O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Joel Ilan Paciornik restabeleceu as decisões tomadas em cinco tribunais do júri realizados em São Paulo que condenaram policiais militares pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, deixando 111 mortos no complexo penitenciário que ficava na Zona Norte da capital paulista.
Entre 2013 e 2014 os julgamentos decidiram por penas que variavam de 48 a 624 anos de prisão. No entanto, somente um dos agentes está preso, mas por outros crimes. Em 2018 os resultados das condenações foram anulados pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo em 2018,que entendeu, na época, que os PMs haviam sido condenados de forma contrária às provas nos autos.
Imagem: Eder Chiodetto/Folhapress
Agora, por nova decisão do ministro Paciornik, os vereditos dos cinco júris realizados contra PMs que participaram da operação foram restabelecidos. O ministro argumentou que, “embora o confronto balístico pudesse melhor esclarecer os fatos a respeito da autoria dos disparos que acertaram as vítimas, tal elemento de prova, por si só, não afastaria a autoria dos demais policiais que concorreram de outra forma para o delito”.
O massacre do Carandiru ocorreu no dia 2 de outubro de 1992 quando uma operação policial da Polícia Militar causou a morte de 111 presos. O ocorrido inspirou livros, séries e o filme “Carandiru- O Filme”, dirigido por Hector Babenco
Três policiais civis foram indiciados pelo assassinato do estudante João Pedro, de 14 anos. João Pedro morreu com um tiro de fuzil na barriga durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. O inquérito durou um ano e os agentes Mauro José Gonçalves e Maxwell Gomes Pereira devem responder por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, enquanto Fernando de Brito Meister deve responder apenas por tentativa de homicídio culposa, já que as investigações descartaram que o disparo partiu de sua arma.
Imagem: Acervo da família
As investigações não conseguiram concluir quem atirou em João Pedro e por isso os policiais não serão indiciados por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Se a decisão se mantiver, a pena máxima para os policiais será de três anos de prisão. “Fico um pouco feliz porque é uma resposta ao que a gente já sabia e vem falando esse tempo todo. Principalmente de ter vindo agora, nesse mês de junho, quando o João Pedro completaria 16 anos. Só não concordo muito como foi feito porque, desde o momento em que você invade uma casa como eles fizeram, você tem, sim, intenção de matar. Mas vamos aguardar porque ainda vai passar pelo Ministério Público e vamos ver como vai ficar”, disse a mãe de João Pedro, Rafaela Matos, em entrevista ao G1.
No dia 18 de maio de 2020 João brincava com amigos quando a operação policial chegou até a Praia da Luz. Um dos amigos do rapaz afirmou que policiais entraram no terreno e jogaram duas granadas, que detonaram. Na sequência, atiraram nas janelas e acertaram a barriga de João Pedro que foi levado por um helicóptero e só teve o corpo encontrado pela família dezessete horas depois.A operação na comunidade era da Polícia Federal, mas contava com apoio de policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), parte da Polícia Civil.
A atriz Léa Garcia usou suas redes sociais para rebater as falas racistas do presidente da Argentina, Alberto Fernández, que em um evento com empresários e o primeiro-ministro da Espanha, disse que “Os mexicanos vieram dos índios, os brasileiros saíram da selva, mas nós os argentinos, chegamos de barcos. E eram barcos que vieram de lá, da Europa”.
Fazendo referências ao Tango, ritmo que é marca da cultura argentina, a atriz, de 88 anos, citou o antropólogo Norberto Pabo Cirio. “O tango nasceu num bairro de descendentes de escravos africanos na Argentina” e continuou: “Será que o presidente da Argentina, senhor Alberto Fernández, desconhece ou ainda quer manter em segredo essa raiz, ‘selvagem’, do tango? Será que o genocídio sofrido pelos indígenas na Patagônia, pelo exército da Argentina, outra raiz ‘selvagem’, tanto como ‘a raiz mexicana’, também lhe é desconhecida?”, questionou a atriz
“Não posso me calar diante da referência, tão impregnada de orgulho, ao ‘navio europeu’ que invadiu terras americanas levando o etnocídio ao povo nativo e o genocídio de uma parcela da população negra existente na Argentina”, afirmou Léa, que é referência no ativismo para a inserção da população negra no teatro e na televisão e que integrou o Teatro Experimental do Negro, nos idos dos anos 1950.
