Após o sucesso estrondoso de Bridgerton, a Netflix e a produtora Shonda Rhimes vão expandir sua relação de conteúdos criativos. Esta parceria expandida servirá como oportunidade para a Netflix e a Shondaland Media produzirem, transmitirem em streaming e distribuírem exclusivamente filmes e potenciais conteúdos em formato de videojogos e realidade virtual.
Um elemento integral do acordo geral é o compromisso da Netflix em investir e fornecer uma infraestrutura financeira e técnica para apoiar a missão da Shondaland para criar programas de diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade que fomentem a representação na indústria para grupos sub-representados, tanto nos EUA como no Reino Unido. Mais detalhes ainda serão anunciados.
“Ted Sarandos, Bela Bajaria e toda a equipe da Netflix têm sido parceiros incríveis ao longo de todo o processo, apoiando a minha visão criativa e dando mostras de uma dedicação incansável à inovação que fez da Netflix o que a empresa é hoje. Eu e a equipe da Shondaland estamos felizes e muito entusiasmadas por expandir a relação com os nossos parceiros de conteúdos da Netflix”, disse Shonda.
Inspirada na série de best-sellers de Julia Quinn, Bridgerton, da Shondaland, quebrou recordes na Netflix, sendo visualizada por 82 milhões de famílias de todo o mundo nos primeiros 28 dias. A Shondaland estabeleceu, assim, uma nova série global através do género do romance, tão menosprezado em tempos e agora bem conhecido dos espetadores.
A segunda temporada de Bridgerton está em produção, com estreia prevista para 2022. A Netflix já renovou a série para mais duas temporadas e já foi anunciado que o universo Bridgerton será expandido com uma nova minissérie baseada nas origens da Rainha Carlota. Embora a série se centre na ascensão da jovem rainha, vai também contar a história da jovem Violet Bridgerton e de Lady Danbury. Shonda Rhimes vai escrever a série e será produtora executiva, juntamente com Betsy Beers e Tom Verica. O título oficial e outros detalhes ainda não foram anunciados.
O filme “Doutor Gama”, inspirado na história do primeiro homem negro a se tornar advogado no Brasil, Luiz Gama, tem estreia prevista para 29 de julho e tem direção do conceituado Jeferson De, que busca evidenciar a história deste nome para um Brasil que tenta apagar sua trajetória.
Falando sobre a história deste advogado, jornalista, abolicionista e escritor, o longa retrata a historia de vida de Luiz, que alforriou, por vias judiciais, centenas de vítimas da escravidão. Fazendo o uso das leis com conhecimento e precisão. Obteve uma provisão para advogar, pois mesmo sem ter frequentado o ensino superior, provou ter todos os conhecimentos necessários de sobra.
Sua missão era libertar e garantir o direito de pessoas em condições de escravidão – seus irmãos desvalidos como costumava dizer -, e exigir que as leis existentes no país fossem aplicadas e isso será mostrado no filme “Doutor Gama”.
Pensando na responsabilidade de interpretar um personagem tão importante na história do país, o ator César Mello conversou exclusivamente com o Mundo Negro e falou um pouco mais sobre os desafios em interpretá-lo.
Em seu elenco, estará também César Mello, Teka Romualdo, Johnny Massaro, Mariana Nunes, Romeu Evaristo, Sidney Santiago, Dani Ornellas, Erom Cordeiro, Nelson Baskerville, e participação especial de Zezé Motta e Isabél Zuaa.
1-Como foi receber o convite para interpretar Luiz Gama?
Eu fiz teste pro personagem Santos, que nosso incrível Romeu Evaristo interpreta no filme. Depois de um tempo me chamaram para um novo teste, dessa vez para o Luiz Gama, quando me mandaram o texto eu li, fiquei super empolgado, achei que era uma chance incrível e me dediquei muito. Decorei o texto e fiz uma self-tape na sala da minha casa e enviei para a produção do filme. Depois de alguns dias fui chamado pra uma reunião com o Jeferson De na produtora dele. Conversamos bastante, ele me recebeu muito bem, falamos sobre o roteiro, como ele gostaria de conduzir o filme, carreira, amizades. Nunca vou me esquecer que num determinado momento da conversa ele me olhou e disse sorrindo – você é o nosso Gama – então nos abraçamos. Eu me lembro que fiquei muito emocionado. Foi um daqueles momentos em que você perde o chão, o tempo pára e sua história faz sentido.
