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Felipe Neto bloqueia influenciadores negros após receber críticas por apoiar tweet de Enzo Celulari

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O Youtuber Felipe Neto saiu em defesa de Enzo Celulari após o tweet do filho de Edson Celulari e Claudia Raia, Enzo Celulari viralizar com uma questão sobre o consumo de carne.  “Consumo de carne no Brasil cai pra menor nível em 25 anos: é o preço que tá alto ou os consumidores que estão mais conscientes?”, dizia a postagem que foi apagada após críticas.

Acontece que essa queda no consumo vem de fatores como a alta da carne acumulada em até 35%, um auxílio emergencial vexatório do Governo Federal e uma taxa de desemprego histórica, o que vem sendo noticiado constantemente pelos maiores jornais do país e pelas mídias alternativas. Mesmo assim, Felipe Neto não gostou das críticas que Enzo recebeu e bloqueou diversos influenciadores negros que apontaram elitismo no posicionamento do empresário.

Felipe Neto on Twitter: "O hate q vcs tão jogando pro Enzo Celulari é de  uma arrogância intelectual tão pedante. Sim, o cara é filho de 2  milionários. Óbvio q ele não
Imagem: Reprodução Twitter

“Será que é bom viver nessa bolha em que não se sabe o preço da carne? Assustador!”, disse uma usuária. A acadêmica Winnie Bueno criticou o influencer  por bloquear influenciadores pretos que criticaram sua defesa a favor de Enzo Celulari. “Compartilhando várias campanhas de arrecadação de alimentos depois de bloquear as pessoas envolvidas na construção dessas campanhas. Ou seja, preto só serve pra você fazer seu assistencialismo barato. Se o preto ousa te questionar, aí já querem demais”, apontou.

O influencer ficou nervoso durante uma live. Segundo Neto, uma conta verificada o chamou de reaça. Após isso, Felipe encerrou o vídeo xingando e demonstrando indignação. “Eu espero que o Felipe Neto comece logo a ler intelectuais negros pra perceber o quanto sua defesa ao Enzo Celulari é o retrato perfeito do pacto narcísico da branquitude e não tem nada haver com revolta com arrogância intelectual”, disse a advogada e feminista negra Tamires Sampaio.

Os fãs do empresário logo iniciaram ataques a quem criticava o influenciador, inclusive com teor racista.

Imagem: Reprodução Twitter

Felipe Neto foi uma das vozes mais brancas mais engajadas nos movimentos do “vidas negras importam” e em outros momentos fez discursos contra classe média bolsonarista, mas numa questão complexa como a queda do consumo de carne e o veganismo, o youtuber esbarra no elitismo comum da pauta. É sabido que é impossível que milhões de pessoas tenham assumido o veganismo do dia para a noite, o que denota que sua defesa em favor de Enzo Celulari, alegando que foi uma simples pergunta, é vazia e carece de reflexão sobre demandas que ele tanto diz defender.

Falta ao influenciador ouvir de verdade as pessoas que ele tanto diz estar ao lado.

Nome de Chadwick Boseman batizará faculdade de Artes pela qual o ator se formou

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O perfil de Chadwick Boseman, no Instagram, anunciou que o nome do falecido ator será dado à faculdade de Artes que o artista defendeu quando jovem. É a primeira postagem no perfil após a morte do ator, em agosto de 2020. Na primeira imagem da publicação vemos a foto de um jovem Chadwick estampando a matéria de um jornal local, durante protestos contra o funcionamento precário da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Howard, em Washington.

Na imagem seguinte, o mesmo Chadwick, em 2018, já ganhando espaço em Hollywood, no momento em que retorna à faculdade como palestrante. “Estudantes universitários, liderados por um jovem Chad Boseman, protestam contra o colapso da Faculdade de Belas Artes durante uma manifestação de vários dias no prédio da administração. Anos mais tarde, Chadwick e outros ex-alunos continuariam a defender a reintegração da Faculdade de Belas Artes”, diz a legenda no Instagram do ator.

