Novo mapa elaborado pela antropóloga Adriana Dias revela que os grupos neonazistas se espalharam no Brasil com grande velocidade ao longo dos últimos 3 anos, impulsionados pelos discursos de ódio extremistas contra as minorias. Adriana, que se dedica a pesquisar o neonazismo no Brasil desde 2002, mostra que existem pelo menos 530 núcleos extremistas, num universo que pode chegar a cerca de 10 mil pessoas. De acordo com pesquisadora, registro representa um crescimento de 270,6% de janeiro de 2019 a maio de 2021.
Número de pessoas em núcleos extremistas o Brasil cresceu 270,6% em 3 anos — Foto: Reprodução/TV Globo
Adriana explica que os neonazistas possuem semelhanças evidentes entre si: “Eles começam sempre com o masculinismo, ou seja, eles têm um ódio ao feminino e por isso uma masculinidade tóxica. Eles têm antissemitismo, eles têm ódio a negro, eles têm ódio a LGBTQIAP+, ódio a nordestinos, ódio a imigrantes e negação do holocausto”, revela.
Segundo as leis brasileiras, pode ser preso de um a três anos quem fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos nazistas. Durante o último domingo (16), matéria abordando o crescimento das células neonazistas no país, foi exibida no Fantástico, da TV Globo. Dentro da reportagem, a juíza Cláudia Dadico ressalta que a falta de uma legislação clara contra discursos de ódio no Brasil é o principal obstáculo para que esses crimes sejam punidos.
“Os casos que tenho acompanhado da Polícia Federal tem tido realmente um esforço grande no sentido de investigar e punir”, comenta Cláudia. “O que ocorre é que muitas vezes alguns operadores do direito têm uma compreensão da liberdade de expressão que acaba, de certa forma, obstaculizando a punição desses crimes, que claramente não se situam dentro do campo da liberdade de expressão”, finaliza a juíza.
O principal ponto motivador para a explosão do número de células neonazistas no Brasil, segundo apurado pelo Fantástico, vem das redes sociais. De acordo com investigações, jornalistas flagraram mensagens de ódio em redes privadas, além do compartilhamento de vídeos exaltando Adolf Hitler e manifestações se configurando além das redes sociais. Especialistas temem que aumento dos grupos neonazistas possam extrapolar redes sociais e ganhar força com ataques violentos no país.
A rapper Karol Conká usou seu perfil no Twitter para opinar sobre algo muito comum mas redes sociais: as comparações que estão sendo feitas entre os participantes atuais e das edições anteriores.
Karol é dona do título de maior recorde de rejeição da história do “BBB” e fala abertamente sobre o assunto, explicando que considera as comparações “deselegantes”, e torce para que nenhum dos novos confinados assuma o posto de vilão que ela ganhou no ano passado.
“Que deselegante ficar fazendo comparações com os novos participantes do #BBB22”, escreveu. “Ninguém é igual a ninguém. Deus ajude que não tenha uma variante de Jaque Patombá na casa HAHAHAHAHA. (Rindo de nervoso)”
Após sair do confinamento, Karol chegou a dar um tempo das redes sociais, e depois lidou com o cancelamento com o documentário “A Vida Depois do Tombo”, produzido pelo Globoplay.
Em entrevista exclusiva ao MUNDO NEGRO, Projota conta detalhes sobre seu novo álbum de estúdio, ‘A Saída Está Dentro’. Disco traz 11 músicas intensas e com tons confessionais, além da marca registrada do artista: falar sobre o que vive e pensa – somado aos temas românticos que também são sua assinatura. “O topo gera solidão, é verdade. Sempre converso com os artistas da nova geração sobre isso, sobre se cuidar, na época eu não me cuidei muito bem. Na faixa ‘Isaías 41:10‘ falo sobre esse ano louco de 2021, perdi minha vó, que me criou, era como uma mãe, saí do BBB, foi cancelamento, perdi meu gato, meu cachorro, foi um ano louco, não sei como saí ileso. As pessoas pensam muito: ‘você esta bem? sua carreira?’ Mano eu estou ileso, estou com saúde. Gloria a Deus, não tenho do que reclamar, aprendi muitas coisas, foi um ano intensivo” conta o cantor.
