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Celebrar o amor negro faz parte da militância

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Foto: Reprodução.

Nos últimos dias tivemos notícias de duas gestações que fizeram nossos olhos brilharem. A atriz e cantora Jéssica Ellen e o ator Dan Ferreira anunciaram a gravidez do primeiro filho ou filha do casal.  Dias antes, sorrimos com a gravidez de gêmeos da dentista Elis Regina Valentim e seu esposo, o jornalista Marcos Luca Valentim. Longe de romantizar as relações maternas e paternas, mas celebrar a vida e o amor negro faz parte na nossa militância. 

Nos últimos anos falamos principalmente sobre as relações afrocentradas e a importância do amor negro. Mas para que a gente pudesse celebrar nas ruas e nas redes sociais nossos amores negros ocorreu uma luta política e o combate de ideologias sociais.

No Brasil pós-abolição da escravatura os casamentos interétnicos foram incentivados a fim de diminuir o número de negros na população nacional. A ideia de democracia racial teve muito sucesso, ela foi difundida no Brasil no início do século XX e contou com a participação de intelectuais como Gilberto Freyre. De forma muito geral, essa vertente teórica e ideológica afirmava que no Brasil as diferentes raças convivem harmoniosamente num paraíso sem discriminação racial. E as relações sexuais entre brancos e negras era um exemplo dessa suposta democracia racial. Certamente, você já está com certa raiva de Freyre, vamos então para outra ideia: a política de branqueamento. Com ações sistemáticas nosso país desenvolveu uma campanha massiva de entrada de europeus no final do século XIX e início do século XX com o objetivo de criar, a longo prazo, uma nação branca. Falharam.  

Voltando mais um pouco no tempo e chegamos na colonização e na retirada violenta de africanos de seu continente de origem para trabalharem à força nas Américas. As famílias eram desfeitas, no Brasil houve a tentativa de construção de novos laços, porém sempre a partir da negociação e do conflito com seus respectivos senhores. Ainda sobre a violência colonial, os escravizados presenciavam a tortura de seus irmãos e não podiam os acolher, pois era possível que o castigo se estendesse a eles próprios. Cuidar das feridas dos iguais era um risco, que muitos resolveram correr. 

A colonização e a colonialidade imprimiram em nossas mentes que o corpo negro é mais apto ao trabalho, é mais resistente e forte. Ele é também um corpo destoante do padrão de beleza, que é branco. Foram muitas as mentiras difundidas massivamente sobre a gente. Essa difusão teve consequência nas nossas relações afetivas. Você deve estar se perguntando, mas esse texto não era sobre amor? Também. Tive que falar de dor para falar de afeto.

A valorização da beleza negra foi e é pauta de luta do Movimento Negro. O bloco afro Ilê Aiyê teve importante participação na busca por essa valorização ao promover pela primeira vez em 1979 o concurso Noite da Beleza Negra, exclusivo para mulheres negras. Já em 1991, a frase “Reaja à violência racial. Beije sua preta em praça pública” que abre o poema “Bandeira”, escrito por Lande Onawale, foi publicado no jornal do Movimento Negro Unificado (MNU). Além do texto, uma fotografia de um casal negro se beijando compunha aquele número. A edição ficou famosa e ainda hoje a utilizamos como um lema em defesa ao amor negro. O poema vai virar documentário. A cineasta Camila de Moraes está trabalhando numa obra audiovisual sobre as relações afetivas de famílias negras. Já queremos assistir nos cinemas de todo país. 

Para não dizer que não falei de flores. Voltamos para os afetos. Amar é um ato revolucionário, quando se é negro essa ação é duplamente revolucionária. Como a arte também revoluciona termino esse texto com um trecho da música Dengo de Thiago Elninõ: “Famílias pretas são sementes de comunidades vivas/ Por isso que eu dou minha vida/Pra nunca deixar morrer/ Essa coisa bonita que entre nós se fortifica/ Preta, hoje tu tá linda, então deixa o tempo correr”. Na música, no cinema, nas revistas, nas ruas, nas praças, nas redes sociais vamos enaltecer os amores negros.

