O MTV EMA 2020 divulgou, nesta terça-feira (6), os indicados à premiação deste ano. A lista da 27ª edição conta com os brasileiros, Emicida, Djonga e Ludmilla. As estatuetas serão entregues no dia 8 de novembro em cerimônia ao vivo transmitida pela MTV em 180 países e territórios.
Os cantores e cantoras brasileiros estão todos juntos na categoria Melhor artista brasileiro. Entre os ritmos celebrados estão o funk pop de Ludmilla, e o rap de Emicida e Djonga. Além de celebrar os brasileiros, neste ano, o MTV EMA 2020 tem três novas categorias: Melhor artista latino, Melhor vídeo por uma causa e melhor apresentação ao vivo. A votação fica aberta no site oficial até 2 de novembro.
Confira a lista com os indicados – pretxs – ao EMA 2020:
Melhor artista brasileiro Djonga Emicida Ludmilla
Clipe do ano Cardi B – WAP ft Megan Thee Stallion DJ Khaled – POPSTAR ft Drake Karol G – Tusa ft Nicki Minaj The Weeknd – Blinding lights
Artista do ano The Weeknd
Música do ano DaBaby – Rockstar ft Roddy Ricch Roddy Ricch – The box The Weeknd – Blinding lights
Melhor colaboração Cardi B – WAP ft Megan Thee Stallion DaBaby – Rockstar ft. Roddy Ricch Karol G – Tusa ft Nicki Minaj
Melhor grupo Chloe x Halle
Artista revelação DaBaby Doja Cat Roddy Ricch
Melhor artista latino Ozuna
Melhor artista de hip-hop Cardi B DaBaby Drake Eminem Megan Thee Stallion Roddy Ricch Travis Scott
Melhor vídeo por uma causa Anderson .Paak – Lockdown H.E.R. – I can’t breathe Jorja Smith – By any means
Melhor artista push Brockhampton Doja Cat Lil Tecca
O livro “Maioria Minorizada: um dispositivo analítico de racialidade“, de Richard Santos, comunicólogo, rapper, ativista de movimentos negros / sociais e professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) é a primeira obra da Coleção Pensamento Negro Contemporâneo (Editora Telha). Uma Live de Lançamento acontece nessa quinta-feira (8), às 19h30, no Facebook da Editora Telha, para celebrar a dupla estreia.
A Deputada Estadual (SP) Leci Brandão, que assina a orelha do livro; Maria do Carmo Rebouças (Professora da UFSB), autora do prefácio; Ângela Guimarães, presidenta licenciada da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro) e Juliana Cézar Nunes (Cojira/DF, Pretas Candangas), coordenadora do Sindicato de Jornalistas Profissionais (DF), lideranças de movimentos negros e sociais são as convidadas da Live de Lançamento.
“Estar virtualmente com essas mulheres negras, representantes de áreas de atuação acadêmica e ativismo em comum, além de representativas da própria Maioria Minorizada, foi a forma que encontramos para fazer do lançamento uma celebração coletiva em tempos de pandemia”, afirma Richard Santos.
A obra visa introduzir ao público o dispositivo analítico de racialidade Maioria Minorizada, um signo de representação unificador do discurso e proposta de emancipação negra. O autor compreende Maioria Minorizada como o grupo social majoritariamente formado por pretos e pardos (negros), conforme categorização do IBGE, que formam a maioria demográfica da população brasileira, mas se constitui em “minoria” no que se refere ao acesso a direitos, serviços públicos, cidadania, representação política. Ao mesmo tempo, são “maiorias” em todo o processo de espoliação econômica, social, cultural e como vítimas de todas as formas de violência.
Ainda segundo o autor, a construção do conceito de Maioria Minorizada e do dispositivo analítico conjugam a vivência em comunidade com sua caminhada intelectual: “Minha obra e trajetória são um compromisso intelectual de permanente justiça epistêmica articulado a um esforço de interpretação da realidade histórica e a produção intelectual daí advinda. Pesquiso, escrevo e estudo para romper, de uma vez por todas, com o complexo colonial, com o racismo e o epistemicídio”.
Trechos do Livro:
“É fazer ver que os instrumentos utilizados para nos sacar a voz e subalternizar, fazendo-nos ventríloquos de nossos algozes, seres de cidadania mutilada, não foram tão eficientes assim, estamos vivos, ainda que carregando alvos nas costas, produzimos conhecimento a partir do saber acumulado e das vivências experienciadas. Enunciamos.”
