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Plataforma oferece oportunidade para jovens negros e indígenas que querem iniciar carreira na moda

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Foto: Divulgação Instituto C&A

Intitulada Minha Carreira na Moda, a plataforma foi criada pelo Instituto C&A e deve fomentar oportunidades para jovens de 16 a 29 anos

No dia 24 de agosto o Instituto C&A lançará a plataforma Minha Carreira na Moda, com o objetivo de fomentar oportunidades para jovens negros e indígenas, de 16 a 29 anos, que almejam construir ou desenvolver sua carreia no segmento. Por meio da parceria com empresas e instituições de ensino, o programa irá conectar interessados a oportunidades como experimentação profissional cursos, além de possibilitar que os estudantes se cadastrem em um banco de talentos do segmento.

Inicialmente, o programa contará com um edital dividido em três categorias. Com foco em encontros para falar a respeito de carreira no segmento, a categoria Meu Futuro na Moda irá possibilitar trocas entre pessoas que já atuam na área e os jovens que querem iniciar sua carreira. Já em Meu Produto Sustentável, em parceria com a Faculdade Santa Marcelina, irá possibilitar formação em cursos livres, com certificação, com professores da instituição, que irão contemplar desde desenvolvimento do produto e coleção até o planejamento. E na categoria Meu Primeiro Corre na Moda(Experimentação Profissional), sete estudantes de moda que nunca trabalharam no segmento serão contemplados com bolsa auxílio de R$ 1.300 e auxílio alimentação custeado pelo Instituto C&A, durante três meses, para que possam aproveitar a oportunidade de se conectar com sete marcas, em curso livre com carga horária de 30 horas semanais, sendo parte desse tempo dedicado ao desenvolvimento intelectual destes jovens.

Pela plataforma, os interessados também poderão acessar conteúdos gratuitos de preparação para o mercado de trabalho, desde informações básicas até as mais gerais como depoimentos de profissionais do segmento. Também haverá uma seção destinada especialmente ao tema carreira, que irá reunir todas as possibilidades dentro do mundo da moda, pré-requisitos necessários para o ingresso em cada segmento e vídeos explicativos sobre as atividades.

Tracklist do “Numanice 2” vaza na web e Ludmilla lamenta: “Paciência”

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Foto: Reprodução/Instagram

Na noite desta terça-feira (16), vazou nas redes sociais a foto de um papel com toda a tracklist do show “Numanice #2” da Ludmilla. A cantora ficou chateada. Primeiro ela tweetou “É SÉRIO QUE VAZOU???????? 😭”, e em seguida, outro tweet com mais emojis chorando. Os portais começaram a publicar a foto da tracklist vazada e Ludmilla compartilhou na sua página: “Vazou, vazou. Paciência!”

https://twitter.com/Ludmilla/status/1559677104509304835

As músicas da tracklist foram tocadas na gravação do show “Numanice #2”, que aconteceu no dia 21 de julho, no Museu do Amanhã (RJ). O lançamento está marcado para o dia 23 nas plataformas de áudio e dia 24 no Youtube.

Os fãs logo reagiram com memes para descontrair a situação. Um internauta postou “DEIXA BAIXO, DEIXA BAIXO.. eu não vi nada mãezinha”. Outra postou: “foi tacar papel no chão e deu nisso, tá vendo?”.

No último domingo (14), Ludmilla realizou o Numanice em Belo Horizonte (MG), e se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter. Com ingressos esgotados antes do dia do show, a cantora entrou no palco com o rapper Djonga e roubaram a cena. O projeto de pagode da Lud está bombando pelo Brasil, considerando um dos mais requisitados no momento. Já foram realizados shows em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo.

https://twitter.com/sitemundonegro/status/1559003033471782912

Além dos projetos autorais, nesta terça-feira (17), Ludmilla foi anunciada como a próxima convidada para duetos e gravações no projeto da cantora Sandy “Nós, Voz, Eles 2”.

