Home Blog Page 95

“Temos que ser mais do que aliados na causa”: Juliana Carvalho da Unilever celebra avanço pela equidade racial na empresa

0
Juliana Carvalho, Diretora do Marketing de Cuidados para a Casa para as Américas da Unilever (Crédito: Divulgação)

Assumir uma posição de liderança corporativa, significa dedicar energia à construção do futuro de uma organização, com responsabilidade para transformar a estrutura e a cultura, visando entre os compromissos, a promoção da diversidade racial. É deste modo que Juliana Carvalho, Diretora do Marketing de Cuidados para a Casa para as Américas da Unilever, tem trabalhado na empresa.

Em novembro, Juliana integrou o squad da Escola de Marketing Antirracista (EMA), criado pela Unilever. Cerca de 350 pessoas funcionárias de Marketing frequentaram cerca de 40 horas de formação. O programa da escola foi desenhado com um currículo robusto, incluindo, módulos teóricos e práticos, mentorias e momentos de imersão presencial.

“Aprendi muito durante essa formação. Não somente como aluna da Escola, mas, principalmente como co-criadora das temáticas que precisaríamos abordar com mais profundidade para o combate ao racismo estrutural. Temos que ser mais do que aliados na causa. Me vejo com a responsabilidade de liderar essa mudança tão necessária ao negócio da empresa, pois estamos falando de conexões mais potentes com 56% da população brasileira”, disse Juliana em entrevista ao Mundo Negro

Leia a entrevista completa abaixo:

Parte do squad de EMA se reuniu, na última aula, no escritório da Unilever. Da esquerda para direita, em pé, Daniele Mattos (Indique), Juliana Carvalho (Unilever), Cleyvianne Campos (Unilever), Aretha Teodoro (Indique), Bianca Flores (Indique), Paula Weinberg (Oliver Press), Patricia Hidaka (Oliver Press), Lilian Santos (Unilever), Verônica Dudiman (Indique), Marina Sá (Oliver Press) e Tamara Oliveira (Unilever). Da esquerda para direita, sentados: Vinicius Araujo (Unilever), Isabela Gripp (Unilever), Ana Paula Franzoti (Unilever), Luana Pereira (Unilever), Juliana Oliveira (Oliver Press) e Ana Carolina Valentim (Unilever). (Crédito: Arthur Nobre/MM)

1. Como você atribui sua posição de liderança corporativa com a responsabilidade de fomentar mudanças estruturais em prol da equidade racial? Quais têm sido os maiores desafios?

Um líder precisa ter uma parte muito significativa da sua energia dedicada à construção do futuro da organização e, principalmente, no desenvolvimento dos times. Nesse sentido, me vejo numa grande responsabilidade na geração desse senso de urgência para transformação da nossa estrutura e cultura, para que elas sejam cada vez mais diversas e inclusivas. Isso vai nos propiciar oferecer soluções ainda melhores a um mercado de mais de 110 milhões de pessoas negras. Segundo dados do Movimento Black Money, isso é mais do que toda a classe A movimenta em nosso país. A equidade racial se faz necessária como reparação histórica, mas também como grande oportunidade de crescimento para o nosso negócio.

Dentro dessa jornada contínua pela equidade racial, estamos evoluindo na composição de uma liderança mais diversa, mas há ainda muito a ser feito. Atualmente, na Unilever Brasil,  um dos nossos maiores desafios  está em reconhecer os vieses inconscientes da estrutura e, assim, mobilizá-la para ações e decisões em conjunto, de forma afirmativa, acelerando essa transformação. 

2. A partir de sua experiência na Unilever, que estratégias têm sido implantadas para criar um ambiente corporativo mais inclusivo e diverso? 

Uma das principais estratégias têm sido intencionalmente dedicar à diversidade racial em todos os programas de recrutamento para posições de entrada na Unilever, que há 4 anos consecutivos tem 60% ou mais das posições ocupadas por pessoas autodeclaradas negras. Isso tem contribuído na formação de times mais diversos, mas ainda temos uma jornada até a transformação que consideramos necessária. Nossa ambição é acelerar essa mudança nas posições de liderança. Acreditamos que o impacto da diversidade será assim, ainda maior no nosso negócio.