“Dessas invisibilidades, opressões e discursos para a vida (anti-morte), é que nasce a reafirmação da cultura e ocupação do espaço na disputa do poder. Dessas experiências e lugares é que vimos os(as) intelectuais negros(as) atravessando fronteiras, rompendo barreiras invisíveis para se fazerem humanamente visíveis, presentes e contribuintes da sociedade contemporânea. É do campo da Maioria Minorizada, dos territórios negros a que foram postos, é que vimos ecoar conhecimentos e saberes insurgentes, reveladores de sua cognição complexa e de possibilidades não determinadas pela parede da opressão. “
“Ao apresentar esse novo paradigma, Maioria Minorizada, me alinho à práxis das ciências sociais latino-americanas que têm uma vocação crítica de questionar o paradigma dominante, de buscar formas de emancipação e gerar reflexões que vão além da mera reprodução de pressupostos construídos em outros contextos. Assim, recupera-se a história não contada, a versão dos invisibilizados, a oralidade, os métodos não cartesianos, as verdades não estabelecidas, a alteridade.”
Escrita e dirigida pela cineasta brasileira Juliana Vicente, idealizadora da Preta Portê Filmes, Afronta! é uma produção dividida em 26 episódios que traz nomes de destaque na cena negra contemporânea, como a deputada estadual Erica Malunguinho; a bailarina Ingrid Silva, do Dance Theatre of Harlem; a digital influencer Magá Moura e as cantoras Xenia França, Karol Conka e Liniker.
Já disponível na Netflix, a série documental estreia sua 1ª temporada em países da África e da América Latina, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Espanha, Portugal, Austrália, Nova Zelândia e Brasil que, fora da continente africano, concentra a maior população negra do mundo.
“Afronta! foi feita para ser um diálogo sobre representatividade, igualdade, autonomia e rede, mas ganha ainda mais potência quando outras pessoas da nossa comunidade podem se reconhecer na tela, ver nossas histórias pessoais e profissionais e confirmar para o mundo que podemos ocupar espaços não só no audiovisual, mas na sociedade. Afronta! parte dessa rede, na qual também me incluo, e cria uma rede de afeto que reflete como estamos reescrevendo a nossa história de forma propositiva. Ter a exibição disponível nas Américas, Europa e principalmente em África é a possibilidade de nos narrarmos em primeira pessoa para o mundo e possibilitar a conexão da rede maior, da diáspora africana”, celebra Juliana.
Filmado em 2017 em diversos cantos do país, como Recife, Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, e nos EUA, os convidados são músicos, bailarinos, atores, curadores de arte, artistas visuais, DJs, poetas, cineastas, produtores culturais, comunicadores e empreendedores que, sob a perspectiva do protagonismo, do pertencimento, da ancestralidade e do afrofuturismo como movimento estético e filosófico, partilham suas trajetórias, conquistas e inquietações.
Os registros de 15 minutos apresentam reflexões que contribuem para uma compreensão mundial de como os negros brasileiros estão criando uma rede de apoio e gerando autonomia para subverter uma realidade paradoxal e estruturalmente racista em um país onde mais da metade da população é autodeclarada negra.
Entre os entrevistados, a educadora e artista plástica pernambucana Erica Malunguinho, primeira mulher transexual a ocupar o cargo de deputada estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo. Ela é criadora do Quilombo Urbano Aparelha Luzia, um importante espaço de encontros e criação artística em São Paulo.
Também participam as cantoras Anelis Assumpção, Tássia Reis e Raquel Virgínia; as empreendedoras Loo Nascimento e Daniele DaMata, o rapper Rincon Sapiência; os produtores culturais Jack e Miranda (Batekoo) e Tracie e Tasha Okereke; os cineastas Gabriel Martins, André Novais e Yasmin Thayná; a diretora criativa Diane Lima; a dramaturga Grace Passô; os artistas Benjamin Abras, Juliana Luna e Mariana de Matos; o produtor musical Mahal Pita; a jornalista Thamyra Thâmara; a grafiteira Criola; e a atriz carioca Dani Ornellas, que tem uma trajetória de mais de 20 anos de carreira em teatro, televisão e cinema. Ela integra o elenco do filme “Modo avião”, também disponível na Netflix.
