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Marcos Brey lança ‘Luzir’, novo disco voltado ao rock e reflexões sobre periferia e negritude

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O músico mineiro Marcos Brey lança “Luzir”, seu novo disco que marca sua caminhada de mais de 20 anos de carreira na música. Com pé fincado no rock, o disco traz  oito faixas com narrativas inspiradas nas relações de afetos e vivências sobre o amadurecimento pessoal e artístico do compositor. O nome do disco “Luzir” vem de iluminar, de dar luz tanto à sua caminhada como artista negro e também de valorizar sua origem como homem preto, periférico de uma região principalmente pelos aspectos ligados à precariedade estrutural e por abrigar um grande número de penitenciárias (Brey mora em Ribeirão das Neves, Minas Gerais).  “Neves brilha muito, em todas as áreas, e a artística é efervescente. Por isso, dar um nome que alude a luz a este trabalho artístico, é também muito simbólico”, diz o músico.  

Imagem: Divulgação

Além das referências musicais, Luzir trata também da arte produzida por pessoas pretas e faz referências à cultura pop ao homenagear o herói Pantera Negra, vivido pelo norte-americano Chadwick Boseman, ator falecido em 2020. “Isso tudo desdobra-se em outra questão, a da cor de pele preta. É bem difícil brilhar sendo periférico, de origem humilde e preto, então o “Luzir” é sobre isso também, e meu figurino para as fotos do disco será inspirado no herói negro Pantera Negra, porque sinto que é preciso dizer disso neste e em todo trabalho que eu fizer, visto o contexto de ódio que temos vivido direcionado às pessoas pretas, e como cidadão e artista é urgente me expressar nesse sentido”, conclui.

Marcos Brey fará live amanhã, dia 26, ás 20h para divulgar o trabalho. Você pode conferir no canal do artista aqui.

Família Gil ganhará documentário original na Amazon Prime Video

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O Amazon Prime Video anunciou hoje uma nova série documental brasileira original estrelando uma das famílias mais famosas da cena cultural brasileira: os Gil, liderada pelo premiado cantor e compositor Gilberto Gil junto a  Preta, Bela Gil, Flor, Flora, Bem, José, João, Francisco, Nara, Marília e Maria ao lado de outros familiares.

A série vai retratar a família Gil reunida por duas semanas em sua casa de campo para criar um show inédito  que posteriormente se tornará uma turnê mundial, prevista para iniciar em 2022. 

Imagem: Divulgação

A série iniciou suas filmagens essa semana e tal qual um reality show, os episódios mostrarão mais sobre a intimidade dos Gil, trazendo a rotina, a interação e os conflitos entre eles.

A produção foi idealizada por Andrucha Waddington (Eu, Tu, Eles’; ‘Casa de Areia’; ‘Sob Pressão) e será mais uma produção da Amazon Prime enriquecendo conteúdo brasileiro. A plataforma já conta com produções como “Impuros”, “Um Contra Todos”, “Dom”, “Manhãs de Setembro”, entre outras boas produções encabeçadas por produtores nacionais.

O anúncio acontece um dia antes de Gilberto Gil completar 78 anos de idade. O cantor é um dos idealizadores do movimento Tropicália junto a Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Tom Zé e outros nomes que mudaram os rumos da música no Brasil. Entre seus clássicos estão ‘Domingo no Parque’, ‘Drão’ e ‘Não Chore Mais’, versão de ‘No Woman No Cry’, de Bob Marley.

Personagem Milena ganha primeira imagem das filmagens do novo filme da Turma da Mônica

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A personagem Milena Sustenido da Turma da Mônica está fazendo aniversário e como presente, a pequena ganhou a revelação da primeira imagem de sua adaptação live action. Nesta sexta-feira (25) a Paris Filmes divulgou o visual da Milena no próximo longa inspirado nas Graphic MSP, “Turma da Mônica – Lições”. A atriz Emily Nayara vai dar vida à personagem.

Imagem: Divulgação

Milena é descrita como uma garota meiga, amorosa e apaixonada por animais. Muito vaidosa, está sempre arrasando com seus lindos cabelos, dos quais tem o maior orgulho. Seus pais são a Doutora veterinária Sílvia e seu pai é o Seu Renato, publicitário. No longa-metragem, a personagem fica amiga da turminha do Bairro do Limoeiro  na escola. 