Capa de ‘A saída está dentro’. Foto: Fred Othero
“Eu fiz um álbum de desabafo. Das músicas mais leves até as mais pesadas, é muito desabafo. Sobre como é difícil viver nesse momento, é um disco bastante sincero. Costumo falar muito sobre minha parada, sobre meu corre. Foi o ano mais complexo da minha vida, talvez o mais complexo de toda a vida“, revela Projota. Cantor conta ainda sobre um encontro que teve com Marcelo D2 em meados de 2010 e a relação que criou com a solidão causada pela busca em torno do topo.
“Um dia encontrei o Marcelo D2, em 2010 ou 2011, ele era o dono do rap, ele atingia todos os lugares, todos os programas de TV. Lembro que ele me cumprimentou numa casa de shows em São Paulo, ele disse ‘Mano eu sou seu fã’. E eu fiquei surpreso. Foi muito louco, anos atrás eu pensava que quando chegasse no topo, iria querer manter o topo, era um pensamento errado e conservador. Quando ele me cumprimentou daquele jeito, pensei ao contrário, dever ser solitário demais o topo. Um dia, eu me vi nessa posição, de ser artista de rap que estava em todos os programas de TV e era solitário, eu só queria que mais gente pudesse. Eu não era o único, minha geração conseguiu ampliar os horizontes, mas era solitário. Vencer na vida, neste estilo de vida é muito fácil de te isolar” conta o intérprete de ‘Pássaros’. “Me vi em um período morando no centro da cidade onde eu não via ninguém, me senti depressivo, não queria nem sair pra fazer show. Só conseguia me conectar com o que tem de bom em mim quando eu pegava pro telefone e ligava pros meus amigos, eles são meus amigos desde os 07 anos”, complementa.
Foto: Fred Othero
Recentemente, o meme – e a fake news – envolvendo a “faca”, que invadiu as redes com o apresentador Matheus Mazzafera, durante o BBB 21, voltou a viralizar na internet. Perguntado sobre como reagia a isso, Projota comentou: “O meme é suave, se for meme é de boa. O que aconteceu na época não foi legal. Nem todo mundo viu que era só uma fake news. Muita gente ainda liga meu nome a esse negócio da faca. Nada a ver. Quando é meme eu dou risada. o problema são outras coisas, intolerância, agredir verbalmente, aconteceu muito na época. Hoje tá suave”.
Dentro de ‘A Saída Está Dentro’ Projota apresenta diversas parcerias, uma delas com Nando Reis, artista do qual ele rasga elogios: “O Nando é muito foda, que energia. Generoso, ele estudou a música. Veio preparado, veio com a vibe de quem se entregou ao projeto. Aprendi muito com ele”, conta. Ao MUNDO NEGRO, o cantor também indica artistas que anda escutando: “Sou fã de rap, desde meus 15 anos. Assim como fãs do Racionais, do RZO, do MV Bill, então não parei de ser fã de rap conforme novos artistas foram surtindo. Sou fã dessa nova molecada, o trap abriu a porta pra melodia de novos artistas. Sou fã do Matuê, do Xamã, sou fã do Teto, do Major RD, da Cynthia Luz, do Froid. Tem um menino chamado Sotam, ele tem uma música chamado ‘Katrina’, é nivel gringo, com nossa língua. É muito bom. Ele tem um projeto chamado ‘Songs For Smoke’, é muito bom”, finaliza.
Vivendo um momento de expansão em sua carreira, a cantora Urias tem muito a celebrar com o lançamento de seu primeiro álbum, intitulado ‘Fúria’. O projeto traz letras intensas e faz reflexões sobre a sociedade, comportamento e sobrevivência da comunidade LGBTQIAP+. Além de assinar as composições, ela traz timbres de R&B, hip hop e cinema noir – sons e estéticas que são as principais inspirações da artista. “Eu sei que no mercado de hoje em dia as pessoas simplificam um bando de singles e fecham o álbum para lançar, mas eu tenho histórias pra contar. Eu quero que escutem e pensem sobre ele, quero que faça as pessoas pensarem alguma coisa“, conta Urias ao MUNDO NEGRO.
Além de ter lançado recentemente o seu tão aguardado álbum de estreia, juntamente com o clipe para da faixa “Tanto Faz”, Urias conquistou o primeiro lugar dos álbuns mais vendidos do iTunes Brasil. É a primeira vez que a artista atinge essa posição na parada de álbuns. Através de um projeto original, refletindo suas vivências e contando histórias de encorajamento e luta, Urias conta ao MUNDO NEGRO, em entrevista para o jornalista Arthur Anthunes, detalhes sobre ‘Fúria’, projeto que segundo ela pode ser descrito dentro das palavras “potência, raiva, possibilidade e faísca”.