Construir pontes na diáspora
Em abril, a convite do coletivo de cinema Array, fundado pela diretora norte-americana Ava DuVernay, Juliana participou do #ARRAYVoices IG Live junto a outras diretoras negras brasileiras para discutir e partilhar suas experiências e trabalhos, além de considerações acerca de projetos de cinema e tevê com narrativas negras sendo contadas a partir de perspectivas brancas e masculinas. O encontro foi organizado por Mercedes Yolanda, que visitou a Preta Portê Filmes em 2018.
Dois anos mais tarde, a proposta de encontro online foi motivada por uma declaração racista que reverberou nas redes sociais e na imprensa nacional em torno da suposta ausência de diretores negros e do questionamento da competência dos mesmos para assumir a direção de um documentário sobre a vida de Marielle Franco (1979-2018), vereadora negra assassinada a tiros no Rio de Janeiro em um crime que passa de anos sem nenhuma resposta e justiça.
Ava dirigiu “Selma – A marcha da liberdade” (2014), “13ª Emenda” (2016), “Uma dobra no tempo” (2018), “Olhos que condenam” (2019), dentre outros importantes trabalhos que jogam luz sobre questões pertinentes à luta antirracista e ao imaginário e narrativas de negros e negras de todo o mundo.
SERVIÇO
Disponível na Netflix Brasil, África, América Latina, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Portugal, Canadá, Austrália e Nova Zelândia
Direção e roteiro: Juliana Vicente Duração: 15 minutos (cada um dos 26 episódios) Classificação: Livre / Legendas em inglês
A vencedora do Globo de Ouro passou os últimos anos, focada em projetos voltados á saúde mental. Em homenagem ao seu falecido pai a iniciativa da atriz busca reduzir os estereótipos em torno da saúde mental nos Estados Unidos.
A série contará com participações de especialistas, celebridades e pessoas comuns que falarão sobre suporte e conscientização sobre o tema de forma a amenizar os problemas com saúde mental. Cada episódio terá enfoque em um tipo de saúde mental.
“Há muito tempo defendo a saúde mental da comunidade negra e criei a Boris Lawrence Henson Foundation em 2018, que forneceu recursos para milhares de pessoas que estão lutando”, disse Henson em um comunicado. “Estou ansiosa para trazer esta nova série de palestras para o Facebook Watch, onde posso continuar criando conversas em torno de um assunto que é muito importante pra mim”
Há 2 anos Henson fundou a Fundação Boris Lawrence, a organização sem fins lucrativos homenageia o pai da atriz que sofria de problemas de saúde mental devido sua missão na Guerra do Vietnã. A organização visa mudar a percepção da doença mental na comunidade negra, incentivando aqueles que sofrem com esta doença a obter a ajuda necessária.
“Meu pai lutou na Guerra do Vietnã por nosso país, voltou despedaçado e não recebeu nenhum apoio. Agora que estou sem ele, me comprometo a oferecer apoio aos afro-americanos que enfrentam traumas diários, simplesmente porque são negros”, disse a atriz.
Além do conteúdo disponibilizado no talk show, organização oferecerá ainda bolsas de estudos para afro-americanos que queiram se especializar em saúde mental, e através de parcerias fornecerá psicólogos, assistentes sociais e conselheiros para crianças carentes e serviços de saúde mental para jovens estudantes. E a fundação também trabalhará para diminuir as taxas de reincidência de doenças mentais em homens e mulheres afro-americanos.
Tradicional por reunir poetas, escritores, pensadores e comunidade em um mesmo lugar, a Festa Literária das Periferias (FLUP) chega a sua 9ª edição repleta de novidades. Dessa vez, o Festival se reinventa, embarca no universo do streaming e rompe as barreiras geográficas propondo um diálogo importante não só para o Brasil. Esse ano, o evento acontecerá nos dias 29, 30 e 31 de outubro; e 1, 6, 7 e 8 de novembro, com mesas acontecendo no Rio de Janeiro, mas também com debates em outras seis cidades espalhadas mundo – Paris, Edimburgo, Madrid, Lisboa, Berlim e Joanesburgo – que terão como norte de discussão os impactos na sociedade pós George Floyd.
