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“É uma responsabilidade como comediante”, diz Yuri Marçal sobre especial de humor na Netflix

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Foto: Thiago Jesus.

O ator e humorista Yuri Marçal se tornou o primeiro humorista negro da América Latina a ter um especial de humor na Netflix. Ele alcançou este feito com o especial “Ledo Engano”, que chegou nesta quinta-feira (2) à plataforma. Conhecido pelas esquetes nas redes sociais e pelas problematizações sobre racismo e relações raciais o artista conta com um público cativo, tanto nos shows com os quais circula o Brasil, quanto nas redes sociais.

Apaixonado pela comédia e pelo audiovisual, aos 15 anos de idade o humorista já pesquisava no YouTube por tudo aquilo que prendia sua atenção: atores, programas e tudo mais que dizem respeito a arte de fazer rir. Tempos depois, cursando Direito e trabalhando no Tribunal de Justiça do estado, após ouvir muitas opiniões de que deveria, de fato, enveredar no humor, Yuri se inscreveu numa escola de atores que abria na época.

Atuando há seis anos como humorista, o novo especial coroa um excelente momento de sua carreira. Para dar um gostinho do que esperar do especial, Yuri falou com o Site Mundo Negro sobre o sentimento ocupar este espaço, e também sobre a relação com o público, amor preto e alguns spoilers de “Ledo Engano”. Confira na entrevista feita pela nossa editora-chefe, Silvia Nascimento:

Ser o primeiro negro da América Latina com especial de humor na Netflix é mais um peso com responsabilidade ou uma alegria?

“É, com certeza uma alegria. A responsabilidade é mais como comediante. Sem ignorar a questão racial, mas é ser engraçado. Eu preciso levar um bom trabalho. Essas sempre vai ser minha preocupação.

Seus shows são celebrados pela comunidade negra, qual o feedback você costuma ter da audiência branca. Nos seus textos deixar esse público (branco) constrangido é uma preocupação?

A minha preocupação com o meu texto é ser engraçado, gerar gargalhada, sempre. Se eu achar uma ideia engraçada, eu testar e o público compactuar com isso, eu vou fazer a piada, mas a galera preta é sensacional comigo sempre, isso me deixa muito feliz. O feedback que eu sempre recebo da galera branca é sobre o humor mesmo, sabe? Claro que uma piada ou outra vira mais um brother que te zoa. Isso eu tô falando sobre a galera que vai ao show, que conhece o trabalho. Então, vira mais uma pilha de amigos.

Você vive um amor preto e celebra as relações afrocentradas. O amor preto para você é um ato político?

Eu não penso muito sobre isso. Eu vivo. Minha noiva, Jenniffer Dias, é preta e eu vivo esse amor. A gente nem se pega muito falando sobre isso. Mas o amor é um ato político, ainda mais com as historias que a gente tem de vida e das nossas famílias, a gente tem que levar isso em consideração, mas eu vivo muito. A Jennifer é muito minha parceira, ela é o real significado de parceira, a gente tem uma amizade muito forte e um companheirismo, uma cumplicidade absurda, uma química muito grande. Então, eu tô mais para o sentimento mesmo, sou totalmente apaixonado por essa mulher.


O seu lado ator vem num crescente. Você atuou em Vale Night , agora chega na Netflix. Tem gente que ainda sonha com a TV, mas os canais de streams parecem ser os espaços com mais diversidade. Nesse sentido você pensa em investir mais na carreira como ator?

Antes de ser humorista, eu sou ator. Sou formado em TV, teatro e cinema e sempre fui e sempre vou ser. Então, tenho vários trabalhos aí na rua, nas plataformas de streaming, no cinema, com alguns protagonistas e vou sempre estar fazendo trabalhos de ator, por ser ator. Essa é uma coisa que eu faço todos os dias, eu estudo texto todos os dias, me preparo, até quando não estou gravando um filme ou uma série, então vou sempre estar investindo nesse lado.

Dá para citar um dos seus momentos favoritos do seu especial para Netflix , seja o que vai ao ar ou algo dos bastidores?

