O humorista e empresário Yuri Marçal está com novidades. Já está disponível no mercado, seu segundo empreendimento, a marca de óculos “One Thunder”, lançada ao lado do seu sócio Luiz Fernando de Almeida.
Divulgação / site oficial / One Thunder
Com uma equipe exclusivamente negra e com o desejo de tornar referência no setor do Brasil, além de entregar aos clientes conceito e representatividade, um dos objetivos do empreendimento é mostrar que independentemente de raça, gênero, crença, estilo, classe social, entre outras características individuais, todos devem ser valorizados.
Segundo a “One Thunder”, marca deseja colocar as pessoas pretas em posição de destaque, mostrando que elas podem estar em qualquer lugar na sociedade. Confira produtos já lançados aqui.
Prof. Dr. Jarbas Vargas Nascimento / Discurso, Cultura e Negritude
Já está disponível o livro ‘Discurso, Cultura e Negritude‘, de Jarbas Vargas Nascimento. Obra é descrita como uma coletânea de textos, com linguagem acessível, que apresenta resultados de pesquisas realizadas no âmbito do Grupo de Pesquisa, sob a liderança do Prof. Dr. Jarbas Vargas, do Programa de Pós-Graduação em Língua Portuguesa da PUC-SP. Livro, que faz parte do 4º volume da Série Discurso e Cultura, aborda temas relacionados ao discurso, à cultura e à negritude.
Capa do livro ‘Discurso, Cultura e Negritude / Editora Blucher
O livro, publicado pela Editora Blucher (open acess) foi definido como de interesse para pesquisadores, estudiosos e estudantes de várias áreas do conhecimento, na medida em que introduz discussões sobre a negritude, o antirracismo e suas relações com a discursividade e a cultura.
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O AUTOR
Dentre diversos títulos, o Prof. Dr. Jarbas Vargas Nascimento é pós-doutor na área de Letras, pela UNESP – Campus Assis, Doutor em Letras (Semiótica e Linguística Geral) pela Universidade de São Paulo – USP, Mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Ele é ainda professor titular do Departamento de Português da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Já lançou, pela editora Blucher, 7 livros, incluindo ‘Discursos Constituintes’ e ‘Língua, Literatura e Ensino’.
O economista Gil do Vigor disse em entrevista à Quem que não se considera famoso, já que não recebe muitos pedidos de namoro. “Na Farofa da Gkay, você acha que vinham conversar comigo? Que nada. Vinham pedir foto. Até me pedem selfie, mas não pedem um beijinho”, desabafou o ex-BBB.
Passando a temporada de férias do PhD no Brasil. Gil disse que pretende passar as festas de final de ano com a família e também viajar pelo País e se abriu sobre o “preconceito” que tinha contra pessoas que têm dinheiro. “Não via lógica em ver gente que tem fama e tem dinheiro reclamando da vida. Quebrei a cara porque dinheiro e fama não diminuem as dificuldades”, confessou e prosseguiu: “Todos somos seres humanos e dinheiro não compra felicidade, dinheiro não compra tudo.”
Gil considera que 2021 foi “o ano dele”, em referência às conquistas que foram possibilitadas a partir de sua presença no BBB. “No BBB, me sentia o homem mais feliz do mundo. Deus me deu muito mais do que eu pedi. Graças a Deus, consegui mudar a vida da minha família. Às vezes, nem parece que é real. Tudo o que idealizei está acontecendo”, disse.
O economista ganhou um documentário na Globoplay, Gil Na Califórnia, que fala sobre a vida do economista nos Estados Unidos durante o PhD, além de situações inusitadas e o choque cultural vivenciado por ele. Sobre esses choques de cultura, ele disse que uma grande barreira foi a comunicação, que vai muito além do idioma. “Eu consegui me comunicar bem, mas tinha medo de alguma expressão gerar mal-estar, especialmente dentro da sala de aula. Para mim, a comunicação era algo mais conturbado que o idioma”, refletiu.
A cantora Iza colabora com nove jovens músicos originários de periferias do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Paraíba na criação da faixa inédita “Na Atividade”. A canção, que transita pelo afrobeat, ganha videoclipe no YouTube de Devassa, a marca idealizadora do projeto que reverencia a pulsante criatividade brasileira na música. Essa experiência foi registrada na série “Criatividade Tropical: Abre as Portas para o Gueto”, aberta para não-assinantes doGloboplay.
