O escritor, empresário, apresentador e fotógrafo Roger Cipó anunciou nesta segunda-feira (21), a continuidade do Projeto Laroyê, ideia que nasceu no início da pandemia, com o objetivo de ajudar empreendedores negros a alavancarem seus negócios. “A maioria dos empreendimentos no Brasil, que são tocados por pessoas negras, são empreendimentos que possuem um caráter de sobrevivência, estudos comprovam isso”, diz Cipó. “E durante a pandemia, vários desses empreendimentos quebraram ou quase quebraram, então a partir da minha plataforma, pensei em como poderia ajudar, aí nasceu o Laroyê”.

Em 2020, a plataforma Preta Hub, que concentra o trabalho do Instituto Feira Preta, em parceria com JP Morgan e Plano CDE, publicou um estudo intitulado ‘Empreendedorismo Negro no Brasil’, buscando mapear o perfil dos empreendimentos provenientes de pessoas negras no país. Conforme apontado por Cipó, a pesquisa concluiu que de todos os empresários negros que empreendem por necessidade, 46% deles justificam a ação pelo desemprego, acentuado pela dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.

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O projeto Laroyê possui mais de dois anos de existência e, ao longo desse período, Cipó conta que várias das empresas beneficiadas aumentaram de faturamento, melhoraram o desempenho comercial e a clientela. O apresentador detalha que semanalmente, todas às segundas-feiras, ele indica e divulga, em sua página no Instagram, o trabalho de sete empresas comandadas por pessoas pretas. Cálculo resulta num total de mais de 740 empresas impactadas diretamente pelo Laroyê.

Roger conta ainda que o nome da ação, bem como o número 7 (sete) em torno das empresas selecionadas, semanalmente, possuem um forte significado. “Laroyê é uma expressão do Candomblé, uma saudação a Exu, o Orixá do mercado, da comunicação, o Orixá que permite que os negócios aconteçam, que transmuta a energia do trabalho em dinheiro e sustento”, diz ele. “O sete também é um número nas tradições afro-brasileiros, muito presente e ligado a Exu, a exemplo de ‘Exu Tranca Rua’ ou ‘Pomba-Gira das 7 Encruzilhadas’. Então Laroyê tem esses aspectos e essas coisas que eu aprendo. Além de apresentador, fotógrafo eu sou Ogã, numa tradição de Candomblé, eu sempre digo que é o Candomblé que me forma para o mundo. Então, trazer esses elementos, esses símbolos, faz muito sentido pra mim”.

Ao MUNDO NEGRO, Roger adianta que o Projeto Laroyê ganhará outros formatos, indo além do que ele faz atualmente em seu Instagram: “Se eu tivesse 1 milhão de seguidores, eu faria o Laroyê em outra dimensão, seria muito maior, atingiria mais pessoas. O projeto também é uma forma de instigar, pressionar, inspirar meus colegas comunicadores, publicitários, artistas e influenciadores a utilizarem suas plataformas nesse sentido. Eu gosto de inspirar pelo exemplo, mais importante que eu discursar sobre isso é apresentar soluções e o Laroyê é uma dessas formas. Costumo dizer que todo mundo é influenciador em alguma medida porque acabamos influenciando posições e ações… Daqui a pouco o Laroyê vai ganhar outros formatos, isso posso adiantar, porque a minha ideia de fato é criar uma rede de negócios, serviços e produtos produzidos por pessoas negras na sociedade, para que de alguma forma façamos parte dessa inserção de pessoas negras em todos os espaços”.

O Laroyê é uma ação contínua, não possui data limite. Então, qualquer pessoa ou empreendedor que deseje indicar um negócio de origem negra, pode entrar em contato diretamente pela página do Instagram de Roger Cipó.

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