D ebastidores, eu posso falar sobre a abertura do Djonga, o Djonga abriu o show cantando três músicas e isso não vai ao ar, mas foi um momento extraordinário para quem tava no show, foi incrível. Deixou o publico já numa energia maravilhosa, além da abertura de comédia que o grupo Gueto fez. Tem também o final, que é a surpresa que eu fiz pra Jeniffer, que foi o pedido de casamento, que foi muito emocionante e bonito. A energia dos bastidores estava muito legal com a minha família ali, as crianças brincando. Mas o que eu peço é que vejam até o final, o especial inteiro tá muito bom, sem falsa modéstia, mas o final é muito legal. Vale mais ainda tudo o que foi feito.

Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos reinaugura museu com nova exposição e anuncia outras novidades

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Foto: Alex Ferro/IPN

O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN) reinaugura a exposição permanente do Museu Memorial Pretos Novos, no Rio de Janeiro, sob a curadoria de Marco Antonio Teobaldo, no dia 09 de junho, às 18h.

Ela foi construída sobre três eixos principais: 1. Matriz Africana – na qual o visitante poderá compreender melhor sobre as diferentes civilizações africanas antes de serem escravizadas e suas contribuições para as ciências, tecnologias e artes. 2. Mercado da escravidão no Brasil – foi traçado um percurso temporal desde a chegada dos primeiros grupos de escravizados, a brutalidade que eram submetidos e a constituição do Complexo do Valongo, no ápice do tráfico escravagista no Rio de Janeiro. 3. A tentativa de apagamento da memória da escravidão na Pequena África, o descobrimento do sítio arqueológico pela família Guimarães dos Anjos e os seus desdobramentos.


O curador atenta que é preciso ampliar o campo de visão para uma abordagem mais realista e menos colonialista sobre a escravidão no Brasil. O sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos é uma ferida aberta na sociedade e se apresenta como testemunho de um genocídio africano em terras brasileiras. Esta falta de entendimento histórico fomenta a manutenção de uma sociedade brasileira racista e violenta. 

Foto: Alex Ferro / IPN

Novas escavações e laboratório de arqueologia interativo já têm data para começar

Cinco anos após a última escavação, a equipe de arqueologia do (PPGArq/Museu Nacional/UFRJ) volta a campo para realizar novas buscas. Sob o comando da professora Dra. Andrea Lessa, o início do trabalho está previsto para julho, exatamente no local destinado ao novo laboratório. Com uma proposta, até então, inédita, um dos principais objetivos é comparar os estudos já realizados nas escavações anteriores, com esta nova área que nunca foi tocada.

”Estou muito entusiasmada com essa nova etapa da pesquisa, uma vez que será escavada uma área diferente do cemitério, mais central. Assim, por um lado, será possível verificar se as informações inicialmente obtidas sobre a dinâmica de ocupação são válidas para todo o espaço; e ao mesmo tempo esperamos encontrar um número maior de estruturas funerárias intactas, o que será fundamental para ampliarmos o entendimento sobre as práticas funerárias e sobre os indivíduos ali enterrados”, diz.


Lessa destaca ainda que esta pesquisa busca revelar um pouco mais sobre a vida e a morte dos cativos africanos, atores sociais protagonistas na formação social e cultural brasileira.

”Após tanto tempo de esquecimento, reconhecer o Cemitério dos Pretos Novos Novos como um importante patrimônio nacional e como um local sagrado para a população afrodescendente representa um resgate histórico obrigatório e um meio eficaz de preservação da nossa memória”, conclui a arqueóloga.

Além das informações atualizadas levantadas a partir das pesquisas arqueológicas, o espaço expositivo terá um laboratório arqueológico que vai permitir o público na galeria acompanhar ainda mais de perto o trabalho dos profissionais, através de uma janela generosa.   


Em 08 de janeiro de 1996, os Guimarães dos Anjos faziam uma descoberta que mudaria definitivamente o rumo de suas vidas e da história carioca quando, a partir da reforma de sua residência na Gamboa, foi encontrado o Sítio Arqueológico Cemitério dos Pretos Novos – logo no primeiro dia de obra durante uma manutenção na casa em que vivem até os dias de hoje. Desde a sua fundação, em 13 de maio de 2005, a família tem se mobilizado para preservar o sítio arqueológico e reverenciar a memória dos quase 60 mil corpos despejados naquele pequeno terreno.