“Levei tiro por causa de R$ 4”, diz Mateus Carvalho, atendente de fast-food baleado em serviço

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Mateus Carvalho. Foto? Reprodução / TV Globo.

O atendente do McDonald’s Mateus Domingues Carvalho deu detalhes sobre o dia em que foi baleado pelo sargento do Corpo de Bombeiros Paulo César de Souza Albuquerque, após uma discussão por causa de um cupom de desconto. “Eu levei um tiro por causa de R$ 4”, disse Mateus em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, no último domingo (22).

Após ser baleado, Mateus perdeu um rim. A bala se alojou nas costas após perfurar o intestino do rapaz, que agora usa uma bolsa de colostomia, que deverá ser retirada após novo procedimento cirúrgico dentro de dois meses.

Paulo César de Souza Albuquerque . Foto: Reprodução.

Mateus contou que estava feliz por ter conseguido o primeiro emprego com carteira assinada, e que o caso aconteceu por volta das 2h da manhã do dia 9 de maio. “Quando chegou por volta das 2h tinha um carro na frente, antes dele. Estava muito cheio de gente e nisso ele já estava bem alterado lá atrás. Buzinando muito, muito, muito”, disse.

O bombeiro teria ficado irritado porque Mateus não considerou um cupom de desconto que ele tinha apresentado após a conclusão do pedido. “Foi uma coisa muito fútil, cara. Se ele esperasse um minuto eu ia chamar o gerente, ele ia bater o cupom. Ele ia levar o que ele queria”, disse Mateus.

Paulo César Albuquerque se entregou na 32ª Delegacia de Polícia, na última sexta-feira (20), após expedição de mandado de prisão preventiva contra ele. O documento foi expedido pelo juiz Gustavo Gomes Kalil, do 4º Tribunal do Júri, na quinta-feira (19). No documento, o juiz afirma que a prisão é necessária para garantir a “integridade física e psíquica das testemunhas e, especialmente, da vítima sobrevivente”.

Conheça a Apuan, empresa de design que avança com identidade, ousadia e inovação

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Foto: Divulgação.

Cultne e Site Mundo Negro integram a carteira de clientes da jovem agência, que já criou estampa para o desfile da Santa Resistência para a São Paulo Fashion Week

A Agência Apuan nasceu de um incômodo e da vontade de não se acomodar no mercado de trabalho publicitário e da Comunicação Digital. Em 2019, Rafael Sants decidiu empreender para não ter mais que lidar com a situação de ver seus trabalhos de design, com presença majoritariamente negra, barrados em agências onde trabalhava. Junto com Kevony Martins, idealizou e fundou uma agência que trata a “barreira” da representação negra e indígena como o principal diferencial em relação à concorrência.

Da inovação e ousadia, mas também da visão de que é urgente ofertar representação real da população ao mercado, surge a Apuan. Quando Kevony Martins topou a empreitada de idealizar e concretizar a agência, o foco começou no Design de produtos. Em menos de três anos, foi preciso ampliar o cardápio de serviços e produtos, que hoje também abrange design para comunicação digital, gestão de redes sociais, criação de identidade visual, e outras “aventuras” no criativo que inclui uma inserção na São Paulo Fashion Week. No desfile da Santa Resistência, a Apuan fez Arte Design.

“O mercado de trabalho não estava preparado, então foi preciso deixar de colaborar com outras agências e iniciar o próprio negócio. Empreender no Brasil já é difícil, mas para quem começa com mais força de trabalho e talento que capital é um grande desafio diário de sobrevivência e coragem.”, ressalta Rafael, CEO, designer e administrativo-financeiro da jovem – em todos os aspectos – agência de comunicação.