Receber um convite para interpretar um herói negro é como um sonho de infância que você nem sabia que tinha. Eu não conheci Gama na minha infância porque Gama e sua história foi propositalmente apagada, sua vida não estava nos meus livros didáticos, mas eu tenho certeza que se eu tivesse lido sobre esse homem e sua grandeza, seu legado e sua história, se alguma de minhas professoras tivesse me contado a biografia desse herói admirável, eu teria sonhado ser ele.
Gama é a personificação do personagem que eu sempre quis fazer.
2- Quais os desafios em dar vida ao personagem e como fez essa construção?
Bem, muitos desafios, o primeiro e muito importante é que Gama era um homem justo num mundo injusto e carregava nas costas o peso da responsabilidade de provocar mudanças no mundo. A São Paulo de sua época não tinha transporte público, as roupas não eram muito confortáveis, andava-se muito, então trabalhamos muito esse estado de alma incansável no corpo de um mortal, como isso afeta o olhar, sua energia, seu coração, sua vida.
Outro desafio foi o fato de Gama ser conhecido como excelente orador, ele tinha o dom da palavra, sabia se comunicar muito bem, era um exímio advogado então eu sabia que isso era uma coisa que mereceria a minha dedicação. Pra me conectar com essa sua inteligência verbal eu lia seus textos em voz alta por horas e horas, até cheguei a decorar muitos trechos, eu queria captar a maneira que Gama pensava, sua lógica, como ele construía seus textos e como provavelmente desenvolvia isso nos tribunais. Isso foi muito importante porque me deu muitos elementos que utilizei em cena.
Trabalhamos sua intimidade com sua esposa Claudina, Gama era poeta e deixamos isso transbordar nos ensaios que tive com Mariana Nunes, foi um momento muito importante na construção desse personagem porque me deu um pouco da dimensão íntima desse homem.
Enfim, eu sempre soube que os desafios seriam imensos e muitos, tentei trabalhar um a um agrupando-os e deixando me tocar por eles. As cenas eram difíceis e tentei enfrentar uma de cada vez . Foi um trabalho árduo mas inesquecível.
Imagem: Pedro-Iglesias
3- Por que acha importante levar a história de Luiz Gama ao conhecimento das pessoas?
Primeiro porque foi uma história propositalmente apagada, Gama era uma força vital e poderosa, não aceitou a sociedade desumana da qual fazia parte, não aceitou a lei sendo válida para poucos em benefício de uma classe corrupta e escravocrata, nunca baixou a cabeça, enfrentava juízes, advogados, donos de escravos em longas discussões, debates, textos, cartas, publicações, charges, ele era incansável.
Também é muito importante contar essa história porque Gama sempre foi o exemplo do homem negro que a sociedade brasileira escondeu, era negro, bonito, inteligente e competente, bom pai, esposo e o Brasil sempre evidenciou o escravo cabisbaixo e obediente, o negro vadio, o preto mal vestido e intelectualmente pobre, evidenciou a Lei Aurea como um presente branco aos pretos impassíveis, ou seja, o Brasil sempre vendeu uma mentira. A Luta negra pelo fim da escravidão foi incansável e determinante para o fim da mesma, e quem era uma das vozes mais poderosas de sua época gritando nos tribunais pelo fim da escravidão? Gama. Numa época em que desembarcar navios negreiros no Brasil já era ilegal pela lei de 1831 e que mesmo assim continuava, quem foi o cara inteligentíssimo que usou essa mesma lei pra libertar centenas e centenas de escravos? Luiz Gama.
Por isso é importante contar essa história. Ele é importantíssimo, seus textos continuam atuais, sua voz pedindo justiça continua atual, ele é um exemplo da contribuição intelectual negra no Brasil, ele é exemplo a ser seguido nesse país injusto, corrupto, com governantes atrasados e mal intencionados. Gama é necessário nesse pais pra influenciar milhões de jovens negros e periféricos que precisam muito de referência de força, inteligência e senso de justiça.