Ator de Pantera Negra faz discurso inspirador em universidade americana -  Jornal O Globo
Ator em discurso na Universidade Howard (Imagem:Erick Thayer/ Reuters)

Nove meses após a partida de Boseman, a instituição, já restabelecida de forma independente, sob a reitoria de Phylicia Rashad, ex-professora e mentora do ator, será renomeada como Chadwick A. Boseman College of Fine Arts (Faculdade de Belas Artes Chadwick Boseman, em tradução livre). “Chad, você exemplifica os valores fundamentais de Howard em excelência, liderança, serviço e verdade. Ninguém mais merece tal honra. Estamos muito orgulhosos de você, amamos você e sentimos sua falta todos os dias. Parabéns a todos os futuros alunos do Chadwick A. Boseman College of Fine Arts!”, conclui o texto.

Modelo negra é eliminada do concurso de miss após fazer discurso a favor da representatividade

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A modelo e Miss Teen Bahia, Thasilla Brandão, de 18 anos, foi eliminada de um concurso de Miss após discursar com fala sobre representatividade negra. Segundo apuração da TV Record, Thasilla era favorita para levar o prêmio nacional Miss Teen Earth, realizado em São Paulo, mas foi penalizada ao dizer que sonhava em ver jovens negras alcançando seus objetivos.

Um dos organizadores do evento, Neto Santos, confirmou à reportagem que as palavras da concorrente afetaram sua pontuação. A alegação foi que a miss “deveria defender todas as raças”.  Santos disse em áudio enviado à mãe da modelo, Joseane Carla: “A frase foi ‘eu estou aqui para defender a causa negra’. Quando você fala que está defendendo uma causa, ótimo, mas ela, na posição de miss tem que defender todas as raças”.

A modelo Thasilla Brandao (Imagem: Instagram)

Thasilla é vencedora de outros 6 títulos de miss. “Eu quero que outras pessoas olhem para mim e pensem ‘ela conseguiu, então eu posso”, disse a miss.

Após repercussão do ocorrido, Thasilla publicou um breve manifesto em seu Instagram:

“Nossa luta é constante e diária onde negros precisam provar por diversas formas que ele é capaz. O que passei outras meninas também já passaram e sinto na pele o racismo, até onde isso vai continuar?Não é fácil nem vai ser mas a persistência e o apoio dos meus familiares e nossa jurisdição tem sido importante também nesse processo pois só quem sofre sabe a tamanha injustiça.Como miss e representante, não ficarei calada!”, concluiu.

Errata: A etapa do concurso aconteceu em São Paulo e não em Salvador como informado anteriormente. Corrigido.

Iza e Sam Smith colocam fotos parecidas em seus perfis e fãs especulam parceria

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A cantora Iza atualizou a foto de perfil de seu Instagram e Twitter com uma imagem na cor roxa. Isso não seria tão misterioso se Sam Smith também não tivesse mudado a imagem de seu perfil nos mesmos moldes, mas usando a cor verde. Os sempre atentos fãs de música pop perceberam e já começaram a especular um possível feat entre os dois artistas.

Imagem: Reprodução Twitter

Para alimentar ainda mais a ansiedade dos fãs, Sam começou a seguir a cantora na semana passada, apontando uma possível coordenação de movimentos para um retorno da diva pop brasileira com uma parceria internacional de peso.

Recentemente Iza atingiu a marca histórica de 1 bilhão de streams do álbum “Dona de Mim” no Spotify. Anitta e Ludmilla conseguiram o mesmo feito antes, mas ambas tem maior tempo de carreira e frequência maior de lançamentos, o que mostra a potência que se tornou a cantora. ‘Dona de Mim’ foi lançado em 2018 e colecionou um sucesso atrás do outro como “Pesadão”, com Marcelo Falcão do O Rappa, “Rebola”, em parceria com Gloria Groove”, e a música que dá nome ao disco.

Imagem: Reprodução Twitter

A cantora traz em suas músicas fusões de R&B, soul, reggae e MPB com uma voz poderosa que lembra muito a escola dos corais gospel norte-americanos. Um retorno triunfal com um lançamento junto a Sam Smith, um dos mais populares nomes da música pop atual seria muito bem-vindo. Lembrando que Smith já cantou em parceria com Mary J Blige, uma das maiores cantoras de R&B e Soul em uma das faixas mais conhecidas de Sam, “Stay With Me”.

