Em Sun Goes Down, Lil Nas X revisita a própria história. Foto: Divulgação.
O rapper Lil Nas X lançou nesta sexta-feira (21) o single Sun Goes Down. A música conta um pouco da trajetória de Nas enquanto um menino preto e gay, desde a dificuldade em ser aceito pelos colegas por ter a pele escura e lábios grossos, até as tentativas de se livrar de ‘pensamentos gays’. No novo single, Nas escancara as portas de suas vulnerabilidades.
Com um ritmo bem mais suave do que o último lançamento de Nas, Montero (Call Me by Your Name), Sun Goes Down inspira uma empatia quase automática com o sofrimento que o rapper expressa, em especial, quando menciona suas “vontades de fugir” e, até mesmo, acabar com a própria vida, que sentia ao ser vítima de racismo.
Confira o clipe:
Em um segundo momento da canção, Nas se orgulha de ter ‘dado um salto de fé’ e que ‘tudo deu certo’ pra ele. Mas ainda parece aguardar pela aprovação do público, quando diz: ‘vou fazer meus fãs ficarem orgulhosos de mim’.
No próximo sábado (22) o artista vai participar do talkshow Saturday Night Live, onde vai performar Sun Goes Down e o hit Montero.
A enfermagem brasileira é a segunda maior categoria profissional depois dos metalúrgicos. É a maior força de trabalho na área da saúde, cerca de 2.5 milhões de trabalhadores, que correspondem a 53% dos profissionais assistenciais do setor, e cuja produtividade representa 60% das atividades desenvolvidas no sistema de saúde. É uma área predominantemente feminina, constituída por 77% de profissionais do nível médio de escolaridade, as Auxiliares e as Técnicas, e por 23% de universitárias, as enfermeiras e as obstetrizes. Nesse contingente, 53% se declararam negras, 42% brancas e 0,6% indígenas. Dentre as enfermeiras 57,9%, se declararam brancas e 37,9% negras (COFEN,2017).
A função social do trabalho da enfermagem é a produção do cuidado à saúde desde antes do nascimento até depois da morte. Não é possível imaginar a complexidade do sistema de saúde, nos distintos níveis e setores, onde a enfermagem não atue direta ou indiretamente, constituindo a sua força motriz, viabilizando a atenção à saúde. Ainda que haja algum reconhecimento da importância dessa produção e da sua especificidade, a área da enfermagem permanece no imaginário social como uma atuação de menor valor, inerente ao papel feminino e de menor prestígio, quando comparada à atuação da equipe médica.
A institucionalização da enfermagem como prática profissional teve início em 1890, culminando em 1923, com a instalação do primeiro curso de formação de enfermeiras no país. Antes disso, a produção dos cuidados e curas era atribuição das mulheres, das escravizadas, pretas, pardas e das indígenas. A profissionalização negou o espaço de atuação e posteriormente o acesso à profissão ao contingente de mulheres pobres, negras(os) e mestiços. Foram definidos como critérios de ingresso aos cursos ter o diploma do curso normal e ser da ‘raça branca’(Moreira,1999). Por influência de Florence Nightingale1 adotou-se um modelo de organização do trabalho pautado na divisão social e técnica, atribuindo a prestação dos cuidados diretos às mulheres de menor escolaridade, as ‘nurses’, enquanto a supervisão, o ensino e o gerenciamento às ‘ladies-nurses’, mulheres das classes média e alta, pré-selecionadas, com maior escolaridade (Lombardi, Campos, 2018).
A enfermagem brasileira institucionalizada nasceu sob o escudo do ‘branqueamento’. Nesse projeto, os conhecimentos específicos advindos das formações e capacitações específicas passaram a ser valorizados em detrimentos dos conhecimentos tácitos das populações tradicionais (Campos et al, 2007). A população negra permaneceu apartada da prestação de cuidados até meados de 1930, quando a expansão dos serviços de saúde no governo de Getúlio Vargas absorveu contingentes de trabalhadores, possibilitando a ascensão de grupos sociais subalternizados3. Há de se reconhecer pelo menos duas compreensões a respeito da configuração da estrutura organizacional do trabalho na enfermagem, uma, explicitada nas publicações, de que “a divisão técnica interna do trabalho se hierarquizou a partir e sobre as relações sociais de gênero, raça e classe” (Lombardi, Campos,2018).
