Programa ‘A Roda: Samba’ recebe Tati Quebra Barraco, Xande de Pilares, Dudu Nobre, Molejo, Nilze Carvalho e Marvvila

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Programa ‘A Roda: Samba’ recebe Tati Quebra Barraco, Xande de Pilares, Dudu Nobre, Molejo, Nilze Carvalho e Marvvila
Foto: Divulgação.

Programa aborda a ligação do gênero com o funk e do pagode e a influência da favela e do subúrbio e vai ao ar no sábado de Carnaval na TV Globo do Rio de Janeiro e na Globoplay para todo o Brasil

Na maior parte das cidades do Brasil não vai ter carnaval, mas tem cuíca, tem pandeiro, surdo, cavaco e tamborim no ‘A Roda: Samba’ deste sábado de carnaval. O programa vai ao ar na TV Globo no Rio de Janeiro e aberto na Globoplay para todo o Brasil. Para falar sobre ligação do gênero com o funk e o pagode e da influência da favela e do subúrbio, Chico Regueira e Luiz Antonio Simas recebem na Fundição Progresso, na Lapa, Xande de Pilares, Dudu Nobre, Molejo, Tati Quebra Barraco, Nilze Carvalho e Marvvila. Na lista das músicas que dar o tom da conversa estão clássicos como   ‘Eu Sou Favela’, de Bezerra da Silva, Meu Nome é Favela, de Arlindo Cruz, o samba-enredo da Mocidade ‘Chuê, Chuá…as águas vão rolar’, entre outros.

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“O interessante é que essa música ‘Eu sou favela’, ela fala da favela como um problema social mas ela acaba virando, de certa maneira, uma solução, né? A favela  constrói os seus modos de vida, e a cultura do Rio de Janeiro, ela acaba de alimentando profundamente da favela, daquilo que ela cria. Isso não é romantizar o precário. Não é isso! Mas como a favela acaba construindo a música do Rio de Janeiro, a cultura do Rio de Janeiro, o samba do Rio de Janeiro, o funk do Rio de Janeiro, que é irmão do samba carioca. Então a importância da favela como construtora de cultura e solução de vida é absolutamente fundamental. É um problema social que acaba virando paradoxalmente uma solução pra cidade. Se a cidade olhasse mais para a favela e o que a favela cria pra resolver os seus problemas, eu acho que a gente estaria melhor, atesta Luiz Antonio Simas.

Foto: Divulgação.

Nascida e criada na Cidade de Deus, Tati foi convidada para representar o local, que revelou ela e tantos outros talentos para o mundo. “Eu sou Cidade de Deus desde pequenininha. Eu acho que a gente tem que ser o que a gente é independentemente de você dar sorte com uma música na vida. Eu era cozinheira de uma creche, depois que eu virei Tati Quebra-Barraco, veio tudo muito rápido. Mas eu acho que a nossa essência, e o nosso pé no chão, tem que estar com a gente independente de qualquer coisa. Com dinheiro entrando ou saindo, ou muito ou pouco, a gente tem que ser a gente”, defendeu ela, que há 15 anos, saiu da Cidade de Deus, mas não deixou de frequentâ-la: “Eu comprei uma casa a dez minutos da minha comunidade, chego lá rápido de mototáxi (risos). Eu estou sempre lá, tenho minhas amizades, moro aqui há 15 anos, mas minha vida realmente é lá na CDD. Eu sou muito grata a Deus por ter me dado essa casa, para os meus filhos, e que hoje está se tornando dos meus netos. Eu tenho o maior orgulho de ser da CDD, era o quartel general dos MCs, porque de lá saiu muita gente. Não é à toa que tem uma frase na minha música em que eu falo: ‘da CDD para o mundo’.

Quando o assunto abordado foi a íntima relação do samba com o subúrbio carioca e tantas melodias nascidas em nos ônibus e vagões de trem, Dudu Nobre, Xande de Pilares e Anderson, do Molejo, relembraram no programa o começo de suas respectivas carreiras. ” Muita coisa!. No ônibus então… 638! A gente ficava ali atrás, voltando do Cacique de Ramos, 623, 625, E aí, o que acontece? A gente ficava fazendo um samba, quando o trocador gostava, o trocador falava assim: olha, gostei do samba, vou deixar você pular a roleta. Ou passar por baixo. E aí, quando o trocador não gostava, a gente tinha que esperar parar no ponto e descer”, contou Dudu, se divertindo.

Marvvila, ex-The Voice Brasil, e representante da nova geração do pagode, foi criada em Bento Ribeiro, e também tinha história para contar sobre sua chegada no mundo do samba. A jovem, de 23 anos, precisou começar a cantar escondido até poder .

Dudu Nobre. Foto: Divulgação.

“Em casa a gente escutava mais gospel. E eu cantava ali escondidinho na escola, comecei a gostar, ficou guardadinho em mim. Mas eu deixei pra me descobrir, me revelar mesmo, lá depois dos dezoito mesmo. De começo, foi um susto assim. Aquela menina, filha de pastor, que seguia à risca, do nada tá lá na roda de samba cantando pagode”, contou a cantora, que começou postando seus vídeos na rede social: “E postava na internet até que começou a viralizar. E as pessoas vinham pra mim falando: ah, você é aquela menina que canta aqueles pagodes, eu adoro demais. Eu comecei a ver que a galera já estava me enxergando como uma mulher ali representando o pagode”.

Coube a Andrezinho, do Molejo, fazer jus ao DNA, ao mostrar o som da cuíca e reproduzir a paradinha criada por seu pai, Mestre André, quando o assunto chegou no carnaval. Dudu Nobre, autor de 24 sambas-enredos, com diferentes parceiros, também tirou onda como sobrinho de Mestre Jorjão. Já Nilze Carvalho e Luiz Antonio Simas lembraram da ligação do samba com choro e suas raízes nos ranchos, que antecederam os desfiles das escolas de samba. “Tudo, tudo, tudo do mesmo DNA. É aquela linha que vem cruzando, zigue-zagueando e que, no final das contas, se encontram. E é a música brasileira,  né?”, define Nilze.

E depois de Tati interpretar ‘Homem é pra sentar’, os partideiros da roda são desafiados por Chico Regueira a misturar samba com funk das antigas e fazem bonito.

A Roda – Samba, surgiu por conta do adiamento dos desfiles das escolas de samba e homenageia o ritmo mais brasileiro de todos e reúne personagens que representam o Rio de Janeiro para uma conversa entremeada por sambas clássicos

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