Tendo em vista o atual cenário mundial por conta da Covid-19, toda a programação será oferecida de forma virtual, com exibições através da página da FLUP no Facebook e canal do Youtube. “Os festivais estão perdendo uma de suas principais características, que é o lugar dos encontros, das trocas, da criação da rede de relações. Por outro lado, estão ganhando um público que nenhum festival do mundo sequer sonhou em ter. Apenas para dar um exemplo do que foi o ciclo de debates “Uma revolução chamada Carolina”, o processo formativo que organizamos entre maio e agosto, não houve nenhuma live em que falamos para menos de mil pessoas. Esse público, além de numeroso, tem sido muito mais diverso e diversificado. Agora, estamos falando para pessoas de todos os estados do país e mesmo de outros países lusófonos. Com as mesas internacionais, certamente falaremos para os países de que essas pessoas vêm, como a Espanha e o mundo hispânico na mesa da Rita Bosaho e da Lucía Mbomio, a França e o mundo francófono na mesa da Assa Traoré e a África do Sul e todo mundo anglófono na mesa do Achille Mbembe.”, explica Júlio Ludemir, um dos fundadores da FLUP.
Slam Cuir
Uma das atrações mais esperadas em todas as edições da FLUP desde 2014 é o Rio Poetry Slam, primeira competição de poesia falada da América Latina. Ao longo dos anos, tanto a forma de expressão como o perfil dos competidores foi ganhando novas formas: começando pelos jovens inspirados pelo rap de Mano Brown, passando pela forte presença da mulher negra, em seguida pela voz poderosa da mulher negra homossexual e, em 2020, destacando a emergência de uma geração de artistas Cuir nessa cena.
Diferentemente dos anos anteriores, a edição traz também, além dos 16 competidores, uma banca de jurados formada por personalidades LGBTQIA+. Outro diferencial para 2020, além da competição, que acontecerá a distância, é que cada chave será aberta por performances de poetas de países como Argentina, Colômbia, República Dominicana, Chile e outros – uma prévia para o Slam das Américas, competição prevista para 2021.
Para fechar em grande estilo, a semifinal e a final serão exibidas também no Toronto International Festival of Authors (TIFA) – o maior e mais antigo festival de palavras e ideias do Canadá. O Slam Cuir tem a curadoria de Roberta Estrela D’Alva e Tom Grito – este último um homem trans, que como Letícia Brito foi uma das criadoras do Slam das Minas do Rio de Janeiro. O Slam Cuir será apresentado por Dani Nega e Marcio Januário, ambas pessoas LGBTQIA+.
Grandes vozes estrelam os debates
Tradicional pelos debates com nomes importantes no diálogo com as periferias, a FLUP 2020 inova e promove, além das já aguardadas mesas brasileiras, painéis internacionais de peso com o auxílio de parceiros como o Just Festival – o festival da justiça social e dos direitos humanos de Edimburgo – e o próprio TIFA.
Em maio desse ano, o mundo assistiu ao último suspiro de George Floyd, morto covardemente em uma ação policial em Minnesota, nos Estados Unidos. O episódio, que causou uma onda de indignação e protesto em boa parte do globo, trouxe para as ruas novas discussões, vozes e características sobre a luta pelas vidas negras e seus direitos. Simbolizando um marco na causa antirracista, o mundo pós George Floyd será o tema central dos painéis internacionais da FLUP 2020.
No dia 6 de novembro, a mesa “E se ele se chamasse George?” traz Cristina Roldão e a deputada Beatriz Gomes para uma discussão sobre o assunto. No mesmo dia, o debate “Meu corpo é meu país” tem como voz uma personalidade importante na batalha contra o racismo: Mamadou Ba. Ativista, nascido no Senegal, Ba mora hoje em Portugal e vive constantemente ameaçado em função de sua incansável luta pelos direitos dos negros. Intelectuais e ativistas negros de todo o mundo, como Angela Davis, Achille Mbembe e Felwine Sarr, têm assinado manifestos em defesa de sua integridade física.
No dia 7, Assa Traoré e Priscillia Ludosky debatem com mediação de Mame Fatou Niang. Traoré é uma ativista francesa com importante participação no movimento de luta contra a violência policial e o racismo desde a morte de seu irmão, Adama Traoré, em 2016. Sua atuação ganhou grande dimensão no mundo após a morte de George Floyd. Já Priscillia é uma das fundadoras do conhecido movimento francês “Coletes Amarelos”, nascido em 2018, da contestação ao governo do presidente Emmanuel Macron.