A presidente do IPN, Merced Guimarães dos Anjos revela que a resistência de sua família durante todos esses anos garante a continuidade das ações. ”O que, de fato, interessa é poder preservar este patrimônio e colaborar para que esta história não seja esquecida jamais”; reitera a diretora. 

Programação dobrada com abertura da exposição ”Erva Santa”, do artista visual Geleia da Rocinha

As obras da série “Alguidar” trazem o talento e olhar do artista, nascido e criado na favela da Rocinha, através de ervas sagradas utilizadas nos ritos das religiões de matriz africana para a galeria de arte contemporânea. O curador do IPN, Marco Antonio Teobaldo, destaca que desde sua fundação (em 2005) o espaço se transformou em um lugar de respeito à memória daqueles que por ali passaram, mas principalmente de resistência. 

”A exposição Erva Santa marca a reabertura da galeria de arte contemporânea e se apresenta como um instrumento de divulgação dos saberes das religiões de matriz africana e também como inspiração para o combate ao racismo religioso, que vem crescendo nos últimos anos, sobretudo no estado do Rio de Janeiro” – acrescenta Teobaldo.  

Além do Museu Memorial e da Galeria de Arte Contemporânea, o IPN também conta com uma Biblioteca e ainda um auditório constantemente ocupado com a programação de oficinas ao longo de todo o ano. Após quase dois anos de distanciamento social, o Museu já se encontra funcionando normalmente. As visitações são gratuitas de terça a quinta-feira (10h às 16h) e pagas às sextas-feiras (10h às 16h) e sábados (10h ao meio dia) com ingressos a R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia entrada).

*Texto: Priscila Bispo 

Brunna Gonçalves desenvolveu transtornos alimentares em trabalho nos EUA:”Se eu engordasse eu tinha que pagar”

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Foto: Reprodução.

A dançarina e influenciadora Brunna Gonçalves contou que desenvolveu transtornos alimentares durante o período em que trabalhou como dançarina de circo nos Estados Unidos, quando tinha 20 anos de idade. Após engordar 18 quilos, a produção do show exigiu que ela emagrecesse. Daí minha capitã me chamou no canto e falou ‘ta acontecendo isso… A equipe do circo já veio me chamar atenção, você está engordando’. Ela me mostrou um vídeo dançando e eu falei ‘eu to assim?’”, explicou Brunna Gonçalves.

A cantora contou que tinha que se pesar toda semana, e se engordasse tinha que pagar uma multa de cem dólares. “Eu não gosto de falar dessas coisas porque dá gatilho em muita gente. Mas eu comia muito e ficava com medo porque não podia engordar, então eu fazia aquelas coisas que eu não vem ao caso falar”, relatou Brunna.

 “Eu gostava de comer até passar mal. Lá eu queria comer tudo, não conseguia comer um biscoitinho, eu tinha que comer o pacote inteiro e ainda o da minha amiga”, relembrou. Depois dessa experiência, Brunna retornou ao Brasil para trabalhar novamente no balé da Ludmilla.

BBB — Na mesma entrevista, a influenciadora falou sobre a fama de “planta” que recebeu no Big Brother Brasil. Para ela, essa imagem foi decorrente de uma sabotagem da edição do programa. De acordo com Bruna, suas cenas no programa foram editadas para que ela se encaixasse no personagem de “planta”, da edição 22 do reality.

“Fui para lá para contar a minha história, mas fui um pouco sabotada, a edição me deu uma cortada. As pessoas falavam assim: ‘Brunna, você faz tanta coisa’. Teve uma festa que fiquei muito bêbada, eu e Eslô demos cambalhotas na sala inteira, várias coisas que fazia e falava não mostravam nada”, disse ela.

Apesar disso, a dançarina disse que ficar mais recuada foi sua estratégia de programa durante as primeiras semanas do reality, para evitar uma eliminação precoce. “Quem não é visto, não é lembrado”, disse Brunna.

Apesar de reclamar da sabotagem, ela disse que não se incomodou com a fama de planta. “O Big Brother é feito de personagens, tem o vilão, o mocinho, a planta, e calhou de ter pego esse personagem. Tá tudo bem, não ligo. Fiz várias brincadeiras sobre isso nas minhas redes sociais”, relembrou.