Capa do álbum “Fúria”. Foto: João Arraes
MUNDO NEGRO: O que podemos esperar sobre o “Fúria”?
Urias: “Neste álbum [Fúria] fiz coisas que nunca tinha feito antes, tanto com ritmos quanto com letras e visuais. Eu sempre peço para nunca esperarem nada em específico, não me meço assim. Mas o álbum flerta muito com o R&B, muito com o hip-hop, as minhas rimas, as batidas e tudo mais. Também não deixa de ter identidade de música eletrônica que eu venho passando e misturando ao longo de minha carreira, dando um tom de coisa nova.”
Existe um conceito em torno do preto e branco?É possível ver esses elementos na capa e nos seus clipes.
“No início quando comecei a pensar no álbum, no preto e branco era mais pelo mistério. Uma vibe que pudesse abrir a capacidade de interpretação das pessoas, que elas pudessem imaginar que cor seria. O preto e branco tem esse mistério. Tudo que é relacionado ao CD vem em preto e branco”.
E sobre referências, podemos pensar em quem?
“Nessa segunda parte do álbum me inspirei muito em ShyGirl e Tkay. No geral, me inspirei em pessoas que crescemos ouvindo, como Beyoncé e Rihanna, não tem como, elas são referências pra todas, elas começaram o rolê e é isso”.
Urias, que chegou a prestar vestibular para Design de Moda, conta que estudou sobre Tradução, Relações Internacionais, mas foi na música que encontrou seu pertencimento artístico. “Sempre tratei a arte como um hobbie, nunca pensei que fosse possível viver de música, nunca pensei que eu iria viver disso” conta a cantora. “Não achava que iria viver de arte, sempre pensei ‘isso aqui não vai dar em lugar nenhum, o que vai dar em alguma coisa é a faculdade’. Depois, comecei a me jogar e a tentar, aí deu certo”, revela.
Foto: João Arraes
Sobre o AFROPUNK 2021, como foi a experiência?
“Foi uma surpresa, primeiro me surpreendi com o convite. Eu fiquei ‘Meu Deus?’. Eu fiquei 2 anos fazendo shows apenas para câmeras. Quando vi o line-up do AFROPUNK percebi que estava dividindo o palco com pessoas grandes. Fiquei muito nervosa, mas veio a parte boa, escolha do look, tudo em torno. Foi uma das melhores experiências de anos que tive, um sonho realizado. Ver as pessoas cantando minhas músicas novas, eu nunca tinha visto. Você ver que as pessoas estão cantando suas músicas, é uma experiência incrível. Foi uma valorização do meu trabalho. Uma valorização que mostra que o que estou fazendo não é atoa. Um festival de fora está prestando atenção no meu trabalho. Eu pensei que nunca iriam me ouvir, minha mensagem, então só de saber que existem pessoas que nem falam minha língua, querendo me escutar, é muito importante”.
Como você recebe essa menção de ser uma grande inspiração para tantas pessoas?
“Às vezes vem uma certa responsabilidade, do ‘preciso fazer direito’, mas abraço bem. É muito bom saber que você esta fazendo uma diferença positiva na vida de pessoas que você não conhece e que consequentemente essas pessoas estão fazendo da minha arte parte da vida delas. É uma troca muito incrível. Eu não achei que eu fosse ser isso tudo, é muito louco?”.
Quando caiu a ficha de que você é “isso tudo”?
“O AFROPUNK foi um desses momentos. Da última vez que andei de metrô foi uma delas, fiquei pensando ‘o que está acontecendo?’. Tive vontade de sair correndo. Pessoas que também nem sabiam quem eu era se juntavam para ver o que estava acontecendo. Várias fichas vão caindo, até as fichas de responsabilidade, às vezes não posso fazer algumas coisas, mas se eu fosse anônimo eu poderia. Faz parte de um senso de saber quem você e onde você transita”.
Foto: João Arraes
Sobre turnês, Urias diz que o “Furia” sempre pensando no palco, mas que existe incertezas por conta da pandemia e já adianta turnê internacional. Cantora comenta ainda sobre o conceito em torno do título do disco.