Parte do squad durante a realização da Escola de Marketing Antirracista. (Crédito: Divulgação)

3. Como o conceito de interseccionalidade tem guiado suas iniciativas de inclusão e diversidade, especialmente ao considerar a situação de mulheres negras no ambiente corporativo?

A agenda de diversidade e inclusão é uma jornada constante na Unilever. Há mais de quinze anos, a companhia deu início à jornada de imersão nos desafios e oportunidades para alavancar essa agenda, construindo repertório de conhecimento e reconhecimento sobre onde estavam as lacunas e como podemos superá-las. Desde então, temos alcançado resultados significativos. Exemplo disso é o nosso percentual de mulheres em cargos de liderança: em 2018, a Unilever Brasil superou a meta global da companhia de ter 50% de mulheres em cargos de liderança, alcançando 53% naquele ano. Hoje, esse índice corresponde a 54%.

Vale ressaltar ainda que seguimos em um caminho progressivo, trabalhando não só a dimensão de gênero, mas também a interseccionalidade, pois este fator nos ajuda a avançar em todas as dimensões da diversidade, equidade e inclusão simultaneamente.

4. Quais recursos ou ferramentas você indicaria para líderes corporativos interessados em se educar sobre questões raciais e, ao mesmo tempo, atuar como aliados eficazes na luta antirracista?

Desde o início da sua jornada na luta antirracista em 2017, a Unilever aliou-se a parceiros como a Faculdade Zumbi dos Palmares, a Afrobras, a Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial e ao Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), entre outros. Portanto, acredito que este é um passo fundamental: contar com aliados certos e que tenham essa maior profundidade para nos guiar, quebrando nossos vieses inconscientes. Posso dizer que fui, por muitas vezes, aluna em encontros com essas organizações, promovidos para a Unilever. Tentei aproveitar, ao máximo, as sensibilizações, letramentos ou capacitações conduzidas pelas entidades que citei.

Nesse compromisso contínuo com a agenda racial, a Unilever mais uma vez contou com parceiros externos, a Indique uma Preta e a Oliver Press, para criar um grande programa afirmativo na formação de todos os times de Marketing da Unilever Brasil. Lançamos a EMA: Escola de Marketing Antirracista. Durante oito meses, entre março e novembro deste ano, 350 pessoas funcionárias de Marketing – dos níveis de estágio à coordenação – frequentaram a EMA. Foram ministradas cerca de 40 horas de formação na modalidade híbrida. 

Mais de 30 profissionais atuaram como professores da escola com uma abordagem inédita, em que seu programa revisa toda a cadeia do marketing sob a ótica antirracista, abrangendo desde a valorização das negritudes, antropologia do consumo, semiótica, pesquisa e desenvolvimento de produtos, relacionamento com comunidades até a comunicação nos pontos de venda. Ao longo da jornada, 15 projetos das nossas marcas foram acelerados a partir das mentorias com Felipe Silva, Founder e CCO da agência GANA. Tudo isso com uma curadoria feita por nossos parceiros de professores e profissionais do mercado que estão atuando como agentes dessa transformação. Por meio da EMA, a Unilever tem o propósito de promover uma transformação significativa nas práticas internas da empresa, com ações cada vez mais afirmativas, ao mesmo tempo em que busca impactar de forma positiva o mercado e a sociedade.

5. Enquanto uma mulher branca, como você avalia a sua experiência na squad da Escola de Marketing Antirracista?

Aprendi muito durante essa formação. Não somente como aluna da Escola, mas, principalmente como co-criadora das temáticas que precisaríamos abordar com mais profundidade para o combate ao racismo estrutural. Temos que ser mais do que aliados na causa. Me vejo com a responsabilidade de liderar essa mudança tão necessária ao negócio da empresa, pois estamos falando de conexões mais potentes com 56% da população brasileira. Acredito que tudo nasce da consciência das pessoas sobre essa oportunidade e responsabilidade. A Escola de Marketing Antirracista é sobre isso. Como conscientizar, capacitar e mobilizar para ação toda a nossa comunidade de Marketing que tanto impacto pode promover em nossa sociedade através de inovações e engajamento com as várias comunidades do nosso Brasil tão diverso.