Milena estreou suas aventuras nas páginas dos gibis da Turma da Mônica em 2019 com intuito de reforçar a representatividade nas histórias da Maurício de Sousa Produções que tem poucas criações pretas recorrentes. Em entrevista na época, o criador da Turma disse que Milena ganhará protagonismo com o tempo.

A direção do longa é de Daniel Rezende (mesmo diretor de “Turma da Mônica – Laços”, “Bingo, o Rei das Manhãs”, “Ninguém Tá Olhando”). 

Emily Nayara como Milena (Imagem: Divulgação)

No filme, a Turminha formada por Mônica (Giulia Benite), Cebolinha (Kevin Vechiatto), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira) está crescendo e precisa lidar com os desafios da passagem da infância para a pré-adolescência. Na nova aventura, eles se esquecem de fazer o dever de casa e decidem fugir da escola, mas nem tudo sai como o esperado. No elenco também estão Monica Iozzi, Paulo Vilhena, Fafá Rennó, Luiz Pacini, além das participações especiais de Malu Mader e Isabelle Drumond. O filme é uma adaptação da  graphic novel homônima, escrita e desenhada pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi. O primeiro longa live-action, “Turma da Mônica – Laços”, levou mais de 2 milhões de espectadores ao cinema. A estreia de “Turma da Mônica – Lições” nos cinemas está prevista para 2021.

Renegado lança single com Grupo Bom Gosto

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Foto: Divulgação

“Tá Gostosin” é o quinto single do novo álbum do cantor, compositor e rapper Renegado. Produzida pelo hitmaker Umberto Tavares, produtor musical do disco, a faixa traz a participação especial do Grupo Bom Gosto, um dos principais nomes da nova geração do samba nacional, e já está disponível em todos os aplicativos de música.  

“‘Tá Gostosin’ é a música que abarca todo o DNA do meu disco #1221. Foi a primeira composição dessa nova fase. É também a minha primeira composição ao lado das feras Umberto Tavares e Jefferson Junior. Cheia de suingue e irreverência, a música retrata a alegria e a delícia de amores que se cruzam na capital fluminense: um pouco de leveza em tempos sombrios” comentou Renegado.

A música também vai ganhar um videoclipe, com estreia prevista para 8 de julho. A produção traz imagens de Renegado e o Grupo Bom Gosto em uma típica roda de samba no coração da capital carioca. O clipe foi gravado em um dos quiosques mais badalados da orla de Copacabana. As filmagens têm direção do artista visual Felipe Thomaz, que também dirigiu e editou todos os clipes do disco lançados até aqui.

O álbum “1221” (lê-se doze vinte um) trará 12 feats inéditos, que serão revelados mês a mês. Cada single, que terá um videoclipe, apresenta uma parte da história do disco. A união da capa de cada um dos singles formará a capa do álbum, que será conhecida só em dezembro, quando ganhará uma edição comemorativa em vinil.

Doja Cat e The Weeknd lançam clipe de ‘You Right’

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Foto: Reprodução

Faixa faz parte Planet Her, novo álbum da cantora

Doja Cat vem com mais um lançamento nesta sexta-feira (25). O álbum Planet Her ganhou as plataformas digitais nesta madrugada e já vem com o clipe de You Right, em parceria com The Weeknd. Na música, Doja fala sobre ter um homem, mas querer outro, vivido pelo cantor de ‘After Hours’.

Com uma estética bem fantasiosa, sexy, e cheio de referências a signos do zodíaco, o clipe não decepciona. Confira:

Planet Her tem 14 faixas e, além de The Weeknd, traz as participações de Ariana Grande, SZA, Young Thug, Yuh e JID.

Estátua de George Floyd é pichada por grupo neonazista em Nova York

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Foto: Reprodução.

Estátua foi inaugurada no último sábado, durante as comemorações do Juneteenth

A estátua, um busto de Floyd, amanheceu ontem coberta de tinta preta com a inscrição “Patriot Front” (Frente Patriota), um grupo neonazista dos EUA, disse a polícia de Nova York, que está investigando um possível crime racista.

Morto por um policial branco em maio de 2020, ao ser detido em uma rua de Minneapolis, George Floyd se tornou o símbolo da luta contra a violência policial e a discriminação nos Estados Unidos.

O ex-policial Derek Chauvin, de 45 anos, conhecerá nesta sexta sua sentença pelo assassinato de Floyd, dois meses após ser declarado culpado.

Ontem, as autoridades divulgaram um vídeo mostrando quatro indivíduos, um deles pintando com tinta spray, andando ao redor do monumento no bairro Flatbush do Brooklyn.