“Quilombo nos Parlamentos”: Coalizão Negra lança apoio a pré-candidaturas ligadas ao Movimento Negro

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Foto: Adriano Machado (Reuters)

A Coalizão Negra por Direitos lança na próxima segunda-feira o Quilombo nos Parlamentos, iniciativa de apoio a mais de 50 pré-candidaturas de pessoas ligadas ao Movimento Negro que concorrerão a cargos no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas por todo território nacional. O objetivo da ação – suprapartidária – é reduzir o hiato de representatividade no poder legislativo e contribuir para um projeto de país alinhado à luta antirracista, que possa ser mais justo a todas e todos.

A iniciativa Quilombo nos Parlamentos reúne mais de 50 lideranças negras dos seguintes partidos: PT, PSOL, PCdoB, PSB, PDT e Rede. São ao menos 22 pré-candidaturas à Câmara dos Deputados e o restante às Assembleias Legislativas do Distrito Federal e dos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

“O Brasil precisa de lideranças negras do movimento negro em lugares de poder para que possamos falar e agir em nosso próprio nome”, destaca Sheila de Carvalho, advogada, diretora do Instituto de Referência Negra Peregum e integrante da Coalizão Negra por Direitos. “Somos a maioria da população brasileira e lutamos por direitos básicos dos quais a maioria da população negra ainda é constantemente privada, como direito à vida, à saúde, à educação, à alimentação. O movimento negro tem um projeto para todos os brasileiros. Não se trata de um Brasil para os negros, mas de um projeto com negros para o Brasil”, completa.

 “Com essa proposta, a Coalizão Negra Por Direitos pretende alterar a correlação de forças no Congresso, incluindo a pautas do movimento negro na agenda da política nacional. A população negra brasileira não está representada no Congresso e demais casas do Legislativo. Como resultado, somos derrotados cotidianamente nas ruas, com direitos negligenciados e ameaças constantes às nossas vidas. Se tivermos uma bancada negra em Brasília, isso pode mudar”, explica o historiador Douglas Belchior, coordenador da Uneafro Brasil e integrante da Coalizão Negra por Direitos.

 “Essa ação é histórica: 40 anos depois da primeira eleição de Benedita da Silva, a Coalizão Negra por Direitos entra na cena política para dizer que tudo que a gente falou lá é possível. Já em 1986, lutamos para eleger constituintes negros como Carlos Alberto Caó de Oliveira, que incluiu o racismo como crime inafiançável e imprescritível na Constituição de 1988. Estamos agora em uma reviravolta na política. É um absurdo sermos mais de 56% da população e termos apenas 21 parlamentares negros e negras no Congresso, em um universo de 513. Mas, não estamos falando apenas do Congresso Nacional, mas também das assembleias legislativas, é um universo monumental com nomes, como Eliete Paraguassu, na Bahia, Pastor Henrique Vieira, no Rio de Janeiro, Roseli Faria, no Distrito Federal, entre muitos outros. Nós resolvemos pautar isso de forma estrutural e estruturante e assim, ‘aquilombar’ a política”, afirma Vilma Reis, defensora de direitos humanos do Coletivo Mahin da Bahia e integrante da Coalizão Negra Por Direitos.

Segundo o IBGE, 54,1% da população brasileira é composta por negros. Porém são sub-representados nos parlamentos e instituições democráticas pelo país.Em outros indicadores, no entanto, os negros são, infelizmente, maioria. Por exemplo, o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, mostrou que 10,7% dos lares de pessoas negras convivem com a fome, contra 7,5% de lares de pessoas brancas. Já o Fórum Brasileiro de Segurança Pública descobriu que enquanto o número de não negros mortos caiu 33% entre 2009 e 2019, o de negros subiu 1,6%. Em 2020, 76,2% das pessoas assassinadas eram negras. Em 2022, 500 trabalhadores foram resgatados em condição análoga à escravidão pela Auditoria Fiscal do Trabalho; destes, 84% se autodeclararam negros.

“Construir uma democracia de fato exige equidade racial, justiça social e respeito aos direitos humanos. Como diz o lema mote da Coalizão Negra: enquanto houver racismo, não haverá democracia”, sintetiza Sheila.