Porque o álbum se chama ‘Fúria’?
“Eu sei que no mercado de hoje em dia as pessoas simplificam um bando de singles e fecham o álbum para lançar, mas eu tenho histórias pra contar. Eu quero que escutem e pensem sobre ele, quero que faça as pessoas pensarem alguma coisa. Mesmo que elas estejam requebrando o rabo. Aquele meme da Leona Vingativa: ‘A gente faz uma palhaçadinha, mas parando pra pensar’. Resolvi falar sobre a raiva porque ninguém fala muito sobre esse sentimento. Esse sentimento nos força a ter ações em momentos difíceis. Decidi falar sobre isso porque nunca associam minha imagem e meu recorte à raiva, sempre associam a dó. “Ai coitada, ela é travesti”, isso no imaginário das pessoas. Então pensei, eu não estou assim, estou é com raiva de tudo que acontece comigo e porque acontece comigo e não é culpa minha, não tenho nada a ver com isso, vocês que precisam lidar com isso. Queria que as pessoas entendessem que nós estamos com raiva. Tudo em torno do álbum gira em torno disso, em torno da ‘Fúria’”.
Nos conte 4 palavras que podem definir o álbum.
“Possibilidade, raiva, potência e faísca”.
Com ‘Tanto Faz’, seu novo single de trabalho, Urias diz que música reflete o clamor em querer sem ouvida, sobre a raiva de ser negada do afeto. “No clipe faço um paralelo sobre o meu alcance desse amor com o alcance que a loba possui em cantar para a lua, uma relação meio impossível”. Artista finaliza comentando que seu novo projeto apresenta suas vivências e enfatiza: “As minhas vivências não são só minhas”.
Depois de muitos pedidos dos fãs de ação para a volta da franquia ‘OProtetor‘, finalmente, com os pedidos atendidos, ela está de volta, com uma nova sequência em produção. A informação foi confirmada pelo próprio astro Denzel Washington, ao portal Collider.
Em uma recente entrevista à publicação, o aclamado vencedor do Oscar comentou quais serão os seus próximos planos, após o grandioso sucesso de ‘A Tragédia de Macbeth‘. Na ocasião, ele compartilhou o seu entusiasmo em poder se preparar para estrelas a sequência do filme.
“Eles escreveram o roteiro de O Protetor 3 e eu estou agendado para fazer isso. Então preciso entrar em forma e começar a bater nas pessoas de novo! Eu poderei bater em pessoas mais uma vez. Primeiro, A Tragédia de Macbeth e agora poder voltar a bater em pessoas?! Dá para ficar melhor do que isso?”
Fontes internas ainda afirmaram ao Collider que Antoine Fuqua está em negociações avançadas para retornar na direção do terceiro filme e a expectativa é de que este seja o seu próximo projeto depois de finalizar ‘Emancipation‘, produção estrelada por Will Smith e desenvolvida para o streaming Apple TV+.
Com o BBB prestes a começar, a expectativa de acompanhar como os confirmados sairão só aumenta diante do público brasileiro.
Um dos participantes Que chamou muito atenção pela sua espontaneidade da apresentação foi Vinicius, ou simplesmente Vyni, que se tornou o primeiro anônimo a atingir milhões de seguidores no Instagram, antes mesmo da iniciação do programa. Ele foi anunciado como uma dos participantes do reality na última sexta-feira, 14, e, antes disso, possuía pouco mais de 70 mil seguidores.
O bacharel em direito não atua na área e se definiu em seu vídeo de apresentação como um “influencer de baixa renda”. O jeito de Vyni fez com que ele fosse comparado a Gil do Vigor, do “BBB 21”. Nas redes sociais, ele foi chamado por muitos seguidores de “filho do Gil” e “Gil 2.0”. Vinicius tem 23 anos e começou a ganhar mais visibilidade na internet quando teve um vídeo compartilhado pelo humorista Tirullipa.
Nas redes sociais, os administradores do rapaz, que estão chamando os novos fãs dele de ‘lampiões’ agradeceram os seguidores que chegaram e afirmaram que Vyni se emocionaria com o novo número.
“Tu crê que isso é de verdade? Não é sonho não? Armaria, meu povo, um milhão de lampiõezinhos ofuscando até os satélites da NASA. Nosso menino merece demais! O pobre vai ficar é doido se souber disso [risos]… Fica aqui nosso agradecimento especial a cada um de vocês”, escreveram quando ele atingiu 1 milhão de seguidores.