Feita em madeira pelo artista Chris Carnabuci, a estátua foi inaugurada no sábado na presença de Terrence Floyd, irmão de George que mora em Nova York. Em alguns meses, será transferida para a Union Square, em Manhattan.

“Vou ser absolutamente claro com o grupo neonazista que fez isso: saia do nosso estado!”, tuitou o governador de Nova York, Andrew Cuomo, que anunciou a mobilização de agentes especializados para a investigação.

“Vamos levar esses covardes à Justiça”, prometeu o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, na mesma rede social.

Horas antes, outra estátua de George Floyd, localizada em frente à prefeitura de Newark (Nova Jersey), também apareceu coberta de tinta com a mesma inscrição, “Patriot Front”, segundo o portal de notícias NJ.com.

Com informações da AFP.

“Vingança e castigo”: Netflix anuncia novo filme de faroeste com Idris Elba e Regina King

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Imagem/Netflix Divulgação

Netflix divulgou o primeiro trailer de “Vingança & Castigo”, seu novo filme de faroeste com elenco estelar, Idris Elba e Regina King vão ter a companhia, nessa trama, de Jonathan Majors, Delroy Lindo, LaKeith Stanfield, e Zazie Beetz.

Além do elenco incrível, o filme será produzido por Jay-Z Carter, tendo Jeymes Samuel (do curta “They Die By Dawn”) dirigindo o longa e assinando o roteiro, que coescreveu com Boaz Yakin (“Truque de Mestre”), produzindo ao lado de Lawrence Bender (“Até o Último Homem”), James Lassiter (“Depois da Terra”).

Imagem: Netflix/Divulgação

A sinopse descreve: Rufus Buck, um homem implacável, será solto da cadeira. Ao descobrir a novidade, o fora da lei Nat Love reúne seu bando em busca de vingança. Nessa jornada, ele terá o apoio de três pessoas importantes: seu antigo amor, Stagecoach Mary; um ex-adversário que agora se tornou seu aliado; e Jim Beckwourth, seu braço direito e amigo para todas as horas.

O bando de Rufus, no entanto, conta com Trudy Smith e Cherokee Bill, duas figuras que sabem muita coisa ― mas perder não é uma delas. Dizem por aí que vingança é um prato que se come frio. Será?

O filme tem previsão para sair no final desse ano, mas ainda não teve a data divulgada. Confira a o trailer:

Continuação do clássico de 1992, ‘A Lenda de Candyman’ ganha trailer assustador

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A Universal Pictures divulgou novo trailer de ‘A Lenda de Candyman‘, continuação do clássico ‘O Mistério de Candyman’ (1992), clássico do terror baseado na obra de Clive Barker, mesmo autor de ‘Hellraiser’. O filme dirigido por Nia DaCosta (Ghost Tape‘) e produzido por Jordan Peele (Corra!) explora a história de origem do mito da entidade maligna e de como ela  retorna para assombrar um bairro de Chicago usando um possível hospedeiro.

O protagonista vivido por Yahya Abdul-Mateen II (‘Watchmen’) era um bebê que o espírito vingativo tentou sacrificar em um incêndio no filme original. A sinopse oficial de  ‘A Lenda de Candyman’ diz que  “desde que os moradores se lembram, os projetos habitacionais do bairro Cabrini Green, em Chicago, décadas atrás, eram aterrorizados por uma história de fantasma famosa sobre um assassino sobrenatural com um gancho na mão, facilmente invocado por aqueles que ousam repetir seu nome cinco vezes no espelho”.

Estreia do terror A Lenda de Candyman
Imagem: Divulgação

 Anthony McCoy (Yahya Abdul-Mateen II) e sua namorada Brianna Cartwright (Teyonah Parris) se mudam para um condomínio de luxo construído sobre o antigo local. Após se encontrarem com um morador daquela época, eles ficarão sabendo sobre a trágica natureza da verdadeira história por trás de Candyman. A partir de acontecimentos bizarros, o casal vai enfrentar uma história com segredos macabros.