Contra os privilégios, defenda a Lei de Cotas!

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Foto: Drazen Zigic / Freepik

O racismo desaparecerá quando não for mais lucrativo e psicologicamente útil. (Toni Morrison)

Por Ricardo Corrêa

A Lei n° 12.711 (Lei de Cotas) − sancionada no dia 29 de agosto de 2012 − completará 10 anos. Ela estabeleceu regras para a implantação da política de cotas, resultando no ingresso de grupos marginalizados nas universidades e institutos técnicos federais e, consequentemente, na redução da desigualdade racial e social nesses espaços. Neste texto alerto para a necessidade de vigilância da população negra, visto que a qualquer momento a Lei de Cotas poderá ser submetida à revisão conforme o seu Art. 7º. A preocupação que devemos ter é com os possíveis retrocessos, já que nestes tempos de política reacionária muitos dos direitos da população estão sendo atacados. E, em se tratando de medidas que beneficiam a população negra, os racistas estão de prontidão para atrasar o nosso lado. 

Compreendo que há muita coisa a ser melhorada no mecanismo de ingresso e permanência dos estudantes nas universidades e institutos federais, mas, a revisão  da lei deve ser no sentido de aprimoramento e não o contrário. A Lei reserva 50% das vagas aos estudantes de escolas públicas e estabelece regras dentro desse grupo para os negros, indígenas, pessoas com baixa renda e deficientes; perceba que os brancos também são beneficiados, entretanto, a enxurrada de críticas mira somente os negros e os indígenas. Se não reconhecermos a existência do racismo nessas discordâncias, estaremos perdendo tempo justificando as políticas de ação afirmativa para quem não se preocupa com a justiça racial.

As cotas protagonizaram importante mudança na sociedade, pois potencializaram a autoestima das pessoas negras e ampliaram o campo de atuação profissional dos marginalizados, socialmente, de forma que não ficassem restritos a atividades de baixo status social. Além do mais, as áreas do conhecimento foram enriquecidas com a diversidade presente nos espaços de construção do conhecimento; são novos olhares fazendo ciência, rompendo com o padrão branco e rico. Hoje, há mulheres negras e homens negros arquitetos, cientistas, engenheiros, médicos, entre outras profissões que, tradicionalmente, eram exercidas por pessoas brancas. É bem verdade que o número de negros com essas formações é ainda pequeno, se compararmos com os brancos, mas o avanço está em construção. Também vemos negros se profissionalizando em cursos técnicos (automação industrial, administração, edificações, química etc.) e cursando o ensino médio − de qualidade reconhecida nacionalmente − nos cursos dos institutos federais. 

Os racistas utilizam argumentos infundados e preconceituosos, muitos até refutados através de pesquisas, como “os cotistas não acompanharão intelectualmente os não-cotistas nas aulas”, “cotas são racismo reverso”, “haverá diminuição da qualidade dos cursos”, “cotas dividem a sociedade e criam ressentimentos”, entre outras. Mas as críticas recorrentes remetem à meritocracia. Eles defendem que  o esforço individual é o suficiente para a ascensão social das pessoas, e que a responsabilidade pelo próprio destino está nas costas de cada um de nós. Em outras palavras, a pobreza e a miséria arruinando a maioria das famílias negras é ausência de esforço delas mesmas. Sob essa ótica, se os negros não têm arcabouço intelectual que possibilite disputar uma vaga na universidade pública com os brancos, é falta de esforço deles. Portanto, essas ideias demonstram que a defesa da meritocracia negligencia as questões históricas, biológicas e sociológicas que atravessam as pessoas individualmente e na relação com a sociedade, ademais, como comentou a doutora em psicologia Cida Bento “não existe meritocracia num país racista”.