CARTEIRA – A clientela da Apuan é diversificada – em relação à área de atuação e serviços ofertados. Na área de audiovisual, destaca-se a Cultne – maior acervo digital de cultura negra do Brasil; o Site Mundo Negro, o maior site sobre negros do Brasil; Design para comunicação digital, gerenciamento de redes sociais, criação e/ou redesign de marca, criação de produto, são serviços oferecidos para clientes na área de moda, vestuário, comunicação, joias e setor alimentício.

As experiências adquiridas ao longo do processo de estar à frente de uma agência de Comunicação Digital e Design são processadas rapidamente nessa equipe formada por profissionais abaixo dos 30 anos. Essa é uma geração que já cresceu imersa no universo da internet móvel, de alta velocidade, redes sociais, serviços de streaming, conectada com referências contemporâneas e foco para pesquisar, estudar e criar conectando passado, presente e futuro na sua produção.

Conheça um pouco a equipe:

FRANCIELE FRIAS (Artista visual, redatora, responsável pela criação de planejamentos e de conteúdos): “Comecei como editora e redatora na Apuan em abril de 2020, na função de redatora de textos, legendas para redes sociais, bios, além da criação de conteúdos. Desde que cheguei foi fácil me adaptar, me relacionar, fui recebida com cuidado e fico feliz em trabalhar num ambiente de aprendizado e apoio. São quase 3 anos aprendendo e produzindo, adquirindo conhecimentos e trabalhando em parceria.”

KEVONY MARTINS (Co-fundador da Apuan, Designer Gráfico, Graduando em Design de produto pela UFRJ, é o encarregado por criar artes e  soluções visuais): “A APUAN foi idealizada para mostrar que pessoas negras e indígenas são profissionais e público alvo, não somente em datas comemorativas, queremos criar conteúdo, artes, produtos para essas pessoas, queremos mostrar que nós, enquanto pessoas negras e lgbts, podemos também ser vistos enquanto profissionais da área. No início, para além de uma agência que buscava atender e evidenciar pessoas negras, queríamos construir uma empresa que fosse plural e estamos na luta pra isso. Me sinto orgulhoso de onde chegamos e do quanto temos crescido, dos clientes que conquistamos, das parcerias que firmamos e dos trabalhos que tivemos o prazer de executar.”

RAFAEL SANTS (Co-fundador da Apuan, Diretor executivo e designer de produto da agência, Bacharel em Design pela UFF): “Criar e manter em ação uma empresa no meio de uma pandemia é baseado em muita coragem. Trabalhar na Apuan e ser empreendedor, ao mesmo tempo, traz um mix de sensações e experiências, diariamente tem o que aprender. Além de aprendizados na área criativa, como administrador tenho que gerenciar altos e baixos, desafios de quem tem uma pequena empresa no Brasil e como também lidamos com empreendedores de diferentes portes, vemos histórias se repetirem.
Desde o começo entendemos que design é uma ferramenta potencial para um negócio e nem sempre acessível. Apoiar pequenos/as empreendedores/as mostrando suas ideias para o mundo se tornou uma de nossas principais missões. Podemos não conseguir ultrapassar todas as barreiras enfrentadas, mas de fato vejo que hoje estamos propondo algo importante para nossa clientela, que é fundamental para a economia Brasileira.”

Bel-Air: A releitura dramática de Um Maluco No Pedaço que precisamos assistir

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'Bel-Air'. Foto: Peacock.

Transformar uma das comédias mais populares de todos os tempos em um drama contemporâneo não foi uma tarefa fácil, mas o escritor e diretor Morgan Cooper entregou um trabalho coeso e profundo em ‘Bel-Air’, releitura atualizada do clássico ‘Um Maluco No Pedaço’ (1990). Num momento em que a comunidade negra se vê bombardeada com notícias trágicas sobre seus direitos e ameaças à vida, ‘Bel-Air’ soa como uma produção necessária e repaginada aos olhos do público.

Jabari Banks como Will em ‘Bel-Air’. Foto: Peacock.