4- Qual a expectativa com o lançamento?
Acho que estou ansioso para compartilhar essa história com as pessoas, estou ansioso para que enfim essa história exista para o público. Estou ansioso para ver os atores, assistir o filme com eles, com o Jeferson, com a equipe toda.
Espero que esse filme chegue para todo mundo, todos nós temos alguma coisa a aprender com esse personagem, algo a aprender revisitando nossa história. Que ele nos inspire a seguir em frente, a nos unir contra as injustiças, a sermos um só povo quando o assunto for atraso e corrupção. Gama vive.
O ator Babu Santana estreou nesta segunda-feira (12) o quadro “Babu 90” em seu Instagram com foco em bem estar. A ideia do projeto é mostrar um pouco da rotina de trabalho do carioca e como ele tem se cuidado desde que descobriu o seu quadro de diabetes. Uma das metas do ator é chegar aos 96 kgs.
“Nosso corpo deve ser celebrado. E a ideia deste projeto é justamente mostrar como podemos nos sentir melhores com exercícios, bem como isso reflete em nossa saúde física e emocional, gerando também um impacto na autoestima. Devemos lembrar que nosso corpo é morada, é o lugar que habitamos 24 horas. Isso preciso de afeto e cuidado”, declarou o ator.
A meta do quadro será misturar entretenimento, conhecimento e saúde, Babu Santana trará sempre uma novidade em cada um dos quadros. Ou seja, além do foco em sua saúde, “Babu 90” também terá conteúdos sobre a rotina de ator, viagens, a relação com os filhos e, claro, o foco no emagrecimento.
“Toda segunda-feira eu vou compartilhar com vcs esse diário de emagrecimento saudável. Eu quero chegar aos meus 96 em 6 MESES! E claro, estou fazendo tudo isso com acompanhamento de profissionais da área.” Disse o ator, após compartilhar seu primeiro vídeo do projeto em forma de igtv.
Em protestos contra a prisão do ex-presidente do país, Jacob Zuma, muitos sul-africanos saquearam lojas em Joanesburgo durante a madrugada de domingo para segunda. Um trecho da rodovia M2 foi fechado e manifestantes caminharam pelas ruas de Joanesburgo no último domingo (11). Zuma foi condenado a 15 meses de prisão por desacato ao tribunal que o intimou para depor em 7 de julho sobre um inquérito que está investigando casos de corrupção ocorrido durante os nove anos em que esteve no poder (Zuma saiu do comando em 2018). Segundo jornais locais, mais de 60 pessoas já foram presas durante os distúrbios.
Imagem: Reuters
Os protestos têm sido mais violentos na província de Kwazulu-Natal (KZN, leste), onde Zuma nasceu.
Em pronunciamento o presidente Cyril Ramaphosa pediu calma e pediu aos sul-africanos que “falem dentro da estrutura da lei” e “evitem a destruição que pode assolar ainda mais a economia”. A África do Sul fechou as lojas que vendem bebidas alcoólicas devido à pandemia de Covid e essas foram as mais visadas pelos manifestantes, que tiveram de enfrentar a polícia entre domingo e hoje.
Apesar de ser investigado por escândalos de corrupção, Jacob Zuma ainda tem a imagem fortemente ligada ao movimento anti-apartheid, o que causa simpatia em muitos moradores do país.
O DJ Ivis, também conhecido como rei da pisadinha, foi denunciado pela ex-esposa, Pamella Holanda, por agressão. Em uma série de vídeos divulgados por Pamella, Ivis aparece dando tapas, chutes e um soco em sua costela. A advogada especialista em crimes de gênero, direito antidiscriminatório e feminicídios, Fayda Belo, postou um vídeo comentando as desculpas que Ivis deu para “justificar” as agressões. O homem diz que não agrediu ninguém, mas a advogada questiona “E isso é o quê?”, enquanto imagens mostram as sequências de agressão.