Os jovens músicos cantarão a música “Na Atividade” pela primeira vez na televisão durante o primeiro bloco do intervalo da semifinal da 10ª edição do programa ‘The Voice Brasil’, veiculado em rede nacional pela TV Globo. É no dia 20 de dezembro, próxima segunda-feira, logo após a novela ‘Um Lugar ao Sol’.
“Na Atividade” ganha forma em rima, poesia, swing percussivo e violino, por meio de beat produzido pelos hitmakers Pablo Bispo e Sérgio Santos, que também flerta com o pagodão, o rap e o funk. Composta em menos de uma semana, a letra se sobressai por reunir nomes desconhecidos e de diferentes realidades na busca por representatividade. “Vem, brota aqui no gueto / Tem música de rua / da minha e da sua / É o que bate no som / Vem, tá tranquilo mesmo / Pode vir sem medo / É só encostar pra ver”, arremata trecho do pré-refrão.
Foto: Divulgação.
Embora IZA tenha um papel de “líder”, os jovens músicos assumem o protagonismo dos vocais principais da faixa, munidos pelo espírito da parceria. Originário do Rio de Janeiro, o cantor Lukinhas ‘LK’ acumula parceria com Emicida e Rashid na música “Pipa Voada”, além de ter emplacado a coautoria do hit “A Queda”, da Glória Groove, após a participação na série. A compositora e cantora conterrânea Sabrina Azevedo desenvolve um trabalho premiado na poesia. A rapper Stefanie Roberta representa a cena hip hop de São Paulo, tendo colaborado com MV Bill e Rincon Sapiência. O baixista paraibano Italo Viana é mestre em música, tendo feito parte da banda da cantora Simone.
O cantor baiano Rafael Porrada compôs hits para Léo Santana e o grupo Paragolé, enquanto o percussionista soteropolitano Leo Oliveira foi músico acompanhante do Denny Denan, atual vocalista da Timbalada, e a percussionista Nanny Santos já desfilou no Cortejo Afro, tradicional bloco do carnaval de rua de Salvador. O mineiro Melk é conhecido por tocar sucessos do funk no violino, o mesmo instrumento da Izandra Machado, natural do Rio Grande do Sul, que se divide entre o ensino e o empreendedorismo musical.
Dirigido por Aisha Mbikila, o videoclipe da faixa “Na Atividade” também transmite a essência do processo colaborativo empreendido por múltiplos artistas na criação de uma música do zero. O audiovisual foi rodado na Toca do Bandido, estúdio de gravação no Rio de Janeiro, transitando pela estética de um reality, com personagens reais interagindo entre si, e a poesia sonora. As referências foram o universo dos seriados e o segmento de videoclipes de música pop gravados em estúdios.
Seriado
A série “Criatividade Tropical: Abre as Portas para o Gueto” está liberada para não-assinantes no Globoplay, estruturada em quatro episódios de cerca de 17 minutos. O documusical com roteiro dirigido por Mbikila reflete sobre a jornada pela qual os jovens de periferia passam para viver da música, cuja a IZA é uma exceção que conseguiu ascender ao mainstream. O cuidado em manter e explicar as gírias locais de um grupo eclético é uma característica marcante da produção.
Como a maioria dos jovens de periferia, a trajetória dos músicos do projeto é marcada por adversidades sociais, que impactaram na autoestima deles. A série captura momentos em que esses protagonistas questionam o merecimento de colaborar com uma popstar. Essa discussão é amplificada por Larissa Luz, espécie de madrinha do projeto. A cantora explica que os povos pretos são ensinados a não celebrarem conquistas, mas seguir com as batalhas da vida.
Carlinhos Brown, outro padrinho dos músicos, traz à tona a importância da oralidade para a cultura afrodescendente. O músico revisita a origem da música pop no Candomblé e da presença do matriarcado na percussão. O projeto é idealizado pela agência HNK Lab, com produção da Trace Brasil, ecossistema pioneiro na criação audiovisual afrourbana no país, com produção executiva e criativa de Alberto Pereira Jr. A obra tem curadoria de talentos da Digital Favela e estratégia de mídia digital da iProspect (Red Star).