O filme tem estreia marcada para 27 de agosto. Confira o trailer:

“Estamos numa guerra que nunca acabou.” Rael fala de política, racismo e do novo single, ‘Passiflora’

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Rael não para nunca. Desde que saiu do Pentágono, grupo no qual gravou quatro discos, ele investiu ainda mais nas batidas pop, reggae, canções com pegada deliciosamente radiofônicas sem deixar de transitar com naturalidade por parcerias diversas como Don L, Emicida, Rashid, Black Alien e Chico César. O rapper paulistano lançou na última semana o single ‘Passiflora’ em parceria com a cantora Céu e RDD (Rafa Dias, do ÀTTØØXXÁ)

Imagem: Lana Pinho

O projeto é resultado da parceria do rapper como um dos escolhidos do #YouTubeBlackVoice, do Fundo Vozes Negras, que é um programa global criado para apoiar e promover artistas e times negros, fazendo com que eles gerem conteúdos e possam ter sucesso dentro da plataforma. “Sou muito fã da Céu desde o primeiro disco. Quando vi ela cantando ‘Concrete Jungle’ do Bob Marley and The Wailers, pensei ‘essa mina é das nossas’ e aí eu convidei ela para ‘Passiflora’ porque eu falo sobre a biodiversidade, natureza, e só faltava o céu, né?”, conta sorrindo o rapper.

Desde o início da pandemia, Rael contabiliza dezesseis feats, tanto com pessoal da nova geração quanto com artistas que ele tem como referência, mas ele diz não poder revelar o nome dos medalhões porque faz parte de lançamentos futuros. No entanto, essa quantidade de parcerias não significam que venha disco novo em breve. “Talvez não seja hora de lançar um trabalho inteiro. Eu fico pensando se eu nem sei mais se eu vou lançar disco, sabe? As coisas estão tão rápidas, que as vezes você quer narrar uma história, contar, mas esse fluxo de dados é muito grande, um milhão de músicas por final de semana e praticamente esse modus operandi que se tornou a música, a música líquida, ouviu, bebeu, urinou, já era”, reflete o rapper que diz não ter ter ouvido muitos discos novos, com exceção de Anderson Paak e revisitações de antigas obras como discos do nigeriano Burnaboy.

O atual lançamento não tem o nome que tem por acaso. Rael mostra ao fundo a flor de maracujá (passiflora) que nasceu em seu quintal, sem saber se foi um passarinho ou o vento que trouxe, o que se sabe é que além da planta também veio a ideia da canção que tenta resgatar paz e equilíbrio em momentos tão conturbados.

Imagem: Lana Pinho

O rapper não disfarça a frustração com o impacto que a pandemia teve no lançamento de seu disco ‘Capim Cidreira’, disponibilizado em 2019. “Eu tinha acabado de lançar um disco, em setembro de 2019, em novembro comecei a fazer show, tirei umas semanas de férias em dezembro e depois veio tudo por terra”, diz o rapper que lançou “Infusão” durante a pandemia, mas já não podia excursionar com os novos projetos que incluíram depois canções com Iza, Melim, Vitão e Jota Quest.

Como muitos artistas hiperativos, Rael buscou artifícios para não surtar durante o isolamento. “Para não surtar, mano, eu me entreguei totalmente a atividade física, meditação e música. Quando não estou conseguindo escrever faço um instrumental e vice-versa”, conta o autor do hits como ‘Envolvidão’ e ‘Aurora Boreal’. 

Compor músicas que falam de amor ou busca por calma também é uma forma de se posicionar diante da situação do Brasil, guiado por um governo conservador. “É triste você encarar o fato que estamos no lugar mais atrasado do planeta. País continental, gigantesco com essa visão de fazenda com poste de luz. O Brasil é tipo isso. Não consegue ter avanço. É triste, né. Aí às vezes eu chamo umas ideias, tento trocar umas ideias e parece que você está em outro planeta, né? Tem muita gente que abraça essa postura, esse conservadorismo”, diz pensativo.

Rael não precisa ser provocado ou questionado para expor o que pensa. O pensamento fluido faz o link com os recentes acontecimentos que estamparam a tristeza nos olhares do povo preto. “Estamos na selvageria. Estamos numa guerra que nunca acabou. No meio da pandemia os caras têm coragem de mobilizar uma estrutura gigantesca para entrar na favela e matar gente. Ficou provado que existe uma estrutura que existe para matar mesmo. Você crescer na capital, por exemplo. Morria gente pra caramba, que era uma quebrada contra a outra. As pessoas se matavam no baile, na rua, eu ia para escola e via gente morta. Quando instalou o comando isso parou. Ficou bem claro que as outras mortes vinham da estrutura que vem do Estado”, argumenta o músico.