Esse é um conteúdo pago por meio de uma parceria entre a Unilever e o site Mundo Negro.

Astros de “The best man” lançam bourbon inspirado em irmandade e elegância

0

Os atores Harold Perrineau, Morris Chestnut e Taye Diggs, ao lado do diretor Malcolm D. Lee, uniram forças para lançar o bourbon Sable, uma bebida que celebra a maturidade, a amizade e a representatividade dos homens negros em um mercado ainda pouco ocupado por eles. A marca surge como uma extensão natural da irmandade construída dentro e fora das telas desde o lançamento do filme “Amigos Indiscretos” (The Best Man, 1999), um marco do cinema afro-americano que conquistou o público brasileiro ao retratar laços de amizade e amor com leveza e profundidade.

Foi durante as gravações da série “The Best Man: The Final Chapters” (2022), sequência que encerra a franquia, que Harold Perrineau teve a ideia de criar um negócio conjunto. Inspirado pelo trabalho sustentável da empresa Bespoken, especializada em bebidas alcoólicas, o ator apresentou o projeto ao grupo, que abraçou a proposta como uma oportunidade de homenagear a trajetória de anos compartilhada.

Cena do filme Best Man – O melhor amigo da noite – De 1999

“Sable” é um nome carregado de significado. Além de remeter à cor preta em inglês, carrega uma conotação de elegância, sofisticação e classe, valores que guiaram o processo criativo. O bourbon combina milho, centeio e cevada maltada, apresentando notas de açúcar queimado, mocha, chocolate amargo e especiarias de carvalho, que resultam em um sabor sofisticado e encorpado.

Para Malcolm D. Lee, o conceito de acessível, mas aspiracional, conecta a bebida ao mesmo espírito da franquia The Best Man. “Sable traz essa sensação de algo refinado, mas próximo, como a história que contamos nos filmes”, destacou o diretor.

O bourbon foi lançado nos Estados Unidos em setembro deste ano, com preço sugerido de US$ 59 – aproximadamente R$ 290. Embora não esteja à venda no Brasil, a bebida se destaca pelo simbolismo: um produto que representa homens negros maduros em uma indústria ainda com pouca representatividade.

Imagem: Divulgação

Para Taye Diggs, que inicialmente relutou em participar, a irmandade entre eles fez toda a diferença. “Nunca pensei em sair da minha zona de conforto e começar um negócio, mas tudo fez sentido. Nós construímos algo muito bonito como homens negros maduros que compartilham uma história”, afirmou o ator.

Além de ser um presente perfeito para a temporada de festas, Sable é um marco importante na abertura de caminhos para a representatividade negra no mercado de bebidas. Harold Perrineau reforça o compromisso do grupo: “Escolhemos um produto incrível. A bebida é ótima, a garrafa é sexy e a conexão entre nós é real. Queremos que as pessoas sintam isso a cada gole”.

Lançado há 24 anos, “O Melhor Amigo da Noiva” permanece até hoje como referência importante no cinema negro ao celebrar a amizade e os desafios das relações com leveza e humor.

Juiz rejeita acusação de Diddy com alegação de que promotores vazaram o vídeo de agressão a Cassie

0
Fotos: Shareif Ziyadat/Getty Images e Reprodução/CNN

Sean “Diddy” Combs não conseguiu provar que promotores vazaram o polêmico vídeo de vigilância de 2016, no qual ele aparece agredindo sua ex-namorada, Cassie, diz um juíz federal. A decisão, emitida nesta segunda-feira (16) também negou o pedido do músico para uma investigação formal com audiência probatória sobre a alegação de que o governo estaria conduzindo uma “campanha” de vazamentos contra ele.

Combs argumentou que os promotores estavam utilizando a mídia para influenciar a opinião pública e prejudicar sua defesa, comprometendo seu direito a um julgamento justo. No entanto, o juiz Arun Subramanian afirmou que o empresário “não aponta nenhuma base sólida para essa conclusão”, destacando que outras pessoas além de agentes do governo poderiam ter tido acesso às imagens.

Entre essas, Subramanian mencionou a própria equipe de Combs, que teria pago US$ 100 mil a seguranças do Hotel Intercontinental para destruir o vídeo, além de funcionários e contratados do hotel.