Imagem: Instagram
O Site Mundo Negro conversou com Belo sobre o caso e as razões do ocorrido ter rendido ao artista o aumento de seguidores. Mesmo uma figura pública não tem medo das implicações de um crime de agressão contra a mulher e a advogada aponta a situação com que o Brasil trata a violência doméstica. Questionada sobre a falta desse temor perante as leis, Fayda diz: “A falsa ideia de impunidade. Primeiro porque vivemos em um país que minimiza a violência contra a mulher. Olha a Maria da Penha. Ela precisou ir até uma Corte internacional para conseguir uma resposta jurídica à violência que vivia há anos.Somado a isso o fato de que alguns homens acham que o dinheiro, o poder, a fama poderão livrá-los de uma punição judicial”, afirma a especialista, que prossegue: “Também precisamos lembrar do machismo cultural que existe em nosso país. Exemplo disso são as redes sociais desse rapaz que agrediu sua esposa, todos viram os vídeos, e mesmo assim o perfil dele não para de ganhar seguidores. Sem contar que ainda estamos assistindo inúmeras pessoas, tentando justificar a atitude dele, como se houvesse alguma justificativa para agressão de uma mulher”, declara.
Imagem: Instagram
O perfil do músico está com os comentários restritos apenas para seguidores. Entre novos fãs e pessoas que buscam conseguir atacar Ivis, o perfil cresceu em mais de 200 mil seguidores desde que os vídeos das agressões foram divulgados. Para Fayda isso “demonstra o peso do machismo cultural e a normalização da violência contra a mulher no Brasil”.
Além da necessidade em manter a imagem de ídolos intacta, Belo aponta outros fatores para a atração por perfis de personalidades violentas. “Estamos vivendo tempos de inversão clara de valores no país, em que as pessoas têm se mostrado realmente atraídas por personalidades agressivas e polêmicas, o que com certeza colabora para o aumento da violência que estamos assistindo todos os dias”, reflete.
A cada minuto, oito mulheres são vítimas de agressão no país, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Com o isolamento social, oriundo dos cuidados para não propagação do coronavirus, esses números cresceram. Obrigadas a conviverem com os agressores e com as possibilidades de denúncia reduzidas..
Falamos um pouco com mais com Fayda Belo sobre o caso de Pamella Holanda.
Mundo Negro: A exposição ajudará a protegê-lo das ameaças? Quais passos ela deverá seguir?
Fayda Belo: Penso que a exposição ajudará ela a ter menos chance de sofrer ameaças ou outra agressão. E também irá colaborar na celeridade do processo.
Mas, além disso ela deve reunir o máximo de provas que puder (prints, vídeos, fotos, testemunhas), procurar uma profissional de sua confiança, e requerer junto à Delegacia da Mulher e ao Ministério Público além do exame de corpo delito, a instauração de inquérito policial, bem como medida protetiva em seu favor.
Lembrando, que a medida protetiva não se resume apenas em fazer o agressor ficar distante da vítima, mas também em seu afastamento do lar do casal, bem como guarda provisória dos filhos, provocação de venda dos bens do casal, bem como também um valor de pensão caso ela seja dependente economicamente dele.(artigos 23 e 24 da lei Maria da Penha).
Importante lembrar que se durante o inquérito ele se aproximar ou fizer qualquer tipo de ameaça a ela ou a seus familiares, poderá ser solicitada sua prisão preventiva como determina o artigo 313, III do Código de Processo Penal.
Mundo Negro: Para as mulheres que sofrem violência sem a mesma repercussão o atendimento em delegacias ainda é precário.
Como mudar essa situação?
Fayda Belo: Precisamos que o combate à violência contra mulher seja uma política pública prioritária. Que haja empenho do poder público em combater esse câncer que assola muitos lares diariamente.
Não é brincadeira.Não é mimimi. Hoje é a violência física e amanhã é o feminicídio. Mas para isso precisamos investir em treinamento, capacitação e humanização dos órgãos públicos para receber essa mulher e ajudá-la de forma efetiva, e não duplamente vitimizá-la como ocorre quase sempre.
Para as mulheres vítimas de violência física e psicológica, a criminalista deixa uma mensagem: “Amor não dói, não humilha, não machuca. Não deixe ninguém se sentir confortável desrespeitando você. Não deixe de denunciar. A denúncia pode salvar sua vida”, conclui.