Além de integrantes da Coalizão Negra por Direitos e pré-candidatos, o evento contará com a participação de figuras emblemáticas do movimento negro brasileiro, como Sueli Carneiro, Helio Santos, Milton Barbosa, Nilma Bentes e Monica Oliveira, dentre outros.
 

SERVIÇO:

Data: 6 de junho de 2022 

Horário: das 16h às 22h 

Local: Ocupação Nove de Julho: R. Álvaro de Carvalho, 427 – Bela Vista 

“Gays negros precisam lutar para serem vistos”, diz Lil Nas X após ser esnobado pelo BET Awards

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Lil Nas X em 'MONTERO'. Foto: Divulgação.

O rapper Lil Nas X utilizou suas redes sociais para desabafar após ter sido esnobado pelo BET Awards, uma das maiores premiações negras do mundo. Mesmo entregando diversos sucessos ao longo do último ano, Nas X não recebeu nenhuma indicação ao prêmio de 2022. “Nem mesmo me indicaram. Eu sinto que gays negras precisam lutar para serem vistos neste mundo”, publicou o artista. “E até mesmo estando no topo, eles fingem que a gente não existe”.

Lil Nas X em ‘MONTERO ‘Call Me By Your Name)’. Foto: Reprodução / Youtube.

Ao ser questionado por um usuário sobre porque deveria receber indicação ao BET Awards, Lil Nas X disparou: “Eu fiz 3 dos maiores sucessos musicais ao longo do último ano, além de um álbum super aclamado pela crítica. Imagino que isso deveria ter me ajudado”. De fato, com seu álbum ‘MONTERO’, o rapper disparou entre os artistas mais escutados do mundo ao longo do último ano. Músicas como ‘Call Me By Your Name’, ‘Industry Baby’ e ‘Thats What I Want’ figuraram entre as canções mais reproduzidas do planeta, além de levantarem diversos debates sobre a inclusão LGBTQIA+ no mundo do Hip-Hop.

Em outra publicação no Twitter, excluída posteriormente, Lil Nas X ironizou a temática de excelência negra da premiação. “Obrigado BET Awards. Zero indicações de novo. Excelência negra”, escreveu. O artista ainda mencionou a edição 2021 do prêmio, em que também ficou de fora da lista dos indicados.

Neste ano de 2022, nomes como Doja Cat, Drake, SZA, Will Smith e Ludmilla foram indicados ao BET Awards. O evento, que acontece anualmente, tem a premissa de celebrar artistas afro-americanos da música, atuação, esporte e outras áreas do entretenimento. 

Boneca Barbie de Laverne Cox é pauta na Câmara dos Deputados

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Imagem: divulgação

O deputado federal Otoniel de Paula (MDB-RJ), sugeriu uma audiência na câmara para discutir ‘implicações psicossociais em crianças’ causadas pelo brinquedo que homenageia a atriz transsexual norte-americana, Laverne Cox.

O político protocolou nesta terça-feira, 31, um requerimento para que o tema seja discutido na comissão de Seguridade Social e Família. Para ele, o lançamento da boneca “incorre num liberalismo teratológico que servirá para confundir as crianças sobre a natureza dos gêneros masculino e feminino, pois mulheres e homens são diferenciados pela própria natureza”. Sua proposta é convidar o presidente da Mattel para uma conversa com um representante do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Essa é a primeira vez, em 63 anos de existência, que a Barbie homenageia uma pessoa transexual. No Brasil, as vendas devem começar no próximo mês, com um valor estimado de R$360,00.

Com um patrimônio avaliado no equivalente a 28 milhões de reais, a vencedora do Emmy foi a primeira mulher transsexual a estampar a capa da revista Time, e a ter uma estatua de cera no Museu Madame Tussauds, se consagrando como um dos principais nomes de Hollywood na atualidade. Até o momento, os representantes da marca não se posicionaram sobre o assunto.

Jada Pinkett Smith deseja que Will Smith e Chris Rock se reconciliem: “Precisamos deles”

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Will Smith, Jada Pinkett-Smith e Chris Rock. Foto: Getty Images.