Não somos ingênuos, sabemos que a sobrevivência do sistema capitalista depende das desigualdades sociais. Sendo assim, as conquistas dos negros na educação não garantem a inserção no mercado de trabalho, nem o salário igual aos brancos que exercem a mesma atividade profissional. Nesta sociedade o racismo desempenha o papel de arrimo na manutenção da desigualdade; ele consagra a exigência da desigualdade feita pelo capitalismo, diria a investigadora e abolicionista Ruth W. Gilmore. Todavia, com todas as limitações que o sistema produz, o caminho para a emancipação política e econômica dos negros exige, incondicionalmente, a defesa das ações afirmativas. Isto posto, defendamos a Lei de Cotas contra qualquer movimento que cheire a retrocesso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm>. Acesso em: 14 ago. 22

Sterling K. Brown está animado com o cabelo grande: “Eu ainda tenho tudo, então vou brincar enquanto posso”

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Foto: Reprodução/Instagram

Em entrevista ao programa Today nesta terça-feira (16), o ator Sterling K. Brown, estrela da série “This is Us“, falou sobre o novo visual, em como está adorando deixar o cabelo grande.

“Olhei em volta e pensei: ‘Tenho 46 anos’ e ‘Nem todo mundo ainda pode fazer isso!'”. E acrescentou: “Tipo, [para] algumas pessoas, [a] linha do cabelo começa a recuar, recua um pouco. Então eu ainda tenho tudo, então vou brincar com isso um pouco enquanto posso”, revelou às apresentadoras Savannah Guthrie e Hoda Kotb.

Sterling também afirmou que os filhos e a esposa e também atriz, Ryan Michelle Bathé, também está curtindo o novo visual. “Ela gosta do cabelo. Agora, o que ela está confusa [e] preocupada é sempre que eu tento fazer algo fora do caminho comum”. O ator também disse que voltará a usar tranças. “Eu já fiz isso antes – isso faz parte do meu passado afro-americano. Mas a ideia de eu fazer algo que não é tão conservador como o que ela está acostumada nos últimos anos a faz parar”.

No perfil do Instagram, ele tem compartilhado conteúdos sobre o seu cabelo no momento “pós-Randall”, explorando penteados e ainda pedindo sugestões. Ele falou sobre o visual “The Finisher”: “Esta é ao Frederick Douglass, aos intelectuais negros do passado, presente. Algo sobre a parte homem, dá um pouco de definição”, explicou.

O ator afirmou que não pretende cortar o cabelo tão cedo: “Ir o mais longe que puder até que alguém me diga que tenho que cortar isso para o meu próximo trabalho”.

Para os fãs do ator, ele vai estrelar a comédia “Honk for Jesus. Save Your Soul“, ao lado da Regina Hall. O filme retrata a primeira dama de uma megaigreja Batista do Sul que carrega uma mega responsabilidade, ainda mais depois do escândalo que envolveu o seu marido, o Pastor Lee-Curtis Childs. Sua igreja, já viveu dias gloriosos, servindo milhares de fiéis, mas agora eles foram forçados a fechar o lugar temporariamente, o que levou a um desbando de seus fiéis. Mas o casal vai fazer de tudo para reerguer sua igreja. O longa estreia no dia 2 de setembro nos Estados Unidos, mas ainda não tem data para estreia no Brasil.

Veja o trailer:

Star+ lança trailer da série “Até Que Se Prove o Contrário” com Kerry Washington como produtora e diretora

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Foto: Divulgação

O Star+ apresenta o teaser da nova série dramática “Até Que Se Prove o Contrário“. Kerry Washington, protagonista de “Scandal e “Little Fires Everywhere“, é a produtora executiva da série e estreia como diretora no primeiro episódio, que chegará em breve à plataforma de streaming.

Apesar de sua interpretação atípica da lei e a ética questionável, Jax Stewart é a advogada de defesa mais brilhante e destemida de Los Angeles, enfrentando o sistema judicial sempre que pode. Mas começa a enfrentar dificuldades no relacionamento com o marido e a se questionar sobre seu trabalho.