Protagonista do filme “Mundo Novo”, dirigido por Álvaro Campos, atriz colhe os frutos de sua atuação
“Estamos vivendo um período histórico onde as novas narrativas e novos imaginários são essenciais para a evolução da nossa sociedade”, destaca a niteroiense Tati Villela, ganhadora do Troféu Redentor na categoria melhor atriz na competição oficial da Première Brasil que aconteceu nesse domingo (19), na 23ª edição do Festival do Rio, o maior festival de cinema da América Latina. Dando vida à advogada Conceição, no filme “Mundo Novo”, de Álvaro Campos, esse é seu primeiro longa, já estreando como protagonista, gravado durante a pandemia no Vidigal e Leblon, o filme narra as complexidades da relação entre o casal inter-racial Cons e Presto.
“Esse prêmio tem uma grande importância na minha vida, na minha carreira e no cinema brasileiro. Esse prêmio mostra a importância de atores e atrizes pretos habitarem de forma igualitária o audiovisual e o cinema, principalmente no país. Esse prêmio não tem como ser só meu, ele é dedicado a todas as atrizes negras que vieram antes de mim e abriram a mata, coração e o tapete vermelho para eu poder estar aqui. É de um simbolismo gigante ele chegar nas minhas mãos nesse momento, onde precisamos cada vez gerar oportunidades iguais para todos”, destaca Tati.
Em outras categorias ganharam o prêmio especial do júri o filme “Medida Provisória”, de Lázaro Ramos. Melhor direção/ficção, Anita Rocha da Silveira por Medusa e Laís Bodansky por “A Viagem de Pedro”. Romulo Braga como melhor ator por “Sol”. Lara Tremouroux, por “Medusa”. Sérgio Laurentino como melhor ator coadjuvante por “A Viagem de Pedro”. O troféu de melhor roteiro ficou com Álvaro Campos e elenco também pelo filme “Novo Mundo”. Melhor direção/documentário com Murilo Salles com “Por Uma Baía”. Melhor fotografia por “Casa Vazia”, Ivo Lopes Araújo. Já o prêmio de melhor montagem ficou com Eva Randolph por “Uma Baía”.
Tendo na bagagem uma carreira consolidada no teatro, a niteroiense, de 35 anos, que nasceu no Morro do Cubango, por meio desse reconhecimento colhe os frutos de sua entrega a essa personagem.
Com uma economia reservada, Cons, como é carinhosamente conhecida, é uma advogada com uma carreira promissora, já Presto, mais jovem que ela, é um artista cheio de sonhos. Durante o período de isolamento social, eles se aproximam mais intimamente, e Presto decide morar com Cons em sua casa localizada no Leblon.
“A minha personagem é a Conceição, uma mulher que tenta enxergar no Presto, o homem para dividir a vida, para casar, morar no mesmo lar e constituir uma família”, conta a atriz.
Rompendo barreiras numa sociedade que marginaliza a imagem da mulher negra, a vida de Tati se confunde com a de sua personagem no que tange a força negra feminina em meio ao racismo estrutural. “É importante representarmos mulheres negras bem sucedidas no audiovisual. Precisamos nos acostumar com essa realidade. O mercado está cheio de atores negros ávidos para trabalhar e querendo oportunidades para poder representar personagens múltiplos, contribuindo para a formação de novos imaginários, novas narrativas, trazendo para o centro da cena outras perspectivas e subjetividades”, pontua.
E completou dizendo: “É uma grande honra ter competido ao lado de outras atrizes e fazedores de arte que eu tanto admiro como Lázaro Ramos, Taís Araújo, Ailton Graça, Joelzito Araújo, entre outros. Estou muito feliz em mostrar o meu trabalho nesse festival e comemorar a volta presencial aos cinemas”, conclui.
Carol Barreto vai ser uma das professoras do curso. Foto: Karla Brights.
O Instituto Casa de Criadores (ICdC) nasce como um espaço de ocupação e semeadura para novas formas de compreender, produzir conhecimento e fazer moda, entendendo a criação não como ato simplesmente individual ou a serviço de um mercado, mas como algo atravessado por uma dinâmica de afetos capaz de enlaçar relações pessoais, sociais, políticas e econômicas.
Nesse contexto, o instituto deseja promover novos encontros a partir de uma reorganização radical de saberes. É seu dever fomentar e desenvolver pesquisas e dispositivos de escuta no sentido de transformar a prática educacional coletiva em um espaço fértil e extremamente permeável a linguagens, lógicas, estéticas, tecnologias, histórias e formas de organização e afetividade que têm sido sistematicamente marginalizadas, corrompidas e silenciadas.