Pela primeira vez, Jada Pinkett Smith falou sobre o episódio do tapa que Will Smith deu em Chris Rock no Oscar 2022. A atriz decidiu abordar o polêmico assunto no programa ‘Red Table Talk’, em que atua como apresentadora, num episódio sobre as condições de quem vive com alopecia. “Este é um ‘Red Table Talk’ realmente importante sobre alopecia. Considerando o que passei com minha própria saúde e o que aconteceu no Oscar, milhares me procuraram com suas histórias”, disse Jada. “Estou usando este momento para dar à nossa família alopecia uma oportunidade de falar sobre como é ter essa condição e informar as pessoas sobre o que a alopecia realmente é“.

Jada Pinkett Smith no ‘Red Table Talk‘ . Foto: Jordan Fischer.

“Agora, sobre a noite do Oscar, minha esperança mais profunda é que esses dois homens inteligentes e capazes tenham a oportunidade de se curar, conversar sobre isso e se reconciliar”, acrescentou Pinkett Smith. “Com o estado que o mundo está hoje, precisamos de ambos. E todos nós realmente precisamos uns dos outros mais do que nunca. Até então, Will e eu continuamos a fazer o que temos feito nos últimos 28 anos, e isso é continuar descobrindo essa coisa chamada vida juntos. Obrigada por ouvir”.

Após o tapa, a Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood baniu Will Smith de sua associação por 10 anos. “Esta ação que tomamos em resposta ao comportamento de Will Smith é um passo adiante no objetivo maior de proteger a segurança de nossos artistas e convidados, restaurando a confiança na Academia. Também esperamos poder começar um tempo de cura e restauração para todos os envolvidos e impactados“, disse a organização em comunidado oficial. Chris Rock ainda não falou publicamente sobre o ocorrido.

Will Smith e Chris Rock no palco do Oscar 2022. Foto: Reprodução / NBC.

Os episódios de ‘Red Table Talk’ estão sendo transmitidos pelo Facebook.

Ludmilla é indicada ao BET Awards, prêmio internacional que celebra a comunidade negra

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Ludmilla. Foto: Reprodução / Twitter.

Em outra grande conquista para sua carreira, Ludmilla recebeu nesta quarta-feira (1) sua primeira indicação ao BET Awards, uma das maiores premiações negras do mundo. O evento internacional celebra anualmente artistas afro-americanos da música, atuação, esporte e outras áreas do entretenimento. 

Para a edição de 2022 do prêmio, Ludmilla foi indicada dentro da categoria de ‘Melhor Ato Internacional’. As indicações são determinadas por uma academia de votação composta por profissionais de entretenimento nas áreas de música, televisão, cinema, marketing digital, jornalismo esportivo, relações públicas, influenciadores e artes criativas.

A cantora e apresentadora Ludmilla – Foto: Rodolfo Magalhães

Além da brasileira, nomes como Doja Cat, H.E.R., SZA, Will Smith, Drake, Zendaya e Silk Sonic também concorrem ao prêmio. Abaixo, você confere algumas categorias.

ÁLBUM DO ANO

An Evening With Silk Sonic, Silk Sonic
Back of My Mind, H.E.R.
Call Me If You Get Lost, Tyler, The Creator
Certified Lover Boy, Drake
Donda, Kanye West
Heaux Tales, Mo’ Tales: The Deluxe, Jazmine Sullivan
Planet Her, Doja Cat

MELHOR CANTORA POP

Ari Lennox
Chlöe
Doja Cat
H.E.R.
Jazmine Sullivan
Mary J. Blige
Summer Walker

Doja Cat está entre as indicadas ao BET Awards 2022. Foto: ADRIENNE RAQUEL.