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 , Lei Maria da Penha
A tenista Naomi Osaka vai se tornar uma boneca Barbie. O anúncio foi feito nesta segunda-feira pela Mattel e faz parte da série Barbie Role Model, projetada para celebrar modelos da vida real. “É uma honra fazer parte da série da Barbie e lembrar as garotas que elas podem fazer a diferença no mundo”, disse Osaka em um comunicado à imprensa. “Quero que as meninas em todos os lugares se sintam capacitadas para sonhar grande e saber que se acreditarem em si mesmas, tudo é possível!
A boneca usa trajes inspirados em um look que Osaka usou durante o Aberto da Austrália de 2020 , que inclui um vestido Nike com estampa de pincelada, viseira branca e tênis azul. Ela também vem com uma raquete de tênis Yonex que lembra a que Osaka usa na quadra.
Foto: Divulgação
“Estamos extremamente honrados em destacar Naomi Osaka como parte de nossa série Barbie Role Model. Ela abriu o caminho para as futuras gerações de meninas sonharem mais alto e, por meio de sua coragem e honestidade inabaláveis, mostrou ao mundo a importância de ser sua maior campeã ”, disse Lisa McKnight, vice-presidente sênior e chefe global de Barbie e bonecas da Mattel. “Naomi continua a quebrar barreiras dentro e fora da quadra e é um modelo poderoso para os fãs em todos os lugares.”
Na semana passada, a Netflix anunciou um documentário inspirado na vida da atleta, que tem falado frequentemente sobre a importância de valorizar a saúde mental dos profissionais do esporte.
O heptacampeão de Fórmula 1, Lewis Hamilton, saiu em defesa dos jogadores ingleses vítimas de comentários racistas nas redes sociais. Ontem aconteceu a final da Eurocopa e a seleção da Inglaterra perdeu nos pênaltis para a Itália. Os jogadores ingleses Marcus Rashford, Jadon Sancho e Bukayo Saka erraram suas cobranças e após o jogo foram vítimas de comentários racistas. “O abuso racial nas redes sociais contra nossos atletas, depois do jogo de ontem, é inaceitável”, escreveu Hamilton no Instagram. “Esse tipo de ignorância precisa parar. Tolerância e respeito por nossos jogadores de cor não deveria ser algo condicional. Por favor, não deixe quieto ao encontrar gente postando ódio. Desafie-os a mostrar humanidade, independente de cor. Estou muito orgulhoso de onde a Inglaterra chegou”, postou.
Imagem: Reprodução
Hamilton, torcedor do Arsenal, também falou sobre como se sentia ao acompanhar a final do torneio, que representava a chance da Inglaterra ganhar a Eurocopa pela primeira vez em sua história. “Muita coisa estava passando pela minha cabeça enquanto assistia aos últimos momentos do jogo de ontem”, recordou. “Por um lado, estava muito orgulhoso de como chegamos longe [na Eurocopa], estando na final com uma equipe muito diversa, o que é uma conquista que nos orgulha muito. Só que, com os jogadores indo bater pênaltis, fiquei preocupado. A pressão para entregar resultado é sentida por todos os atletas, mas essa experiência ganha um novo nível quando você é uma minoria representando um país. O sucesso seria como uma vitória em dobro, mas o fracasso também seria em dobro, composto também por racismo”, refletiu.
Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês) divulgou um comunicado para condenar os atos. “A FA condena veementemente todas as formas de discriminação e está chocada com o racismo online que tem sido dirigido a alguns de nossos jogadores da Inglaterra nas redes sociais”, informou o comunicado oficial. “Não poderíamos deixar mais claro que alguém por trás de um comportamento tão repulsivo não é bem-vindo ao seguir a equipe. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiar os jogadores afetados, ao mesmo tempo em que pedimos punições mais duras possíveis para os responsáveis.”