Que o dia dos namorados é a data mais romântica do Brasil todo mundo já sabe. Namorados, noivos e casados se presenteiam de forma apaixonada e com o fundamento de demostrar seu amor e gratidão pela pessoa que permanece ao seu lado. Mas, é constante um dúvida entre os casais: “Com qual presente posso demostrar meu amor?”
Por isso, separamos algumas ideias para essa data tão bonita. E que tal além de presentear quem ama, ajudar a movimentar o Black Money? Fizemos uma lista de presentes afrocentrados para todos os gostos e amores:
Colar de cordas:
Receber ou presentear com colar no dia dos namoras é um clássico, mas sabe aquela peça atemporal que transforma quem a colocou? Um lindo colar tem esse poder. A loja Itens Essenciais é uma empresa criativa que fazem acessórios de moda afro e com suas peças serem feitas na mão, fazendo com que a pessoa amada receba um presente só dela. Eles estão presentes no site da Feira Preta e no Instagram.
Valor: R$ 48,80
Camisas combinando:
Pode parecer clichê entre os casais, mas muitos amam sair combinando o look. Mesmo fazendo um costume antigo de sair combinando, é válido combinar e arrasar na estampa. O Atelier Bento Rosa confecciona peças autorais com uma produção artesanal, pensando em uma combinação slow fashion, autônomo, autêntico e criativo. O atelier está presente na Feira Preta e no instagram da loja.
Valor: R$ 119,90 (Camisa Heliconia – cada peça)
Obra de Artes:
Os casais que só presenteiam com roupas e comida que nos perdoem, mas defendemos o quanto é bom sair da zona de conforto e receber um presente que não esperávamos. O quanto é gostoso passar na sala de casa e lembrar quem lhe presenteou com aquela obra pendurada. Achamos – e nos apaixonamos – por esse quadro de Ogum feita pela artista Naiana Souza, impecável. Todas as peças de sua loja são idealizadas, criadas e produzidas por ela. A artista vende pelo Feira Preta e instagram.
Valor: R$ 100,00
Tênis Unissex:
Quem gosta de sapato, gosta mais ainda quando ele é estiloso, não?! Sapato estampados é uma febre! Por isso, amamos essa proposta da Modash, marca de moda afro localizada no Rio de janeiro. Que tem como diferencial a manutenção de mais de 90% de sua cadeia produtiva no Benin, país localizado no oeste da África. Você pode encontrar eles na Feira Preta ou no instagram.
Valor: R$ 99,90
Lingeries:
Bem adaptável a data, não?! Não é novidade que lingeries são uma das peças que mais saem nessa época do ano, muitas pessoas compram para presentear e outras para usarem na data e ter uma noite romântica. A Meu Tom Lingeries tem como fundadoras duas irmãs pretas que vendem apenas em Pernambuco pelo instagram e facebook da marca.
Valor: R$ 54,90 cada peça
Bordado Livre:
Mais um presente artesanal que demostra afeto, carinho e beleza. Na imagem “ninguém vai poder nos dizer como amar” de Soul de Maria. Um presente que encanta o coração, não?! A artista também vende no Feira Preta e em seu instagram.
Valor: R$ 45,00
Dica Bônus: Incenso natural para fazer a noite dos namorados mais abençoada, cheirosa e feliz. Achamos o da Pedra da Lua, que vende no Mercado Black Money e no Feira Preta.
A cantora Liniker lançou nesta quarta-feira (9), o clipe do segundo single da sua carreira solo, ‘Baby 95’, pela Boogie Naipe. Com referências do pagode, do R&B, a ambiência do clipe nos leva para os anos 90 e desperta os melhores sentimentos românticos, na semana do Dia dos Namorados.
“‘Baby95’ é uma canção que renova o trato com todas as referências musicais que eu tive e acessei no âmbito familiar”, afirma Liniker. Nascida em Araraquara, no interior de São Paulo, ela se refere ao contato que teve com a arte dentro de casa, um ambiente em que o samba e o pagode eram bastante presentes. “Muitas pagodeiras e pagodeiros encontraram no R&B um caminho para traduzir o romance na nossa língua. Daí, veio a minha vontade e inspiração para ressignificar o que eles já faziam nos anos 1990”, explica a cantora.