A decisão reforça os desafios enfrentados por Combs em sua defesa, especialmente diante das acusações de manipulação de provas e tentativa de obstrução de justiça. O caso segue sem previsão de desfecho.

“O tribunal está atento à preocupação de Combs sobre a publicação de histórias que alegam revelar informações privilegiadas sobre este caso de ‘fontes policiais federais não identificadas que estão envolvidas na investigação’. O tribunal já tomou medidas a esse respeito e está aberto a pedidos personalizados de alívio enquanto este caso continua”, diz o juiz. “O tribunal mais uma vez lembra ao governo e seus agentes que, se informações específicas vierem à tona mostrando que eles vazaram informações proibidas, medidas serão tomadas”, completa.

O juiz federal marcou o início do julgamento para 5 de maio de 2025. Diddy está preso desde setembro por acusações que incluem conspiração para extorsão, tráfico sexual e transporte para prostituição. Se condenado por todas as acusações, ele pode pegar uma sentença de prisão perpétua.

Após meses de diversas tentativas frustradas para soltar o magnata sob fiança até o início do julgamento, a equipe jurídica retirou o recurso na última sexta-feira (13). O rapper permanecerá preso até iniciar o julgamento. 

Em maio deste ano, imagens chocantes mostram Diddy socando e chutando sua ex-namorada Cassie no corredor de um hotel em 2016. A filmagem, capturada de vários ângulos e obtida pela CNN, mostra o rapper perseguindo a cantora. Próximo aos elevadores, ele a ataca e, em seguida, tenta arrastá-la de volta pelo corredor.

Justiça proíbe reprodução de ‘Million Years Ago’, de Adele, por semelhança com música ‘Mulheres’, composta por Toninho Geraes

0
Foto Adelle: Getty Images/ Foto Toninho Geraes: Arquivo Pessoal|Divulgação|CP/ Foto Martinho: MIRO/Divulgação

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que a música Million Years Ago, da cantora britânica Adele, não poderá ser reproduzida ou comercializada no Brasil ou no exterior sem a autorização do compositor brasileiro Toninho Geraes que acusa a cantora de plagiar a canção Mulheres, composta por Geraes e que ficou conhecida na voz de Martinho da Vila. A decisão, que ainda cabe recurso, estipula multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

A canção foi popularizada por Martinho da Vila em 1996, e aponta semelhanças entre sua obra e a faixa de Adele, lançada em 2015. Segundo a sentença do juiz Victor Agustin Cunha, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, há “quase integral consonância melódica” entre as composições. A análise foi embasada por especialistas e comparações técnicas que identificaram o que o magistrado chamou de “indisfarçável simetria”.

A decisão judicial determina ainda que plataformas digitais removam a faixa de seus catálogos, mas essa medida só será efetivada após a notificação oficial dos serviços, cuja data ainda não foi definida. Até o momento, a gravadora Sony Music, responsável por Adele, não se manifestou. Em entrevista para o portal Splash Uol, o advogado de Geraes, Fredímio Trotta, reforçou que trata-se de “uma vitória histórica não só para o caso, como para a música brasileira”. “A decisão é histórica, dado o seu alcance, porque foi tomada no início do processo”, afirma o advogado. “Ela foi fundamentada, em grande parte, na prova que produzimos [em vídeo que compara as músicas; veja abaixo], citada pela decisão do juiz.”, contou ele.

Toninho Geraes tornou o caso público em 2020, mas só em fevereiro de 2024 a denúncia chegou à justiça do Rio de Janeiro. O compositor pediu indenização de R$ 1 milhão e o reconhecimento de seus direitos autorais sobre a música. O cálculo dos valores a serem pagos ao compositor depende de dados confidenciais sobre vendas e audiência, que poderão ser obtidos mediante autorização judicial. Adele, o produtor Greg Kurstin e as empresas Sony, Universal e Beggars Group, que registraram a música da cantora podem recorrer da decisão que impede reprodução.

Ao jornal O Globo, o advogado de Toninho, afirmou que buscou um acordo extrajudicial antes de acionar a Justiça, mas não obteve retorno de Adele. As gravadoras envolvidas argumentaram que apenas distribuem as obras e não têm responsabilidade sobre sua composição. Trotta contesta, afirmando que essas empresas lucraram com o suposto plágio e, portanto, devem ser responsabilizadas.