O Prefeito de Londres, Sadiq Khan, pediu às plataformasl que retirassem os conteúdos ofensivos do ar . “Os responsáveis pelo nojento abuso online que vimos devem ser responsabilizados e as empresas de mídia social precisam agir imediatamente para remover e prevenir esse ódio”, afirmou o político. Pelo twitter, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi outro que protestou contra o caso de racismo. “Estes jogadores da seleção da Inglaterra merecem ser tratados como heróis e não agredidos racialmente nas redes sociais”, escreveu no Twitter.
https://www.instagram.com/p/CROr8f8r4qy/
Lewis Hamilton, primeiro piloto negro da Fórmula 1, se manifestou nos casos das mortes por policiais de George Floyd e Breonna Taylor, em 2020. Antes de cada Grande Prêmio, o inglês se ajoelha em protesto antirracista, movimento acompanhado por outros colegas.“Eu queria muito essa vitória, como todos vocês. Só que, para mim, era muito mais do que apenas vencer uma Eurocopa. O comportamento desprezível de alguns mostra como ainda precisamos trabalhar muito. Espero que isso abra um debate sobre aceitação. Precisamos trabalhar para ter uma sociedade que não exija jogadores pretos provando seus valores através da vitória. No fim, todo mundo na equipe da Inglaterra deveria se orgulhar do alcançado, de como nos representaram”, concluiu em sua postagem.
Programação acontece até 31 de julho com temas sobre representatividade, autoestima e valorização da identidade afro-brasileira. Festival é idealizado pela atriz Cássia Vale
A terceira edição do Julho das Pretinhas reúne uma série de ações voltadas para potencializar o empoderamento de meninas negras através de atividades culturais e educativas como bate-papos, oficinas criativas e apresentações artísticas. A programação deste ano tem como tema “Representatividade cura” e acontece virtualmente durante todo mês, até 31 julho, através das redes sociais @julhodaspretinhase é voltada para crianças, adolescentes, ativistas e educadores de todo o Brasil.
O festival nasceu em 2019, idealizado por Cássia Valle, que também assina a coordenação artística do evento, e desde sua estreia conta com apoio do Centro Educacional Maria Felipa, responsável pela coordenação pedagógica. Cássia tomou como referência o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho, para propor um evento voltado ao público infanto-juvenil. Nesta terceira edição, o evento é organizado pela DiPreta Produções, Moinhos Giros de Arte e Cultura e do Selo Calu Brincante.
A programação conta com oficinas de teatro, podcast e maquiagem, voltadas para crianças e adolescentes negras, além de apresentações de teatro, música, dança e poesia. Todas as atividades são gratuitas, exceto as oficinas que custam R$ 50 cada. “Também teremos todas as segundas o Conto das Pretas com histórias de escritoras negras baianas e às sextas o Fala Pretinhas com meninas falando de sua perspectiva sobre representatividade”, conta Cássia Valle. Toda a programação é produzida e conduzida por mulheres e meninas negras, tendo em vista a inclusão dessas narrativas para influenciar processos artísticos e educativos.
Cássia ressalta ainda a importância de trazer referências e estimular a autoestima dessas crianças. “Para criarmos mulheres negras empoderadas precisamos plantar a semente desde cedo e os meninos também estão convidados a entrar nessa roda, porque contribuímos na formação de homens mais conscientes no tratamento com essas mulheres”, conclui Cássia.
Martha Mae Ophelia Moon Tucker se casou em 1952, mas, na época, mulheres negras não eram autorizadas a entrar em lojas de noivas
Martha Mae Ophelia Moon Tucker, de 94 anos, estava assistindo a um filme com sua neta, quando confessou um sonho antigo: experimentar um vestido de noiva. “Ela disse que nunca usou um vestido de noiva quando se casou”, disse sua neta, Angela Strozier.
Parece que os anos 50 do século XX não fazem tanto tempo assim, mas quando Martha casou, em 1952, pessoas negras não podiam entrar em lojas de noivas nos Estados Unidos. Fazendo com que o racismo atrapalhasse o sonho de Martha e de tantas outras mulheres negras de casarem de branco. Por este motivo, ela usou um vestido de sereia azul no dia de seu casamento com o amor de sua vida, Lehman Tucker Sr.
