome registrado na parte da frente visivelmente, sem subterfúgios para  esconder a identificação.  Segundo o artigo 5º, LXIV da Constituição Federal,  qualquer pessoa tem direito à identificação dos responsáveis por seu interrogatório ou abordagem.

Em seguida,  de acordo o artigo 240 do Código Penal Processual, a  busca pessoal  só pode ser realizada quando houver fundada suspeita de que o indivíduo está  ocultando consigo arma de fogo irregular, certa quantidade de drogas  ou objetos que poderão ser usados para prática de crimes, e deve ser realizada por policial do mesmo sexo que o indivíduo abordado.

Assim,  mulheres trans e travesti devem ser abordados por policial feminino, no âmbito  da revistas pessoais, e no caso de homens trans, devem ser consultados sobre a revista a ser realizada por policial masculino ou feminino, para garantir a  dignidade humana, respeito a identidade de gênero e combater o preconceito e a violência institucional, que em regra também são alvo da polícia ostensiva. Essa tem sido a orientação da Defensoria Pública estadual da Bahia, conforme a  cartilha “Abordagem policial”.

Ressalta-se que a busca pessoal independe de mandado, mas o policial tem que justificar a motivação ou algum indício que resultou  na suspeita da abordagem. Notando que  nenhuma abordagem deve ser justificada com base em ato discriminatório, motivada por racismo, religião, orientação sexual ou identidade de gênero.

As orientações como se portar durante abordagem policial, inicialmente manter a calma, responder educadamente,  não tentar fugir e permitir que a busca pessoal seja realizada seguindo as determinações policiais. Além disso, evitar movimentos bruscos, manter as mãos visíveis o tempo todo, evitar tocar nos policiais e prestar atenção para lembrar  a identificação dos agentes e viatura.  

Quanto a andar sem documentos, importante esclarecer que não é crime, mas se recusar a identificar-se é contravenção penal.  Então se estiver sem documentos, busque se identificar de forma clara, calma e completa, de preferência informando  o número de seu RG ou CPF, e se possível quaisquer outros dados que ajudem a sua identificação.

E salienta-se que qualquer irregularidade ou abuso durante a abordagem policial, deve ser denunciado aos órgãos oficiais (ouvidorias, corregedorias estaduais, Ministério Público, Defensoria Pública), em momento posterior, considerando  resguardar a sua  integridade física.  Por isso, ao ser abordado é importante prestar  bastante atenção e ter calma para anotar tudo referente à abordagem, especialmente se ponderar ter sido alvo de algum tipo de violência, abuso ou atuação irregular. Inclusive cabe lembrar que abuso de autoridade é crime, conforme a lei 4.898 de 1965 e quaisquer atos elencados na referida legislação, deve ser denunciado na delegacia mais próxima por meio do registro da ocorrência ou corregedoria da instituição.

Vale ressaltar que as pessoas negras também são a maiores vítimas de prisão, todavia a prisão em flagrante só pode ocorrer nos casos previstos  no artigo 302 do Código de Processo Penal. E nesse âmbito, o uso de algemas só é permitido nas situações de  resistência, fundado receio de fuga da pessoa apreendida, perigo à integridade física do  preso ou de terceiros, sendo sempre justificada a excepcionalidade por escrito, observando que se o agente descumprir essa orientação pode ser responsabilizado, acarretando também a responsabilização do Estado.

Pesquisas e a realidade fática demonstram que pessoas negras sofrem mais punições da polícia que pessoas brancas, que apesar do treinamento da corporação, não consegue filtrar o racismo institucional ou velado por alguns agentes. Um policiamento ostensivo que cresce numa abordagem que prever o indivíduo que comete o crime, por meio do olhar enviesado que reforça a filtragem racial.

Assim, é necessário que as abordagens policiais sejam filmadas, para demonstrar se a  atuação do agente seguiu os parâmetros legais, bem como promove a mobilização para melhoria dos procedimentos junto ao cidadão perante a lei, inclusive no âmbito da denúncia e apuração. 

Portanto, é importante que as pessoas negras tenham conhecimento da lei e  de seus direitos, e caso sofra violações, se unam e busquem os órgãos competentes pra denunciar, visando combater as violações aos direitos humanos, o abuso de autoridade e a discriminação racial. 

* Advogada/Jurista. Pós-graduada em Direito Público

Irmãs pretas Sexagenárias desmontam estereótipos ao falarem sobre quadrinhos, filmes e séries sob uma perspectiva pouco vista

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Foto: Divulgação/Canal Dona Geêk

A produção de conteúdo voltada para o público nerd/Geek é composta em sua maioria por homens brancos, entre 20 e 40 anos mas as irmãs Genilda Maria Gama e Genilza Maria Gama, ou as duas Gês, como também gostam de ser chamadas, tem passado por cima de todos esses paradigmas de uma vez só.