Até Que Se Prove o Contrário é estrelada por Emayatzy Corinealdi, McKinley Freeman, Tim Jo, Angela Grovey, Thaddeus J. Mixson, Aderinsola Olabode e Michael Ealy.

Raamla Mohamed é a criadora e roteirista da série, sendo também produtora executiva ao lado de Kerry Washington e Pilar Savone, pela Simpson Street, e Larry Wilmore pela Wilmore Films. Shawn Holley e Jon Leshay são coprodutores executivos, assim como Pete Chatmon e Will McDonald. Tamara Gregory, Roger M. Bobb e JoAnne McCool também são produtores.

A nova série é uma das produções roteirizadas da Onyx Collective, a nova marca de conteúdo com curadoria da Disney para criadores não-brancos e vozes pouco representadas, liderada por Tara Duncan.

Além do atual trabalho como produtora executiva, Kerry Washington também está no elenco do filme “A Escola do Bem e do Mal” da Netflix, baseado no best-seller de Soman Chainani, ao lado da atriz Sofia Wylie, com estreia confirmada para o dia 21 de outubro.

Foto: Divulgação

Idris Elba desistiu de interpretar o primeiro James Bond negro em ‘007’, diz site

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Idris Elba. Foto: Efe EPA Sascha Steinbach.

Um dos atores mais famosos do mundo, Idris Elba desistiu de ser o primeiro intérprete negro do personagem James Bond. De acordo com o site Daily Mail, mesmo sendo o favorito para interpretar o espião da consagrada saga ‘007’, Elba optou por não entrar em outra franquia cinematográfica.

O astro, de 49 anos, era o favorito dos apostadores para substituir Daniel Craig como o super espião. Apesar o afastamento, Elba chegou a elaborar uma lista com indicações de colegas que poderiam interpretar Bond. “Os fãs e a Barbara [Brocooli, produtora de 007] queriam o Idris, mas ele quer desenvolver um projeto pessoal”, disse uma fonte ao tabloide. “Mesmo assim, ele apresentou nomes que podem interpretar o 007. Ele está ‘informalmente’ envolvido no processo de decisão, por estar conversando com os produtores há tanto tempo”.

Apesar das fortes especulações, nenhum representante oficial de Idris Elba ou da franquia ‘007’ confirmou a informação referente à possível escalação do ator. O astro de ‘Bridgerton’, Regé-Jean Page, também começou a ser cotado para viver James Bond no próximo filme da franquia, ainda sem data de lançamento.

Fundo Baobá: edital direciona R$ 2,5 milhões para organizações negras que atuam no setor de educação

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Foto: Freepik

Com inscrições abertas até o dia 6 de setembro, o Fundo Baobá deve selecionar dez organizações, grupos e coletivos negros que receberão, cada um, R$ 175 mil, além de apoio técnico para implementarem os projetos

O Fundo Baobá para Equidade Racial, com apoio da Imaginable Futures e da Fundação Lemann, lançou no dia 03 de agosto um edital para apoiar organizações, grupos e coletivos negros que atuam no combate ao racismo e na promoção da equidade racial no setor da Educação. O apoio financeiro à iniciativa do Baobá vem da Imaginable Futures e da Fundação Lemann. O aporte neste projeto é em torno de R$ 2,5 milhões.

O edital Educação e Identidades Negras: Políticas de Equidade Racial tem caráter nacional e vai selecionar 10 organizações, grupos e coletivos negros que atuam na educação, implementam ou fomentam estratégias de enfrentamento ao racismo em instituições educacionais formais e não formais e buscam fortalecer a liderança e a representação da gente preta em espaços de decisão e poder por meio de programas, ações e políticas públicas.