A outra perspectiva contrapõe elementos do racismo estrutural pautados na eugenia e darwinismo social para a exclusão da população negra da produção de cuidados na sociedade brasileira. Além disso, a implementação de políticas educacionais favoreceram a estratificação social2 no interior da área, visto que a proliferação de cursos profissionalizantes permitiu o acesso de mulheres e jovens, de menor poder aquisito aos cursos técnicos, em contraposição à menor ofertas de vagas no ensino universitário. Dentre os profissionais do nível médio 72% acessaram a formação em instituições de ensino (IE)privadas, 48% na modalidade de curso noturno, enquanto na graduação apenas 35,6% acessaram a formação no ensino público, 36,6% na modalidade curso integral e 57,4% nas IE privadas.
Esses determinantes produzem a estrutura organizacional da enfermagem no país: uma ampla base de profissionais nos cargos de menor valorização e remuneração, que realizam o trabalho de maior sobrecarga física, em condições de maior desgaste e adoecimentos, maioria de mulheres negras, chefes de família. No ápice temos a menor parcela da equipe, maioria de mulheres e homens brancos, também submetidos a um padrão de rebaixamento salarial e menor proteção social quando comparados a outras categorias da saúde. Nas imagens publicizadas na mídia, não é possível perceber esse mosaico racial. A invisibilidade da população negra na história e na identidade da enfermagem no país constrói a falsa ideia de identidade social e racial única e atemporal.
A exploração do trabalho na enfermagem não é um fato recente, desde a regulamentação da profissão em 1986, fomos surpreendidos pela decisão avassaladora dos empresários do setor saúde que permitiram a indicação de jornada de trabalho, mas bloquearam a definição do piso salarial. Esses mesmos grupos, apesar dos lucros exorbitantes obtidos no ano de 2020, na vigência da pandemia, permanecem impassíveis no lobby junto ao legislativo, impedindo a definição da jornada de 30h e do piso salarial digno e justo para todos os profissionais.
A enfermagem brasileira permanece no front para desempenhar a sua função, e em luta pelo reconhecimento da importância do seu papel na produção do cuidado, por salários compatíveis com a especificidade desse trabalho e pela própria sobrevivência, visto que a precarização até mesmo uberização4 das condições de trabalho, além da adoção de uma política de subdimensionamento dos quadros de pessoal dos serviços, vem expondo esses trabalhadores a graus extenuantes de desgastes, adoecimentos e mortes. Desgraçadamente alcançamos a posição número 1 no ranking dos países com o maior número de contaminação e mortes dos profissionais de enfermagem pela COVID no mundo.
Em maio – mês designado às comemorações na enfermagem5, os trabalhadores permanecem submetidos a péssimas condições de trabalho, exacerbadas na crise sanitária e, até o momento sem perspectivas de melhoras, visto que raras têm sido as decisões por contratação de profissionais para o desempenho das funções rotineiras, acrescidas da atuação como serviço essencial no combate à pandemia, e da responsabilização isolada pela imunização no país.
A enfermagem brasileira é um tecido esgarçado, que precisa de socorro, de respeito e de proteção, sem o que o Sistema Único de Saúde está em iminente risco.
Por Alva Helena de Almeida, integrante da ANEN – Articulação Nacional da Enfermagem Negra, enfermeira aposentada, mestra em Saúde Pública e doutora em Ciências.
Notas
Florence Nightingale, enfermeira inglesa é considerada a precursora da enfermagem profissional. Seus conhecimentos e práticas serviram de referência para a enfermagem mundial.