Com uma turma de 300 alunes, o curso será focado em três pilares: estilo/criação; marketing/comunicação e negócios. Estilistes do line-up da Casa de Criadores também poderão participar desta e de futuras atividades e contarão com acompanhamento especial voltado às questões dos trabalhos que já desenvolvem.
As coordenadoras do primeiro módulo são Carol Barreto, designer de moda e Professora e pesquisadora do Departamento de Estudos de Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia, e Karlla Girotto, artista multidisciplinar e pesquisadora no Núcleo de Estudos da Subjetividade da PUC-SP. A grade curricular e os professores selecionados sob supervisão da dupla (a serem anunciados em outra data), seguirão o compromisso de questionar estruturas e apostar nas possibilidades da criação coletiva, escuta, saberes e tecnologias ancestrais.
“Para artistas da Casa, o curso visa potencializar reflexões que problematizam a nossa origem e posicionalidade, frente ao repertório estético-cultural que compõe a nossa formação profissional e humana, nos provocando à construção de outras/novas referências, que transcendam a interdição do racismo, sexismo, misoginia, LGBTQIA+fobias, do etarismo, capacitismo, dentre outras matrizes produtoras das desigualdades, para que assim possamos definitivamente compreender Moda como linguagem e a Linguagem como esfera produtora de realidades”, afirma Carol Barreto, responsável pelo módulo Estilistes da Casa de Criadores.
“É urgente pensar e tomar posição frente às ruínas que são os sistemas que estruturam o nosso mundo. Não que sejam ruínas porque foram arruinadas, estas estruturas já nasceram ruínas: o capitalismo, a noção de raça, gênero e classe, a supremacia branca, patriarcal, burguesa, religiosa e falologocêntrica. A moda é intimamente ligada a todos estes sistemas. Fabricar outros mundos, a partir de outras cosmopercepções e perspectivas significa talvez dissolver o sentido de representação da moda, reinventar os nomes e os saberes, reorganizar os fazeres. É preciso reinventar tudo e que se invente um modo de existir onde a vida seja soberana – não só a vida humana, mas todas as formas de vida. A pergunta ‘Qual moda para qual mundo?’ faz a gente pensar o que queremos, de que modo queremos. Porque insistimos em continuar homenageando um sistema que faz parte de uma cadeia de estruturas que sustenta o mundo tal como o conhecemos e que coloca em risco toda a vida do planeta? Acho que é sobre isso”, complementa Karlla Girotto, que será a coordenadora do módulo Alunes.
Além das coordenadoras, o Instituto terá um conselho formado por professores, orientadores e uma equipe de comunicação, composta por profissionais do mercado como André Hidalgo, André Carvalhal, Dudu Bertholini, Dudx e Neon Cunha.
“É preciso ir além das passarelas. O trabalho de imagem e exposição é muito importante, mas em contato com novas marcas e profissionais, percebemos que é cada vez mais necessário uma preparação para o “antes” e qualificação para o “depois”. Empreender moda no Brasil é algo bem desafiador e as lógicas do mercado mudam a todo momento. Há muitas pessoas e marcas bastante talentosas que têm dificuldade de avançar pela falta de conhecimento e preparação. A proposta do instituto é colaborar com isso, principalmente incluindo pessoas que mesmo que quisessem, por diversos motivos, não têm acesso a cursos e formação”, informa André Carvalhal.
Empresas parceiras que apoiam o Instituto também poderão propor desafios específicos ao final de cada módulo, onde serão sugeridos aos alunes diversos projetos e ações, como a criação de coleções cápsulas, customizações e oficinas, entre outros.
“Estamos felizes em conseguir dar todo esse suporte aos alunes. Impulsionar a democratização do acesso a moda e aos espaços culturais que permeiam esse universo, oferecendo meios e canais para que uma pluralidade de pessoas, de diferentes contextos sociais, localidades e faixas etárias, possa exercitar suas vozes e criações de forma gratuita é algo histórico. Queremos colaborar com a mudança dessas histórias e impulsionar os talentos que temos espalhados pelo país”, afirma André Hidalgo, fundador e curador da CdC.