Com produção de Will Smith, apesar de funcionar como um drama, ‘Bel-Air’ também apresenta tons de humor, ainda que em escalas menores. Dentro da obra, o personagem principal ainda é Will (Jabari Banks), que vê sua vida mudar completamente, após se envolver numa briga com um criminoso de seu bairro. O jovem estudante, que sonhava em ser um atleta, é obrigado a abandonar sua vida para fugir dos problemas, abarcados sob uma perspectiva de racismo estrutural e violência policial. 

Aqui, vale destacar o que não foi trabalhado em ‘Um Maluco No Pedaço’, o lamento dramático da mãe de Will (April Parker Jones), ao ver seu filho tendo que partir para outro rumo. Assistir o pânico de uma mãe negra lutando pela segurança de seu filho por razões que frequentemente acontecem na vida real está longe de ser engraçado. “Não vou enterrar meu filho”, diz a mãe de Will entre lágrimas enquanto o leva para o aeroporto, para conhecer seus tios distantes e ricos. “Isso é para o seu próprio bem“.

‘Bel-Air’. Foto: Peacock.

Assim, somos imersos no enredo da família rica e distante de Will. O primeiro vislumbre do relacionamento do jovem com o tio Phil (Adrian Holmes) chega a ser tocante. Com pontos de vista completamente diferentes, Phil promete dar ao sobrinho a melhor chance de um bom futuro. A série usa a tensão do ser negro em uma sociedade predominantemente branca e de classe alta para explorar tópicos como racismo, colorismo e tensões sociais. Neste enredo, a rivalidade entre Will e Carlton (Olly Sholotan) vai muito além da provocação entre primos, abrindo espaço para uma relação de batalhas com drogas e inseguranças.

‘Bel-Air’. Foto: Peacock.

Amada pelo público, a nova versão de tia Viv (Cassandra Freeman) também funciona como um dos destaques da série. A jovem Hilary (Coco Jones) e tia Vivian se enfrentam ao longo dos episódios numa disputa geracional. Cansada do interminável ano sabático de Hilary, Viv busca para sua filha um emprego como influenciadora digital, dando outro aceno contemporâneo para a obra.

Assim, ‘Bel-Air’ se configura como um drama contemporâneo que vale a nossa atenção. Precisamos compreender esse novo olhar realista sobre a série de comédia dos anos 90 que crescemos amando. É uma nova oportunidade de crescimento, mas também de nostalgia e que vale cada minuto.

A primeira temporada de ‘Bel-Air’ está disponível no Star+. Abaixo, você confere o trailer oficial.

Barbie negra: Issa Rae deverá interpretar versão da personagem em novo filme

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Foto: Kevin Winter/Getty Images.

A atriz, produtora e diretora Issa Rae foi adicionada ao elenco do filme ‘Barbie’, dirigido por Greta Gerwig. Estrelado por Margot Robbie, o longa contará com diferentes versões da icônica boneca infantil. De acordo com o autor e colunista do NYTimes Kyle Buchanan, o longa terá Issa Rae e Hari Nef interpretando outras Barbies, junto com Ryan Gosling, Simu Liu e Ncuti Gatwa interpretando diferentes versões de Ken.

Issa Rae ao lado de demais atores presentes no elenco de ‘Barbie’. Foto: Reprodução / Redes Sociais.

‘Barbie’ é adaptado a partir do roteiro de Noah Baumbach, que já trabalhou em obras famosas como ‘Madagascar 3’ e ‘Histórias de Um Casamento’. O filme está atualmente sendo filmado no Leavesden Studios da Warner Brothers, em Londres e está programado para ser lançado em 2023.

Um filme live-action da Barbie estrelado por Amy Schumer, que escreveu o roteiro ao lado de Kim Caramele, foi anunciado pela primeira vez em 2016. Schumer deixou o projeto em 2017 por causa de “diferenças criativas” com a Sony, que mais tarde contratou Gerwig e Baumbach para levar o filme em uma direção diferente. Os detalhes da trama ainda estão sendo mantidos em sigilo mas sabe-se que diferentes versões da icônica personagem infantil ganharão vida, sendo Issa Rae uma delas.