Para Silvio Almeida (2019), a estratificação social é um fenômeno intergeracional consequente à práticas de discriminação de um grupo social, impedindo a ascensão social.
no Estado de São Paulo, à época da Revolução Constitucionalista de 1932, foi permitido a inclusão de negros no exército. O livro “1932 Imagens de uma Revolução” apresenta entre civis e militares anônimos as “enfermeiras da Legião Negra”, mulheres negras, voluntárias, retratadas em cerimônias públicas como “enfermeiras”.
A uberização tem sido reconhecida como extrema precarização do trabalho, perda de direitos e autonomia, contratação por tempo determinado, com disponibilidade diuturna para o trabalho, responsabilidade por adquirir os próprios equipamentos de proteção individual e a remuneração por hora trabalhada (Souza dias, Carvalho et.al, 2020).
No Brasil está consagrado comemorar a Semana de Enfermagem com início em 12 de maio, dia Internacional da Enfermagem, nascimento da inglesa Florence Nightingale, e dia do Enfermeiro em homenagem à Ana Nery, até 20 de maio, dia do Auxiliar e Técnico de Enfermagem e falecimento de Ana Nery.
REFERÊNCIAS:
Machado, Maria Helena (Coord.). Perfil da enfermagem no Brasil: relatório final: Brasil / coordenado por Maria Helena Machado. ― Rio de Janeiro NERHUS – DAPS – ENSP/Fiocruz, 2017.
Lombardi MR. Campos VP. Revista da ABET, v.17, n.1 jan a jun, 2018.
Moreira MCN. A Fundação Rockefeller e a construção da identidade profissional de enfermagem no Brasil na Primeira República’. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, V (3): 621-45, nov. 1998-fev. 1999.
Campos, Oguisso e Freitas. Cultura dos cuidados: mulheres negras e formação da enfermagem profissional brasileira. Cultura de los Cuidados. 2º semestre 2007 Ãno XI n,22.
Preto Zezé, presidente da Central Única das Favelas (Cufa) é o palestrante desta sexta-feira (21), da mentoria Favela é Inovação, do Laboratório de Inovação Cidadã (Labic). A transmissão vai ser feita pelo Youtube. O Labic iniciou suas atividades de 2021 na última sexta-feira (14), em um encontro entre os 40 projetos selecionados para a edição Territórios 2021. Mesmo quem não está inscrito, pode assistir a transmissão.
Além de Presidente da CUFA nacional, Zezé é o CEO e fundador do Lis – Laboratório de Inovação Social. À frente da Cufa, articulou mais de R$170 milhões em doação durante a pandemia do novo coronavírus, trabalhando com mais de 5 mil favelas do Brasil. Em novembro de 2020, Preto Zezé foi entrevistado no Programa Roda Viva.
Interessados ainda podem se inscrever como colaboradores dos projetos do Laboratório de Inovação Cidadã Territórios 2021 até quinta-feira (27).
“Eu estou aqui querendo justiça” disse Viola Fletcher. “Eu estou aqui pedindo para o meu país reconhecer o que acontece em Tulsa, em 1921”. Foto: Reprodução NPC.
Na noite de 31 de maio de 1921, quando tinha 7 anos, a afro-americana Viola Fletcher acordou com seus pais gritando para que ela e seus cinco irmão saíssem imediatamente de casa. Tulsa, sua cidade, considerada a “Black Wall Street” americana, lar da classe média alta da comunidade negra, estava sendo ataca por bombas vindas do céu, um “arrastão branco” formado por pessoas brancas com armas, incêndios e outros ataques provocados por grupos racistas que apareceram no bairro negro depois que uma mulher branca de 17 anos acusou um afro-americano de 19 anos de um suposto comportamento impróprio em um elevador dentro do Edifício Drexel. Quando uma multidão de brancos tentou linchar o acusado, eles foram repreendidos por veteranos afro-americanos da Primeira Guerra Mundial. O grupo racista voltou para se vingar.