Um dos destaques do dia 8 é o filósofo camaronês Achille Mbembe, autor de “Crítica da Razão Negra” e “Necropolítica” – ensaio tema da mesa de discussão. Já em solo brasileiro, o Ciclo Lélia Gonzalez coloca em pauta o conceito de “amefricanidade”, suas problemáticas e desdobramentos. Para as rodadas, vozes poderosas como Djamila Ribeiro, Carla Akotirene, Juma Xipaya, Dorinha Pankará e Cacique Babau.
Homenageadas 2020
Anualmente a FLUP homenageia nomes importantes para a história e luta das periferias. A escolha de nomes como Lima Barreto, Abdias Nascimento, Maria Firmina dos Reis e Solano Trindade para edições anteriores aponta a conexão direta entre a questão racial e o diálogo com as periferias. Com uma programação cada vez mais negra, as homenageadas desse ano são Carolina Maria de Jesus e Lélia Gonzalez, autoras que estão na origem do cada vez mais potente do feminismo negro brasileiro.
Para Carolina, foi dedicado um ciclo de debates que culminará com a publicação de um livro em que cerca de 200 mulheres negras de todo o país, em diversas situações, fizeram uma releitura do clássico “Quarto de Despejo, que celebra 60 anos em 2020. Aproveitando o aniversário, a obra será lançada pela primeira vez em Portugal, em uma articulação feita pelo site FrontFiles, parceiro da FLUP nas ações em Lisboa. O livro será publicado pela VS Editor. A mesma Carolina será homenageada com uma exposição, que terá a curadoria do site Afrotometria, com 60 rostos de mulheres negras do mundo lusófono.
Já o Ciclo Lélia Gonzalez traz para o centro da discussão vozes que retratam a categoria político-cultural apresentada por ela nos anos 80: a amefricanidade. Personalidades negras, indígenas e LGBTQIA+ se reunirão para um amplo diálogo chamado “Lélia Gonzalez, uma intelectual amefricana”, que será dividido por mesas dentro da programação. Além disso, a Companhia das Letras publica, no segundo semestre, uma coletânea dos ensaios mais importantes de Lélia, que será lançada na noite de abertura da FLUP. As organizadoras da coleção, Flávia Rios e Márcia Lima, fazem a mesa de abertura.
Laboratório de narrativas negras e indígenas para o audiovisual
Parte do extenso processo de formação da FLUP 2020, o Laboratório de Narrativas Negras e Indígenas para o Audiovisual oferece uma formação para potenciais roteiristas autodeclarados negres, com encontros virtuais semanais com alguns dos mais importantes nomes do segmento, alguns deles da TV Globo.
As edições anteriores contaram com números expressivos de inscritos e participantes, tendo inclusive 21 deles contratados pela emissora e um especial de Natal veiculado em 2019. Atualmente, pelo menos cinco argumentos concebidos no Laboratório estão em processo de adaptação para filmes ou séries em produções envolvendo outros parceiros.
O Laboratório de Narrativas Negras e Indígenas para o Audiovisual tem como objetivo suprir parte dessa lacuna na produção audiovisual brasileira e incentivar a produção de obras potentes e criativas, partindo do princípio que somente essas pessoas podem reinventar seu lugar na dramaturgia brasileira.
A Defensoria Pública da União entrou com uma ação civil pública na Justiça do Trabalho contra o que chamou de “marketing de lacração” da Magazine Luiza por abrir um programa de trainees exclusivo para negros. Para o autor da petição, o defensor Jovino Bento Júnior, o programa em questão “não é medida necessária – pois existem outras e estão disponíveis para se atingir o mesmo objetivo, e nem possui proporcionalidade estrita – já que haveria imensa desproporção entre o bônus esperado e o ônus da medida, a ser arcado por milhões de trabalhadores“.
O processo está cobrando da rede varejista Magazine Luiza o valor de R$ 10 milhões em indenização por danos morais coletivos pela “violação de direitos de milhões de trabalhadores (discriminação por motivos de raça ou cor, inviabilizando o acesso ao mercado de trabalho)”.