O clipe nos leva a uma conexão imediata com as histórias de amor contadas pelos grupos do chamado Pagode 90 – começando com aqueles programas de rádio que contavam histórias de amor dos ouvintes entre uma música e outra – e apresenta aquele sabor de que a história de amor retratada na tela também pode ser vivida por quem assiste. Um narrativa de grande poder que se torna ainda mais potente ao retratar a relação de amor e carinho vivida por uma mulher trans negra e seu companheiro, um homem também negro, em cenas do cotidiano de uma vida tranquila, com direito a dançar um samba rock na sala de casa.
Assista:
A produção musical é de Julio Fejuca e do Gustavo Ruiz. “Eles abordaram cada detalhe daquele universo, partindo da linguagem e atualizando para o agora”, complementa Liniker
NIVEA — O clipe de ‘Baby 95’ também marca a entrada de Liniker para o time de influenciadoras da Nivea. A ação reforça o compromisso da campanha de propósito ‘O Toque Que Transforma e Inspira Conexões’ com a população LGBTQIA+, especialmente com a comunidade trans.
Além do videoclipe, estão previstas outras ativações nas redes sociais, que ainda são surpresa, e vão falar sobre momentos de amor e do poder do toque. No clipe de Baby 95, vemos a icônica latinha azul e o hidratante Nivea Milk. Dessa forma a marca reforça o poder do toque, autocuidado, a ressignificação de memórias musicais e muito romance, que a cantora apresenta em sua canção.
A nova música chega no mesmo mês em que Liniker estreia a sua carreira de atriz. Ela vive a protagonista, Cassandra, em “Manhãs de Setembro”, série que chega no Amazon Prime Brasil no dia 25 de junho. Essa pluralidade artística, inclusive, é algo que se tornará cada vez mais presente na trajetória da artista. “Eu sou feita de misturas, de camadas e muitas coisas me inspiram. Seria injusto para o meu processo artístico me dedicar apenas a um único tipo ou estética musical. Eu me dou bem na multiplicidade. Não é nem questão de se dar bem, na verdade, acho que eu estou mais disponível a investigar coisas e formas”, finaliza.
O cantor e produtor Pharrell Williams abrirá um grupo de pequenas escolas particulares para alunos de famílias de baixa renda. O projeto se chamará ‘YellowHab’ e será localizado em Nortfolk, Nova York. “Se o sistema for consertado e injusto, então ele precisa ser quebrado”, disse Williams em um comunicado à imprensa. “Não queremos um aprendizado sincronizado onde tantas crianças ficam para trás; queremos um aprendizado sob medida projetado para cada criança, onde as coisas que fazem uma criança diferente são as mesmas coisas que farão uma criança se levantar e voar”, explicou.
Imagem: Steven Ferdman
Nortfolk é “caracterizada por uma profunda segregação habitacional”, incluindo com constante desalojamento de pessoas por parte do governo local. “Os residentes estão sendo deslocados de suas casas com opções de moradia potencialmente limitadas disponíveis, o que limita as opções para as crianças. Temos um ótimo relacionamento com a cidade de Norfolk e queremos ser parte da solução, apoiando a comunidade com recursos e apoio”, escreveu Stephanie Walters, diretora de desenvolvimento da YellowHab.
O currículo da nova escola terá uma grande ênfase em ciência, tecnologia, engenharia, arte e matemática e aprendizagem prática. A escola vai matricular inicialmente entre 40 e 50 alunos que serão agrupados por níveis de habilidade e não por séries, uma forma de não rotular estudantes e evitar o usar o termo “abaixo do nível da série”.
Pharrel Williams já tem um histórico de promover ONGs que ajudam a causa negra de norte-americanos como a Black Ambition, que apoia empreendedores negros.
O projeto Converse City Forests (da famosa marca fabricante do All Star) vai criar um mural usando tinta especial que ajuda a purificar o ar em homenagem à cantora, compositora e atriz Larissa Luz, no Dique do Tororó, em Salvador, Bahia. A escolha de Larissa Luz e o Dique do Tororó se conectam com a proposta do projeto, batizado de “Recrie o Amanhã”, uma vez que a artista baiana reconhece a importância do local escolhido como um dos pontos emblemáticos da cidade de Salvador.
Imagem: Divulgação
O local escolhido fica em frente a uma avenida movimentada da cidade que, além de fazer com que a tinta pudesse agir de forma esperada, purificando uma região poluída devido a intensa movimentação de carros, motos e ônibus, contribuindo para a arte urbana na cidade.