Para dar uma experiência prática ao módulo inicial do curso, a Riachuelo, patrocinadora do primeiro curso do Instituto, atuará junto a Casa de Criadores, como apoiadora de um destes desafios
“Acreditamos em uma moda que transforma e inclui. O investimento na formação de novos profissionais para o mercado é sempre uma maneira efetiva de trazer olhares atuais e críticos para uma indústria que está em constante transformação. A Riachuelo tem o compromisso de seguir apoiando iniciativas que levem educação e desenvolvimento aos profissionais da moda”, comenta Marcella Kanner, head de comunicação e marca da Riachuelo.
O ICdC conta ainda com a parceria das marcas Rhodia, Santista e Sympla. Para explicar melhor sobre os conteúdos e temas abordados, a equipe responsável pelo Instituto CdC e Casa de Criadores irá realizar, por meio de seus perfis nas redes sociais, lives em formato de masterclass, trazendo profissionais de diferentes veículos de moda para somar aos diferentes conteúdos.
O lançamento do primeiro curso acontece no dia 13 de dezembro, por meio de uma live com as presenças de André Carvalhal, André Hidalgo, Carol Barreto, Dudu Bertholini, Dudx, Karlla Girotto e Neon Cunha, transmitida às 20:00 no canal do Youtube da Casa de Criadores e também no IG da CDC e do Instituto Casa de Criadores.
Para acessar os conteúdos e anúncios do Instituto:
Nascido no bairro de Pirituba, zona oeste de São Paulo, Machado é o caçula de uma família com quatro filhos. Parte da infância de Luciano foi em um cortiço, com banheiro compartilhado. Aluno de escola pública, conseguiu a oportunidade de estudar em uma ótima escola, que tinha um núcleo negro no período matutino.
Seu pai foi pedreiro, ajudante de obras, e um tempo depois, teve a oportunidade de empreender, se tornando um médio empresário, transformando a vida da família. Sem o suporte necessário, e enfrentando diversas crises econômicas pelas quais o Brasil passou, seu negócio quebrou, mas inspirou Luciano a empreender no segmento de construção, e fazer diferente, com base nas lições aprendidas.
Luciano sabia que sua empreitada não seria fácil, e buscando aprender, foi trabalhar numa pequena empresa, para entender a dinâmica.
Ciente de que seria preciso uma base sólida de formação, se matriculou num cursinho da USP, o NCN (Núcleo de Consciência Negra, com professores negros, que tinha por objetivo ajudar alunos negros entrarem na faculdade pública).
“O NCN foi fundamental na minha construção. Você vai pra um ambiente totalmente negro, pra se preparar, com todo mundo com o mesmo objetivo. Lá, aprendi muito sobre história negra, nossas origens, beleza negra, autoestima, e a andar de cabeça erguida. Foi como se eu tivesse ido me preparar para uma luta de 6 anos, que viria durante a faculdade”, afirma Machado.
Luciano se matriculou em uma faculdade de elite, mas foi bem na época da falência do seu pai. Pleitearam e conseguiram uma bolsa de estudos parcial, para que Luciano continuasse sua formação acadêmica.
Em 1996, na faculdade aprendeu a jogar o jogo. Com 4 turmas de 50 alunos, dos cursos de engenharia, era um dos dois únicos negros que havia em toda a turma de 200 pessoas. Nessa época, se sentia um estranho no ninho, pois era o único que trabalhava em um estágio para ajudar a custear seus estudos. Andava quilômetros pra comer um lanche, no intervalo entre a faculdade e o trabalho.
“Na faculdade, entendi o que era riqueza. Falava-se de jatos, fazendas, num ambiente completamente diferente do meu, onde tive que entender e me situar, que não poderia fazer o que eles faziam, assim como os demais alunos não entendiam o fato de eu trabalhar, enquanto estudava”.
Machado se formou Engenheiro Civil, pela Universidade Mackenzie, em 2002. Como na época trabalhar com engenharia, sem experiência e sem indicações não era fácil, viu a oportunidade de trabalhar no segmento bancário, e aplicou para vagas no setor.
“Meus períodos nos bancos foram fundamentais pra entender um monte de coisas, que hoje uso no meu dia a dia. Trabalhei na área administrativa, e em negócios na área jurídica. Lidei com muitos empresários, vi muito deles ficarem ricos e outros falirem. E aprendi o que fazer e o que não fazer pra sua empresa dar certo”afirma.