Segundo o autor da petição, o “formato do programa se revela ilegal, sendo a presente, pois, para buscar a sua conformação com a legislação, compatibilizando-o com os direitos dos trabalhadores de acesso ao mercado de trabalho e de não serem discriminados […] isso não pode ocorrer às custas do atropelo dos direitos sociais dos demais trabalhadores, que também dependem da venda de sua força de trabalho para manter a si mesmos e às respectivas famílias”.
Nesta segunda-feira (5), a empresária Luiza Trajano, dona da rede Magazine Luiza, declarou em entrevista ao Roda Viva, que descobriu em sua empresa poucos executivos negros em altos cargos e, por isso, optou pelo programa de trainee exclusivo a pessoas negras: “O racismo estrutural está inconsciente nas pessoas”. “Temos que entender mais o que é racismo estrutural. O dia que entendi até chorei, porque sempre achei que não era racista até entender o racismo estrutural”, declarou ela.
A série que tinha previsão de retorno somente para 2021 ganhou dois episódios especiais que abordará a rotina nos hospitais durante a pandemia do coronavírus, nesses episódios especiais os atores, David Junior e Roberta Rodrigues interpretam o médico Mauro e a enfermeira Marisa respectivamente.
Os atores já foram confirmados para a quarta temporada da série que estreará em 2021 e em entrevista para o “Portal O tempo” falaram sobre seus personagens e a importância deles.
“A síntese desse projeto, para a gente, é estar fora do estereótipo, por representar personagens que estão ali para salvar vidas, e não para tirar vidas. A gente foi colocado nesse lugar durante muito tempo, nessa luta, nessa margem da sociedade”, explicou David.
A atriz Roberta Rodrigues ao ser questionada sobre a representatividade que sua personagem carrega desabafou: “Estou cansada de responder sobre isso, a maioria das mensagens que eu recebo é esta: ‘Roberta, você está tendo uma oportunidade (em ‘Sob Pressão’)!’ Aí, eu paro pra pensar e falo: ‘Olha o buraco que a gente tem, a defasagem que a gente tem nesse lugar’”, completou.
A atriz explicou que não poderia não haver representatividade nos episódios especiais da série por que estamos falando de vítimas, e elas são pessoas diversas “Principalmente no momento de Covid, que a gente fala de humanização e a humanização se encontra na maior parte, dentro das comunidades, na zona Oeste (do Rio de Janeiro), nos lugares onde as pessoas têm menos condições de vida, e também têm menos acesso, por ser preto. Eu sou preta, sou mulher, atriz, vinda de uma favela”, afirmou.
“Quando você chega no sistema de saúde, você vê todo tipo de pessoa que tem ali e, principalmente, as mulheres pretas, porque o sonho da mulher preta da comunidade ou da periferia, que quer ser médica, ela encontra chance na enfermagem”, explicou Roberta.
O primeiro episódio especial da série vai ao ar nesta terça-feira (06) após a novela “A força do querer”.
Outubro chegou e com ele o Dia das Crianças. Pensando nisso, o Mercado Black Money preparou uma seleção de presentes para você garantir a sua compra e arrasar com o seu pequeno; Confira:
O Movimento Black Money é um hub de inovação para inserção e autonomia da comunidade negra na era digital junto a transformação do ecossistema empreendedor negro, com foco em comunicação, educação e geração de negócios pretos. Tendo como diferencial o fomento do letramento identitário e do mindset de inovação ao ecossistema afroempreendedor, estimulamos o espírito inovador de empreendedores e jovens negros para a criação de diferenciais competitivos no mercado.
“Um dos nossos pilares de trabalho é a disseminação da filosofia de descrença dos poderes/intenção do Estado no sentido de justiça e equiparação racial, além da promoção do associativismo entre empreendedores negros e comunidade negra a fim de fortalecer o afroconsumo e impactar a qualidade de vida de todos nós negros dentro de uma visão Panafricanista“.
Nas quartas-feiras de outubro, dias 14, 21 e 28, às 18h, a área de Educação do Instituto Moreira Salles promove a terceira edição do Fórum Africanidades. O evento reunirá educadoras, artistas e urbanistas em conversas sobre o enfrentamento do racismo tanto nas instituições culturais quanto no ensino formal. Gratuito, o fórum será transmitido ao vivo no YouTube do IMS (youtube.com/c/imoreirasalles). As atividades contarão com intérprete de Libras e legendagem em português.