“É um lugar de comida vibrante”, diz Rodrigo Freire sobre o Preto, seu novo restaurante

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Rodrigo Freire. Foto: Tales Hidequi.

Novidade em Pinheiros exalta cozinha de origem, natureza e calma em ambientes e sabores

“Mais do que um restaurante, o Preto é um lugar de comida vibrante, para se passar o tempo sem pressa”, define Rodrigo Freire, o idealizador do projeto recém-inaugurado em Pinheiros, São Paulo. Advogado de compliance e cozinheiro, o soteropolitano se dedicou a criar cada detalhe, da rampa da entrada à “praia” do jardim, passando pelos salões do restaurante e pelo bar-galeria de arte.

Imaginou também menus e momentos para cada espaço: cafezinhos com quitutes debaixo de uma árvore do quintal, coquetéis e petiscos nos arredores do balcão e das obras de arte, pratos afro-brasileiros, afetivos e sustentáveis em todas as mesas.

“A alma são os cardápios de casa, essa mistura de Portugal e África do dia a dia, que só tem acesso quem é baiano mesmo. É o pãozinho delícia dos lanches da tarde, o frango ensopado com quiabo da mãe, a carne de sol do padrasto, a moqueca de sexta-feira da avó, o xinxim de uma tia, o pudim de tapioca de outra”, explicita ele.

Ambiente do Preto. Foto: Tales Hidequi.

Aos sabores saudosos soma-se a sustentabilidade. Vai daí uma cozinha de poucos ingredientes base, usados integralmente em diversos processos, obtidos de produtores responsáveis e que, ao cabo, geram pouquíssimos resíduos.

Por exemplo, da raiz à folha, sem menosprezar o talo, tudo do coentro é porcionado a vácuo em saquinhos de fécula de mandioca para que sua vida seja prolongada. O coco rende leite e lascas. A tapioca da Feira de São Joaquim é vista como iguaria exclusiva do pudim com pé de moleque.

Já o camarão seco é um episódio à parte: pescado somente na lua nova se tiver tamanho maior que um dedo indicador por uma comunidade ribeirinha de Saubara, no Recôncavo, ele é defumado suavemente dentro de uma oca com brasas de aroeira. Quando chega ao Preto, não é visto como proteína, mas como tempero intransponível.

Dessa mesma vizinhança vem o dendê de manufatura, que dá cor e intensidade a diversas receitas sem cair no clichê gastronômico de panelas fumegantes. Aliás, não há clichês nas apostas da casa.

Ali, o arroz caldoso de xinxim de galinha traz farofa de banana para criar “cimento”; a polenta com açafrão real e coco tem ossobuco cozido longuissimamente; a feijoada branca é de frutos do mar e o Balaio de Gato, uma tábua com tentáculo de polvo, camarão, lula, mexilhão, filé de peixe e legumes assados na brasa, servidos sobre aipim frito e cuscuz de milho, foi montada para ser festivamente compartilhada.

Feijoada do mar é parte do menu do restaurante. Foto: Tales Hidequi.

As escolhas cuidadosas aparecem igualmente na carta de drinks, assinada por Christopher Carijó, e se evidenciam no Pancadinha (batida de coco, rum e limão siciliano acompanhada de cocada), no Boca de Zero Nove (gim, limão galego, toque de alecrim, canela e laranja servido em taça defumada) e no Miserê (gim, dendê, vermute, infusão de laranja bahia e noz-moscada).

A bem da verdade o zelo transborda o menu: há o algodão cru, a linha orgânica e os botões de coco dos uniformes, há a louça em pedra sabão e o mobiliário desenhados especialmente para a casa e que, em breve, estarão à venda junto às artes das paredes.

Os horários refletem a mesma filosofia: as portas não se fecham entre almoço e jantar para não prejudicar a brigada e o funcionamento do metrô, a uma quadra dali, é respeitado à risca. De segunda a segunda.