Além do segmento bancário, Luciano também passou um período atuando em operadoras de telecomunicações, e decidido a retornar para a área de engenharia, decidiu aplicar para vagas na área comercial. Fez uma rodada pelas grandes construtoras de São Paulo, e por falta de experiência, ouviu muitos nãos. Quando veio seu sim, foi trabalhar na divisão de cimentos de uma grande construtora, e lá ganhou experiência.
“A estrutura é feita pra gente não esteja na engenharia. Existe uma grande armadilha: exatas é difícil, e a gente se afasta dessas disciplinas. Se a gente parar pra pensar que as pirâmides foram feitas no Egito, somos descendentes de grandes pensadores da construção civil. Os engenheiros estão no topo das listas dos mais ricos do mundo.”
Para Luciano, qualquer coisa que a gente utilize em termos de tecnologia ou desenvolvimento, passou por um engenheiro. “A engenharia é pra nós. Meu papel hoje é quebrar o paradigma que matemática ou física são difíceis. Engenharia é treino. E pra mudar a estrutura, temos que trazer as novas gerações, pra entender esse negócio. Faz parte da nossa ancestralidade. Fomos construtores das obras mais antigas, que existem até hoje.”
Com a experiência adquirida no segmento, junto com 3 sócios, fundou a MMF Projetos, uma consultoria de projetos de infraestrutura. É responsável hoje por grandes projetos de saneamento e infraestrutura, como pontes, viadutos, geotecnia, grandes estruturas, e tudo mais relacionado a esta área. Atendem clientes públicos e privados, numa carteira mista. Grandes organizações públicas contam com os projetos da MMF.
Ao longo dos últimos anos, à frente do seu negócio também enfrentou grandes crises, principalmente no segmento de construção e infraestrutura. E com a experiência adquiria, consegui extrair de todas elas grandes oportunidades.
Conseguiram nascer e, também, crescer na crise. Desde a fundação, há 8 anos, seu negócio não para de crescer. No último ano dobraram de tamanho, e já prevê outra dobra para 2022.
“O mercado está aquecido e cheio de oportunidades. Projetos e capital disponível no segmento de infraestrutura. Quem, assim como eu, conseguiu alcançar uma posição, que não é estruturada pra nós, tem o papel de trazer outros. Quebrar paradigmas de que não temos que estar nesse lugar. Acelerar empresas de jovens empreendedores, startups negras. Penso todos os dias que fora da minha empresa tenho uma responsabilidade, e ajudar, dar a mão e ser referência”,ressalta.
Ainda hoje, entende que o futuro está na educação. Com MBA de ADM na FGV, uma especialização em Engenharia Geotécnica, Luciano também se graduou durante a pandemia em filosofia. “Nossa ancestralidade dos construtores de pirâmides precisa ser resgatada. Eles fizeram muito pela nossa história, e precisamos tomar posse, eu acredito”, finaliza.
O projeto Habitação do Bem tem o objetivo de tornar possível às famílias em situação de vulnerabilidade habitacional a aquisição de um lugar para morar. Contando com empresas apoiadoras da causa habitacional como investidoras sociais, o projeto busca oferecer oportunidades para pessoas que hoje se encontram em situação de aluguel ou residem em conglomerados.
Segundo pesquisa de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 13,1 mil aglomerados subnormais distribuídos entre 734 municípios do país com o nome de favela, invasão, grota, baixada, comunidade, mocambo, palafita, loteamento, ressaca e vila, nomes que variam de região para região. E são mais de 11 milhões de famílias no Brasil pagando aluguel.
Mesmo tendo capital para custear parcelas mensalmente, elas não conseguem financiamentos convencionais em bancos para pagar pela casa própria. O Habitação do Bem pretende gerar acesso à casa própria para pessoas das classes C, D e E, sem toda a burocracia bancária que as exclui do sistema de financiamento habitacional e sem a espera de décadas por casas populares do governo.
Os primeiros condomínios sociais do projeto estão sendo concluídos na cidade de Águas Lindas de Goiás. Cada um deles é composto por 19 residências e área de lazer. Novos condomínios sociais serão construídos por todo o Brasil.O projeto foi aprovado e hoje está na Coalizão Habitação, formada pela Artemisia – organização sem fins lucrativos, pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil – e gigantes do setor de construção civil, como Gerdau, Votorantim, Tigre, Vedacit e Leroy.