Genilda (65 anos) e Genilza (62 anos) são duas mulheres pretas, sexagenárias, apresentadoras do canal sobre cultura pop ‘Dona Gêek’. Um espaço onde elas opinam e indicam séries, animações, quadrinhos e filmes.

A professora Janaína Monteiro, filha de Genilda , queria produzir um documentário para falar sobre a mãe. “Eu tenho muita admiração pela minha mãe e queria fazer um documentário sobre ela”, declarou. Janaína não queria mostrar a mãe ao mundo explorando o estereótipo de mulher preta sofrendo com o racismo. “Pra mim minha mãe é essa mulher preta da periferia, mas eu queria contar esse lado nerd da minha mãe. Sempre admirei essa coisa da minha mãe ler os livros, assistir os filmes, lembro dela lendo muito mesmo as condições sendo precárias”, explicou a filha orgulhosa.

Durante as conversas para o documentário, onde papo sobre nerdices aconteciam, surgiu a ideia de criar um canal no YouTube com as senhoras nerds capitaneando as pautas.

Em 2019 gravaram o primeiro piloto do canal com as “duas Gês” apresentando e falando sobre suas impressões a respeito de cultura pop e o canal permanece prolífico até hoje.

As apresentadoras esbanjam simpatia e perspicácia nas observações que fazem no canal, com uma energia sempre bem-vinda a canais do gênero. Em um dos vídeos deixam claro que se divertem nas gravações: “Se virar trabalho a gente abandona”.

Se afastando ainda mais de qualquer estereótipo, Genilda e Genilza não fizeram do canal um espaço para simples nostalgia Geek, mas apontam defeitos e qualidades de aventuras recentes como “Avatar – A lenda de Korra” e o curta da Netflix sobre violência policial, “Dois Estranhos”.

Ambas as irmãs compartilham o gosto por séries policiais como “Lei e Ordem” e ““Criminal Mind”.

 O Batman também é o gosto em comum entre Genilda e Genilza, sendo o personagem da DC Comics figurinha carimbada nos vídeos do Dona Gêek. “Eu troco um filme por uma boa animação”, diz Genilda.As duas nerds de carteirinha é que decidem quais serão os temas abordados no vídeo, ficando a cargo de Janaína e seu marido, Guilherme, apenas a parte técnica, como gravação e edição.

O gosto por leitura de ambas iniciou com os quadrinhos da Disney, passando pelos livros da série Bianca e Sabrina até chegarem ao Superman e posteriormente o Batman.

Genilza, a irmã mais nova acompanha vídeos de artesanato, que também é sua paixão, enquanto Genilda não segue com fidelidade nenhum Youtuber. “Como sou artesã, ponto, bordo, eu acompanho Youtubers de diferentes segmentos. Na maioria das vezes estou vendo aula de pintura ou uma série coreana”, diz a Gê mais velha.

 A troca de figurinha é constante, com as informações sobre séries sendo repassadas entre os membros da equipe do canal, composto também pelo genro de Genilda, o produtor musical Guilherme Lopes.

Atualmente, acompanhando a série do Arqueiro Verde, “Arrow”, um parceiro do Batman nos quadrinhos. Sobre futuras produções  Genilda diz estar ansiosa para ver Robert Pattinson encarnando a nova versão do Batman, enquanto faz crítica à versão dos anos 90 com Val Kimer.

A maior diferença entre as duas Gês é a aptidão para trabalhos manuais de Genilza e seu gosto por sair, mas tem cumprido o isolamento á risca.

Quando questionadas como elas se enxergavam em uma plataforma tão dominada por determinados perfis, não faltou lucidez na análise: “A gente fugiu do estereótipo de que mulheres acima de 60 anos só servem para fazer tricô, crochê e cuidar de netos”, declara Genilza com firmeza.

As donas do canal Dona Geek têm energia e simpatia e soam mais espontâneas e joviais que muito influenciador de longa data. São articuladas e entendem que podem estar sendo exemplo para alguém que venha a se identificar com essa necessidade de compartilhar conhecimento.

“Eu falo todos os dias: o que está envelhecendo é o meu corpo. Minha mente continua aqui, muito bem, obrigado e saudável”, dispara a Genilda com sorriso na voz

Após a entrevista elas convidam para um bolo após a pandemia e a garantia de que muita indicação de filme pode rolar, principalmente os lançamentos recentes, já que rapidez nas tendências parece ser a regra com as Donas Gês que fecham deixando um recado importante a quem se preocupa com rótulos. “Acho legal a gente ter começado isso na cozinha da casa da minha irmã e tem sido uma coisa bacana para as pessoas perceberem que idade não impede a gente de fazer nada”, reflete Genilza.