Vamos aguardar.

Conflito racial cotidiano é abordado de forma concisa e tensa no curta “Preto no Branco”

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Imagem: Valter Rege

Um garoto negro sai correndo de dentro de um shopping e esbarra com uma mulher branca que, imediatamente, sente falta da bolsa que carregava. Avisa a polícia que passava na rua e convicta aponta o culpado: o jovem de 20 anos que tem nome de cantor famoso, Roberto Carlos, que é preso de forma truculenta pela dupla de investigadores. Parece com cenas cotidianas que algum amigo seu ou você mesmo já passou? Pois é. Esse é o plot inicial do curta-metragem “Preto no Branco“, dirigido por Valter Rege.

Maria Bopp (A bloguerinha do fim do mundo) interpreta Isabella, a moça de classe média assustada, mas notoriamente racista. Bopp é boa atriz e consegue fazer de forma competente com que a gente sinta antipatia por sua personagem, que age com a arrogância típica da classe média, até mesmo se oferecendo para ajudar a investigar gangues junto com a polícia.

Imagem: Divulgação

Um acerto do curta é não revelar em plano aberto toda a movimentação na frente do shopping, fazendo com que possamos, ainda que haja identificação com o acusado, ter dúvida sobre o que, de fato, ocorreu. Uma escolha bem-vinda é a dualidade entre o acusado e o policial preto vivio por Taiguara Nazareth (Presença de Anita). Roberto Carlos e o policial têm a mesma cor, mas estão em lado opostos. Mesmo que o agente policial emule o preconceito de seu parceiro branco, em determinada passagem ele precisa confrontar a realidade de que mesmo com distintivo, não pertence totalmente àquela instituição e que, para quem acusa, a diferença é inexistente entre investigador e investigado.

Outro acerto é a atuação de Marcos Oliveira nos momentos de interrogatório na delegacia. Não sei se por escolha do diretor, mas o ator diz o texto de forma mais teatral, como se recitasse um manifesto ao público. Pode gerar estranheza perto do comedimento das outras atuações, mas se o espectador tentar entender como proposta narrativa proposital, o artifício ganha força.

O curta termina oferecendo recompensa pelos quinze minutos. É prazeroso ver Roberto Carlos agir com consciência diante do que ocorre na resolução e a escolha musical para acompanhar os passos finais antes do crédito final casa tão bem como como a canção inicial, ambas composições do rapper Rincón Sapiência.

“Preto no Branco” está disponível de forma gratuita na Wolo TV.

Covid-19: Família de Nelson Sargento pede orações pela saúde do sambista

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Sambista faleceu aos 96 anos. Foto: Reprodução.

O presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira, Nelson Sargento, está internado em uma unidade de saúde no Rio de Janeiro desde sexta-feira (21), diagnosticado com covid-19.

Por meio das redes sociais do sambista, a família comunicou a internação de Nelson e “pede reserva e orações nesse momento difícil”. “Segundo o mais recente boletim médico, o quadro clínico é estável, apesar da preocupação com a situação pulmonar, em função da covid”, diz a publicação.

Nelson Sargento tem 96 anos e tomou a segunda dose da vacina contra a covid-19 em fevereiro.

Cacau Protásio e Lellê serão protagonistas de ‘Barraco de Família’. Filmagens já começaram

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Yuri Marçal, Sandra de Sá, Péricles, Maurício de Barros, Jeniffer Nascimento, Robson Nunes, Eduardo Silva, Lena Roque e Nany People completam o elenco. Foto: Divulgação

Tem filme novo chegando! Os conflitos e os afetos que fazem parte da rotina de toda família são o ponto central da comédia ‘Barraco de Família’, que começou a ser filmada em São Paulo. Estrelada por Cacau Protásio e Lellê, o filme conta, de forma
divertida, as confusões dos integrantes de uma família da periferia de São Paulo. O lançamento está previsto para o segundo semestre de 2021.

No filme, Lellê é a funkeira Kellen, que, depois de ficar famosa, se muda para um bairro de alta classe e se afasta da família. Cleide (Cacau Protásio), mãe da cantora, não pegou carona no sucesso e no dinheiro da filha e segue trabalhando para sustentar a casa, onde mora com o marido, um corretor de imóveis sem muito sucesso, a mãe, o filho e a cunhada folgada.