MELHOR CANTOR POP

Blxst
Chris Brown
Givēon
Lucky Daye
The Weeknd
Wizkid
Yung Bleu

VÍDEO DO ANO

“Family Ties,” Baby Keem & Kendrick Lamar
“Have Mercy,” Chlöe
“Kiss Me More,” Doja Cat Feat. SZA
“Pressure,” Ari Lennox
“Smokin Out the Window,” Silk Sonic
“Way 2 Sexy,” Drake Feat. Future & Young Thug

MELHOR ATO INTERNACIONAL

Dave (U.K.)
Dinos (France)
Fally Ipupa (Democratic Republic of the Congo)
Fireboy Dml (Nigeria)
Little Simz (U.K.)
Ludmilla (Brazil)
Major League Djz (South Africa)
Tayc (France)
Tems (Nigeria)

MELHOR FILME

Candyman
King Richard
Respect
Space Jam: A New Legacy
Summer of Soul
The Harder They Fall

MELHOR ATOR

Adrian Holmes, Bel Air
Anthony Anderson, Black-Ish
Damson Idris, Snowfall
Denzel Washington, The Tragedy of Macbeth
Forest Whitaker, Respect | Godfather of Harlem
Jabari Banks, Bel Air
Sterling K. Brown, This Is Us
Will Smith, King Richard

MELHOR ATRIZ

Aunjanue Ellis, King Richard
Coco Jones, Bel Air
Issa Rae, Insecure
Jennifer Hudson, Respect
Mary J. Blige, Power Book II: Ghost
Queen Latifah, The Equalizer
Quinta Brunson, Abbott Elementary
Regina King, The Harder They Fall
Zendaya, Euphoria Spider-Man: No Way Home

Diretamente de Los Angeles, o BET Awards 2022 será apresentado por Taraji P. Henson no dia 26 de junho, no BET às 20h.

“Não é um processo de caridade”, diz Gabi de Pretas sobre adoção e o caso Carol Nakamura

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Foto: Arquivo pessoal

A ativista Gabi de Pretas publicou um vídeo nesta quarta-feira (01), explicando a complexidade do caso da atriz Carol Nakamura ao expor o filho, de 12 anos, nas redes sociais, indignada por ele escolher voltar aos cuidados da mãe biológica, depois de três anos com a guarda provisória.

Para iniciar, Gabi explica que a Nakamura não estava em um processo de adoção legal, e sim de guarda. “A imprensa ajudou muito a disseminar uma ideia incorreta. Existe o processo de guarda e de adoção. A guarda pode ser entregue para um familiar cuidar do seu filho, quando você está passando por uma situação difícil. Mas essa criança não deixa de ser o seu filho”.

Já no processo de adoção, “o foco é de uma criança que precisa de uma outra família porque a família de origem não está presente, alguém faleceu ou não tem condições. A Justiça percebe e encaminha aquela criança para adoção”.

A Carol Nakamura entrou em um processo conhecido como “entrega direta”, explica a Gabi. “[É quando] a família está passando por algum tipo de dificuldade e entrega diretamente essa criança para outra família. Isso é inseguro para todo mundo. Esse é um processo tão complexo que a justiça tenta combater. Porque ele pode facilitar abuso infantil, tráfico de criança. Imagina se toda família pudesse simplesmente entregar, sem nenhuma avaliação, o seu filho para qualquer pessoa?”, ressalta.

Perplexa com a exposição da criança, Gabi não poupou as críticas com o caso. “Você não pode fazer uma ação social e voltar com uma criança”.

Em caso de encontrar uma criança em vulnerabilidade com a família, por exemplo, a Gabi explica o melhor caminho é chamar o conselho tutelar, para que um profissional investigue o caso e saiba os caminhos a serem seguidos. E a outra opção é apadrinhar a criança ou a família para dar um suporte necessário.

Com internautas destilando comentários negativos sobre a escolha errada a criança por voltar a morar com a mãe biológica por causa da pobreza, Gabi também rebate que o afeto tem em todo lugar.

“Pessoas pobres, em vulnerabilidade, tem afeto também com os seus filhos. Minha avó era extremamente pobre e mesmo assim, elas e os filhos dela tinham extremo afeto”, diz.

A forma que a Carol expôs a criança e o apoio que ela recebeu na internet também foi um ponto levantado sobre o propósito da adoção.

“Colocando adoção como caridade, tanto que ela listou todas as coisas boas que ela fez. Filho nenhum deve nada para os pais. Esse não é um processo de salvação, de caridade. Isso não faz dele uma mercadoria. Ele é uma criança em situação de vulnerabilidade”.

Gabi adotou sozinha de forma legal duas crianças, um menino de 9 anos e uma menina de 4. Desde então, em compartilha as experiências de uma mãe solo com dois filhos adotados e preserva a imagem deles nas redes sociais.