“Como uma organização de investimento social privado, entendemos nossa responsabilidade em um sistema fundamentado sobre a supremacia de pessoas brancas e sobre outras formas de injustiça. O que chamamos de princípios “JEDI” (Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão) direcionam tudo o que fazemos. Orientam nossas crenças, embasam nossa estratégia e moldam nossa cultura, operações e ações. Apoiar um edital voltado para promoção da equidade racial através da educação é fundamental para nós, na medida em que acreditamos que o acesso equitativo à aprendizagem é fundamental para sociedades saudáveis, justas e prósperas. Cada pessoa deve ter a oportunidade de aprender e tornar o futuro que imagina uma realidade”, diz Fabio Tran, Diretor de Investimentos para o Brasil da Imaginable Futures.

As 10 organizações, grupos e coletivos negros selecionados vão receber, cada um, R$ 175 mil para que, no prazo de 18 meses (1 ano e meio), realizem os projetos que vão apresentar. As inscrições para o edital estão abertas desde o dia 03 de agosto e poderão ser feitas, gratuitamente, até 06 de setembro, no site do Fundo Baobá (baoba.org.br).

Reconhecidamente, a população negra, em sua pluralidade, é a mais impactada quando o tema é o racismo dentro das instituições educacionais, principalmente no que diz respeito à falta de acesso e qualidade do ensino. A promoção da equidade racial, proposta por diferentes organizações atuantes no país, poderá reduzir este impacto negativo e mudar o cenário da educação. Esta é uma oportunidade de fortalecer estratégias do ativismo antirracista, enaltecer e consolidar a busca por direitos, traçar caminhos que levem lideranças atuais e futuras a influenciar, propor e tomar decisões significativas e justas nas políticas educacionais.

“Muitas evidências demonstram o impacto do racismo no Brasil. Há prejuízos para a trajetória da população negra em todas as áreas, mesmo quando a comparação é feita com a população branca de mesmo nível socioeconômico. Na Educação, as desigualdades na aprendizagem são contundentes. Por isso, no nosso plano para a próxima década, a Fundação Lemann colocou o combate às desigualdades raciais como uma prioridade, trazendo-o para o centro de toda nossa atuação. Essa centralidade para equidade racial em nosso plano de longo prazo vem como continuidade a uma série de iniciativas implementadas na Fundação nos últimos anos. Apoiar este edital, que abre oportunidades para projetos que promovam a equidade na educação, é parte desse compromisso”, diz Camila Pereira, diretora de Impacto da Fundação Lemann.

As 10 entidades selecionadas também receberão suporte técnico, irão participar de jornadas formativas promovidas pelo Fundo Baobá e Comunidades de Prática promovidas pela Imaginable Futures e Fundação Lemann. O edital Educação e Identidades Negras: Políticas de Equidade Racial pode se configurar em uma oportunidade de mudança social que se inicia na educação.

“O edital é uma oportunidade para enfrentar o racismo, promover a defesa dos direitos, estimular a liderança, resistência e resiliência de pessoas negras que estão em organizações, grupos e coletivos e atuam no campo da educação. Pretendemos estimular mudanças tanto nos espaços de educação formal – escolas de educação infantil, ensino fundamental, médio, ensino superior-, como em espaços não formais onde também se dão as ações educativas”, afirma Fernanda Lopes, diretora de Programa do Fundo Baobá.

A camisa da seleção brasileira

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Foto: Nike

Melhor que despolitizar seria, talvez, politizar pela liberdade religiosa, pela diversidade, contra o racismo, contra o machismo, pela proteção das matas de Oxóssi e dos povos que nelas habitam

Um possível erro no sistema operacional no site da empresa Nike proibia a personalização da nova camisa da seleção brasileira com palavras ligadas às religiões de matrizes africanas e liberava referências do cristianismo. Mas como o grande público ficou sabendo disso? Como este assunto ganhou destaque nas redes sociais? No dia 15 de agosto, ao vivo no podcast Com Todo Respeito os apresentadores estavam conversando sobre o impedimento de personalizar a camisa da seleção brasileira lançada para a Copa do Mundo de 2022 com expressões de cunho religioso, político e de palavras ofensivas. Os apresentadores do citado podcast fizeram uma sequência de testes na aba de customização e naquele momento expressões como “Jesus” e “Cristo” eram permitidas enquanto “Exu” e “Ogum” eram proibidas. 