Ao todo 300 pessoas foram mortas. Homens, mulheres, idosos, crianças, bebês e gestantes. Aproximadamente 1200 de negócios promissores construídos por descendentes de povos escravizados foram saqueados e destruídos. Uma barbaridade sem precedentes que durou até o dia seguinte, 1º de junho. Além e negócios, a região abrigava também instituições de ensino e igrejas geridos integralmente por pessoas negras.
Uma das heranças dessa tragédia foi o imensurável trauma de Viola, hoje com 107 anos e a mais velha sobrevivente do maior ataque racista da história dos EUA. Ela participou de um evento no Congresso Americano, no último dia 19 de maio, onde deu detalhes do que viveu e ainda vive. Ela e seu irmão, Hugues Van Ellis de 100 anos, querem reparação.
“Eu estou aqui querendo justiça” disse Viola. “Eu estou aqui pedindo para o meu país reconhecer o que acontece em Tulsa, em 1921”.
Ele se lembrou da sua vizinhança, no bairro de GreenWood, onde ela até então vivia seu sonho americano, sendo uma garota negra amada e livre em uma região de pessoas parecidas com ela. “Eu nunca vou esquecer a violência daquela multidão branca quando a gente deixou nossa casa. Eu ainda vejo homens negros levando tiros, corpos negros deitados no chão. Eu ainda sinto o cheiro da fumaça e vejo o fogo. Eu ainda vejo negócios negros sendo queimados. Eu escuto os gritos de Tulsa, eu vivo esse massacre todos os dias”, detalhou.
Foto: Greenwood Center
Os sobreviventes e seus descendentes nunca foram ressarcidos ou receberam qualquer tipo de reparação pelo ocorrido. “Quando eu e minha família fomos forçados a deixar Tulsa, eu perdi minha chance de ser educada. Eu nunca terminei meus estudos e nunca fiz muito dinheiro”.
Durante seu discurso, Viola explica que atualmente ela ainda passa por dificuldades financeiras, apesar de ter trabalhado a vida toda como doméstica para famílias brancas. Ela acusa as autoridades locais de faturarem com sua história. “Eles têm usado o nome de vítimas como eu para enriquecer e os aliados brancos conseguiram 30 milhões de dólares para construir o Tulsa Centennial Comission enquanto eu ainda vivo na pobreza”, denunciou a sobrevivente.
Lebron James produzirá documentário sobre o massacre
O filme “DREAMLAND: The Rise and Fall of Black Wall Street,” na tradução literal “Terra dos sonhos: A ascensão e a queda da Wall Street Negra” é o documentário da CNN Films sobre o massacre de Tulsa e terá a produção de Lebrom James.
“Não podemos avançar até que reconheçamos nosso passado e se trata de homenagear uma próspera comunidade negra, uma de muitas, que foi encerrada por causa do ódio”, explica Jamal Henderson, diretor de conteúdo da SpringHill e um dos produtores executivos do documentário, disse no comunicado à imprensa.
Difícil enumerar os aspectos que fizeram do filme Pantera Negra (Marvel, 2018) um divisor de águas na história do cinema.
Para quem assistiu o filme mais de uma vez, é notório o cuidado que o diretor Ryan Coogler teve para retratar as mulheres negras, seja em sua potência física e intelectual, mas também no aspecto estético. Okoye (Dani Guria) Shuri ( Letitia Wright) , Nakia ( Lupita Nyong’o) e a Rainha Ramonda (Angela Bassett) tiveram em suas vestimentas uma das maiores riquezas do longa que rendeu a Ruth E. Carter, o Oscar de Melhor Figurino (2019).
Inspirada nessas e outras mulheres da nação mais negra da Marvel, a estilista Jal Vieira lançou nessa quinta (20/05) a coleção Realeza em parceria com a Marvel/Disney que inaugura o projeto O Poder é Nosso, nova campanha de branding da Marvel no Brasil. Composta com três looks completos, a estilista usou técnicas de estamparia silkada em plastisol vermelho e preto para dar destaque à Erva-coração, tão protegida pelo pessoal do axé do reino do T’Challa. As peças estão sendo vendidas na FARFETCH. Vale destacar o cuidado na criação das roupas, onde só as texturas, levaram duas semanas para serem feitas.