“A jovem Larissa que rompeu barreiras e hoje é um ícone cultural da população negra, nos convida ao futuro, conectando musicalidade, ancestralidade e tecnologia. Este mural pretende representar o avanço social da possibilidade de homenagear uma mulher negra na via pública, propondo a todos aqueles que se sentem marginalizados, imaginar um futuro possível, próspero e fantástico”, diz Pedro Batalha da marca autoral de moda Dendezeiro.
Com o tema “Afrofuturismo“, a arte e o mural foram feitos por duas artistas negras e baianas, Andressa Monique e Nila Carneiro. Grafiteira e formada em Arquitetura e Urbanismo, o trabalho de Monique busca uma reconexão de sua ancestralidade através da representatividade de mulheres negras e com a representação de divindades das religiões afro-brasileiras, pois enxergar seu trabalho como um instrumento de combate ao racismo religioso através do graffiti . Nila é designer, muralista e ilustradora e, cada vez mais, tem visto sua arte ganhar maior reconhecimento do público, em especial nas obras em grandes dimensões. Na Bahia, a artista se destaca como uma mulher da arte urbana contemporânea brasileira.
O mural de Salvador tem 250m² e equivale ao plantio de 250 árvores.
A Converse iniciou o projeto global City Forests em 2020, onde ao redor do mundo foram pintados murais com tinta fotocatalítica que ajuda a limpar o ar, e a cada m2 equivale a uma árvore. Após passar por 14 cidades do mundo, o projeto chegou em São Paulo no segundo semestre de 2020.
Kathlen, que foi assassinada na última terça-feira (8) grávida de 14 semanas, trabalhava para a marca
A marca de roupas FARM anunciou nas redes sociais da loja uma ação de vendas utilizando o código de Kathlen Romeu. Segundo o anúncio feito pela loja, a comissão das vendas feitas com o código que Kathlen usava como vendedora da loja será destinada à família da jovem, que foi assassinada na última terça-feira (8) no Complexo do Lins, no Rio de Janeiro.
No texto, a marca diz que “a partir de hoje, toda venda feita no código de Kathlen terá sua comissão revertida em apoio para a sua família”. Deixando explícito que mesmo depois de morta, Kathlen continuaria gerando vendas e lucro para a empresa. O grupo Soma, do qual a FARM faz parte, lucrou R$ 39 milhões no último trimestre de 2020.
Nos comentários, ativistas e pessoas solidárias à memória de Kathlen se indignaram com a ação da marca. “Ou seja, a Kathlen vai continuar gerando lucro pra vocês até depois de assassinada?”, questionou Winnie Bueno. “Por que vocês não pegam e fazem uma doação?”, sugeriu Andreza Delgado.
Na noite de terça-feira, dia em que Kathlen morreu, o fundador da marca, Marcello Bastos, usou as redes sociais para lamentar a morte da jovem, que já trabalhava para a FARM há seis anos. “Que você e seu filho encontre em Deus a paz que esse estado falido e criminoso lhe tirou tão estupidamente”, disse.
ATO — Organizações e movimentos sociais convocaram para esta quarta-feira (9), às 16h, o ato ‘Justiça por Kathlen – Complexo do Lins quer viver. A concentração será em frente à Light, no Lins.
O Webdocumentário “Chamego”, que exalta relações afetivas entre pessoas pretas vai ser lançado a partir do dia 12 de junho. Serão 10 episódios em formato de websérie e oito episódios em formato de podcast, que contam a vivência de negras e negros que falam abertamente sobre seus relacionamentos heterossexuais, homossexuais, monogâmicos ou não-monogâmicos e consigo mesmo, além de tocarem em temas como afeto, preconceito, representatividade e amor livre.
A websérie documental é uma realização coletiva da Dan Território e exalta a história de 12 personagens, homens e mulheres reais, que compartilham a beleza e os desafios de seus relacionamentos, sob a narração da drag queen Barbárie Bundi. Os conteúdos serão lançados entre os meses de junho e julho no canal da Dan Território no YouTube e nas principais plataformas de streaming de música.
Imagem: Divulgação.
“ A proposta é pensar não apenas com o afeto sexualizado, como muitas vezes o corpo negro foi historicamente marcado, mas pensar, principalmente, na construção do amor fraterno e da relação social entre sujeitos e sujeitas negras. Chamego como uma ação de dengo, para além da visão ocidental do amor”, explica Daniel Arcades, um dos diretores artísticos da obra.