“Atualmente, existem 19 casas em construção em Águas Lindas de Goiás, onde se encontra nossa primeira fábrica, e o modelo está sendo replicado para o Litoral de São Paulo, na cidade de Santos, onde serão construídas 50 residências. Nós entendemos o momento difícil e caótico do país e que, muitas vezes, as instituições públicas não conseguem cobrir as demandas desejadas para sanar o problema habitacional que o Brasil enfrenta há anos”, afirma Diego Reis, CEO do Banco Afro.
A entrada do Habitação do Bem na Coalizão Habitação tem o objetivo de buscar mais investidores sociais e ampliar cada vez mais a oferta de moradia por todo o país, criando um ecossistema de financiamento de construção de condomínios sociais. As empresas parceiras fazem doações de materiais ou recursos financeiros diretamente para o programa; a Pré-Engenharia faz a construção dos condomínios e toda gestão do fundo; e o score social dos futuros moradores é gerado pelo Banco Afro, que disponibilizará um painel de controle de acompanhamento da evolução do projeto.
As casas do Habitação do Bem são dispostas em condomínios sociais e têm um custo individual aproximado de R$ 110 mil para 65m² de área construída, com três quartos, sala, cozinha americana e banheiro, além de área externa com garagem e área de serviço coberta. Essas residências são maiores do que as das companhias de habitação governamentais, que têm em média 40 m² quadrados e são mais caras, custando, em média, R$ 120 mil.
Nascido em Salvador, Jhordan Matheus começou cedo no mundo da arte. Ainda na infância, o humorista interpretou o personagem Boa Vida no filme Capitães da Areia, baseado no livro de Jorge Amado.
O ator, que possui seis anos de carreira como comediante de stand-up, revela que começou a se identificar com o humor observando as pessoas do seu bairro e como gostavam de fazer graça. “Eu sempre via pessoas ao meu redor que eram muito engraçadas, que faziam a família e os amigos rirem e eu gostava de ver todo mundo rir, mas começar a trabalhar com isso não foi um início fácil.”
Criado no Engenho Velho de Brotas, o humorista conta que viveu diversos desafios por ser preto, rastafári e vir de um bairro periférico. Além disso, não tinha apoio das pessoas por considerarem ser um trabalho sem estabilidade financeira, mas encontrou nisso uma forma de investir na comédia. “A comédia foi deixando a vida mais leve, eu comecei a rir dos momentos difíceis porque eu tirava daí as coisas boas para falar”, revela.
Jhordan se mudou para São Paulo, onde se apresentou em diversos palcos do estado com seu show de stand-up, levando as suas vivências de forma engraçada para o público. Porém quando vinha a Salvador não tinha tantas oportunidades de se apresentar.
Com um tempo de vivência na capital paulista, a sua vida começou a se transformar e abriu portas em todo país.Com passagem por programas como Conversa com Bial, Jhordan Matheus começou o espetáculo Textani, um show para testar e estruturar seu solo de comédia. Suaapresentação já foi exibida em cidades como Rio de Janeiro e Porto Alegre, realizando seu sonho de ser aplaudido nos maiores palcos do Brasil.
Após quatro anos longe dos palcos soteropolitanos, Jhordan Matheus sempre desejou voltar a se apresentar na sua cidade natal, e no último mês de novembro trouxe seu espetáculo para Salvador. Esgotando ingressos de oito sessões no Teatro Jorge Amado, o comediante considera esse o ponto alto da sua carreira. “Quando rolou essa virada de chave na minha carreira, eu senti que era a hora de voltar para Salvador. E um moleque do Engenho Velho de Brotas, lotando oito sessões em um dos teatros mais renomados da Bahia, com todo mundo me aplaudindo de pé, foi o ponto alto pra mim”.
Durante as apresentações na capital, o comediante decidiu o nome do seu espetáculo teste, passando a se chamar “Batenu Tenu”, fazendo referência a uma gíria da cidade.
Para 2022, o artista conta que planeja ampliar os trabalhos no início do ano com o show, e posteriormente, gravar um especial solo de comédia, com foco em Salvador.“Eu quero colocar a Bahia no mundo através da comédia, mostrar de onde eu vim”.