A única diferença é que, aos finais de semana, a casa abre um pouquinho mais cedo, com um brunch que inclui provocações como a Maria Bonita (um croque madame com requeijão de corte, presunto fresco, bechamel e ovo escalfado), o Zé Pequeno (queijo canastra quente e bechamel) e a Panqueca de Filme (com frutas e melaço de cana).

Em última instância, o Preto é sobre valorizar o simples com leveza e elegância, sem trair a ancestralidade da cozinha baiana. É sobre proporcionar uma atmosfera capaz de acalmar os ânimos e despertar a vontade de comer.

Rua Fradique Coutinho, 276 — Pinheiros | São Paulo. @preto.cozinha. Horário de funcionamento: segunda, das 12h às 23h. Terça, fechado. Quarta e quinta, das 12h às 23h. Sexta das 12h as 0h. Domingo das 10h às 20h.

Transplante capilar afro: a nova tendência entre os homens negros

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Foto: Marcos Hermes

O transplante capilar é uma técnica cirúrgica que insere fios de cabelo que preenche áreas necessárias do couro cabelo, preservando as raízes, mas que ainda precisa ser desmistificado quando se trato de cabelos afros.

O baixista Fernando Rosa, realizou o procedimento e tem feito tanto sucesso, que ele relata elogios até do cantor Lenny Kravitz pelo black power impecável.

Em entrevista ao MUNDO NEGRO, a Dra. Carolina Carletti, diretora médica da unidade Brooklyn (SP) da rede Mais Cabello, explicou a alopecia androgenética, nome complicado para a calvície, afeta homens e mulheres, entretanto, os homens são os mais que realizam o procedimento.

“Apesar de a queda de cabelo intensa também atingir as mulheres, a doença é muito mais comum entre os homens. Geralmente, ela aparece a partir dos 20 anos, mas pode surgir mais tarde, por volta dos 50 anos. No entanto, há casos em que a calvície começa a se manifestar antes mesmo do homem chegar a essa faixa etária. A doença pode começar após a puberdade, geralmente, devido à herança genética. Os primeiros sinais costumam ser a diminuição do volume capilar ou a perda de cabelo, especialmente nas entradas e na coroa da cabeça”.

Se a perda de cabelo for uma grande preocupação, a doutora explica que a pessoa deve procurar por um tricologista (especialista em doenças do cabelo) aos 20 anos. “O especialista pode avaliar se já há uma queda mais intensa dos fios que justifique o início do tratamento. Como a doença é determinada, principalmente, pela genética, não existem formas específicas de prevenção. Entretanto, o tratamento pode frear o avanço da calvície. Dependendo do grau de acometimento da calvície, recomenda-se fazer uso de medicamentos que diminuem os efeitos do hormônio masculino nos folículos onde são produzidos os cabelos, além de medicamentos, vitaminas e procedimentos que estimulam o crescimento do cabelo”.

O tricologista é quem avalia quando pode fazer um transplante capilar. “Nem todos os candidatos são elegíveis devido a patologias associadas que possam interferir com os resultados do procedimento”.

A calvície masculina, feminina ou em casos de perda de cabelo por queimadura ou ferimento, pode ser feito o transplante. Mas em caso de queda de cabelo provocada por outro tipo de tratamento ou medicação e poucas zonas de cabelo “doador”, por exemplo, já não é possível.

O transplante capilar não é barato podendo variar entre R$15 e R$25 mil. O procedimento é feito sob anestesia local e permite que o paciente sinta o mínimo de dor possível depois e precisa é aguardar pelo resultado. “É normal que os folículos transplantados caiam duas ou três semanas após a cirurgia. Geralmente, o novo cabelo cresce entre 8 a 12 meses após a cirurgia”, diz a doutora.

Transplante capilar afro

Os fios de cabelo afro tem algumas particularidades em relação aos lisos. Os fios crespos e grossos são melhores para realizar a cobertura do couro cabeludo, pois ao enrolar, eles preenchem mais o local. Mas isso também torna o trabalho mais complicado.

