Quinze anos depois do primeiro filme ser lançado, a Warner Bros. fará uma continuação de Eu Sou a Lenda, trazendo de volta Will Smith como protagonista, ao lado de Michael B. Jordan, um dos atores mais conhecidos atualmente das telas de cinemas.
Além de atuarem juntos pela primeira vez em um filme, a dupla também participará da produção do longa.
Como era de se esperar, até o momento não existem detalhes sobre a trama do filme, porém, de acordo com o Deadline, o roteirista do primeiro filme, Akiva Goldsman, irá retornar para escrever e produzir a sequência.
Nenhum diretor ainda foi escolhido e o filme está no inicio de sua produção.
A atriz Daphne Maxwell Reid, responsável por interpretar a personagem Tia Viv em ‘Um Maluco no Pedaço’, a partir da 4ª temporada, fará uma participação no reboot de ‘Bel-Air’. Dessa vez, num papel diferente, Daphne será Helen, uma diretora do conselho de artes.
De acordo com o site TVLine, Reid ainda contará com a companhia de outra estrela da série original, Vernee Watson-Johnson, atriz que em ‘Um Maluco no Pedaço‘ atuou como Viola “Vy” Smith, a mãe do protagonista Will (Will Smith). As duas aparecerão no capítulo 9 de Bel-Air, o penúltimo da primeira temporada. O episódio vai ao ar em 24 de março nos EUA, pelo streaming Peacock. No Brasil, ainda não há previsão de chegada.
De acordo com a sinopse oficial, ‘Bel-Air’ é ambientada na América moderna, em um análogo dramático da sitcom ‘Um Maluco no Pedaço’ dos anos 90, que se inclina para a premissa original: a complicada jornada de Will das ruas da Filadélfia Ocidental até as mansões fechadas do bairro titulo. Com uma visão reimaginada, a série mergulha mais fundo nos conflitos, emoções e preconceitos inerentes que eram impossíveis de explorar completamente em um formato de sitcom de 30 minutos. A produção terá duas temporadas e possui Will Smith como produtor.
Em nova revelação ao The Guardian, Zoe Kravitz revela que foi rejeitada como ‘Mulher-Gato’ dentro do filme ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge’, de 2012, por conta de sua pele negra. Interpretando a atual personagem dentro do novo filme ‘The Batman’, Zoe contou que cerca de 11 anos atrás foi considerada ‘urbana’ demais para assumir o papel, que acabou sendo direcionado para Anne Hathaway. “Não sei se a decisão veio diretamente de Chris Nolan[diretor de ‘O Cavaleiro das Trevas Ressurge’]”, disse Kravitz. “Eu acho que provavelmente era algum tipo de diretor de elenco, ou um assistente de diretor de elenco… Ser uma mulher negra, uma atriz negra, e ser informada naquela época que eu não estava apta a fazer o papel por causa da cor da minha pele, e a palavra ‘urbana’ sendo jogada assim, foi realmente muito difícil naquele momento.”
Anne Hathaway como ‘Mulher-Gato’ em ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge’.
Em ‘The Batman’, Kravitz interpreta Selina Kyle muito antes de ela ser conhecida por toda Gotham como a Mulher-Gato.A atrizestudou séries de capoeira e se debruçou sobre o estudo das relações de onças e gatos domésticos para aperfeiçoar o papel. Kravitz vem recebendo ampla aclamação por seu papel, sendo descrito pela crítica especializada como um desempenho único e envolvente. ‘The Batman’, dirigido por Matt Reeves já arrecadou mais de U$ 250 milhões pelo mundo.
Inaugurada em fevereiro de 2021, a clínica Ayo Odontologia conquistou rapidamente uma fiel clientela em busca de um atendimento afrocentrado. AYO nasceu da necessidade de criar espaços seguros, humanizados e acessíveis para a população negra, com uma equipe formada por dez cirurgiões-dentistas.
Sendo idealizada pelos dentistas Victor Hugo de Paula e Alexandre Severo Mendes, ambos formados pela Faculdade de Odontologia de Valença (RJ), que sentiram necessidade de ajudar colegas negros com dificuldades de encontrar ambientes confortáveis para pessoas pretas em carreiras elitizadas.