Imagem: Instagram

‘Passiflora’ tem uma levada pop/reggae que convida ao bem-estar do agora, fora das redes, e em conexão com a natureza em versos como “Obrigado por mais esse dia fornecido/ Mesmo com gravidade dos acontecidos/E de hora em hora tudo fica envelhecido/Vivo de agora, que amanhã não é garantido”, e nessa conexão com a natureza, Rael toca em um assunto que costuma ser tabu entre o cidadão médio brasileiro. “Esse poder da natureza…existem vários estudos agora, por exemplo, do canabidiol, que eu tomo para minha insônia. Tem vários medicamentos que as pessoas tomam para depressão, ansiedade e uma planta já faz isso. Se você pegar o cânhamo industrial, por exemplo, ele serve para indústria têxtil. Uma camiseta de cânhamo gasta menos que a de algodão e dura mais, dá para investir em cosmético. Se a gente abrir esse comércio, como vão ficar as pessoas que foram presas por causa de maconha? E essa reparação? Como vai se dar?”, questiona.

Embora muitas das composições mais conhecidas de Rael falem de amor, vida e relações familiares, há inúmeras canções no repertório do compositor tratando das dores do racismo e ele conta um pouco sobre como isso interfere no processo de composição. “Eu consegui criar uma rede de comunicação através do amor que eu falo nas letras. Tem gente que faz isso com excelência, como o próprio Emicida, o próprio Criolo. Eu também falo sobre racismo nas letras, mas eu penso ‘eu já vivi essa porra e não há letra, tweet, foto que poste que vai mudar isso. Beleza, uma letra vai chamar atenção, mas o que adianta se tem uma mega estrutura que tem milhões que foi feito para fazer isso?”, desabafa Rael apontando como soluções para o fim da guerra às drogas uma regulação, legalização e reversão do imposto em pesquisas científicas sobre o benefício do canabidiol.

Imagem: Instagram

Como muitos adolescentes pretos da periferia, Rael viu em Mano Brown, Ice Blue, Edi Rock e KL Jay uma forma de empoderamento. “Racionais me resgatou. o bagulho me deu tanta autoestima que eu já colei e ‘pá’. Alguém levava uma e eu já arrebentava. Eu descolei que os caras tinham medo de mim por causa da cor, porque eu morava na favela e tinha a escola que era pública, mas era boa, então eu apavorava e eu creio que eu faço isso também”, diz 

Na campanha das eleições de 2018, Rael lembra que falava sobre a escolha ser “entre um professor e um asno” e do quanto arrumou briga e perdeu seguidores, mas que não liga e acha que agora as pessoas querem cobrar por ele falar de amor. “Meu bagulho é mais na ação. Não fico no Twitter de bêbêbê”, diz.

Sobre as cobranças por posicionamento em cima de artistas pretos, Rael conta um caso da época em que a vereadora Marielle Franco foi assassinada no Rio. “Eu fui na Fátima Bernardes. Adoro a Fátima, sempre tratou a gente bem. Me convidou para falar de uma parada que não tinha nada a ver com o que vou falar. Eu chego no Rio e ligo a televisão, acabaram de matar a Marielle. Aí alguém da produção disse que estavam tentando chamar uma amiga da Marielle. Eu não conhecia a Marielle, poucas pessoas conheciam. Uma vereadora do Rio de Janeiro de um partido não tão grande que é o PSOL. Aí a mina disse que a amiga não queria vir mas que ‘o Rael está aí, ele fala’. Eu nem conhecia e ter que falar de uma pessoa que acabou de morrer. E o respeito? O Crivella já estava lá querendo ganhar nome em cima da mina. Aí o Movimento Negro chegou e ‘nossa que despreparo para falar sobre a morte da menina’. Como eu ia falar de uma moça que eu não conhecia direito e que acabou de morrer? E eu na televisão ao vivo”, revela.

Imagem: Lana Pinho

O ocorrido deixou Rael com pé atrás e triste com as cobranças. “Por ser preto a gente sempre vai ser cobrado. Eu vivi essa violência, essa exclusão que a gente vive. Mas quando você está conseguindo aparecer um pouquinho, apagar os incêndios, fazer uma casa para minha coroa, as pessoas já te apontam: ‘tô te vendo’. Tá indo longe demais’, desabafa mais uma vez.