Exposição resgata história do Grupo Tição e da imprensa negra no RS

0
Revista Tição / Foto: Rafael Varela – Ascom Sedac

A exposição Grupo Tição e a Imprensa Negra no RS – 132 Anos de História chega ao fim na próxima quarta-feira, 18, no saguão da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS, em Porto Alegre. O evento rememora a trajetória de uma das publicações pioneiras na defesa de pautas negras no estado.

O Tição circulou entre 1978 e 1980, um período marcado pela abertura política do regime militar. Embora tenha publicado apenas três edições, o jornal se destacou por abordar demandas da população negra em um estado de maioria branca, confrontando narrativas oficiais da ditadura, que propagavam a ideia de um Brasil racialmente igualitário.

“Nosso objetivo era garantir visibilidade às questões negras em um estado ainda percebido como exclusivamente europeu”, explica Deivison Campos, curador da exposição e coordenador do curso de jornalismo da PUCRS. Segundo ele, o Tição dialogava com outras iniciativas do movimento negro no Brasil, como o Sinba (RJ) e o Jornegro (SP).

A publicação também enfrentou censura. A atriz Vera Lopes, integrante do movimento negro e colaboradora do jornal, relembra idas à Polícia Federal para a aprovação de matérias. “Eles editavam o que queríamos publicar. Era audacioso fazer uma revista negra em pleno regime militar”, afirma.

A equipe do Tição contava com nomes como o poeta Oliveira Silveira e jornalistas como Vera Daisy Barcellos, além de jovens estudantes e ativistas. Segundo Jeanice Dias Ramos, que hoje atua no Núcleo de Jornalistas Afro-Brasileiros, o objetivo era ir além do estigma midiático: “O negro só aparecia na página policial. Queríamos muito mais que isso.”

Retorno em 2025

Após mais de quatro décadas, o Tição será relançado em 2025, com três edições dedicadas à mulher negra, juventude e questões como segurança pública e racismo. As novas publicações terão 52 páginas e serão distribuídas gratuitamente em escolas, bibliotecas e museus.

Segundo Emílio Chagas, membro da equipe original, o objetivo é revisitar os temas históricos da revista e avançar na luta antirracista. “A agenda do Tição continua atual. Racismo, violência policial e exclusão do mercado de trabalho são questões que ainda persistem”, diz.

A exposição pode ser visitada até o dia 18 de dezembro, das 8h30 às 22h, no prédio 7 do campus da PUCRS (Av. Ipiranga, 6.681).

Serviço
Exposição Grupo Tição e a Imprensa Negra no RS – 132 Anos de História
Quando: até 18 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 22h
Onde: Famecos – Prédio 7, PUCRS (Av. Ipiranga, 6.681, Porto Alegre)

Fonte – Agência Brasil

Paulo Vieira, Edvana Carvalho e Juan Paiva brilham no prêmio ‘Melhores do Ano’

0
Foto: Divulgação/Globo/João Cotta

O prêmio ‘Melhores do Ano’ marcou a noite do último domingo, 15, na televisão brasileira. Transmitida durante o programa ‘Domingão com Huck’, a cerimônia que reconhece o trabalho de profissionais da emissora, premiou, entre outros nomes os atores Paulo Vieira, Juan Paiva e a jornalista Karine Alves. Além disso, a atriz Edvana Carvalho, foi um dos destaques comentados na internet ao agradecer aos Orixás pelo sucesso da novela ‘Renascer’, na qual atuou na pele da personagem ‘Inácia’.

“Queria muito ganhar esse ano porque é o segundo ano que estou ganhando esse troféu para pessoas como eu é muito difícil chegar, mas se manter é impossível. E se manter inteiro é um milagre. Fiz um pacto com a liberdade e não negocio”, declarou Paulo Vieira em discurso após ser nomeado vencedor da categoria ‘Humor’.