“A gente pensava em construir um espaço que fosse confortável para pessoas que se formaram, se dedicaram muito e começaram a perceber que o enorme desafio pela frente. É complicado para o profissional negro ter de provar que é bom o tempo inteiro, porque as pessoas, na maior parte das vezes, não têm confiança. A gente foge inteiramente do estereótipo. Por outro lado, percebemos também que pessoas pretas precisam de um cuidado específico da escuta, de entender seu histórico sem ser discriminado”, afirma Victor.
Além de todas as especialidades odontológicas – clínica geral, odontopediatria, cirurgia oral, implantodontia, próteses, ortodontia, ortopedia, dentística, periodontia, endodontia e harmonização orofacial –, a AYO Saúde passa a oferecer atendimento nas áreas de ginecologia, pediatria, endocrinologia, dermatologia, cardiologia e clínica médica. A equipe agora conta com dez cirurgiões dentistas, sete médicos, uma auxiliar de saúde bucal e duas secretária. Todos negros.
Afroempreendimentos como a AYO Saúde são fundamentais para a saúde física e mental de pessoas negras, e para o empoderamento financeiro delas. Além de contribuir para o combate das desigualdades sociais no país, onde negros são 56% da população.
A clínica está funcionando no Centro do Rio de Janeiro (Av. Graça Aranha 416, sala 219).
A cantora Ludmilla, reconhecida por sua habilidade musical e composicional, ganhou uma página de destaque como compositora dentro do Spotify. Com o objetivo de exaltar e celebrar talentos ao redor do mundo, a plataforma de streaming criou uma página dedicada aos grandes compositores mundiais. O perfil de Lud possui, ao todo, 65 músicas de sua autoria, elencadas numa nova playlist, a ‘Written By LUDMILLA’. Sucessos como ‘Verdinha’, ‘Solta a batida’, ‘Sou Eu’ e ‘Amor Difícil’ estão inclusas numa nessa seleção exclusiva.
De acordo com o Spotify, o Songwriters Hub, é uma página que possui o objetivo de apoiar a comunidade de compositores, através de um novo lugar para os ouvintes encontrarem playlists escritas por autores estabelecidos e emergentes, além de ouvir podcasts sobre o ofício de composição e descobrir um elenco rotativo de compositores em destaque e momentos culturais a cada mês.
Página inicial do Songwriters Hub. Foto: Spotify.
“É difícil mensurar a importância dos compositores para o processo de fazer música. Eles são responsáveis pelas letras, melodias, batidas e acordes que compõem as músicas que amamos”, publicou a plataforma em comunicado. “Mas, por mais integral que sejam, os compositores geralmente estão nos bastidores e não na vanguarda – seus nomes listados nos créditos e toda a amplitude de suas contribuições conhecidas apenas por especialistas da indústria. No Spotify, temos o compromisso de apoiar compositores de todo o mundo e criar mais oportunidades para eles”.
A empresária e influenciadora digital Sarah Fonseca usou as redes sociais na manhã desta segunda-feira (7), para denunciar um caso de racismo que sofreu por um funcionário da Baked Padaria, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Segundo relato de Sarah, o funcionário mandou que ela se retirasse da padaria após ela entrar e se dirigir à mesa onde o namorado dela estava sentado com os pais.
“Fui até a mesa onde meu namorado estava sentado com a mãe e o marido para pegar a chave do apartamento que estava com ele. Assim que cheguei na mesa e só consegui falar uma frase, o funcionário da @baked.padaria mandou eu sair”, começou Sarah. Visivelmente abalada e chorando, a influenciadora continuou a relatar o espisódio de discriminação que sofreu.
“Acabei de sofrer racismo por esse cara aqui em Ipanema. Meu namorado estava sentado com os pais, e ele me mandou sair porque ele achou que eu estava pedindo dinheiro ou perturbando eles”, disse Sarah no Instagram Stories. Enquanto Sarah gravava a denúncia, o homem negou ter pedido que ela saísse da padaria.
“Eu não consigo descrever a humilhação que eu senti sendo tratada assim na frente de todos que estavam lá, inclusive meu namorado, a mãe e o marido”, escreveu Sarah. “E olha que eu já fui cliente deles, nunca mais piso nesse lugar”, finalizou.
Produção do Projeto SETA reúne depoimentos das populações indígenas, quilombolas e negras. Lançamento ocorre dia 09 de março no Youtube do Canal Futura
Será lançada na próxima quarta-feira (9), na página do youtube do Canal Futura, a série Seta – Caminhos Possíveis. Realizada pelo projeto Seta (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista), em parceria com a Fundação Roberto Marinho e o Canal Futura, a produção audiovisual conta com quatro episódios sobre a importância da educação antirracista no Brasil a partir das perspectivas indígena, quilombola, periférica e uma análise de especialistas sobre o tema no Brasil.
Os episódios estarão disponíveis no Globoplay e no Canal Futura a partir de abril. O evento de lançamento online ocorre no âmbito do Dia pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março, e contará com as participações de: Alexsandro Santos, Doutor em Educação, Andressa Pellanda, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Suelaine Carneiro, coordenadora do Programa de Educação do Geledés – Instituto da Mulher Negra e Naomy de Oliveira Ramos, Gestora do Centro de Desenvolvimento dos profissionais da Educação do Rio Grande do Sul. A mediação fica por conta da jornalista Louise Freire.
A proposta da série audiovisual que foi gravada na Favela da Maré, no Rio de Janeiro, no Quilombo Rio dos Macacos, na Bahia e no Parque das Tribos, em Manaus, é provocar reflexões, compartilhar histórias e fomentar a relevância da pauta para o desenvolvimento do país. Ao longo dos episódios, os espectadores também serão convidados a questionar a história que aprenderam na escola, com base em novas perspectivas que não são contempladas na educação formal.
O Projeto Seta é uma aliança inovadora, com sete organizações da sociedade civil nacional e internacional: ActionAid, Ação Educativa, Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Geledés – Instituto da Mulher Negra, Makira-E’ta e a Uneafro Brasil. O Seta ainda é um dos finalistas da ação global da Fundação Kellogg para promoção da equidade racial (Racial Equity 2030).
A cientista Nina da Hora decidiu movimentar uma vaquinha virtual para viabilizar o projeto de uma livraria antirracista. O projeto já fazia parte dos planos de Nina, mas foram antecipados após um episódio de racismo sofrido por ela na última semana, na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro.
Gente meu único pronunciamento agora é este aqui:
Essa vaquinha pode demorar mas, por hora o que eu posso fazer é continuar tendo visão. Eu quero sim ter uma livraria por minha paixão aos livros mas sobretudo por querer ver respeito nestes espaços.
— Nina da Hora – Nina From Hour – Nina de La Huera (@ninadhora) March 5, 2022
Nina, no entanto, reafirma que a iniciativa não é a primeira envolvendo a venda de livros e a questão racial. “Eu tô realmente disposta a levantar uma livraria sim mas não será a primeira livraria feita por pessoas negras. E jamais poderia ganhar esse rótulo e concordar com isso”, disse a cientista, que aproveitou a oportunidade para divulgar outras iniciativas comandadas por pessoas negras.
Livraria africanidades ocalizada na Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte de São Paulo https://t.co/YnB564qoRU
— Nina da Hora – Nina From Hour – Nina de La Huera (@ninadhora) March 6, 2022
Entenda o caso — Na última quinta-feira (3), Nina foi com a irmã à Livraria da Travessa, quando foi seguida por segurança da loja, que chegou a impedir a cientista de ler no estabelecimento, cujo slogan é “entre, leia e ouça”. Quando foi falar com a gerente da loja, foi questionada sobre onde morava.
“Eu tive que falar o valor que eu gastei da última vez que foi alto e depois falar com a gerente. Agora, a gerente disse que ia conversar com ele, mas registrando, pois imagina só me constranger a ponto de não me deixar fazer uma das coisas que mais amo, que é ler. Gente, a primeira pergunta que a gerente me fez foi onde eu morava. Esse é o nível”, desabafou.
Em nota, a Livraria da Travessa disse que “não compactua com nenhuma prática discriminatória de qualquer natureza”. De acordo com Nina, a conversa com a loja “foi pior” do que a nota emitida.
Imagina ouvir coisas absurdas numa conversa com livraria pra denunciar um caso de racismo. Eu sinceramente acho que eles estão presos na década de 80 sei lá, foi pior que a nota.
— Nina da Hora – Nina From Hour – Nina de La Huera (@ninadhora) March 7, 2022
O Dia Internacional das Mulheres é uma excelente oportunidade para conhecer corajosas profissionais negras que inspiram e fortalecem outras mulheres. No campo do audiovisual, quatro mulheres pretas uniram seus talentos e trajetórias para formar a Kilomba Produções. A empresa, fundada em 2018, se empenha emcriar e desenvolver conteúdo audiovisual para diversas plataformas. Um dos principais compromissos das realizadoras é fomentar ecossistemas e cadeia produtiva no audiovisual negro. Uma sobe e puxa a outra na prática e na tela.
“Nossas equipes são compostas, em sua maioria, por mulheres negras periféricas, que contribuem com nossos projetos em todas as etapas, desde a criação até a finalização. Nosso foco é criar espaços de trabalho acolhedores e respeitosos para todes”, destaca Erika Candido, akilombada e diretora do longa-metragem Elza Infinita (2021), ao lado de Natara Ney, outra integrante da Kilomba Produções.
Monique Rocco e Gabriela Freitas completam o quarteto fantástico. Elas começaram 2022 a todo vapor. Ainda no primeiro semestre, lançam um vídeo sobre mulheres na política para o projeto Estamos Prontas, uma parceria com o Instituto Marielle Franco e o movimento Mulheres Negras Decidem, e preparam uma série sobre atletas LGBTQIA + que praticam esportes radicais. A produção é uma parceria com o Canal Off.
Monique Rocco, Erika Candido e Gabriela Freitas nos bastidores de Isso é Coisa de Preta, no GNT. Foto: Divulgação.
Agora que você já sentiu o peso desse bonde, segue aqui para conhecer um pouco mais dessas pretas potências.
Erika Candido, 38 anos
Uma das mais requisitadas produtoras do país, com premiações em Rotterdam, Sundance, Cannes, além dos maiores festivais nacionais. Assina a produção dos filmes “A Vida Invisível”, “O Estopim”, “3 verões”, dos premiados “Kbela” e “Uma Paciência Selvagem me trouxe até aqui”. Fundou a Kilomba para ter um espaço de criação e formação de profissionais negros. Em 2021, foi responsável pela direção de produção do especial “Isso é coisa de preta”, para o canal GNT, ela também assinou seu primeiro longa-metragem “Elza Infinita”, atualmente disponível no catálogo da Globopay. Erika é carioca e cria de Vicente de Carvalho.
Natara Ney, 54 anos
A primeira formação da cineasta foi no jornalismo, onde desenvolveu o talento para contação de histórias. No audiovisual ela encarou o desafio de montar mais de 20 longas metragens e séries. Recebeu diversos prêmios de montagem com os filmes “Divinas Divas”, “Mistério do Samba” e “Um Outro Ensaio”. Nos últimos anos se dedicou à criação de roteiros e à direção. Em 2022, estreia na direção com dois longas metragens “Cafi” e “Espero que esta te encontre”. Natara é pernambucana de Olinda.
Monique Rocco, 40 anos
Realizou inúmeras produções audiovisuais premiadas como* Cannes, New York Festival, Berlin, Amsterdam. Em 2021, recebeu o convite para integrar a delegação brasileira para o Production Network, em Cannes. Assina a Produção dos premiados filmes “O Estopim”, “KBELA”, “Dentro da Minha Pele”, as séries “Quebrando o Tabu” para o Canal GNT, “Política Modo de Fazer”, “Refazenda”, GNT, série de culinária da Bela Gil, o Especial “Buddy Valastro: Uma viagem doce”, para o Discovery H&H. Fez a Produção Executiva do “Documentário Racionais MCs”, de Juliana Vicente para Netflix e do longa “Enterre Seus Mortos”, do Marco Dutra. Especialista em transmissão ao vivo, foi a produtora responsável pela implementação do VAR – Arbitro de Vídeo no Brasil, dando sequência as produções das Copas América, Sulamericana, Recopa e Libertadores da América com a Conmebol e das transmissões ao vivo da Copa do Mundo de 2014. Em 2021 fez a produção executiva do Diálogos GNT – “Isso é Coisa de Preta”, também ao vivo. Monique é carioca de Santa Cruz.
Gabriela Freitas, 24 anos
Versatilidade é uma palavra que define esta produtora. Gabriela atua na criação e desenvolvimento de projetos. Trabalha com cinema, teatro, música e artes plásticas. Coordenou produções para o Canal Off, GNT e Rock In Rio. No ano de 2021 coordenou a produção do “Diálogos GNT – Isso é Coisa de Preta”, um programa transmitido ao vivo. Na Kilomba, Gabriela é responsável por pesquisas de formato e desenvolvimento de conteúdo. Atualmente Gabi prepara sua primeira instalação artística “Bolo e Guaraná”. Gabriela é carioca de Barra de Guaratiba.
A dificuldade enfrentada por profissionais negros no audiovisual é percebida e combatida por muitas realizadoras e realizadores por todo o mundo. Uma delas, é a cineasta Gautier Lee, que se uniu a outros especialistas da área e criaram o Macumba Lab, um coletivo de profissionais do audiovisual negros no Rio Grande do Sul.
“O Macumba Lab surgiu em 2018 após o 46º Festival de Cinema de Gramado. Naquele ano, nenhum dos profissionais premiados era uma pessoa negra. Isso desencadeou uma vontade coletiva de alguns profissionais em mudar a situação de equidade racial dentro do audiovisual gaúcho. O coletivo começou como um grupo de estudos de roteiro com cerca de 7 pessoas e aos poucos chegaram profissionais negros de outras áreas do audiovisual, como atuação, fotografia, cenografia, edição de som”, lembra.
O racismo no segumento apresenta obstáculos seja para atividades banais ou atuações no mercado de trabalho, em que há a necessidade de se provar a cada dia, a cada trabalho realizado. “O mercado audiovisual ainda é muito dominado por uma velha guarda que consiste, em sua maioria, de homens cis hetero brancos acima dos 50 anos”, relata.
Segundo levantamento feito pelo coletivo Macumba Lab, no Rio Grande do Sul, apenas dois longas-metrangens de ficção foram realizados por diretores negros. Sobre este assunto, conversamos com a diretora Gautier Lee, na entrevista que você pode conferir abaixo:
Na sua opinião, qual é o principal desafio enfrentado pelas pessoas negras no audiovisual hoje?
Um dos maiores desafios que profissionais negros do audiovisual encontram certamente é a inserção no mercado de trabalho. Há uma gama muito grande de profissionais altamente qualificados que, mesmo com trabalhos premiados, não conseguem se inserir ao mercado, especialmente aqueles que moram fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Isso é reflexo de diversos fatores históricos e econômicos. O fazer audiovisual iniciou-se no Brasil em 1898, apenas dez anos depois da abolição da escravatura. Como uma pessoa que uma década antes era considerada propriedade de outra iria ter acesso a equipamentos e fazer um filme? Deixamos de ser vistos como propriedade para sermos vistos como mão de obra barata, e esse pensamento segue vivo até hoje. Cineastas negros premiados pelo público e pela crítica são oferecidos as vagas de trabalho mais baixas da cadeia audiovisual. E é uma luta intensa e árdua para que ocupemos não somente essas vagas, mas também as vagas de lideranças tanto na cena independente quanto dentro das grandes produtoras e streamings.
Estamos às vésperas do Oscar, e temos grandes nomes de diretoras/es, atrizes e atores de renome internacional que ainda não chegaram a conquistar o prêmio. Qual é a saída para este tipo de situação?
O próprio Oscar alterou, em 2020, seus critérios de escolha. As mudanças, que só valerão a partir de 2024, visam contemplar mais diversidade na premiação, tanto em aspectos criativos como em aspectos técnicos. A criação de políticas de diversidade e inclusão em premiações é um ótimo passo para que caminhemos em direção a algo semelhante à equidade racial. Mas também é de extrema importância que hajam premiações voltadas exclusivamente para grupos minoritários como o BET Awards, que, anualmente, premia artistas negros e o Fade to Black Festival, criado e dirigido por mim, que premia e capacita roteiristas negros, além de profissionais negros de outras áreas do audiovisual.
Como o Macumba Lab tem incidido diretamente sobre estas questões?
O Macumba Lab atua em diversas frentes para promover o acesso de profissionais negros à indústria cinematográfica. O coletivo tem buscado democratizar a educação dentro da indústria promovendo oficinas, workshops e cursos de formação. Também lutamos por melhorias nas políticas públicas atuantes no Estado, fazendo parte e colaborando com outras instituições do audiovisual gaúcho. Nosso objetivo é compartilhar recursos, tanto financeiros como educacionais, com produtores negros e empresas produtoras criadas por pessoas negras. Segundo mapeamento do coletivo, em toda a história do Rio Grande do Sul, lugar onde o grupo nasceu e hoje funciona, apenas dois longas-metragens de ficção foram feitos por diretores negros. O Macumba Lab existe para mudar isso.