Depois de um ano longede casa, Kellen decide passar uns dias com a família, para alegria de todos. Porém, o barraco
acontece quando todos descobrem a verdadeira razão de sua volta: limpar a própria imagem depois que um vídeo vaza na internet. Nas redes sociais, Lellê já deu um spoiler. “Tô doida pra vocês conhecerem a Kellen, já aviso que ela é babado, confusão e gritaria!”

O elenco é um dos destaques da produção. Além das duas protagonistas, participam do filme o jornalista e influenciador Hugo Gloss, os humoristas Yuri Marçal e Maurício de Barros e os cantores Sandra de Sá e Péricles. Também fazem parte do longa Jeniffer Nascimento, Robson Nunes, Eduardo Silva, Lena Roque e Nany People.

A comédia é dirigida por Maurício Eça e tem produção de Marcelo Braga. Emílio Boechat e Lena Roque, que também interpreta a personagem Eulália, cunhada de Cleide, são os autores do roteiro. O filme é da Santa Rita Filmes e será distribuído pela Synapse Distribution.

Silvio Almeida recebe Benedita da Silva em seu canal do YouTube

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Silvio Almeida e Benedita da Silva; Imagem Google

O professor e filósofo Silvio Almeida recebe, no seu canal do YouTube, a deputada federal Benedita da Silva, uma das figuras políticas mais presentes na luta racial e de gênero no país, para uma conversa sobre representatividade feminina na política.

O encontro virtual traz uma visão macro sobre a política brasileira e países latino americanos. Benedita, que construiu sua vida política envolvida em lutas em favor das comunidades do Rio, comenta sobre a participação das mulheres, em um cenário que tenta suprimir cada vez mais a presença feminina e de negros nas decisões políticas. Ao final, a deputada indica três obras para quem quer se aprofundar no tema.

O professor receberá ela dia 29 de maio, próximo sábado, no canal de Silvio Almeida no YouTube com o vídeo sendo produzido pela Play9.

Em mandatos eletivos, Benedita foi senadora, deputada, vice-governadora, e governadora do Estado entre 2002 e 2003. Nesse mandato, numa decisão inédita, Benedita nomeou 20% de negros para o primeiro escalão e implementou a lei de cotas raciais na UERJ.

Dia do Orgulho Nerd: Ser nerd também é coisa de preto

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Imagem: Gabriel Jardim

O “Guia do Mochileiro das Galáxias” é um clássico da literatura de ficção científica escrito por Douglas Adams (1952-2001). Foi traduzido para diversos idiomas e ganhou versão cinematográfica em 2005, dirigida por Garth Jennings. A saga gira em volta do inglês Arthur Dent, que após ter sua casa destruída por máquinas, recebe as revelações de que seu amigo, Ford Prefect, é um alienígena e a Terra será destruída para a construção de uma via espacial.  A partir desse plot inicial, os amigos iniciam uma série de aventuras e desventuras, em que se somam à dupla outros personagens carismáticos, como o robô depressivo Marvin, a humana Tricia McMillan e o presidente da galáxia Zaphod Beeblebrox.

O rapper Mos Def como Ford Prefect no filme O Guia do Mochileiro das Galáxias” (Imagem: Divulgação)

Os amantes da saga, decidiram homenagear o autor no dia 25 de maio, escolhendo a toalha como símbolo da reverência, já que em seu Guia o autor descreve a toalha como objeto crucial para dar apoio psicológico, se esquentar, ajudar em uma luta após ser umedecida, como proteção ao deitar-se nas areias das praias de Santragino V e claro, se enxugar. Em 25 de maio de 1977 estreou o primeiro filme da saga ‘Star Wars‘ e alguns nerds decidiram celebrar a data em Madrid, assim a celebração se espalhou e hoje conhecemos a data como Dia da Toalha ou Dia do Orgulho Nerd.