As restrições já haviam causado debate bem no lançamento. A empresa, em nota, se pronunciou, como se pode ler no portal Terra: “A Nike, como descrito na própria página, não permite customizações com palavras que possam conter qualquer cunho religioso, político, racista ou mesmo palavrões. Este sistema é atualizado periodicamente visando cobrir o maior número de palavras possíveis que se encaixem nesta regra”. “Lula”, “Bolsonaro”, “comunismo” entre outras palavras também estão indisponíveis. Após a repercussão do podcast e das manifestações nas redes sociais a marca se pronunciou novamente e explicou que ocorreu uma falha no site “que permitiu a customização de algumas palavras de cunho religioso” e que ela “está sendo corrigida”, como consta na página eletrônica da empresa O Globo

Tudo devidamente explicado e confirmado. Hoje o sistema não permite mais a personalização com palavras anteriormente autorizadas, como “Jesus” e “Cristo”. Porém, todo esse possível erro operacional nos leva a outras complexidades que envolvem política, religião e futebol. Aprendemos, desde a infância, que esses três temas não se discutem. Mas serei desobediente. No “país do futebol”, onde muitos e os mais famosos jogadores são declaradamente evangélicos e onde o cristianismo na sua versão evangélica pentecostal mais cresce, esses temas são quase incontornáveis. No último censo do IBGE, em 2010, a população evangélica era de 22% do total de cristãos. O mapa religioso do Brasil mudou nos últimos anos. Segundo dados de pesquisa promovida pelo Datafolha em 2019, publicados na Folha de São Paulo, em 2020, 50% dos brasileiros eram católicos e 31%, evangélicos. Conforme apontam alguns pesquisadores da religião no Brasil, é possível que num futuro não muito distante o número de evangélicos ultrapasse o de católicos. No site Religião e Poder do Instituto dos Estudos de Religião (o ISER) é possível consultar dados e análises da relação entre crescimento de evangélicos e política institucional. Da religião à política, da política à religião, agora voltemos para o futebol e a religião.  

Na seleção e nos clubes brasileiros, na maioria das comemorações de gol, os jogadores levantam as mãos ao céu numa nítida alusão à fé em Deus. Na multidão de preces ao Deus cristão, uma exceção, Paulinho. No ano passado, na partida do Brasil contra a Alemanha nos Jogos de Tóquio, Paulinho, após o gol da vitória de 4 a 2, saudou Oxóssi com um gesto que fazia alusão à flecha do orixá guerreiro e dono da mata. Da exceção lembramos da importância da luta pela representatividade, tão importante para a população negra. 

Num país em que religião e política se misturam. Um exemplo, relativamente recente, foi a votação pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016, quando os parlamentares acionaram discursos de Deus e Família para justificar esse processo político. De acordo com o ISER, Eduardo Cunha, na ocasião presidente da Câmara dos Deputados, coordenou a votação e ao abrir a sessão disse a seguinte frase: “Está aberta a sessão. Sob a proteção de Deus”. Além disso, conforme analisou o Huffpost Brasil, “a menção aos crimes de responsabilidade fiscal foi citada apenas 18 vezes na Câmara dos Deputados, enquanto os termos como ‘Família’ e Filhos’ e ‘Deus’ foram citadas 250 e 75 vezes, respectivamente”. Evidenciando o conservadorismo e a religião entre os valores anunciados pelos parlamentares. 