Para quem não consegue desembolsar o valor de uma peça de alta costura, feita artesanalmente, a estilista também desenvolveu estampas exclusivas para uma coleção de camisetas da ONG Orientavida, projeto social que orienta e capacita mulheres por meio do artesanato, oferecendo oportunidade de renda e autonomia. As peças serão vendidas no site da ONG e na FARFETCH por R$240.
A baiana Jal Vieira (32), largou o sertão baiano para se jogar no design de moda, sua paixão e sua profissão há 11 anos. Ela é formada em Design de Moda pela Belas Artes e pós-graduanda em Modelagem Criativa pelo Senac. Em 2019, ela passou a integrar o line up principal da Casa de Criadores.
O Mundo Negro conversou com a Jal para entender mais sobre a beleza ancestral e afrofuturista da sua coleção
Mundo Negro – Quando a gente fala de mulheres negras e moda, ainda está no nosso inconsciente aquela ideia mais artesanal de se produzir roupas. Pantera Negra traz muitas aqui de tecnologia e afrofuturismo. você acha que você é essa nova geração está bebendo da tecnologia para produzir as suas criações?
Jal Vieira – Eu acho que sim Sílvia, acho que é um movimento de busca dos novos designers. A gente se pauta muito a respeito dos futuros possíveis, em que a nossa comunidade seja respeitada, seja representada e que seja futuro preto de fato. Eu, por exemplo, nas minhas técnicas, no que eu trabalho, eu tento unir sempre a questão ancestral no fazer manual, mas com nova roupagem à essas peças que tragam um shape novo, que fuja até inclusive do da estrutura corpórea é isso também a tecnologia. É pensar numa modelagem e que se destaque do corpo e quase crie vida então acho que sim é uma movimentação muito presente.
A renda desse trabalho será revertida para projetos sociais. Para chegar no valor das peças foi pensada a questão de ser acessível para a comunidade negra?
O que foi criado foi sempre pensando quanto de tempo isso foi implantado, porque por exemplo, só as texturas, sem modelagem, sem nada, elas demoraram cerca de 2 semanas para ficarem prontas. Então é um trabalho que exige muito tempo e empenho. As texturas não são compradas são desenvolvidas por nós e é um trabalho de formiguinha. O valor a gente também calculou considerando o tempo que foi feito essa peça, então sim, acaba sendo um valor mais alto. O que a gente conseguiu fazer para que as coisas sejam mais acessíveis foi uma parceria com a ONG Orienta Vida para trazer a possibilidade de que essas peças, no caso estamparia especificamente, fosse uma possibilidade para que cada um pudesse ter uma parte dessa coleção .
Fotografia, retouch e direção corporal: Rony Hernandes – Modelos: Mayara Ferre @_mayferre, Luara Costa @feitadelua e Gerlen Moura @gerlenmoura
Pantera negra é um filme riquíssimo visualmente. Qual o critério na hora de escolher as texturas e cores que você vai usar nas suas peças?
Além das referências do filme, eu também tinha que encontrar quais são as minhas referências pessoais que se cruzavam por tudo isso, então eu assisti o filme uma 20 vezes eu acho. É um filme muito rico, inclusive em texturizações porque ele tem referências das tribos, das escarificações na pele e outras inúmeras referências.
No caso das texturizações o que eu pensei foi trabalhar as nervuras e de que forma ela simbolizaria as pessoas que vieram de mim, a minha ancestralidade. A representação do que vem antes, dessas histórias, estão nessas camadas. No que diz respeito a estamparia eu foquei na erva coração. Pensei em como essa erva é cultivada principalmente por quem que ela é cultiva. Ainda que a erva coração dê poder ao Pantera, personagem principal do filme, essa erva passa pelas mãos das mulheres.