Apesar da fama que nerds ganharam de serem pessoas muito inteligentes, mas excluídas, o que podemos constatar em grupos e fóruns é uma forte resistência às mudanças e, sobretudo, racismo e outra série de preconceitos contra minorias, contrariando inclusive o conteúdo das obras que são símbolos de narrativa a favor da igualdade, como X-Men e Super Choque, por exemplo. 

Para a roteirista Thais Hern, de 33 anos, as pessoas brancas estão desacostumadas a dividir certos espaços, incluindo o do consumo de cultura pop. “A comunidade nerd é um reflexo da nossa sociedade, então não teria como ela não ser racista. O que acontece em situações de nicho como a comunidade nerd é que fica mais aflorada a sensação de que aquilo te pertence. Em nichos, pessoas brancas acreditam que aquilo pertence a eles e pronto”, diz.

Thais Hern e um Stormtrooper diferenciado (Imagem: Instagram/Thais Hern)

Fundador do Nigeek, um espaço de produção de conteúdo de pretos para pretos, que também é uma marca de camisetas e outros produtos, o designer gráfico e ilustrador Renato Cafuzo (33) sofreu com ataques racistas a sua página, mas crê que há um processo de mudança em andamento. ”Manter a integridade do Nigeek foi tranquilo enquanto marca. Só fomos verdadeiros nos porquês de tudo que acreditamos e fomos acolhidos por quem também acredita. Nossa maior preocupação foi com as pessoas que foram expostas nesse ataque. Algumas pessoas foram perseguidas nas redes, e chegaram a ter que ficar um tempo off. Sobre a comunidade ser racista ou não, boa parte é sim, vide esse caso. Mas tenho fé num amadurecimento de alguma forma”, reflete.

Renato Cafuzo, fundador do Nigeek (Imagem: Instagram/Renato Cafuzo)

 Antes era impossível encontrar representatividade dentro das produções nerds e hoje temos pessoas que produzem isso visando reforçar a representatividade de crianças pretas que estão entrando nesse mundo. Nos anos 90 tínhamos a Tempestade, na bem-sucedida série animada dos X-Men, mas outras fontes de referência vieram, como os filmes do Blade e a popularização do Super Choque e do Lanterna Verde John Stewart. Com mais personagens e produções capitaneadas por pretos, mais passos se dão para inserção de gente negra num universo artístico rico em vários aspectos. No Brasil, tivemos recentemente a aparição para um público maior de artistas como Jefferson Costa, ilustrador da HQ ‘Jeremias – Pele’ e autor de ‘Roseira, Medalha, Engenho e Outras Histórias’.

Assim como Thais, Costa acha que uma parte da comunidade nerd enxerga com estranheza, para não dizer o mínimo, a presença de pessoas pretas inseridas nesse universo. “Ao olhar de uma comunidade nerd que não considera pessoas pretas, nem como parte integrante, público integrante, vide os chiliques quando se insere uma personagem preta num universo nerd popular, nem produtor, no sentido de que um produtor preto é lido como um produtor de conteúdo étnico, com viés que separa como nicho do nicho com a intenção de diminuir, sem reconhecer o viés já existente no conteúdo nerd popular, dominante, universal”, reflete o quadrinista.

De fato, tivemos uma movimentação intensa nas redes em momentos em que atores pretos encarnavam heróis originalmente brancos, como foi o caso de Michael B Jordan como o Tocha Humana e até ataques racistas contra a atriz Anna Diop, que interpreta uma personagem que nas HQs é laranja! 

A maior parte dos ícones da cultura pop foram criados quando não havia preocupação em vender para pessoas negras. Todas as criações são resultado da visão eurocêntrica em torno do ideal de herói para os criadores, mas as demandas mudaram como aponta Jefferson: O grande problema é o olhar de o preto não ser um agente de narrativas, ser um preto nerd geek  é ser um cowboy,  mesmo que querendo representatividade querer ver o cowboy preto, mas ainda um cowboy, Ou como subversivo indígena, portanto corpo estranho. Em qualquer meio, o corpo preto é um corpo em movimento de ocupação,  de tentativa de transformação, seja por objetivo de integrar a universalidade ou não”, conclui.