Jhordan Matheus ainda revela que tem a intenção de trabalhar em uma novela como presente para a sua avó. “Minha vó é uma inspiração, uma mulher preta e favelada que fez de tudo para cuidar de mim e hoje eu faço tudo isso para ela. Com certeza tenho que fazer uma novela para ela ficar feliz, é doida para me ver na tela, tenho que realizar isso para ela também”, finaliza.
Clara Sodré, especialista em Investimentos, analista de alocação e fundos da XP e educadora da Xpeed School (XP inc.) Foto: Divulgação
Existe um núcleo negro, sólido e crescente dentro da XP. Inc, plataforma que lidera o ramo de serviços financeiros no Brasil. Ao todo, a empresa tem mais de 3,3 milhões de clientes e R$ 789 bilhões de ativos sob custódia. E como é ser uma pessoa negra dentro de negócio desse perfil, sendo que a comunidade negra faz parte dos grupos mais financeiramente carente?
Conversamos com algumas pessoas negras que fazem parte do quadro de funcionários da XP e que além do crescimento profissional também buscam encontrar seus pares em um ambiente que eles ainda são a minoria.
“Para mim entrar dentro da XP veio mais da necessidade e ver onde era o lugar mais tranquilo para eu estar no meio da Pandemia. Eu nunca tive essa ambição de trabalhar no mercado financeiro”, explica Carina Sucupira que trabalhava no setor de transporte antes de se tornar Engenheira de Dados nos times de Canais Digitais da XP é líder Blacks by XP Inc, grupo de profissionais negros dentro da companhia.
“Eu fiz estatística e a maior parte das pessoas que se formam nessa área acabam trabalhando no mercado financeiro. Eu já comecei como estagiária em um banco, então para mim evolução foi natural” detalha Julia Aquino da área de Equity Reseach da XP que entrou na empresa por meio de um programa voltado para mulheres.
A importância de incluir pessoas diversas já é um consenso, mas reter esses talentos ainda não é um tema tão discutido. Clara Sodré, especialista em Investimentos, analista de alocação e fundos da XP e educadora da Xpeed School (XP inc.) explica que espaços seguros, como o próprio grupo Blacks, são fundamentais.
“Nosso grupo é para gente conversar. É um espaço seguro para gente se conhecer, se entender e se apoiar, falar sobre nossos projetos, nossa carreira. Era importante a gente se enxergar e se entender como pessoas de diversas áreas onde a maioria são pessoas branca. Esses espaços também são de fortalecimento. É muito difícil se ver num local onde você não tem referencias e o grupo ajuda muito nessa questão”.
“Eu sou negra e sou lésbica e de todos esses recortes que eu tenho, a negritude é o que me afeta mais”, detalha Carina sobre a necessidade de ter um espaço que discuta questões raciais além das outras.
Porém, em um país onde a pobreza é negra, como fazer pessoas negras se sentirem estimuladas em falar sobre finanças. Wesley Miquelino, gerente de ESG na XP Inc. e responsável pelos programas de recrutamento explica a visão ampla sobre esse ponto. “Dentro do pacote de desenvolvimento que a gente criou para as pessoas vidas de programas, a gente também incluiu o curso de educação financeira, porque a gente também entendeu que várias pessoas vindas desses programas, passaram a ser os maiores geradores de renda da família. Então a gente achou importante também que eles tivessem essa base para começar essa jornada profissional aqui na XP”.
XP lança programa de formação de assessores de investimento exclusivo para pessoas negras
Com o propósito de capacitar e incluir mais profissionais negros no mercado financeiro, a XP anuncia o lançamento do programa “Vem Transformar”. Serão abertas 600 vagas para cursos de educação financeira e preparatórios para tirar a certificação da Ancord (Associação Nacional de Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias), condição necessária para ser um agente autônomo de investimento (AAI).
“Queremos reforçar, por meio desta e de outras ações, o nosso compromisso em fazer transformações significativas na sociedade. A inclusão e a diversidade na companhia e em nossa rede de parceiros é uma questão de extrema importância dentro do nosso propósito e cultura. Fizemos alguns estudos para identificar quais barreiras impedem a inclusão de profissionais diversos no mercado de trabalho e um dos principais obstáculos é a formação de qualidade, por isso decidimos investir nessas parcerias”, declara Ana K Melo, head de D&I e sócia da XP Inc.