Antropólogo Antônio Risério, autor do texto "Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo" . Foto: Reprodução / SESC TV.
Em um dos assuntos mais comentados neste domingo (16), o jornal Folha de São Paulo causou revolta dos leitores ao publicar em seu site oficial o artigo “Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo”, assinado pelo antropólogo Antonio Risério. Através de situações isoladas, publicação afirma que o “racismo negro, sob o discurso antirracista, se manifesta por organizações supremacistas”, validando dessa forma, a existência do ‘racismo reverso’, termo amplamente rejeitado por especialistas e pesquisadores da área. Autor declara ainda que os “pretos já contam, sim, com instrumentos de poder para institucionalizar seu racismo”.
Através do artigo, Antonio Risério declara que “a esquerda e o movimento negro reproduzem um projeto supremacista, tornando o neorracismo identitário mais norma que exceção”. Ou seja, autor afirma que existe um novo tipo de racismo, que atinge os brancos e que é ocasionada pelo movimento negro. Autor comenta diversas vezes que o “racismo negro antibranco” existe.
Nas redes, pesquisadores e influenciadores, criticaram a Folha de São Paulo e o antropólogo, após publicação do artigo.
Esta é talvez a coisa mais inacreditável que eu já vi ser publicada na Folha de São Paulo (mesmo com um histórico de absurdos). https://t.co/xdIZmXjjIF
Em 2022 a @folha publica um artigo que defende racismo reverso. Que merda, Folha de São Paulo. Que atraso, Folha de São Paulo. Que vergonha, Folha de São Paulo. Até o final do ano a @folha acaba publicando algum artigo defendendo a revogação da Lei Áurea. https://t.co/tOjVJoTk8c
De acordo com especialistas da área, e consenso entre estudiosos, o chamado ‘racismo reverso’, defendido pelo antropólogo Antônio Risério, não existe. Isso porque, de forma simplista, os brancos ocupam uma posição de privilégio na sociedade, que os impedem de sofrer diversos preconceitos.
A jornalista e pesquisadora Lia Vainer Schumacher escreve sobre sobre a inexistência do ‘racismo reverso’: “Para que um branco possa sofrer racismo é preciso que, historicamente, os brancos sejam considerados inferiores aos negros, ou indígenas ou asiáticos ou qualquer outro grupo humano que se disser superior e a partir daí escravizar, matar, dominar, discriminar e diferenciar fazendo que todos os brancos ocupem lugares de subalternidade na estrutura social”. Lia enfatiza ainda que isso nunca aconteceu na história da humanidade.
A Diaspora.Black está com inscrições abertas para o Edital Percursos Negros, que vaimapear e apoiar com recursos técnicos e financeiros até 10 iniciativas de afroturismo em todo o País. As inscrições podem ser feitas pelo link bit.ly/LabCriativodeRoteiros até o dia 26 de janeiro.
O objetivo é fortalecer e ampliar as narrativas negras do turismo em todas as regiões brasileiras, desenvolvendo novos roteiros de passeios e vivências focados nas memórias e cultura afro-brasileiras.
“Esse é um momento histórico para consolidar um novo turismo no Brasil, em que a gente possa se ver e se reconhecer nos principais destinos turísticos do País, a partir da nossa própria narrativa”, explica o fundador da Diaspora.Black, Carlos Humberto Silva Filho. “Nosso objetivo é fortalecer o Afroturismo, que está em franca expansão no País nesta retomada do setor”, completa.
O edital Percursos Negros contará com um Mapeamento do AfroTurismo, que vai aprofundar o diagnóstico sobre 30 organizações de afro-empreendedores que atuam com turismo e cultura negra em todo o País. Em março de 2022, o Laboratório Criativo de Roteiros vai realizar oficinas abertas a partir dos principais desafios apontados pelo diagnóstico, como gestão financeira; construção de roteiros; storytelling e comunicação.
Também serão selecionadas até 10 iniciativas e propostas de roteiros para receber recursos financeiros, mentorias especializadas e apoio para produção de material promocional das iniciativas. A seleção será feita por uma comissão externa de curadoria, formada por profissionais de referência e associações do segmento.