O ano de 2022 é de Copa (no Catar) e eleições presidenciais no Brasil, o país do futebol anunciado pelo atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro como uma nação de Deus. E como vivemos em disputa, Bolsonaro, no último sábado, na cidade do Rio de Janeiro, na Marcha para Jesus, mais uma vez afirmou a posse do Brasil por Deus. Os inúmeros fiéis vestiam a camisa do Brasil e carregavam bandeiras do país. Essa mesma camisa que a Nike tenta, deseja despolitizar até novembro, mês previsto para o início da Copa do Mundo. Melhor que despolitizar seria, talvez, politizar pela liberdade religiosa, pela diversidade, contra o racismo, contra o machismo, pela proteção das matas de Oxóssi e dos povos que nelas habitam.  

Mãe conta que está sendo processada após denúncia de racismo contra o filho em escola: ‘escola me processou por calúnia’

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Foto: Arquivo pessoal

Stephanie Silva denunciou a escola do filho por racismo depois de ver um vídeo em que o menino está com uma máscara de macaco

No final de maio, viralizou nas redes sociais o vídeo que mostra um menino negro de 3 anos usando uma máscara de macaco em uma festinha que acontecia no Centro Educacional Infantil (CEI) Monte Carmelo II, escola municipal localizada em Itaquera, Zona Leste de São Paulo. As imagens, compartilhadas no Instagram da escola, mostravam duas educadoras e outras crianças perto dele cantando “você virou macaco”.

Em entrevista para o portal Universa Uol, Stephanie Silva, mãe do menino, contou que fez uma denúncia formal sobre a escola e que agora a instituição entrou com um processo contra ela por calúnia. “Eu fiz um boletim de ocorrência denunciando racismo, processo que agora corre em segredo de justiça por envolver um menor, mas a escola me processou por calúnia. Colocaram uma máscara de macaco no meu filho, divulgaram o vídeo em redes sociais, e eu agora que respondo por um crime”, contou Silva.

Stephanie conta que na época tentou contato com a escola e como não foi atendida, resolveu denunciar o caso nas redes sociais. Foi então que a escola ligou para ela afirmando que tudo não passava de um ‘mal entendido’.

Para a mãe do menino, é evidente se tratar de um caso de racismo, considerando que o menino foi à festinha da escola, cujo o tema era circo, vestido de palhaço. “Por que pegar justo um menino negro, que estava com outra fantasia, para vestir de macaco e fazer ele virar o centro das atenções?”.

Ao portal, a Secretaria de Educação da cidade de São Paulo contou que “repudia qualquer ato de discriminação e racismo”. Também foi informado que uma apuração do caso já está sendo feita e que a instituição será penalizada e pode ter o contrato com a prefeitura rescindido caso irregularidades sejam comprovadas.

Programa inicia terceira turma de lideranças femininas negras para atuação em conselhos e empresas

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Foto: Reprodução.

Mais de 150 mulheres se inscreveram para a ação afirmativa que vai promover o networking e ampliar o conhecimento de lideranças negras femininas em temas relacionados à governança corporativa

Começa nesta terça-feira (16), a terceira turma do programa sem fins lucrativos Conselheira 101, que recebeu mais de 150 inscrições – realizadas em julho. Agora, 26 mulheres selecionadas, participam de uma imersão realizada em 15 encontros, que têm como objetivo ampliar o conhecimento de lideranças femininas negras em temas relacionados ao papel dos conselhos, envolvendo responsabilidades, formação e desafios. O programa também as incentiva e prepara para o networking dentro da comunidade de conselhos e empresas.

Na abertura, além da apresentação do conteúdo programático, acontece um bate-papo com as alumni Roberta Anchieta e Monalisa Gomes – da 1ª e 2ª turma, respectivamente. Dentre outros temas, o programa aborda os tipos de conselhos e comitês de assessoramento, governança (em startups/scaleups, terceiro setor e capital aberto),  conselho do futuro e diversidade racial na liderança corporativa. Na quarta (17) acontece um master class com uma grande liderança feminina à frente de uma das principais empresas do país.