Depois do anúncio de ‘Renascer’ como novela do ano, a atriz Edvana Carvalho, que brilhou no papel de ‘Inácia’ foi ao microfone e fez um agradecimento especial aos Orixás: Eu queria agradecer a Orixá, porque sem folha não tem vida. E foi orixá que levou essa novela do início ao fim. Axé a todas as religiões de matriz africana, a todas as formas de cultuar Deus, porque Deus é igualdade, é prosperidade e é agradecimento. Axé”, celebrou Edvana, que também concorria na categoria de ‘Atriz Coadjuvante’.

Jornalista Karine Alves – Foto: Globo/ Beatriz Damy

Destaque na cobertura dos Jogos Olímpicos de Paris, a jornalista Karine Alves conquistou o prêmio de ‘Profissional do Esporte”: Estou trazendo a verdade que tenho dentro de mim aqui, como eu sempre mostrei ao vivo pra todos vocês. E é tão especial estar nessa categoria junto com Luiz, com Everaldo, que são duas pessoas que eu admiro, são meus amigos pessoais também. Eu não sabia o peso disso aqui, né? O peso do processo a gente conhece bem. Não é fácil, não foi fácil”, afirmou em seu discurso.

Outro destaque na Globo em 2024, o ator Juan Paiva teve grandes momentos como o personagem João Pedro na segunda fase da novela Renascer. Mas o prêmio veio para o artista por seu papel na série ‘Justiça 2’, na categoria ‘Melhor Ator de Série’: “Quero dizer pros pretinhos da favela iguais a mim que me acompanham: eu sou como você, você é igual a mim e precisa ter fé, acreditar nos seus sonhos, não desistir. Não é fácil, mas uma hora acontece”, afirmou.

Descendentes resgatam história de escravizados e inauguram marco em cemitério esquecido nos EUA

0
Foto: Reprodução TIME/Sade Green

Uma jornada de anos em busca de raízes familiares culminou em uma descoberta marcante e um momento de reparação histórica. No sábado, 22 de junho de 2024, em Knightdale, Carolina do Norte, nos Estados Unidos, um cemitério de pessoas negras escravizadas foi oficialmente reconhecido e preservado, marcando uma nova etapa para descendentes como Jill Jackson e outros membros da comunidade local.

O local, situado em uma área antes esquecida atrás de uma piscina comunitária, guarda os restos mortais de 131 pessoas escravizadas na Midway Plantation, uma propriedade controlada pela família Hinton no século XIX. Entre os nomes associados à história da plantação está Selanie Toby, uma mulher africana escravizada que foi cozinheira no local e mãe de Ruffin Hinton, fruto de uma relação forçada com Charles Lewis Hinton, o proprietário. Ruffin é ancestral direto de uma descendente que liderou esforços para preservar o cemitério.

A pesquisa sobre o passado familiar começou com a análise de documentos históricos e registros genealógicos, que revelaram as origens de Milton Hinton, filho de Ruffin, e sua conexão com a Midway Plantation. O estudo trouxe à tona histórias de resistência e resiliência em meio às condições desumanas enfrentadas pelos escravizados. “É como se algo no universo tivesse mudado”, descreveu a descendente ao descobrir as conexões entre sua família e o local.

A preservação do cemitério ganhou força em 2023, quando Jill Jackson, também descendente da plantação, foi nomeada para o Widewaters Homeowners Association Board. Até então desconhecido por muitos moradores, o cemitério foi identificado em 1995 pelo Escritório de Arqueologia do Estado da Carolina do Norte. A partir da iniciativa de Jackson, a comunidade local limpou o espaço e arrecadou fundos para instalar um marco histórico.

Durante a inauguração, que coincidiu com as celebrações do Juneteenth, membros da comunidade, líderes locais e descendentes reuniram-se para homenagear os que foram enterrados no cemitério. “Eles estiveram aqui, e você nunca poderá apagá-los”, afirmou Jackson em referência ao trabalho de marcar cada sepultura com bandeiras verdes, um ato de reconhecimento e memória.

A história da Midway Plantation reflete tanto os horrores da escravidão quanto a força de seus sobreviventes e descendentes. “Estou viva por causa dos negros que permaneceram firmes em terreno instável”, declarou uma das participantes. Para ela, preservar a memória dos ancestrais e transmitir suas histórias é um compromisso com as futuras gerações.