A primeira conversa acontece no dia 14 de outubro, às 18h, com a presença de Keyna Eleison, diretora artística do MAM Rio, e de Renata Sampaio, coordenadora educativa da terceira edição da Frestas – Trienal de Artes. As duas debaterão como a produção artística pode ser uma forma de resistência e de construção de práticas educacionais antirracistas. Também falarão sobre as barreiras que artistas negros, especialmente as mulheres, ainda enfrentam para exercer suas atividades.
O evento continua no dia 21 de outubro, às 18h, com uma mesa voltada para as questões urbanas. A arquiteta e urbanista Tainá Reis de Paula conversará sobre o tema com Érika Lemos Pereira, educadora no Galpão Bela Maré/Observatório de Favelas. As duas discutirão como o racismo estrutural permeia as políticas urbanas e a distribuição sociodemográfica das principais cidades brasileiras. Também abordarão como essa lógica afeta o acesso e a participação do público nas instituições culturais.
O fórum encerra no dia 28 de outubro, às 18h, com um debate sobre as relações raciais na educação. A conversa contará com a participação de Bel Santos Mayer, educadora e coordenadora do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário, da artista e educadora Mirella Maria, criadora do projeto Quilombo mulheres negras, e da escritora e professora da rede pública Sonia Rosa. Elas comentarão os desafios de colocar em prática a Lei 10639/03, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana. Como valorizar e trazer essas narrativas para o cotidiano das práticas educativas? A questão norteará a última mesa do evento.
Todas as falas do fórum serão gravadas e disponibilizadas, posteriormente, no site do IMS. Veja abaixo mais detalhes sobre a programação.
Serviço
3º Fórum Africanidades: Processos educacionais e artísticos como territórios de cura 14, 21 e 28 de outubro (quartas-feiras), às 18h Transmissão ao vivo no canal de YouTube do IMS: youtube.com/c/imoreirasalles Gratuito
Todas as atividades contarão com intérprete de Libras e legendagem em português.
Programação completa
14 de outubro, às 18h
Mesa 1 | Perspectiva da subjetividade: diálogos com a prática artística Participantes: Keyna Eleison e Renata Sampaio. Mediação: Renata Bittencourt. 21 de outubro, às 18h Mesa 2 | Perspectiva da cidade Participantes: Tainá de Paula e Érika Lemos Mediação: Rafael Lino 28 de outubro, às 18h Mesa 3 | Perspectiva da narrativa: relações raciais e educação Participantes: Bel Santos Mayer, Sonia Rosa e Mirella Maria Mediação: Abade
''Em Beverly Hills enquanto negro. Estou bem, meu espirito não''- desabafou o profissional
Salehe Bemburry, é o vice presidente da área de sapatos masculinos da marca de luxo. Em seu Instagram, ele fez o registro do momento em que foi abordado pela polícia logo após sair de uma loja da Versace em Beverly Hills.
“Então, estou em Beverly Hills agora e estou sendo parado por comprar na loja para a qual trabalho e apenas por ser negro” Bemburry diz no video enquanto tenta ser interrompido pelo policial, que quer dizer que Salehe está distorcendo as informações. As autoridades alegam que ele foi parado por estar praticando Jaywalking (andando nas ruas sem respeitar calçadas ou faixas de pedestres) e que ele concordou em ser revistado. Durante a abordagem, é possível ver que ele foi orientado a manter suas mãos no alto e se quer conseguiu pegar os documentos que estavam na sua mochila. O primeiro vídeo, gravado por ele mesmo, foi postado na sexta feira. Dias depois, ele postou a gravação da câmera do policial.
A estilista Donatella Versace compartilhou o vídeo em seu perfil dizendo: ”Estou chocada que isso tenha acontecido com Salehe Bembury hoje. Ele é parceiro da Versace faz muito tempo e o que ele viveu é totalmente inaceitável. Ele foi parado na rua só pela cor de sua pele. Força Salehe Bembury. Mandando amor e apoio”.
Outras celebridades como Jaden Smith, Ruby Rose, Indya Moore e Gigi Haddid também comentaram o caso e demonstraram apoio pelo ocorrido.
Confira os videos postados pelo designer de sapatos: