Home Blog Page 731

Entidades pedem que governo aceite missão da ONU para avaliar racismo no Brasil

0
Foto: AGBR

124 instituições e organizações civil brasileiras e internacionais pediram numa carta enviada nesta segunda-feira (18), ao ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco, que o governo federal faça um convite para que uma missão da ONU (Organização das Nações Unidas) avalie a questão racial no Brasil.

No documento, as entidades destacam a violência policial como “um problema crônico de direitos humanos no País”, e que impacta “desproporcionalmente a população negra, que tem quase três vezes mais chances de ser morta pela polícia do que população branca”.

Ministro das Relações Exteriores Carlos Alberto Franco. Foto: Divulgação

Els recomendam a atuação do Mecanismo Internacional de Especialistas Independentes para Avançar em Direção à Justiça e à Igualdade Racial no Contexto da Aplicação da Lei atue antes da 51ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, prevista.

“Convidar o mecanismo seria uma medida positiva que demonstraria a disposição do governo para trabalhar com os órgãos da ONU no combate ao racismo e a discriminação racial, particularmente na aplicação da lei. Uma visita oficial daria aos membros do mecanismo a oportunidade de coletar informações, reunir-se com representantes do governo e do sistema de justiça, policiais, organizações da sociedade civil e comunidades diretamente afetadas. Sua avaliação independente e recomendações podem auxiliar as autoridades federais e estaduais a desenvolver e implementar reformas necessárias para defender os direitos fundamentais e promover a justiça e a igualdade”, complementam.

O grupo que assina a carta conta com entidades como a Anistia Internacional Brasil, Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras, Coalizão Negra por Direitos, Coletiva Periferia Segue Sangrando, Conectas, Human Rights Watch, Instituto Marielle Franco, Pastoral Carcerária Nacional, entre outras.

Ingrid Silva se torna a primeira brasileira a colaborar num projeto global da Dior

0
Foto: Divulgação / Dior

A bailarina Ingrid Silva se tornou a nova embaixadora da Dior Vibe. Reconhecida internacionalmente por seu trabalho em busca de diversidade e oportunidades para pessoas pretas, Ingrid também se tornou a primeira brasileira a colaborar em um projeto global da Dior. “É um prazer receber a bailarina brasileira, Ingrid Silva, para encarnar o Dior Vibe de Maria Grazia Chiuri”, escreveu a maison nas redes. “Primeira bailarina da companhia de balé Dance Theatre of Harlem em Nova York, Ingrid contribuiu para ajudar bailarinos e companhias de dança durante a pandemia de Covid-19 e, em janeiro de 2021, tornou-se a primeira mulher brasileira e a primeira bailarina a falar no Harvard LEAD Conferência. Seu compromisso contínuo com o aumento da diversidade e representação na indústria é uma inspiração”.

A marca francesa destacou a recente participação de Ingrid no Crossover Into Business, um programa de negócios focado em atletas oferecido pela Harvard Business School. Através das redes, a atleta celebrou: “A primeira brasileira a colaborar em um projeto global da marca… Que orgulho”.

‘Mr. Moral & The Big Steppers’: Kendrick Lamar anuncia novo álbum de estúdio

0
Foto: Axelle/Bauer-Griffin/FilmMagic.

Kendrick Lamar está voltando. O renomado artista, vencedor do Grammy e do cobiçado Prêmio Pulitzer, anunciou nesta segunda-feira (18) o lançamento de seu quinto álbum de estúdio, com o título de ‘Mr. Moral & The Big Steppers.’. Projeto está previsto para ser lançado no dia 13 de Maio.

O anúncio foi feito através do site oficial de Kendrick. Anteriormente, o rapper já tinha publicado uma nota sobre seus anos em reclusão e em processo criativo. “Passo a maior parte dos meus dias com pensamentos flutuantes. Escrevendo. Ouvindo. E colecionando velhas cruzadores de praia. Os passeios matinais me mantêm em uma colina de silêncio. Fico meses sem telefone“, escreveu Lamar. “Amor, perda e tristeza perturbaram minha zona de conforto, mas os vislumbres de Deus falam através da minha música e família. Enquanto o mundo ao meu redor evolui, reflito sobre o que mais importa. A vida em que minhas palavras vão tocar em seguida“.

Kendrick Lamar. Foto: Reprodução / Youtube.

“Enquanto produzo meu último álbum da TDE [antiga gravadora], sinto alegria por ter feito parte dessa marca cultural após 17 anos. As lutas. O sucesso. E o mais importante, a Irmandade. Que o Altíssimo continue a usar o Top Dawg como um receptáculo para criadores sinceros. Enquanto eu continuo perseguindo o chamado da minha vida. Há beleza na conclusão. E sempre fé no desconhecido. Obrigado por me manter em seus pensamentos. Eu orei por todos vocês. Vejo você em breve“, destacou o rapper em comunicado oficial.

O último álbum de Kendrik Lamar, ‘DAMN.’, foi lançado em 2017 e recebeu ampla aclamação de público e crítica.

Após BBB 22, Jessi diz que deseja continuar sua carreira como professora: “É por amor mesmo”

0
Foto: João Cotta / Globo.

Faltando menos de 10 dias para a final do Big Brother Brasil 22, Jessilane foi a 15ª eliminada do programa, com 63,63% dos votos. Amante da sala de aula, para Jessi, sua trajetória no reality foi cheia de desafios, conturbada mas vitoriosa. Agora, ela revela planos para continuar na área da educação, aproveitando, antes disso, cada momento e cada oportunidade após a experiência dentro do BBB. “Eu não pretendo voltar para a sala de aula em um primeiro momento. Nesses primeiros meses, eu quero aproveitar outras experiências que o programa vai me trazer daqui para frente. Mas quero, sim, continuar na área da educação, falando da Libras“, diz a baiana em entrevista para a TV Globo.

Quero também falar sobre outras questões de empoderamento, independentemente da área que for. Quero dar voz a outras coisas. Vou aproveitar esse momento para me descobrir em outros lugares que eu não conheço. Então, tudo que tiver de oportunidade para mim eu vou abraçar. Mas, claro, eu amo dar aula! Foi isso que construiu a minha trajetória, o meu jeito de ser”, destaca Jessilane. “Não tem como eu dizer que não vou mais dar aula porque eu gosto de dar aula. Muitas vezes, eu falava para os meus alunos: “eu estou dando aula para vocês não é por causa de dinheiro, não, é porque eu gosto mesmo” (risos). Porque, de fato, essa não é uma profissão muito bem paga, é por amor, mesmo. Não tem um sentimento que explique o que é ensinar, eu gosto muito! Vou viajar por tudo que eu puder fazer, mas sempre lembrando que eu sou professora, que gosto de dar aula, que quero ensinar, que eu quero estar na educação mesmo”.

João Cotta / Globo

Sobre o jogo no BBB, Jessi revela torcida para Pedro Scooby: “Ontem eu falei uma coisa, mas hoje vou “desfalar”. Falei sobre o Eli, mas agora entendendo todo o contexto, a minha torcida é pelo Scooby. Eu já tinha falado com ele em uma festa que se ele ganhasse o prêmio eu ficaria muito feliz. E se ele ganhar eu realmente vou ficar muito feliz porque ele é sensacional, uma pessoa incrível.”

Comentando ainda sobre sua própria passagem reality show, Jessi comenta que se viu completamente perdida, por isso sentiu a necessidade de se posicionar de forma mais intensa no programa. “Acho que a minha passagem foi a coisa mais conturbada e contraditória que eu já vivi na minha vida (risos). Eu imaginava que eu fosse chegar lá, fazer e acontecer. E aí eu entrei e me vi completamente perdida, com medo de tudo e todos, sem conseguir me posicionar, sem conseguir viver o que eu queria viver. Só que de tanto ser atacada nesse lugar, eu acabei entendendo que se eu não me movimentasse não daria certo. E aí acontece o jogo da discórdia da “história do BBB”. Naquele dia eu pedi a Deus para me dar forças o suficiente para falar: “gente, chega”. Eu consegui me posicionar e falar por que eu estava ali, o que eu queria, como eu cheguei até ali e como iria jogar, para que todo mundo entendesse qual era a forma que eu decidi jogar“, conta a professora de Biologia. “Daí para frente a minha história se transformou dentro do programa. Eu cresci como jogadora, como indivíduo, e todo mundo reconheceu esse crescimento. Não foi uma coisa que só eu percebi, todos da casa perceberam. Eu acredito que essa foi a chave para que, hoje, as pessoas me digam aqui fora que a minha trajetória foi bonita, que eu consegui transformar a minha história no BBB e tive tempo para fazer isso, graças a Deus“.

Para a Globo, como você confere abaixo, Jessi avalia a própria estratégia de jogo, os motivos que levaram à sua eliminação, as amizades que fez na casa e o aprendizado com o reality.

Globo: Por que acha que foi eliminada?

Jessi: Eu acho que por uma questão que vai muito além da minha trajetória lá dentro. É mais sobre torcidas, mesmo. Aparentemente o Arthur está muito forte e, de alguma forma, eu era um risco para ele. Provavelmente a galera não queria que ele tivesse algum tipo de problema até a final e votou para eu sair“.

Foto: João Cotta / Globo.

Você, Lina e Natália têm personalidades bem diferentes e tiveram estratégias diferentes no BBB. Na sua visão, o que uniu vocês três e manteve a amizade?

No início, foi o fato de termos ficado no quarto Grunge e sermos as únicas meninas de lá, junto com a Naiara Azevedo. Com isso, o Lollipop já tinha se fechado, eles eram muito unidos, e a gente meio que ficou “largada”. Então, ou a gente se unia, se fortalecia e não soltava a mão, independentemente de qualquer coisa, ou a gente ia jogar cada uma por si sem ter construído nenhum vínculo afetivo. Isso fez com que a gente se unisse e, depois que de fato viramos amigas, isso acabou crescendo. Nossos sentimentos umas pelas outras eram independentes das discussões, das brigas. Era entre tapas e beijos, mas a gente se apoiava muito. Sempre tentamos colocar uma a outra para cima, dizendo que iríamos conseguir. Fomos eliminadas praticamente juntas, uma seguida da outra, e chegamos quase à final do BBB. Fomos a final feminina! Eu, Natália e Lina fomos o “Top 3” das meninas. É uma vitória também. Mesmo não sendo a campeã, para mim, eu já ganhei. Fui a última mulher a deixar o programa, fiquei o máximo que eu podia ficar, curti tudo que eu podia curtir… Foi incrível!

Teria feito algo diferente no confinamento, olhando para trás?

Talvez no início. Se eu tivesse dado o start um pouco antes, talvez eu tivesse conseguido viver muitas mais experiências positivas, talvez chorado menos… Mas, ao mesmo tempo, eu acredito que se tudo está assim foi devido a esse momento tenso que eu tive que passar lá dentro para construir essa nova Jessi, essa Jessi que fala mesmo, que batia de frente, que respondia na hora que tinha que responder. Então, o sentimento é de que talvez eu mudaria um pouco o início, também, o de estar conformada com o que aconteceu porque foi importante. 

Que aprendizados leva do BBB?

Lá dentro a gente desconstrói um monte de coisas e reaprende outras. Muitas coisas eu fui pensando de uma forma e mudou quando eu ouvi outras pessoas falarem, vi diferentes contextos. Isso me transformou muito. Não tem como entrar no BBB e sair sendo a mesma pessoa. Falamos sobre o Scooby e ele, por exemplo, trouxe para mim uma nova visão sobre a vida, sobre ver as coisas de forma mais positiva. Ele sempre falava sobre a metade do copo, o meio cheio. E uma das coisas que eu vou trazer comigo é essa leveza, sempre acreditar que o melhor vai acontecer, que nada é o fim do mundo e, se não der para resolver algo, a gente faz outra coisa… É sobre ser paciente com as coisas que a vida traz, ter calma e tentar resolver da melhor forma possível. O BBB é incrível, a melhor experiência de todas!

Dia Nacional do Livro Infantil: 6 livros para presentear crianças negras

0
Ilustração: Aldo Fabrini

Hoje, 18 de abril, é o Dia Nacional do Livro Infantil. Para comemorar esse dia, selecionamos 6 livros escritos por autores negros para ler e presentear as crianças negras.

Os livros com representatividades negras e histórias sobre a cultura do povo negro na diáspora ou no continente africano, fortalecem a autoestima das crianças e ajudam no combate ao racismo. Confira a lista:

1 – E Foi Assim Que Eu E A Escuridão Ficamos Amigas

O segundo livro escrito pelo rapper Emicida, fala em versos, sobre como é precisa coragem e determinação para superar o medo que por vezes podem nos paralisar. Uma menina tem medo da Escuridão. Quando chega a noite, vem a preocupação e a ansiedade: afinal, o que o escuro pode esconder? O que ela nem imagina é que, do outro lado, a Escuridão também é uma menina — cujo maior medo é a claridade, e todo tipo de coisa que se revela quando nasce o sol.

2 – Sulwe

A obra escrita pela atriz Lupita Nyong’o, conta a história da pequena Sulwe, uma criança queniana que nasceu “da cor da meia-noite” e que só deseja ser bonita e brilhante, mas tudo muda quando ela recebe a visita de uma estrela cadente, enviada pela Noite. O livro reflete a importância da aceitação e da autoestima de uma criança negra e ganhará uma animação musical produzida pela Netflix.

3 – O pequeno príncipe preto

O Pequeno Príncipe Preto vive em um minúsculo planeta com a sua única companheira, a árvore Baobá; Quando chegam as ventanias, o menino viaja por diferentes planetas, espalhando o amor e a empatia. O ator e escritor Rodrigo França, se inspirou no clássico ‘Pequeno Princípe’, para ressignificar a história com uma criança negra como protagonista.

4 – Da cor que eu sou

Primeiro livro lançado pela influenciadora digital Andressa Reis, conta a história da criança Maria. Ela sempre soube que as pessoas existem no mundo em diversos tamanhos, formas e cores. Por isso estranhou quando sua melhor amiga, Júlia, lhe presenteou com um desenho um tanto quanto estranho. A obra entra no universo da diversidade e destaca a beleza que existe nas nossas diferenças.

5 – Sinto o que sinto – e a incrível história de Asta e Jaser

Esse livro é perfeito para as crianças fãs do Mundo Bita, já que o protagonista do livro é o Dan, também personagem do desenho infantil. Na história, ele precisa aprender a lidar com a diversidade de sentimetnos e se conecta com a jornada dos seus antepassados Asta e Jaser. O livro foi escrito pelo ator e diretor Lázaro Ramos.

6 – Meu crespo é de rainha

Esse clássico publicado pela escritora bell hooks em 1999, apresenta diferentes penteados e cortes de cabelo crespo às meninas negras para valorização e autoestima do cabelo natural, em forma de poesia.

Isabel Fillardis relembra câncer no The Masked Singer: “É um milagre”

0
Foto: TV Globo

A Abacaxi foi desmascarada na semifinal do The Masked Singer Brasil, neste domingo (17) e era a Isabel Firllardis. A amiga e jurada Taís Araújo estava certa desde o início.

Depois da revelação, com muita emoção a cantora e atriz relembrou do diagnóstico de um câncer na língua, em 2013, logo depois de dar à luz o terceiro filho.

Foram sete anos de tratamento até a Isabel retornar a carreira musical no ano passado, com o lançamento da música O Meu Lugar.

“Eu preciso agradecer por essa oportunidade porque eu estar hoje em um palco como esse e do seu lado, cantando e falando é um milagre”, disse olhando para a Taís.

Ainda emocionada, complementa. “Quem conhece minha história sabe que eu passei muitas coisas. Eu passei por algo muito difícil e poderia não estar viva. Um câncer é algo que muda a vida de uma pessoa”.

Isabel aproveitou a oportunidade para se declarar à amiga Taís. “Ver você aí, meu amor, foi uma das coisas mais maravilhosas para mim. Cada vez que eu pisava aqui e via a sua cara, eu pensava ‘ela está lá’”.

No ano passado, Isabel deu uma entrevista para O Globo, sobre a doença. “Corri o risco de não conseguir mais falar normalmente. Cantar, então, nem pensar. Essa experiência, por si só, me fez repensar. Fora, claro, a possibilidade de morrer. A partir daí, comecei a refletir sobre como a minha arte e a minha voz são importantes. Foi um verdadeiro divisor de águas para mim”.

Ludmilla anuncia festa de 27 anos e dispara: “convidado não convida”

0
Foto: Reprodução/Instagram.

No próximo domingo (24), a cantora Ludmilla vai celebrar 27 anos de vida e a comemoração vai ser em grande estilo, bem na pegada Ludmilla de ser. Com o tema “Uma Noite na Jamaica”, a cantora avisou que não vai permitir a entrada de penetras. “Convidado não convida”, avisou.

Ao lado da esposa Brunna Gonçalves, Ludmilla lembrou aos seguidores que falta menos de uma semana para seu aniversário. “Passando para desejar uma feliz Páscoa para todo mundo e falar que eu estou muito ansiosa para o meu aniversário. Faltam sete dias e vim contar para vocês qual é tema da festa: uma noite na Jamaica”, anunciou Ludmilla.

Após ser lembrada por Brunna de que não será permitida a entrada de “penetras” e nem aquelas pessoas que ficam pedindo convite para festas, a cantora disparou: “Se o convite não chegou para você é porque não é para ir, entendeu? Convidado não convida! É porque você não é um ‘chegado’ meu, porque os meus ‘chegados’ eu convidei.”

Conhecida pelas boas festas que dá em casa, a funkeira revelou ainda que está ansiosa para a chegada da comemoração e que investiu um bom dinheiro na celebração. “Cara, estou muito animada, amor! Meu Deus do céu, 2.7 da gata, né? Gastei um dinheirão na festa”, confessou Lud.

Editora abre inscrições para Formação e Aperfeiçoamento de professores negros no Nordeste

0
Dayse Sacramento é idealizadora da editora Diálogos Insubmissos. Foto: Divulgação.

Com 60 vagas e três meses de duração, o curso promovido pela editora Diálogos Insubmissos é inteiramente on-line e voltado para docentes pretas e pretos da educação básica do Nordeste

Com o objetivo de promover a cirulação e leitura da produção intelectual de mulheres negras, a Editora Diálogos Insubmissos abre inscrições para a primeira edição de Formação e Aperfeiçoamento Docente, voltada para professoras negras e professores negros, em atuação em sala de aula da educação básica da rede pública da região Nordeste do Brasil. As inscrições para participar da formação ocorrem de 18 a 22 de abril. Inscreva-se aqui.

A formação conta com a parceria do Grupo de Pesquisa Diáspora: Grupo de Estudos em Práticas Musicais, Afrodiaspóricas e seus Atravessamentos, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e da Fundação Rosa Luxemburgo (FRL), que enviará via correio material didático base da formação, composto por quatro publicações intelectuais de mulheres negras: Vozes Insurgentes de Mulheres Negras (2019); Radical Imaginação Política de Mulheres Negras (2020); Insubmissão Intelectual de Mulheres Negras Nordestinas (2021) e o e-book Slam Insubmisso 2021 – Edição Especial Autoras Nordestinas (2021), todas disponíveis em PDF para download no site da FRL.

Com 120 horas no total, esta primeira formação promovida pela Editora Diálogos Insubmissos, traz sete linhas temáticas, que abrangem reflexões nos campos das artes e suas poéticas, literatura, geopolítica, educação, gênero, raça e sexualidades. Para reafirmar estas pautas foram convidadas/os profissionais com experiência docente e pesquisas acadêmicas que transversalizam as temáticas com as obras a serem trabalhadas na formação.

A idealizadora da Editora Diálogos Insubmissos, Dayse Sacramento, que atua há 19 anos no ensino público baiano – estadual e federal, hoje professora de Língua Portuguesa do IFBA, dará início a formação com o curso “Insubmissão da Literatura de Mulheres Negras”, a fim de provocar uma reflexão acerca de produções literárias de mulheres negras no Brasil entre os séculos XIX e XXI.
Debate amplo e potente, assim é o curso “Gêneros, Sexualidades e Raça nas escolas – pelo direito de se identificar”, a ser lecionado pela mestra em Cultura e Identidade, Carla Freitas, pesquisadora pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão em Culturas, Gêneros e Sexualidades (NuCus/UFBA). A oficina pretende instrumentalizar o docente para intervenções práticas em sala de aula com jovens e crianças, a partir de leituras e reflexões que buscam desnaturalizar normatividades que cruzam gênero, raça e sexualidade.

Com um discurso alinhado ao Feminismo Negro e uma política de ter “equipa” editorial formada por mulheres, a Editora convida dois professores negros para integrar o corpo de docentes para lecionarem na formação: o geógrafo e doutor em educação pela UFBA, Eduardo Miranda, que se coloca como corpo-território docente na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS); e Luan Sodré, músico e pesquisador do campo da música, cultura e sociedade é também professor da UEFS, onde trabalha com formação de professores e música. 

O prof. Eduardo irá desenvolver o curso “Educação Decolonial e Corpo-território”, no intuito de provocar um pensamento decolonial e problematizar os impactos das colonialidades na construção do corpo-território docente, apresentando ações contra hegemônicas positivas para as rupturas com as colonialidades. Atualmente, Eduardo Miranda contribui no Mestrado em Educação e coordena o Grupo de Pesquisa Corpo-Território, Educação e Decolonialidade, na UEFS.

Líder do grupo de pesquisa Diáspora (CNPq/UEFS) e professor da licenciatura em música da UEFS, Luan Sodré é um pesquisador com foco nas existências afrodiaspóricas. Este irá conduzir o curso “Vozes insubmissas e perspectivas políticas insurgentes em músicas afrodiaspóricas”, com uma análise das manifestações musicais à luz das trajetórias de r(e)xistência das populações negras a fim refletir a dimensão política de um pensamento afrodiaspórico em música e, consequentemente, em artes.

Também integrante do corpo docente da UEFS, Liz Sandra Souza – doutora em Língua e Cultura (UFBA) – irá lecionar o curso intitulado “Práticas de leitura e escrita para refletir sobre questões étnico-raciais no contexto das aulas de línguas na educação básica”. Mulher negra, nordestina e educadora linguística, Liz Sandra apresenta reflexões acerca do letramento racial crítico na formação de educadores(as) e estimula a inserção de produções literárias de mulheres negras em salas de aulas.

Com o título “ATERRAR: Metodologia negra feminista para o ensino da arte”, a mestra e doutorada em dança Edeise Gomes, que atua como professora da Universidade Estadual do Sudoeste Baiano, em Jequié, desde 2016, irá relembrar epistemologias artísticas negras esquecidas após colonização, potencializando os métodos e conteúdos promovidos pelas mulheres negras, com foco na corporalidade e na ancestralidade, princípios da metodologia ATERRAR, de sua autoria.

Ao convidar docentes que lecionam numa universidade que está fora da capital baiana, a Editora assume uma estratégia geopolítica de valorizar a produção intelectual e acadêmica de outras universidades espalhadas pelo estado. Baiana radicada em Sergipe, a poetisa, pesquisadora e artista das palavras Stella Carvalho traz a formação “Palavra-ritual: evocações da escrita”, um experimento que atravessa os limites da palavra e a construção de outros sentidos, a partir de uma perspectiva afrocentrada para a escrita.

De acordo com Dayse Sacramento, o recorte geopolítico é importante, pois acredita que somos uma região que tem uma potente e robusta produção intelectual. “Destacar o nordeste é um movimento de valorizar nosso povo e fortalecer a ideia de que nós produzimos intelectualidade e conhecimento”, destaca Sacramento, que também é uma das docentes da Formação.

As aulas da I Formação e Aperfeiçoamento de Docentes ocorrerão sempre aos sábados, de 09h às 17h, totalmente on-line – síncronas (zoom) e assíncronas (google classroom). Docentes pretas e pretos que participarem do aperfeiçoamento receberão Certificado de 120h emitido pela Diálogos Insubmissos, pelo grupo de pesquisa Diáspora (UEFS) e pela Fundação Rosa Luxemburgo.

Insubmissão Preta
Esta formação ocorre num sentido contrário aos diversos ataques à educação, constantemente ameaçada pela atual gestão do governo federal. “Por isso, promovemos uma atividade inteiramente gratuita e com diversos debates em torno de temas que podem contribuir e dialogar com perspectivas artísticas, políticas, educacionais e culturais, que acolham e respeitem a diversidade e complexidade das experiências humanas presentes na escola”, explica Dayse Sacramento, ao acrescentar que o projeto nasce a partir de uma análise de sua experiência como docente.

“Sempre me questionava como utilizar os livros literários e didáticos em sala de aula. Nos últimos cinco anos, tenho atuado na realização de eventos literários e discussões em torno da produção intelectual de mulheres negras, e percebi o quanto é importante fomentar um espaço para que nós docentes pretas e pretos discutamos estratégias de aprimoramento e valorização da nossa produção intelectual para atuar na escola pública.”, realça.

A valorização, o estímulo e a difusão da produção de conhecimento de pessoas negras é um ato político, principalmente, ao fomentar o pensamento crítico com destaque para a perspectiva de mulheres negras. Neste sentido, a editora conta com o apoio financeiro da organização alemã Fundação Rosa Luxemburgo. “Para nós, é um compromisso fundamental e político desenvolver este tipo de projeto, para alcançarmos as transformações que tanto almejamos na sociedade brasileira”, reforça Christiane Gomes, atual coordenadora de projetos da FRL.

A Fundação Rosa Luxemburgo é uma organização alemã que está presente em 24 países do mundo e que é ligada ao partido Die Linke, que significa a esquerda. No Brasil, há 18 anos desenvolve projetos de apoio e fortalecimento da democracia, dos direitos humanos e da natureza  e de estímulo e circulação do conhecimento crítico. Para isso realiza projetos de parceria com diversas organizações e movimentos do campo progressista da sociedade brasileira. Além disso, também mantém viva e atuante a obra e  legado de Rosa Luxemburgo, polonesa/alemã e importante referência de ação política.

Trajetória
A Editora Diálogos Insubmissos se preocupa com a descentralização da produção de conhecimento e busca contribuir na geopolítica da produção do conhecimento, ao mesmo tempo que também deseja fomentar a circulação de produção intelectual de pessoas negras nos diversos campos como literatura, arte, política, educação e, por isso, está promovendo a I Formação Docente de Professores Negres do Nordeste. 
Em 20 de novembro de 2021, foi lançada a Editora Diálogos Insubmissos e sua primeira publicação, o livro “Insubmissão Intelectual de Mulheres Negras Nordestinas”, que reúne nove ensaios de mulheres negras dos estados do Nordeste, escritos no contexto atual da pandemia da Covid-19. A obra é fruto de uma longa e firme parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo.

A Editora é uma empresa que descende da Plataforma literária Diálogos Insubmissos de Mulheres Negras, criada por Dayse Sacramento, construída com outras intelectuais e pesquisadoras negras baianas, que desde 2017 produz eventos literários de mulheres negras, com participação em feiras nacionais e internacionais, com o objetivo de promover debates e atividades que têm como mote a produção literária feminina negra, que dialogam com outras linguagens artísticas-culturais e políticas-sociais.

Neste caminhar de ações literárias, a plataforma esteve presente em uma série de festivais literários do Brasil: FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty; FLIPELÔ- Festa Literária Internacional do Pelourinho; FLIC – Feira Literária de Campina Grande; FLICA – Festa Literária Internacional de Cachoeira, FLIGÊ- Feira Literária de Mucugê, além de ter participado de atividades como o Fórum Social Mundial (2018); o Giro pela Vida – AVON (2019); e a Virada Sustentável Salvador (2019), tantos outros eventos.

Serviço
O quê – I Formação e Aperfeiçoamento de Docentes Pretes da Editora Diálogos Insubmissos
Inscrição – de 18 a 22 de abril

Onde – https://www.e-inscricao.com/dialogosinsubmissos/formacaodocentesnegres

Documentário ‘Elza Infinita’ é finalista do New York Film Festival

0
Foto: Divulgação.

Cineastas Natara Ney e Erika Candido, da Kilomba Produções, são as diretoras do filme. Indicação mostra a potência do audiovisual das mulheres negras brasileiras.

O documentário Elza Infinita segue sua trajetória de sucesso e acaba de ser escolhido para a fase eliminatória do New York Film Festivals 2022, um dos principais festivais de arte e mídia do mundo. Com direção de Natara Ney e Erika Candido, da Kilomba Produções, o documentário das cineastas negras apresenta um recorte musical da caminhada artística, política e espiritual da cantora Elza Soares, que faleceu em janeiro deste ano. O anúncio final dos trabalhos premiados pelo New York Film Festivals será no dia 26 de abril, em Nova Iorque. 

“De toda imensidão que foi este projeto a imagem retida na minha memória é o olhar de Elza. Ao mesmo tempo que é uma benção é também um chamado para a luta. Foram dias intensos, entrevistamos mulheres negras poderosas, ouvi e aprendi com elas, as histórias se entrelaçam. Elza é um prisma multifacetado, cada uma de nós está ali refletida, espelhada”, define Natara Ney.

Erika Cândido e Natara Ney, diretoras de Elza Infinita.

A Kilomba Produções foi fundada em 2018 com o objetivo de criar e desenvolver conteúdo audiovisual para diversas plataformas. Um dos principais compromissos das realizadoras é fomentar ecossistemas e cadeia produtiva no audiovisual negro. Além da direção das kilombas Natara Ney e Erika Candido, “Elza Infinita” tem roteiro de Dione Carlos e foi exibido no canal GNT e no Globoplay, a partir de uma coprodução com a Sarau Agência. 

“Já produzi na correria, mas este projeto superou muitas coisas. Fizemos um filme inteiro em cinco dias de filmagem, em apenas uma locação. Desafio? Temos. Minha primeira direção e estamos já indicadas para um festival tão importante. Não é a premiação que importa, mas a possibilidade de homenagear essa mulher do fim do mundo em todos os mundos”, ressalta Erika Candido.

Outras 30 produções realizadas em parceria com a Globo estão na lista de finalistas do New York Film Festivals 2022. Entre elas a série “Janaínas: Deusas do Mar”, a minissérie “Passaporte para a Liberdade”, as novelas “Quanto mais vida, melhor!” e “Um Lugar ao Sol”, além da série “Sessão de Terapia”.

”Se você tem alguns tons, tem que ter para pele negra, sim”, diz Katleen Conceição sobre produtos para pele negra

0
(Divulgação)

Quem nunca teve dificuldades para encontrar um creme, maquiagem, enfim, um produto ideal para pele negra? E shampoos pensados para cabelos afro então? Essa foi uma realidade longe das prateleiras dos super mercados por muito tempo- e quando apareciam, era naquela seção lacrada. Até com a falta de conhecimento de profissionais, que deveriam saber sobre o assunto, nós temos que lidar. A invisibilidade da indústria de beleza sobre as pessoas pretas, é algo que dura há anos, mas recentemente temos visto alguns pequenos avanços em relação ao assunto, felizmente.

Em recente entrevista para a TVE, a dermatologista Katleen Conceição, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, Chefe do setor de dermatologia para pele negra do grupo Paula Bellotti e Chefe do ambulatório de dermatologia para pele negra da Santa Casa da Misericórdia, comentou a situação levantando um ponto importante na questão do combate a esse tipo de exclusão: A denúncia. É inegável que com um celular e internet em mãos de grande parte da sociedade, ficou muito mais fácil expor todas essas micro (ou nem tão micro assim), agressões sofridas pela população preta.

Nas farmácias brasileiraS não tem, e quando tem não são de tão boa qualidade. Tem indústrias grandes aí, que as vezes a gente compra na revistinha que já investem em pele negra e tons escuros. E você tem também em lojas grandes de shopping, que vem de fora, todo mundo conhece. Então as vezes tem dificuldade, mas é um caminho que está acontecendo e a gente tem que ser positivo, questionar a loja. Por causa desse movimento todo que vEm acontecendo gente, de reclamar, de não aceitar o preconceito como a gente aceitava quando era criança. Hoje em dia tem um movimento que você printa, você grava grava. Racismo é crime, e se você tem alguns tons você tem que ter a pele negra sim! Se não tiver, vou achar que você não quer me atender.”– declara a médica

Dra Katleen é Membro e mentora da Skin of color Society além de membro Hair Research Society, conhecida por tratar a pele de estrelas como Taís Araújo, por exemplo.

error: Content is protected !!