O cemitério, agora protegido, simboliza um legado que resiste ao apagamento histórico, reafirmando o papel da memória coletiva na construção de um futuro mais consciente.

Com informações da revista TIME.

FOTO 3X4: Rudson Martins – Produtor de Elenco

0
Foto: Divulgação

Texto: Rodrigo França*

Nesta coluna, pessoas que inspiram pela coragem de existir e transformam passos comuns em revoluções.

Na periferia de Santa Cruz, entre os muros altos e os sonhos contidos, nasceu Rudson Martins. Filho de Romildo e Ângela, cresceu em um bairro onde a resistência era cotidiana e a criatividade, uma ferramenta de sobrevivência. Entre as ruas da Zona Oeste do Rio de Janeiro, moldou sua visão de mundo: a periferia não é ausência, mas potência, repleta de histórias à espera de quem as conte com dignidade e verdade.

Com formação em Comunicação Social, Rudson enxergou no audiovisual o campo fértil para narrativas que desafiam o óbvio. Sua carreira, que soma 17 anos, reflete o olhar de um escultor de histórias que abraçam a diversidade. Tornou-se referência na construção de elencos que subvertem estereótipos e dão voz a trajetórias muitas vezes silenciadas. Cada escolha sua vai além da técnica; é um manifesto por representatividade, um gesto político que diz: “Nós existimos, e nossas histórias importam.”

Foi assim em “Encantado’s”, série que conquistou o público e deixou uma marca profunda na televisão brasileira. Foi assim em “Falas Negras 2024”, um tributo às vozes históricas negras que ressoam ainda hoje. E segue sendo assim em produções como “Vermelho Sangue” e “Pablo e Luisão”, obras que se destacam pelo impacto emocional e pela autenticidade de seus elencos. Em cada projeto, Rudson não só seleciona talentos; ele constrói pontes entre o público e histórias que refletem o Brasil em toda a sua complexidade.

Rudson Martins (Foto: Divulgação)

Atualmente, como Produtor de Elenco da Rede Globo, Rudson é responsável por formar elencos que transformam o audiovisual brasileiro. Ele traz para a maior emissora do país um olhar comprometido com a diversidade e a inovação. Em novembro, sua participação no podcast “Traz a Pipoca”, do Telecine, dentro do projeto Tela Preta, reforça essa postura. Nesse espaço, ele compartilhará sua experiência e discutirá a importância da representatividade no cinema e na televisão.

Pai de Tom Zé e Sol de Maria, marido de Fabiana, Rudson carrega consigo as lições de seu pai, Romildo, sua principal referência artística. É no equilíbrio entre suas raízes e seu olhar para o futuro que ele transforma o audiovisual brasileiro, inserindo nele rostos, vozes e corpos que carregam consigo a potência da periferia.

Rudson Martins não apenas conta histórias; ele as reinventa, com a certeza de que cada escolha é uma semente para um Brasil mais justo e representativo. Sob sua condução, o audiovisual não é só entretenimento. É resistência. É humanidade. É arte.

Samuel Nwajagu é o primeiro homem negro e africano a vencer o Mister International 2024

0
Foto: Reprodução/Instagram

O nigeriano Samuel Nwajagu, 23, entrou para a história neste sábado (14) ao conquistar o título de Mister International 2024, tornando-se o primeiro homem negro e também o primeiro africano a vencer o tradicional concurso de beleza masculina. A 16ª edição do certame foi realizada em Bancoc, na Tailândia, e reuniu um recorde de 46 candidatos de diversos países.

Nascido e criado em Anambra, na Nigéria, Nwajagu é engenheiro de software, atleta, modelo e possui bacharelado em engenharia mecânica pela University of Port Harcourt, em Rivers State. Com 1,90 m de altura, ele é o único filho de pais empreendedores e atualmente reside em Umuezeakpu, Akpu, Anambra.

Antes de conquistar o título, Nwajagu participou por dois anos de corridas de velocidade e longa distância. Além disso, é apaixonado por desenhar formas geométricas, cantar e atuar. Representando a Nigéria, ele quebrou barreiras ao se tornar o primeiro africano a alcançar o topo do Mister International.