A importância da representatividade para formação de novos leitores de quadrinhos (Imagem: Familia Quilombo)

Embora a produção nerd ofereça obras que chamam à reflexão e seja uma preocupação dos autores refletir a necessidade de mudança, o que se vê entre os consumidores é uma dificuldade de compreensão das mensagens. Ainda que o visual colorido característico da produção geek/nerd seja chamariz primário, é difícil compreender como alguém não consegue entender a premissa básica de X-Men, que é didático em sua analogia sobre discurso antirracista ou fãs de Star Wars que simpatizam com governos fascistas.

O roteirista Rafael Calça (37), parceiro de Jefferson Costa nas duas aclamadas HQS do Jeremias, “Pele” e “Alma” entende que a ideia de nerds serem um grupo acolhedor caiu por terra. “Por muito tempo descreveram a comunidade nerd como uma tribo que se encontra. Mas, na verdade, é algo muito tóxico e agressivo quando se é minoria representativa. Hoje eu tenho orgulho, de verdade, de ter companheiras e companheiros de luta nesse mundo de imaginação e realidade. De fantasia e sonhos lúcidos. Criar histórias é a forma com que me expresso e é um orgulho falar com tanta gente aberta a escutar. O resto. Bom, eles não entendem o que supostamente gostam”, diz Calça.

Rafael Calça e Jefferson Costa (Imagem: Minas Nerds)

A PerifaCon é um exemplo do crescimento constante de tomada de espaço por um público periférico, consumindo aquilo que os representa, seja do alternativo ou do mainstream. O evento reuniu milhares de jovens em sua última edição presencial e a promessa era de crescimento antes da pandemia. Enquanto isso, dentro das grandes editoras de quadrinhos e das produtoras de cinema há um esforço para ressignificar antigos símbolos e estabelecer novos rostos. Um exemplo disso é que, no próximo filme do Capitão América, o personagem será encarnado por um ator afroamericano, um possível filme do Superman preto, e ganho de importância de personagens originariamente negras como Super Choque, Tempestade e Luke Cage.

É como conclui Rafael Calça: “Uma parte sim ainda não entendeu que histórias devem ser plurais, para todos. Mas muita gente preta está se vendo em obras novas e por isso consumindo mais, isso é o mais importante, as novas gerações irão entender o mundo de uma nova forma”.

“Quero que saiba que estava certa – seu pai mudou o mundo”: Michelle Obama presta apoio a filha de George Floyd

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Michelle Obama e filha de George Floyd; Reprodução/Instagram

Muitos famosos e militantes prestaram suas homenagens  lembranças pela  trágica morte do americano George Floyd, que aconteceu exatamente 1 ano atrás após um policial o estrangular com o joelho até ele parar de respirar, por aproximadamente 8 minutos.

Uma das pessoas a demostrar apoio a família de Floyd foi a advogada, escritora e ex-primeira dama dos EUA, Michelle Obama, fazendo lembrar que racismo, violência policial e responsabilidade governamental devem fazer parte de qualquer discussão sobre direitos humanos e liberdades fundamentais, em todo o mundo.

Michelle falou que imagina o quanto está sendo difícil para a filha de Floyd e que o ocorrido não foi uma tragédia nacional, e sim uma tragédia humana. Ao perder o pai com apenas 6 anos, a menina passou momentos de dor e crescimentos que alguém com tão pouca idade não precisaria passar.

“No ano passado, vimos tantos jovens marchando, cantando, cantando, dançando e votando. É apenas um vislumbre de sua promessa. E oferece um retrato poderoso do que está por vi.” Começou ela;

Michelle, relembrando a fala da menina em que dizia que “papai mudou o mundo”, deu alternativas para que isso verdadeiramente ocorresse.

“Não podemos parar nem por um segundo. Isso significa responsabilizar os líderes locais, votando em novos promotores e xerifes se for necessário, e falando abertamente sobre nossas próprias experiências de injustiça e discriminação. É assim que garantimos que “Papai mudou o mundo” não seja um momento passageiro online, mas uma mudança duradoura em todo o país.”

Lembrando sobre as dificuldades que surgiram durante um ano pandêmicos e noticias aterrorizantes, Michelle ainda disse que estava desejando boas notícias e energias para a menina e que com toda a certeza seu pai mudou o mundo.

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