O elenco é composto por artistas de todas as partes da cidade de Salvador. propondo multiplicidade de classes, de gêneros e de afetividades. Entre os nomes estão a coreógrafa Edeise Gomes e seu companheiro o cantor de rap Aspri RBF; a atriz Fernanda Silva e sua companheira a artista plástica Yasmin Soares; o instrutor de tantra Rajan Irineu; o figurinista Cássio Caiazzo e seu companheiro Erick Simões; a produtora Rubian Mell; o artista e escritor Omolojí Àgbára; o diretor e produtor Bruno Novais e o coreógrafo Vinicius Revolti.
Com 5 minutos de duração, os episódios serão lançados sempre aos finais de semana em junho, nos dias 12, 13, 19, 20, 26 e 27, e, em julho, nos dias 3, 4, 8, 9 e um com um encontro especial no dia 10 com presença de todo o elenco em um bate-papo aberto.
Serviço:
Chamego – websérie e podcasts
Estreia: 12 de junho de 2021 (sábado)
Lançamentos: 12, 13, 19, 20, 26 e 27 de junho; e 3, 4, 8, 9 e 10 de julho
Plataforma: YouTube – Dan Território e plataformas de streaming de música (Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube Music, Amazon Music)
“Sistema Percussivo Integrado” vai ser lançado dia 18 e traz oito faixas inéditas, misturando percussão com eletrônica. Primeiro single, “Tum-Kata-Kruáka”, já está disponível
Experimentação de texturas. Percussão híbrida. É assim que o músico e produtor Japa System define o seu som. A partir da mistura de elementos orgânicos e sintéticos, o artista, que integra o grupo BaianaSystem há seis anos, junta timbal e atabaque a baldes e frigideiras, sonoridades tiradas de barras de ferro e cascas de árvores com sintetizadores, samplers e bases eletrônicas em seu disco de estreia: “Sistema Percussivo Integrado”, com lançamento nas principais plataformas de streaming dia 18 de junho. O primeiro single, “Tum-Kata-Kruáka”, com a participação de Carlinhos Brown, já está disponível junto com um clipe de animação.
Em seu primeiro disco, Japa System resgata toda a sua trajetória artística, desde a realização do sonho de tocar na Timbalada (ele integrou o grupo por três anos e, antes, chegou a fazer parte do Terra Samba) aos primeiros passos na música, ainda moleque, aos 15 anos, testando experimentações com latas de manteiga e os utensílios de cozinha da mãe boleira. “Gosto de fazer sons através de sons”, destaca ele, que ainda hoje toca com seus instrumentos inventados; os Japa Shakers.
Com influências da Capoeira, Candomblé, Samba Duro e Samba de Roda, o álbum ainda traz as participações de Larissa Luz, dividindo os vocais com Japa em “Gente que vem, povo que vai”, com direito ao colega de Baiana, Robertinho Barreto, na guitarra; o rapper carioca Bnegão, em “Trindade”; e referências na percussão, como Gabi Guedes (Orkestra Rumpilezz), Mônica Millet (neta de Mãe Menininha do Gantois e uma das primeiras mulheres percussionistas do Brasil) e Marcos Suzano (pioneiro na junção de música eletrônica com base musical afro-brasileira e que já tocou ao lado de artistas como Sting, Joan Baez e Gilberto Gil), tocando atabaques, agogô e pandeiro na faixa título.
Foto: Jardel Souza
“Esse disco vai ser o registro de tudo o que passei, todo o sistema construtivo da minha música. Então, tudo que tem ali é muito real, porque o que eu sou, é o meu som”, conta Japa System, que já tocou em festivais como o Lollapalooza e Rock in Rio, e rodou Europa e Estados Unidos, além de acumular premiações, como o 28º Prêmio da Música Brasileira (2017) e o Grammy Latino (2019) – ambos ao lado do BaianaSystem.
Gravado nos estúdios da Pracatum, Ilha dos Sapos e Casa das Máquinas, “Sistema Percussivo Integrado” tem produção e direção do próprio Japa em parceria com o companheiro de BaianaSystem, João Meirelles, e masterização e mixagem de Victor Vaughan. O lançamento é pelo selo Candyall Music, gerido por Carlinhos Brown. O projeto ainda inclui um curta documental, mostrando um pouco do processo criativo e das raízes musicais do artista.