Surgido de reflexões de diferentes grupos acerca da diversidade em conselhos de administração sob a perspectiva racial e de gênero, o Conselheira 101 viabiliza a visibilidade de mulheres negras que já possuem qualificações para ocupar tais cargos. Até o momento, 37 mulheres foram formadas nas edições anteriores do C101, que pede como requisitos 15 anos de experiência e mínimo de 5 anos de atuação no mercado em cargos sênior. 

Lisiane Lemos, advogada especialista em transformação digital e co-Líder do Conselheira 101, pontua que tem desenvolvido muitas conversas e ações nos últimos anos, justamente com o intuito de fomentar a liderança de profissionais negros no ambiente corporativo. “Iniciei pelo Blacks at Microsoft, co-criei a Rede de Profissionais Negros e depois co-liderei o comitê de Igualdade Racial do Grupo Mulheres do Brasil, mas sempre teve um ‘e agora?’. Então, encontramos no C101 um novo jeito de mover o topo da carreira corporativa?”.

Para Ana Paula Pessoa, presidente do Conselho da Credit Suisse Brasil e uma das fundadoras do projeto, o programa vem se consolidando como um importante meio de promoção ao diálogo real e aberto sobre inclusão racial em diferentes conselhos no Brasil. “Foi a partir dele que tivemos a oportunidade de criar um ambiente cooperativo e de estímulo contínuo”, acrescenta a executiva.

“Enquanto mulher branca, consegui ampliar o leque da diversidade para absorver, externalizar e reforçar o quanto abraços diversos são poderosos e transformadores”, conclui Graciema Bertoletti, Chief Growth Officer – Opy Health e uma das idealizadoras do Conselheira 101. Além de Lisiane, Ana Paula e Graciema, o grupo fundador é formado também por Marienne Coutinho, Ana Beatrix Trejos, Elisangela Almeida, Jandaraci Araujo, Leila Loria e Patrícia Molino. 

Nesta terceira edição, estão confirmados como painelistas nomes, como Adriane Almeida (IBGC), Denísio Liberato + Adriana Caetano (Coaud), Lamenza + Patrícia Moraes (UnBox), Silvia Sigaud (Korn Ferry) + Marcelo de Lucca (MAIO) e Juliana Oliveira (Oliver Press).

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

  • 16/08: Abertura T3 – Apresentação do Programa | Dinâmica com participantes + Alumni Roberta Anchieta (T1) e Monalisa Gomes (T2);
  • 17/08: Master Class com Luiza Trajano (Magazine Luiza) + Q&A;
  • 23/08: Introdução à GC e Melhores Práticas | Adriane Almeida (IBGC);
  • 30/08: Tipos de Conselhos e Comitês de Assessoramento | Denísio Liberato + Adriana Caetano (Coaud)
  • 06/09: Elevator Pitch | Andrea Cruz 
  • 13/09: Governança em Startups / Scale Ups & Conselho do Futuro | Lamenza + Patrícia Moraes (UnBox)
  • 20/09: Encontro com HH | Silvia Sigaud (Korn Ferry) + Marcelo de Lucca (MAIO)
  • 27/09: Diversidade Racial na Liderança Corporativa | Liliane Rocha + Solange Sobral
  • 04/10: Governança no Terceiro Setor | Cris Pinho + Ana Toni
  • 11/10: ESG nos Conselhos | Maria Eugênia Buosi + Regina Magalhães
  • 18/10: Networking para Boards | Fernando Carneiro + Heloisa Carvalho
  • 25/10: Governança em Empresas de Capital Aberto | Denise Damiani + Mauro Cunha
  • 01/11: Planejamento Estratégico e Avaliação dos Negócios | Wellington Silva + Francis Fukuda
  • 08/11: Soft Skills Executivo x Dinâmicas de Conselhos | Sandra Guerra + Tania Almeida
  • 22/11: I&D Media Training | Juliana Oliveira (Oliver Press)
  • 29/11: Especial – Simulação de Conselho | Ana Paula + Maria Silvia Bastos

15/12: Formatura e participação especial de Rachel Maia

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