Carol Nakamura fala sobre o filho novamente

Depois da exposição da criança no Instagram, houve uma chuva críticas contra o filho e Carol saiu em defesa dele. “Não critiquem em hipótese alguma, independente de ele estar morando comigo ou não, ele continua sendo meu filho, na minha cabeça, no meu coração. Ele é pré-adolescente que não teve educação, não teve regra na infância ele, então, é óbvio que não se acostumou com isso. Então, por favor, não julguem nunca, em possibilidade alguma, a atitude dele”.

Ela também ressaltou que ainda defende a adoção, apesar da experiência pessoal. “Adoção é um ato de amor, de carinho, de empatia, de compaixão, de solidariedade, de Deus. Adoção é a coisa mais que pode acontecer na vida, independente da parte que for difícil. O fato dele ter escolhido ir embora não quer dizer que eu me arrependa, só quer dizer que eu estou triste. Só isso, mais nada. Nunca me arrependi”.

Entenda melhor o caso

Carol Nakamura conheceu a criança há três anos em uma ação social no lixão do Gramacho, Rio de Janeiro, fora da escola. Sem a mãe presente e morando só com a com a avó na época, ela pediu autorização para levá-lo para casa para que ele estudasse.

Ela passou a visitar a criança regularmente, mesmo quando a mãe reapareceu e elas dividiram a guarda. No relato dado nesta quarta-feira (31), ela falou sobre o filho: “Estava safado, não tem outra palavra para dizer por que ele já tinha entendido que eu não tinha a guarda dele. Então, se a gente brigasse ou colocasse de castigo por alguma coisa que ele fez de errado, ou chamasse atenção, ele queria ir para a casa da mãe. Chegava na casa da mãe, se a mãe fizesse o mesmo, ele queria voltar para cá, e nisso ele ia faltando na aula. Ele estava, não tem outra palavra, sem vergonha. E ele tinha que tomar uma decisão.”


Itamaraty vai reavaliar duas candidatas negras a diplomata

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Verônica Tavares e Rebeca Melo. Foto: Reprodução.

O Palácio do Itamaraty fez um acordo para reavaliar duas candidatas negras que foram rejeitadas como cotistas há cinco anos. Verônica Tavares, ex-militante do movimento negro, e Rebeca Mello, quilombola, vão ser avaliadas no próximo dia 17 por uma comissão que vai indicar se considera elas negras ou não. A informação é do Uol.

Verônica e Rebeca foram aprovadas no concurso do Itamaraty como cotistas negras em 2017. Em 2018, no entanto, o Itamaraty criou outra comissão de verificação para elas e outros candidatos. As duas foram rejeitadas por essa nova equipe.

No acordo, homologado pela ministra do STJ Assusete Magalhães, em troca da reavaliação, elas se comprometeram a cancelar todos os processos na Justiça e em outros órgãos públicos. Também abrem mão de exigir o pagamento de salários que deixaram de receber entre 2018, ano em que tomariam posse caso aprovadas. Também não poderão exigir tempo de carreira para obterem promoções. Se forem aprovadas, vão se tornar diplomatas. Caso contrário, também perdem o direito de recorrer.

A quilombola kalunga Rebeca Mello, 28 anos, disse que há o risco de não ser aceita pela nova comissão do Itamaraty, mas avalia que é o melhor caminho. “Estamos abrindo mão de tudo, mas já estamos na Justiça há tanto tempo que tem que acabar essa história de um jeito ou de outro”, disse ela. Vai significar uma vitória muito grande para minha comunidade. Serei a primeira quilombola diplomata, um marco grande neste país, ainda mais sendo mulher”, completou.

A publicitária Verônica Tavares, disse que fechou o acordo com certo temor. “É muito mais benéfico a eles. Eu fico com muito medo, porque, de tudo o que a gente passou, eu estou desconfiada de absolutamente tudo. Sempre acho que tem uma agenda ali para nos prejudicar”, disse ela ao Uol.

O exame, marcado para 17 de junho, não será exclusivo para Rebeca e Verônica. Elas participar junto com candidatos cotistas do último concurso do Ministério das Relações Exteriores.

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