O canal Dona Gêek é um respiro no meio a tantas histórias de tragédia que abatem mulheres negras. Se sabe que esse recorte da população brasileira precisa enfrentar dezenas de barreiras físicas e simbólicas, mas a própria presença de duas idosas negras cavando espaço num nicho dominado pela branquitude é luta, sem se deixar cair na obrigatoriedade de trajetórias trágicas. 

“Eu não vejo ninguém na nossa faixa de idade falando sobre esse assunto. Se formos as primeiras vamos abrir caminho para outras senhoras. Não só falar de tricô e crochê porque ninguém merece.”

Que mais Genildas e Genilzas surjam por aí indo além do crochê.

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Obamas sobre o julgamento de George Floyd: “A verdadeira justiça vai muito além de um único veredito”

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Casal Obama : Foto: Reprodução Netflix

O mundo celebrou o veredito do júri no caso do assassinato de George Floyd que condenou o policial Dereck Chauvin culpado em todas as três acusações nessa terça-feira (20). Um resultado que surpreendeu muita gente, entre elas a atriz Octavia Spencer que fez uma postagem em seu Instagram celebrando a decisão da justiça americana.

O ex-presidente americano Barack Obama e sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Obama emitiram um comunicado sobre o julgamento que começou celebrando o acerto na decisão do júri de Mineápolis, EUA. Porém para eles o resultado não é o suficiente.

“Mas se formos honestos conosco mesmos, sabemos que a verdadeira justiça envolve muito mais do que um único veredicto em um único julgamento.  A verdadeira justiça exige que aceitemos o fato de que os negros americanos são tratados de maneira diferente, todos os dias”, disse o comunicado publicado no Twitter.

O casal Obama foi o maior aliado da campanha que elegeu Joe Biden e Kamala Harris como como presidente e vice-presidente dos EUA.  Em um dos seus podcasts, Michelle chegou a lamentar a falta de interesse da nova geração em relação aos temas políticos e isso foi refletido em um trecho da nova. “Teremos de redobrar os esforços para expandir as oportunidades econômicas para as comunidades que foram marginalizadas por muito tempo.  E à medida que continuamos a lutar, podemos extrair força de milhões de pessoas – especialmente jovens – que marcharam, protestaram e se manifestaram no último ano, iluminando a desigualdade e clamando por mudanças”.

Confira o comunicado na íntegra:  

Hoje, um júri em Minneapolis fez a coisa certa.  Por quase um ano, a morte de George Floyd sob o joelho de um policial repercutiu em todo o mundo – inspirando murais e marchas, estimulando conversas em salas de estar e nova legislação.  Mas uma questão mais básica sempre permaneceu: a justiça seria feita?  Nesse caso, pelo menos, temos nossa resposta.  Mas se formos honestos conosco mesmos, sabemos que a verdadeira justiça envolve muito mais do que um único veredicto em um único julgamento. 

A verdadeira justiça exige que aceitemos o fato de que os negros americanos são tratados de maneira diferente, todos os dias.  Exige que reconheçamos que milhões de nossos amigos, familiares e concidadãos vivem com medo de que o próximo encontro com as autoridades policiais seja o último.  E requer que façamos o trabalho às vezes ingrato, muitas vezes difícil, mas sempre necessário de tornar a América que conhecemos mais parecida com a América em que acreditamos. Embora o veredicto de hoje possa ter sido um passo necessário no caminho para o progresso, estava longe de  um suficiente.  Não podemos descansar.  Precisaremos levar adiante as reformas concretas que irão reduzir e, em última instância, eliminar o preconceito racial em nosso sistema de justiça criminal. 

Teremos de redobrar os esforços para expandir as oportunidades econômicas para as comunidades que foram marginalizadas por muito tempo.  E à medida que continuamos a lutar, podemos extrair força de milhões de pessoas – especialmente jovens – que marcharam, protestaram e se manifestaram no último ano, iluminando a desigualdade e clamando por mudanças.  A justiça está mais perto hoje não apenas por causa desse veredicto, mas por causa de seu trabalho.  Michelle e eu enviamos nossas orações à família Floyd, na esperança de que eles possam encontrar paz.  E ficamos ombro a ombro com todos aqueles que estão empenhados em garantir a cada americano a medida total de justiça que George e tantos outros foram negados.

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