“Quanto maior for o ângulo em que o fio estiver fixado no couro cabeludo, mais encaracolado o cabelo será. Dessa forma, a remoção do folículo da área doadora se torna mais delicada e demorada”, explica a doutora.

Ela também ressalta que “a calvície é uma doença provocada por fatores genéticos e hormonais. O tipo de cabelo é geneticamente determinado e essa característica não interfere no desenvolvimento da doença”.

O black power e a barba são características marcadas pelo baixista Fernando Rosa e relembra quando o cabelo começou a cair “Já há algum tempo notava algumas falhas no meu cabelo. Algo que já me avisava que futuramente teria que tomar uma iniciativa para manter o visual tão conhecido. Ao contrário do que muita gente pensa eu não esperei chegar em um nível crítico para poder fazer o transplante. Preferi já iniciar o tratamento para evitar a queda e corrigir as imperfeições que já existiam”.

O transplante capilar de Fernando entrou para a história. “Realizei um dos maiores transplantes do Brasil com mais de 10 mil fios implantados em uma única sessão”.

O procedimento renovou a autoestima do baixista. “Minha imagem, além da música, é uma das bases do meu trabalho. Sou convidado constantemente para várias ações devido também a minha aparência. Em especial pelo estilo marcante do meu cabelo afro”.

O baixista se destaca nos shows também pelo uso de tecnologia audiovisual, com releituras inéditas de clássicos da Soul Music, Funk e Disco.

“Tecnologia 6G deve ser realidade em 2030”, diz pesquisador Paulo Rufino, que estará no Fórum Econômico Mundial de Davos

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Foto: Divulgação

O executivo e pesquisador brasileiro Paulo Sergio Rufino Henrique, participará do Fórum Econômico Mundial (WEF) em Davos, na Suíça. O evento será realizado entre os dias 22 e 26 de maio.

Paulo mora na Europa há mais de 12 anos, atualmente em Paris, na França e atualmente pesquisa a futura rede 6G, que deverá ser implantada em 2030, como doutorando da Universidade de Aarhus/CGC na Dinamarca e publicou recentemente o livro 6G The Road to the Future Wireless Network 2030 (O caminho para a rede sem fio do futuro).

Ele afirma que o “6G virá para oferecer inovação nunca antes imaginada, apenas nos filmes de ficção científica, mas tão importante quanto a inovação tecnológica. Precisamos promover diversidade e inclusão nas áreas de tecnologia, inspirar as crianças de hoje, incluindo nossas comunidades negras e outras minorias que estão à margem da justiça social, e só que podemos criar um mundo mais sustentável, mais justo, do ponto de vista social e econômico”.

O pesquisador lembra que “tudo terá o controle de inteligencia artificial e computação quânticas. A hora de criar um mundo melhor é agora com as pesquisas e colaborações e incentivos as minorias”.

Esso será o assunto central que o Paulo irá discutir em Davos: a nova tecnologia 6G e inclusão digital, com os pesquisadores, ONGs e empresas públicas e privadas”.

Em entrevista ao MUNDO NEGRO, “se não houver pandemias novamente para atrasá-la, poderemos ter a sua implementação já inciando em 2030 como planejado, mas não antes disto”.

“Já no Brasil, vai depender das políticas públicas e privadas dos próximos governos em incentivar a pesquisa, reiniciar novamente o programa de Ciência Sem Fronteiras, e etc”, complementa.

“O investimento em ciência e tecnologia é tão importante ao Brasil e a comunidade negra, pois representa a sobrevivência profissional de nossos jovens que fazem parte de uma maioria demográfica, mas que não participa em sua maioria da distribuição de riqueza gerada do país. Este cenário tem que mudar com políticas voltadas ao auxílio desta juventude negra que gera tanta riqueza ao Brasil, mas não recebe este retorno econômico, social e humano”, destaca o pesquisador.