A previsão é que a partir de maio, os novos roteiros já estejam disponíveis para reserva. “Quando pensamos em outras possibilidades de turismos mais democráticos, inclusivos e disruptivos de uma lógica elitista, precisamos de mais experiências concretas que valorizem a cultura e a ancestralidades negra. Este edital é um passo importante para isto”, afirma o turismólogo e pesquisador, Michel Ferreira.
Podem se inscrever coletivos, microempreendedores, agências ou comunidades tradicionais que já atuem ou tenham projetos para desenvolver roteiros turísticos e culturais de valorização da cultura afro-brasileira em seus territórios. O foco do mapeamento é nos territórios com potencial turístico, com abrangência nacional.
Para participar, basta preencher o formulário e encaminhar um vídeo com a descrição da iniciativa que já realiza ou que pretende desenvolver. Serão apoiadas iniciativas novas ou já existentes, em territórios urbanos ou comunidades tradicionais de todas asregiões. A organização não precisa estar formalizada ou mesmo possuir MEI ou Cadastur.
O impacto social gerado pelas iniciativas é um dos critérios para a seleção das propostas, além da criatividade e viabilidade das propostas. “A proposta foi construir um Edital bastante acessível para os mais diversos proponentes. Vamos priorizar o impacto social gerado com a ampliação de renda e oportunidades para as iniciativas e com a difusão e valorização da cultura negra”, detalha a pesquisadora Natália Araújo.
O Edital Percursos Negros: Mapeamento do AfroTurismo e Laboratório Criativo pode ser acessado neste link. A iniciativa é realizada pela Diaspora.Black, startup de turismo e cultura negra reconhecida pela Organização Mundial do Turismo (UNWTO) como uma das 10 principais travel techs do País em 2021.
A iniciativa conta com o patrocínio do Grupo Carrefour por meio do Edital Juntos para Transformar, realizado em junho de 2021, com o objetivo de fomentar os afro-empreendedores no desenvolvimento de seus negócios.
“Eu, Minha House e a Minha Quebrada”: séria cômica na Wolo TV conta a história de um negro pobre que ganhou na loteria
A Wolo TV, o streaming mais negro do país trás uma novidade para quem ama uma comédia nacional. Criada por Diego Lisboa, “Eu, minha house e minha quebrada” conta a história de um jovem periférico que é cineasta e de repente fica milionário ao ganhr 500 milhões de reais na loteria.
Não, ele não sumiu com o dinheiro para tentar carreira em Los Angeles. Sua decisão foi ficar na Bahia e criar um reality show e investir essa grana nos talentos da comunidade.
A série no ar desde o dia 14, é uma co-produção com os 10ocupados (10produtora) e tem no elenco grandes nomes da comédia baiana como Leozito Rocha, Dum Ice (Koskó), Cristian Bel; Lorena Rufis e Lukas Lelé (Sucrilho), Tânia Toko e Jorge Washington. Helhão Sena e Licinio Januário assinam a direção. “Enquanto eles colocam armas na nossa mão em suas produções, nós vamos celebrar famílias pretas e periféricas. Nós vamos construir o nosso futuro nós mesmo”, diz Januário
Para quem gosta de cinema, mas sente falta de acompanhar de perto o que a comunidade negra tem produzid, temos uma boa notícia. De 19 de janeiro a 09 de fevereiro, o Sesc São Paulo realiza a “OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros”, ofertando ao público uma seleção de filmes realizados por cineastas negras e negros. Com sessões presenciais no CineSesc, em São Paulo e exibições on-line na plataforma Sesc Digital, a mostra se dedica a promover a diversidade de criadoras e criadores brasileiros e destacar a importância histórica do audiovisual em sua potência poética e política, e sua contribuição para a decolonização do olhar. Mais informações em sescsp.org.br/cinemasnegros.
Do Yorubá, “ojú” significa “olho” e o cinema se inicia pelo olhar, sensibilizado pela luz da projeção. Para o Sesc, a ideia de uma roda de cinema aproxima os sujeitos para juntos compartilharem histórias, se identificarem e, em coletividade, construírem as narrativas. Com esse propósito, a nova mostra busca envolver o público na roda e fazer movimentar pensamentos. Ao ressaltar a produção audiovisual negra, a OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros pretende destacar a importância do fazer coletivo, respeitando a singularidade dos diferentes sujeitos, corpos e formas de contar histórias.