Confira os detalhes das peças no vídeo dirigido por Dayane Lima com direção criativa de Jal Vieira.
O reconhecimento de alguns dos principais nomes e iniciativas em prol da igualdade racial no Brasil é o objetivo do Prêmio “Sim à Igualdade Racial 2021”. O evento acontece em 29 de maio e será exibido pelo canal Multishow, às 16h30. Outra opção é assistir no Facebook do Instituto Identidade do Brasil (ID_BR), organização responsável pela premiação, que é realizada desde 2018.
A apresentação do Prêmio será feita por Jéssica Ellen, Majur e Xamã, que também vão cantar. Agnes Nunes, Gloria Groove, Ludmilla, Xande de Pilares também estão na programação musical que inclui, ainda, um dueto que promete ser inesquecível com Elza Soares e o Diretor Musical da premiação, Zé Ricardo. E tem mais atrações: MC Carol cantando com Tati Quebra Barraco, Flávio Renegado com Lukinhas, e Brô Mc’s.
Em 06 de maio a organização do prêmio anunciou os/as finalistas, distribuídos/as em 10 categorias, divididas em três pilares: Cultura, Educação e Empregabilidade. Essa configuração agrega também as indicações populares, realizadas durantes os meses de janeiro e fevereiro, e uma curadoria interna definiu a lista de finalistas. Um júri especializado vai escolher quem vence em cada categoria entre três nomes.
“Mesmo com todos os desafios trazidos pela pandemia, recebemos mais de 8 mil indicações de pessoas e projetos de todo Brasil neste ano”, informa a fundadora e Diretora-Executiva do ID_BR, Luana Génot. E ela complementa que a “a última edição teve mais de 30 milhões de visualizações da premiação na nossa página do Facebook e ficamos entre os programas mais vistos no Multishow.”.
Uma das novidades deste ano é que das 10 categorias, sete têm também representantes indígenas. Outra mudança é que, pela primeira vez, além do troféu ‘Mad World’ (do artista plástico Vik Muniz), a premiação também contempla quem vencer com R$ 3 mil.
Sobre o ID_BR – Organização sem fins lucrativos, pioneira no Brasil, tem como missão a aceleração da promoção da igualdade racial. A partir da campanha “Sim à Igualdade Racial”, o ID_BR desenvolve ações nos pilares de empregabilidade, educação e engajamento em diferentes formatos para conscientizar organizações e a sociedade, buscando reduzir a desigualdade racial no mercado de trabalho, como indica o objetivo dez da agenda 2030, da ONU, que reúne as 17 metas de Desenvolvimento Sustentável para erradicar a pobreza e promover vida digna a todos.
Você pode conferir mais detalhes sobre cada finalista do Prêmio “Sim à Igualdade Racial” 2021, as categorias e pilares, no site do evento.
Kiyan Prince, jovem promessa do futebol, morto em 2006, foi homenageado no jogo “FIFA 21”, da EA Sports. Kiyan está disponível nos modos Jogo Rápido e Carreira e no Ultimate Team com a camisa de número 30. Usando escaneamento 3D, o simulador de futebol traz Kiyan Prince como um jogador de 30 anos de idade no auge da carreira. Prince foi assassinado à facadas em Londres, quando tinha apenas 15 anos enquanto tentava intervir a favor de um amigo durante uma briga. O atleta jogava pelo clube inglês Queens Park Rangers, sendo tratado como uma joia em formação.
Imagem:QPR / Framestore
Com a partida precoce do jogador, o que o “FIFA 21” faz com a homenagem é emular como poderia ter sido a carreira do atleta que era visto como certo no futuro do time profissional. Para fazer com que o projeto fosse fiel à memória de Kiyan, a EA Sports entrou em parceria com Kiyan Prince Foundation, organização fundada pelo pai do atleta, Mark Prince, para consicientizar jovens atletas para evitar o tipo de tragédia que tirou a vida de Prince.