Dois dias depois de ouvir o desejo da avó, Angela e outros familiares levaram Martha Mae a uma loja de noivas. Martha Mae experimentou dois vestidos. Quando ela saiu e se viu no espelho, foi difícil conter a emoção de se ver realizando este sonho. “Sabe, nem consigo expressar o quão especial foi. Era muito especial ”, disse ela ao AL.Com “Há muito tempo que quero fazer isso, só vestir um desses”
Assista ao vídeo:
Martha Mae Ophelia Moon Tucker, who was married in 1952, always wanted to wear a wedding dress. But at the time Black women weren’t allowed in bridal shops.
Muitos comentários na postagem reagiram à história racista dos Estados Unidos. “Vamos falar também sobre as costureiras negras que não tinham permissão para alugar espaço em áreas comerciais por serem negras. Não se trata de $$. A crueldade é o ponto. Eles querem que você seja constantemente lembrado de que você é menos do que eles. Eles precisam de constantes lembretes tangíveis e intangíveis”, disse uma seguidora.
“Minha avó Ella Mae Williams-Roberts fez seu próprio vestido de noiva. Ela costumava olhar nas vitrines das lojas de departamento em que não conseguia entrar e ir para casa costurar o que via (com melhorias)”, contou outra usuária.
Entrevistado da semana no #Provoca, Paulo fala sobre a vontade de ser artista desde criança, síndrome do pânico e os lugares reservados a pessoas pretas e gordas na sociedade
O ator Paulo Vieira é o convidado desta terça-feira (13) do programa #Provoca. Na conversa com Marcelo Tas, ele fala, entre outros assuntos, sobre as dificuldades da pobreza e resistência da família, sobre sua vontade de ser artista desde criança, a síndrome do pânico e ansiedade da mãe e como é ser preto e gordo. A edição inédita vai ao ar a partir das 22h, na TV Cultura.
Tas pergunta ao humorista da dificuldade do pobre em entrar na vida artística, da resistência da família. “Eu acho que escolher é um privilégio (…) que, às vezes, o pobre não pode se dar. Principalmente quando você vem de uma realidade onde precisa sobreviver, garantir a sua e dos seus, resolver ser artista é uma decisão quase egoísta. Imagina que meu pai estava contando comigo para o futuro da família. Como é que eu falo que eu vou ser artista? É como… jogou todas as fichas dele no lixo”, explica.
Paulo Vieira fala também que lembra que desde os cinco anos chorava porque não estava na televisão. “Eu me lembro de ver um show que tinha a Angélica ou Tony Garrido com algumas crianças e chorar, sofrer e pensar: mais um ano que eu não estou na televisão. Todo programa Criança Esperança para mim era um sofrimento (…) então eu sempre soube que queria ser artista”, diz.
O humorista conta também no #Provoca sobre o ‘show da ansiedade’ com a sua mãe. “Eu queria ser ator sério porque eu pensava que a comédia era inferior. E quando a gente se mudou para o Tocantins, minha mãe tinha síndrome do pânico e a gente não tinha condições de pagar os remédios”. Segundo Paulo, a médica disse para a mãe que ela precisava tomar os remédios, mas a única coisa que ela podia aconselhar (o pânico vem antes da ansiedade), era que quando a mãe começasse a ficar ansiosa, para tentar pensar em outra coisa, se distrair. “E eu peguei essa missão para mim, de distrair a minha mãe. Quando ela começava a ficar ansiosa, eu imediatamente colocava um pano na cabeça, imitava minha vizinha, propunha brincadeiras (…) esse episódio com a minha mãe fez com que eu olhasse para a comédia com outros olhos, porque minha mãe foi parando de ter as crises de pânico e nunca mais teve. A comédia cura”, comenta.
Sobre ser preto e gordo, ele explica. “Eu tô na Globo, mas, por exemplo, não tô fazendo a novela das 9. Estou em num lugar que eu posso estar, né. Quando a pessoa escreve assim: Claudio entra e beija a sua esposa, automaticamente o Claudio não é gordo porque ele tem uma esposa. A gente passou por um processo que o gordo é assexualizado imediatamente. O gordo não beija, não trepa, não transa, sobretudo o preto gordo”, desabafa.