A mostra exibe uma programação de curtas, médias e longas-metragens nacionais, no cinema e na internet, além de debates, cursos e oficinas on-line gratuitos, com objetivo de ampliar a difusão e o acesso a diversas criações, formatos e pensamentos sobre as questões raciais.
A comédia “O Pai da Rita”, de Joel Zito, abre a OJU com uma sessão especial no Cinesesc, no dia 19, às 20h. No filme, Ailton Graça e Wilson Rabelo interpretam dois amigos que partilham o amor pela escola de samba Vai-Vai e um amor de juventude.
Entre os destaques da programação estão a potente ficção “Cabeça de Nêgo”, dirigida por Déo Cardoso, e o documentário “Chico Rei Entre Nós”,de Joyce Prado.Inspirado no livro dos Panteras Negras, Cardoso estreia na direção de longa-metragem com a história de um aluno que, após sofrer insultos racistas na sala de aula, tenta impor mudanças em seu colégio ao enfrentar a direção e colocar em foco o racismo presente na instituição de ensino. Joyce Prado também faz sua estreia na direção de longas, ao narrar a história e legado do rei congolês escravizado que lutou pela liberdade — a sua e a de seu povo — durante o Ciclo do Ouro em Minas Gerais. Joyce faz de Chico Rei o ponto de partida para explorar os diversos ecos da escravidão brasileira na vida dos negros e negras de hoje, entendendo seu movimento de autoafirmação e liberdade a partir de uma perspectiva coletiva.
Entre os curtas-metragens, destaque para o premiado “Sem Asas”, de Renata Martins, que conta a história de Zu, um garoto negro de 12 anos, que vai à mercearia comprar farinha de trigo para a sua mãe e, na volta para casa, descobre que pode voar. O curta foi vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – Melhor Curta-Metragem Ficção, em 2020. Outra obra que recebeu o mesmo prêmio, em 2021, é “República”. Dirigido pela atriz Grace Passô, o curtafoi produzido em sua casa, no centro de São Paulo, durante a primeira fase do isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19 em 2020. O filme também foi premiado como Melhor Curta-Metragem de Ficção no 53º Festival de Cinema de Brasília e recebeu o Prêmio Abraccine 2020.
A mostra exibe também “Dois Garotos Que Se Afastaram Demais do Sol”, baseado na peça “12º Round” do dramaturgo Sérgio Roveri, que traz o embate entre os boxeadores Emile Griffith e Benny Kid Paret. A obra de Lucélia Sergio e Cibele Appes reflete sobre as lutas e os sonhos de homens negros e foi vencedora do prêmio de Melhor Curta-Metragem no Festival Mix Brasil de 2021.
Ao todo, a Roda Sesc de Cinemas Negros contará com 43 sessões presenciais no Cinesesc, em São Paulo, com venda de ingressos pelo site sescsp.org.br/cinesesc e na bilheteria do cinema. A plataforma Sesc Digital recebe 9 títulos da mostra, que poderão ser assistidos gratuitamente pelo público de todo o Brasil, no endereço sescsp.org.br/oju. Em breve, programação completa de filmes.
Os debates, cursos e oficinas acontecerão em formato on-line e serão gratuitos. Os encontros propõem uma troca entre o público e profissionais do cinema, pesquisadores e pensadores, com o objetivo de debater temáticas presentes no cinema que pensa a diversidade. Os debates contemplam diversos temas e contam com a participação de nomes como a da produtora Lilian Solá Santiago, do realizador Joel Zito Araújo, das cineastas Renata Martins e Glenda Nicásio, da atriz Naruna Costa e do ator Christian Malheiros. Entre os cursos e oficinas serão oferecidas atividades que abordam Roteiro Infantil, Montagem e Financiamento. As inscrições serão realizadas a partir desta sexta-feira, 14/1, às 14h, pelo site sescsp.org.br/inscricoes. FILME DE ABERTURA
O PAI DA RITA Dir.: Joel Zito Araújo | Brasil | 2021 | 97 min | Ficção | 16 anos Roque e Pudim, compositores da velha guarda da Vai-Vai, partilham uma kitinete, décadas de amizade, o amor por sua escola de samba e uma dúvida do passado: o que aconteceu com a passista Rita, paixão de ambos. O surgimento da Ritinha, filha da passista, ameaça desmoronar essa grande amizade. 19/01, Quarta – 20H