“A ideia é criar algo que inspire os jogadores de ‘FIFA’ a conhecer Kiyan e sua história. Queremos que isso leve as pessoas a conhecerem o trabalho da Fundação”, afirmou Billy Faithful, CCO da agência de publicidade que trabalhou com a EA no projeto. Kiyan aparecerá em Ultimate Team justamente em seu clube de formação, que à época de sua morte colocou o nome do jovem no antigo estádio Loftus Road, que hoje se chama Kiyan Prince Foundation Stadium.
Para desenvolver a participação de Kiyan em “FIFA 21”. A equipe da EA Sports usou as imagens de Prince com 15 anos e mesclou com fotos de seu pai com 30 anos, utilizando a semelhanca física como facilitadora para chegar mais próxima do que seria a atual aparência do jogador. Os movimentos, como forma de correr, dribles e chutes, foram emulados a partir de vídeosde arquivos do Queens Park Rangers, enquanto que todas outras habilidades de Prince foram colocadas no jogo a partir de depoimentos de ex-treinadores e ex-colegas de clube.
Nesta quinta-feira (20/05), das 18h às 18h30, o rapper Emicida, que estrela o quinto episódio da série Facebook LATAM Season, participa de uma Live Talk em seu IGTV (@emicida) com a diretora de Marketing de Negócios do Facebook para América Latina, Debora Nitta.
Um dos principais responsáveis por abrir espaço para o rap nacional na grande mídia e desmarginalizar a cultura hip-hop, Emicida também é reconhecido por seu lado empreendedor e por ter fundado com Fióti, seu irmão, o LabFantasma, hub de entretenimento que tem gravadora, editora, produtora de eventos e marca de streetwear.
Desde 2009, sua empresa trabalha com o propósito de transformar a realidade do mercado da música e da moda, colocando a cultura das ruas como protagonista.
Por conta disso, foi natural sua participação no Facebook LATAM Season, uma série documental que convida a comunidade empresarial da América Latina a refletir sobre nosso papel e responsabilidade na construção de modelos de representatividade mais inclusivos e, em última análise, a perceber que a diversidade é fundamental para o sucesso dos negócios.
Apresentador e narrador do quinto episódio, Emicida contou um pouco de sua experiência com o uso da criatividade no empreendedorismo:
“A criatividade é essencial para a minha arte. E isso não poderia ser diferente nos meus negócios. Eu acredito que com cocriação e colaboração é possível criar projetos que mostram diferentes possibilidades da gente se colocar no mundo. É assim a LabFantasma, coletivo do qual eu faço parte e que vem abrindo cada vez mais espaço para mais vozes.“
O conteúdo da Live ficará disponível até o dia 20 de junho.
Uma criança autista, de 8 anos, foi resgatada ontem, 19/05/2021, por agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro após várias denúncias de cárcere privado. O crime ocorreu na comunidade Gogó da Ema em Belford Roxo e foi cometido pela mãe e avó da criança que foram presas em flagrante. “A criança era mantida em cárcere privado, isolada das demais crianças, sem água, sem alimentação. Foi encontrada suja, mal asseada, sem nenhuma condição, num local totalmente desumano. Na verdade, era um galinheiro que foi adaptado para colocar essa criança em cárcere, separada das demais”, declara o delegado, Alexandre Neto, que acompanhou o caso.
E o delegado acrescenta, diante das alegações da mãe e avó de que a criança não passava muito tempo presa: “A criança foi encontrada com ferimentos e equimoses de idade diversa, o que revela que essa criança vinha sofrendo maus-tratos há um bom tempo. Caracteriza, com certeza, a síndrome da criança espancada, o que demonstra que não era simplesmente maus-tratos, mas a criança era submetida a um intenso sofrimento físico”. O fato é que, por mais chocante que seja o relato do delito, não se trata de um caso isolado e a sua reincidência continuará ocorrendo enquanto a sociedade não discutir o capacitismo que submete as pessoas com deficiência a crimes como este.
Capacitismo é toda forma de discriminação contra a pessoa com deficiência por causa da deficiência.