A cerimônia foi transmitida ao vivo pelo YouTube e incluiu desfiles dos candidatos em trajes típicos, de banho e de gala, além da tradicional rodada de perguntas no palco para os finalistas. Nwajagu superou o vietnamita Nguyen Manh Lan, 30, e o indonésio Glenn Sutanto, 35, que ficaram com o segundo e terceiro lugares, respectivamente.

O Top 6 foi completado pelos representantes da Holanda (Anthony Henricus, 21), das Filipinas (Justine Carl Ong, 24) e da Espanha (Rafael Dominguez Mata, 28). O potiguar Bruno Fonseca, 35, garantiu a participação brasileira na competição, mas não avançou para o grupo dos 15 semifinalistas. Médico especializado em nutrologia e com 1,84 m de altura, Fonseca acumula uma década de experiência em concursos de beleza, incluindo sua participação no Mister Brasil CNB em 2014, quando chegou às semifinais.

Um ano de reinado

Ao longo do próximo ano, Nwajagu assumirá compromissos como vencedor do Mister International, incluindo participações em eventos, ações sociais, campanhas publicitárias e trabalhos como modelo.

A vitória do nigeriano sucede a de Kim Goodburn, 25, vencedor em 2023 e primeiro tailandês a conquistar o título. A edição de 2024 reafirma a importância da representatividade no universo dos concursos de beleza masculina, que vêm ganhando visibilidade desde os anos 1990 com competições como o Manhunt International (1993) e o Mister Mundo (1996).

Mulher que acusa Jay-Z de abuso sexual admite inconsistências em seu depoimento

0
Foto: AP

Uma mulher que acusa os rappers Jay-Z e Sean “Diddy” Combs de abuso sexual reconheceu inconsistências em seu depoimento: “Cometi alguns erros”, relatou ela em entrevista concedida à NBC News publicada na última sexta-feira, 13. O caso, registrado judicialmente, atrai grande atenção, especialmente após a manifestação de Jay-Z negando veementemente as alegações e classificando o processo como uma tentativa de extorsão.

A mulher, cuja identidade não foi revelada, afirma que foi levada de Rochester para Nova York durante os MTV Video Music Awards de 2000. Ela alega que, após a premiação, foi levada a uma festa organizada por Combs, onde teria sido abusada sexualmente pelos dois artistas. No entanto, novos questionamentos emergiram. A vítima relatou ter conversado com os músicos Benji Madden e seu irmão na festa, mas representantes dos Madden confirmaram que eles estavam em turnê no centro-oeste dos EUA na data mencionada. Além disso, o pai da mulher afirmou não se lembrar de uma longa viagem para buscá-la após o suposto incidente. Outra informação publicada pela NBC é de que fotos de Shawn Carter, nome de Jay-Z, tiradas naquela mesma noite não correspondem ao local onde o crime teria ocorrido.

Ainda assim, a autora mantém a principal acusação. Jay-Z, por meio de seu advogado Alex Spiro, classificou o caso como infundado. “É impressionante que um advogado apresente uma queixa tão séria sem a devida verificação e, ainda pior, a amplifique na imprensa”, afirmou Spiro. O empresário também declarou que o relato da NBC reforça sua posição de inocência.

Segundo a mulher natural do Alabama, os abusos teriam ocorrido após ingerir uma bebida que a deixou “tonta”. Ela também declarou ter assinado um acordo de confidencialidade naquela noite. O advogado Tony Buzbee, que representa a mulher, afirmou que sua equipe continua a investigar os fatos e reunir evidências. “Nosso trabalho é examinar minuciosamente qualquer questão que surja”, declarou à Associated Press.

O caso faz parte de uma série de processos contra Combs, que está preso em Nova York sob acusações federais de tráfico sexual. Em outubro, Buzbee revelou representar cerca de 120 pessoas com alegações contra o empresário do rap, incluindo abusos sexuais e má conduta.

Especialistas observam que relatos de vítimas de abuso sexual podem apresentar inconsistências devido ao impacto do trauma, o que pode influenciar o curso do processo. Ainda assim, a admissão de erros pela autora e as evidências conflitantes podem pesar a favor de Jay-Z e Combs nas batalhas legais que seguem em andamento.

Com informações do The Guardian.

error: Content is protected !!