O artista apareceu na Times Square como um dos representantes do You Tube Black Voice e entende a dificuldade de ser reconhecido sendo uma pessoa preta. “Junto com Péricles, MC Carol e outras vozes pretas ao redor do mundo é uma grande honra e usar essa plataforma para isso foi do caralho. Estou animado. Difícil ser contemplado com alguma coisa, diz o rapper que também revelou ter investido num pequeno estúdio em casa, o que ajudou a produzir e se manter ativo durante a pandemia, embora a ausência de shows tenha impactado na renda. “Eu deixo de mensagem para quem está na música que invista na sua música. A melhor coisa que eu fiz para a pandemia sem saber que ia ter uma foi ter montado meu estúdio com minhas guitarrinhas, meu violão. Nada super caro, mas ajudou a me manter. A molecada estoura um single e já gasta 300 mil na noite, mas dinheiro não aceita desaforo”, aconselha.

Rael respondeu nossas perguntas sobre possíveis lançamentos e a indústria da música.

Nesses tempos de streaming , você acha que o disco ainda tem espaço?

“Eu acho que o disco não acaba. Quem gosta sempre vai fazer Eu tenho não sei quantos álbuns. Tenho com o Pentágono, com Emicida. A cada dois anos eu lançava um. Estou há 20 anos , então tenho uns 11 discos. Talvez diminua o público à procura de álbuns. Parece que as pessoas estão mais ansiosas e não tem muito tempo para ouvir aquela narrativa. As vezes só quando a pessoa está no hype, aí param e ouvem, mas de modo geral não ouço as pessoas dizendo que vão ouvir um disco e tal.

A galera do funk faz isso muito bem. Nunca lançaram um disco, lançam singles e são artistas gigantes. Um ‘case’ que essa parada de single também funciona”.

Tem disco novo em vista?

Fiz um disco de ‘afrofusion’, mas não vou lançar agora. Eu fiz muito feat. Estou me apaixonando novamente pelo reggae. Então acho que vou lançar algo nesse tipo.  Até novembro vou lançar coisas. Não álbum, mas vou lançar algo.

Para os leitores do Mundo Negro, Rael deixa uma mensagem de esperança; “Voce merece amor, você merece ser bem pago, você merece ter uma vida gratificante dentro do que você faz, você merece ter esse êxito. Dizer que o sucesso é se manter vivo e que sorrir é um ato de resistência. O maior bem que você tem é você mesmo, parça. Arrume tempo para fazer coisas que você não tinha tempo para você fazer. Como diria Bruce Lee, ‘exercite seu lado fraco e você não terá ponto fraco”, conclui.

O rapper fará uma live especial de “Passiflora” junto com a cantora Céu no próximo sábado, 26 de junho, às 21h. Você pode conferir a live Rael & Céu AQUI. A música está disponível no Spotify.

“Eles esperam você falar pra depois usar contra você”, Camilla de Lucas desabafa sobre cobranças em relação ao cabelo

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Foto: Reprodução Instagram.

A vice-campeã do BBB, Camilla de Lucas, usou as redes sociais para desabafar sobre as cobranças que tem sofrido nas redes por usar laces lisas. No twitter, a influenciadora selecionou uma série de mensagens que recebeu com cobranças sobre seu cabelo, algumas, inclusive, chamado Camilla de hipócrita por ter defendido o uso do cabelo natural durante o BBB, quando João Luiz foi motivo de chacota por usar seu cabelo black power.

No Instagram, a modelo desabafou. “Não preciso ser nordestina, ou LGBTQIA+ ou uma mulher gorda pra sempre que necessário me pronunciar contra qualquer preconceito. E assim como não preciso estar com o MEU cabelo pra dizer que sou contra qualquer tipo de comentário negativo sobre cabelo crespo”. Na postagem, Camilla mostra a variedade de cabelos naturais ou não que ela usou durante a vida. Confira:

Nos comentários, João Luiz Pedrosa, companheiro de BBB que foi defendido por Camilla quando sofreu racismo no programa, comentou: “Te amo!”, seguido por uma série de outros artistas e seguidores que apoiam o posicionamento da influenciadora.

Após sua saída do BBB, Camilla já havia falado no Mais Você, sobre a liberdade capilar que ela defende. “Luto pela liberdade da mulher usar o cabelo que ela quiser”, disse a influenciadora na ocasião.

Durante a semana, Camilla tem chamado a atenção para a baixa cobertura da imprensa sobre os seus trabalhos e sua profissão. De acordo com a influenciadora, que é a nova cara da Americanas, a imprensa só a procura para falar sobre temas relacionados a transição capilar.

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