Em 20/01/21 foram libertas uma idosa de 83 anos e duas filhas, uma com deficiência intelectual e outra com deficiência física, do cárcere privado que o filho e irmão das vítimas cometiam contra elas no município de Boa Viagem, interior do Ceará.
Em 27/01/21 uma mulher de 64 anos, com deficiência intelectual, foi liberta de um porão de 12 metros onde era mantida em cárcere privado por 12 anos pelo marido na cidade de Sorocaba em São Paulo.
Em 28/02/21 um jovem de 23 anos com deficiência intelectual foi liberto de um quarto sem iluminação e ventilação em que era mantido em cárcere privado pelo pai e a madrasta, na Zona Leste de São Paulo, tendo uma bacia como banheiro.
Em 30/04/21 uma mulher de 33 anos, cadeirante com uma doença degenerativa foi liberta do cárcere privado de 7 meses em que era mantida pela irmã, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Em 05/05/21 foram libertas duas mulheres com deficiência que estavam em cárcere privado, junto com o sobrinho de 8 anos e a sobrinha de 5 anos, acorrentados pela mãe e irmã das vítimas. Desde sempre, na história da humanidade, o cárcere privado é cometido contra as pessoas com deficiência seja em suas próprias residências ou institucionalizadas em manicômios.
Vale ressaltar que o capacitismo, quando tratado e reduzido aos crimes de maus tratos e cárcere privado, não cessa com a punição das pessoas envolvidas. Por esta razão, nos casos citados, e não citados neste texto, questiona-se: qual será a sorte das pessoas com deficiência, se as pessoas que dizem amá-las estão presas e o Estado e a justiça brasileira não reconhecem a tipificação do capacitismo como crime? O crime de capacitismo equipara-se ao de racismo e prevê pena de um a três anos de reclusão e multa, podendo a reclusão ter o seu período aumentado dependendo das condições em que o crime foi praticado.
A ausência de compreensão da profundidade do crime sofrido pelas pessoas com deficiência delineia estruturalmente a relação capacitista que os órgãos responsáveis e envolvidos estabelecem com as, agora, suas vítimas.
Marcelo Zig é filósofo, escritor, palestrante, servidor público e ativista afrodeficiente. Idealizador do Projeto Mergulho Cidadão – campanha preventiva aos riscos de acidente por mergulho em águas rasas – terceira causa de lesão medular no Brasil, fundador da Comissão de Profissionais com Deficiência da Empresa de Águas e Saneamento do Estado da Bahia – Embasa, fundador do coletivo Quilombo PcD que trabalha a interseccionalidade de raça e deficiência no combate ao atravessamento do racismo e do capacitismo na vida da pessoa preta com deficiência.
A cantora Alcione se juntará ao rapper Criolo em uma live, no dia 22 de maio, sábado, 21h30, cantando grandes clássicos do samba.A live vai promover a arrecadação de doações para o projeto “Faça Parte: Comece Pelo Que Não Tem Preço”, que direciona as doações para ONGs que ajudam a combater a fome da população afetada pandemia. A live será transmitida no canal do YouTube da Mastercard Brasil e no Multishow.
O evento é uma homenagem ao movimento “Faça parte: comece o que não tem preço”, que doou o equivalente a mais de 5 milhões de refeições via ONGs para comunidades carentes em combate à fome e à pobreza.
Durante a live um QR Code ficará disponível na tela para doações. Cada real doado será revertido em um prato de comida a ser destinado às famílias mais afetadas pela pandemia por meio da ONG Ação da Cidadania.
Imagem: Divulgação
Com o mesmo propósito, a Mastercard já promoveu três lives inéditas no ano passado: Gilberto Gil e IZA, em junho; Milton Nascimento, Liniker e Xenia França, em julho; Elza Soares, Agnes Nunes e Seu Jorge, em setembro. Esse novo encontro foi pensado por Zé Ricardo, curador artístico do palco Sunset do Rock in Rio, e tem Cassius Cordeiro como Diretor Cinematográfico.