Chef João Diamante vai cozinhar para neto do Nelson Mandela

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Foto: Wagner Pinheiro

Neste sábado (21), o João Diamante será o Chef do evento The Black Entrepreneurs Club, uma comunidade que faz relacionamento entre idealizadores de projeto preto + investidores para estimular o empreendedorismo negro, o startup liderado por pessoas negras globalmente, levando investidores, governo, pessoas influentes para construir pontes.

O evento fechado para convidados, acontecerá no Museu do Amanhã, no Restaurante Casa do Saulo, onde o chef Saulo abre seus ingredientes para o chef João Diamante colocar seu olhar sobre os produtos amazônicos.

“Gostaríamos que o jantar fosse assinado por um chefe preto, e o João tem um projeto e uma carreira brilhante” disse o Maiko Pinheiro Program Manager- do evento.

“Participar de um evento com esse, que envolve ideias de pessoas pretas do mundo todo através da empresa The Black Entrepreneurs Club e ser a pessoa escolhida para cozinhar é muito gratificante, sobretudo quando tem pessoas como Siyabulela Mandela, bisneto do Sr Nelson Mandela grande referência de liderança preta mundial, é um privilégio.

Estou muito feliz por participar e fazer Gastronomia Brasileira na nova casa do meu irmão Chef Saulo, no Museu do Amanhã -Rio de Janeiro, onde que já trabalhei no início da minha carreira, grandes encontros e reencontros. Terei privilégio de cozinhar com diversos ingredientes amazônicos disponibilizados por Saulo”, diz João emocionado. 

Detalhes do menu: 

Pra Começar  

Dadinho de Farinha de Tapioca na Geléia de Cupuaçu Apimentada, Bolinho de Piracuí com Maionese de Pirarucu Defumada e Isca de Peixe com Geleia de Açaí com Bacon.

Entrada  

Feijão de Santarém, Maxixe, Tomate, Cebola, Manga, queijo coalho, Ervas Aromáticas, Mel de Melíponas do Arapiuns e tapioca flocada.  

Principal

Filé  de  Pirarucu  com crosta de castanha do Pará, Pirão de Laranja, Orelha de Macaco, castanhas frescas confitadas e tomates confitados.   

Sobremesa  

Chocolate Amazônico com Farofa de Biscoito de Castanha-do-Pará, Geleia de Cupuaçu, Nibs de Cacau e Telha de açaí.  

Opção Vegana  

Entrada  

Feijão de Santarém, Maxixe, Tomate, Cebola, Manga, Ervas Aromáticas e tapioca flocada.
 
Principal

Banana da Terra assada, Pirão de Laranja, Orelha de Macaco, castanhas frescas confitadas e tomates confitados.

Sobremesa  

Geleia de Cupuaçu, Nibs de Cacau e Telha de açaí.

Paulo André é contratado pela Rede Globo e se torna o novo comentarista da emissora

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Paulo André. Foto: Reprodução / Instagram.

Com um pós BBB digno de campeão, Paulo André foi confirmado, nesta sexta-feira (20), como o novo comentarista esportivo da Rede Globo. A ação acontece enquanto o atleta se mantém em pausa das funções no atletismo. Já contratado como modelo numa das principais agências do Brasil, PA foi convidado para estrear dentro do ‘Sportv’, núcleo de esportes da Globo. “Comentar é uma experiência nova e diferente para mim, mas é algo que vale viver e experimentar” disse o atleta em comunicado oficial.

A estreia do novo trabalho acontece neste sábado (21), com a transmissão da segunda etapa da Diamond League, na Inglaterra, a partir das 10h. PA estará ao lado do narrador Sérgio Arenillas e do comentarista Arnaldo Oliveira. “Teoricamente, estaria nas pistas competindo e dessa vez estarei do outro lado, comentando em uma transmissão. Estou muito animado e ansioso para começar e fazer logo parte de tudo isso“, enfatizou ele.

Medalhista de prata nos 100m dos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, Paulo André não pode participar da Diamond League – principal circuito de competições do atletismo mundial – já que pausou a carreira para participar do BBB 22.

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